LIBRARY OF PRINCETON
MAR 8 2000
lOGlCAL SEMINARY
2659 .G3 N84 1961
fossos pais
JAN 2 1962
^y^-iy^ de Myy>\
PASTOR FLOS:
UNSERE VÄTER
NOSSOS PAIS
A capa dês|e livro é un,a reprodução de um de.e«ho de J. J. von
Tschud.. íe.lo no ano de 1861 no Vale do Itajaí.
É permitida a reprodução dc ar.igoB con, indicação da fonte.
O livro foi composto e impresso nas oficinas gráficas
Rotermund & Cia. Ltda. - Sâo Leopoldo (RS). „J
Zur Erinnerung
an das 50-jährige Bestehen der
Evangelischen Synode von
Sania Calarina und Paraná
1911 — 1961
Em comemoração
ao 50^ aniversário do
Sínodo Evangélico de
Santa Calarina e Paraná,
fundado em 6 de agôslo de 1911
UNSERE VÄTER
Ein Heimatbuch, in dem wir aus unserer
hundertjährigen Geschichte hören.
Bearbeitet von Pfarrer Max- Heinrich Flos
He^-ausgegeben
von der Evangelischen Synode von
Santa Catarina und Paraná
zu ihrem 50-jährigen Bestehen
1911 - 1961
1 961
NOSSOS PAIS
Um livrinho
que conta da nossa hislória centenária
Publicado
sob os auspícios do Sínodo Evangélico de
Santa Catarina e Paraná
pelo
Pastor Max-Heinrich Fios
LIBRARY OF PRINCETON
MAR 8 2000
THEOLOGICAL SEMINARY
1961
VORWORT
Es ist ein glückliches Zusammentreffen, dass gerade zum W-jährigen Be-
stehen der Evangelischen Synode von Sta. Catarina und Paraná das schon seit
langer Zeit geplante kirchengeschichtliche Lesebüchlein der Synode erscheinen
kann. So darf es als Festschrift der Öffentlichkeit übergeben werden und mit
seinen Aufsätzen vergegenwärtigen, aus welchen schwierigen und heute kaum
mehr vorstellbaren primitiven Anfängen sich die Gemeinden der Synode ent-
wickelt haben, was erlitten, entbehrt und errungen werden musste, bis es zu
lebensfähigen Gemeinden kam, die sich ihrer gemeinsamen kirchlichen Aufgaben
bewusst wurden und sich im Jahre 1911 zu einem evangelischen Gemeinde-
verband, UAie sich anfangs die Synode nannte, zusammenschlössen.
Wenn für das kirchengeschichtliche Lesebüchlein nach reiflicher Überlegung
der Titel „Unsere Väter" gewählt wurde, dann lag diesem Entschluss nicht in
erster Linie der Gedanke zugrunde, den Vätern mit diesem Büchlein ein beson-
deres Denkmal für ihre harten und erfolgreichen Kämpfe unter Not und Entbeh-
rung am Urwaldsrand zu setzen — Schwachheit und menschliches Versagen
haftete auch ihnen in reichem Masse an, wovon manches Blatt der Gemeinde-
chroniken ein Echo gibt — sondern der Wunsch, durch dieses Büchlein unserem
heutigen Geschlecht, besonders der fugend, die so leicht die Bindung an ihre
Kirche verliert und den Glauben als die errettende und bewahrende Macht im
Leben preisgibt, ihre evangelische Kirche lieb und wert zu machen, für die ihre
Väter durch einen opferbereiten Einsatz in Zeiten der Not und Entbehrung ein
Zeugnis abgelegt haben. Wenn den Vätern in jenen notvollen Zeiten der Glaube
nicht tuirklich Halt und Hoffnung gewesen wäre, so hätten sie nicht in ihrer
Verlassenheit am Urwaldsrand, wo sie in den ersten fahren ihrer harten Siedler-
arbeit die Predigt des göttlichen Wortes völlig entbehren mussten, dem Glauben
die Treue bewahren können. Unser Lesebüchlein berichtet davon, wie unter Not
und den armseligsten Verhältnissen Gemeinde wurde, in deren Mitte bis auf diesen
Tag das Zeugnis des Glaubens an den gekreuzigten und auferstandenen Herrn und
Heiland Jesus Christus nicht verstummt ist. Wo solches geschieht und der
Name des Auferstandenen bekannt wird, da haben wir es nicht in erster Linie
mit einem Werk menschlichen Geistes zu tun — was ist schon der Menschen
Werk und Geist? — sondern mit dem Werk des heiligen Geistes, der da „be-
ruft, sammelt. . . und erhält im rechten einigen Glauben". So darf das Lese-
büchlein mit seinen Aufsätzen über die Anfänge verschiedener Gemeinden und
die ersten Boten des Evangeliums in den Urwald Siedlungen unseres Staates ein
Zeugnis davon geben, wie der Herr in seiner Barmherzigkeit schwaches menschli-
ches Tun gesagnet hat. Ein Blick in die Vergangenheit unserer Gemeinden
und die Kenntnis ihrer von Not icnd Schwachheit begleiteten geschichtlichen
Entwicklung geben um angesichts der feindlichen und zersetzenden Mächte des
PREFÁCIO
Feliz coincidência poder sair do prelo justamente por ocasião do cinquente-
nário do Sínodo Evangélico de Santa Catarina e Paraná o já há muito plane-
jado livrinho de história eclesiástica do Sínodo! Seja, pois, este livrinho de lei-
tura publicado à guisa de escrito festival, a fim de relembrar, por seus artigos,
quão penosos e hoje mal imagináveis foram os começos primitivos dos quais se
desenvolveram as comunidades do Sínodo. O que não foi preciso sofrer, de
quanto abster-se, o quanto lutar, até que houvesse comunidades vigorosas que
reconhecessem a sua comum tarefa eclesiástica, congregando-se no ano de 1911
para formar uma liga evangélica de comunidades, nome inicialmente dado ao
Sínodo.
Para o livrinho de leitura foi escolhido, após cuidadosa reflexão, o título
„Nossos Pais". Esta decisão não se estribou, em primeiro lugar, no pensamento de
erigir aos pais um monumento especial pelas árduas e bem sucedidas lutas rente às
selvas — debilidade e fracasso humano também entre êles se econtrava abundan-
temente, fato que se refle te em muita folha nas crónicas das comunidades. Antes
aquela epígrafe se deve ao desejo de incutir, pelo presente livrinho, na geração ho-
dierna, mormente na juventude, que tão facilmente perde a ligação com a sua
igreja, abandonando a fé como poder redentor e preservante na vida, digo de incu-
tir nela o amor e respeito à sua Igreja Evangélica, em cujo fator os seus pais
testemunharam por meio de um empenho abnegado em tempos de miséria. Não
lhes fosse, nestes tempos difíceis, a fé sustentáculo e esperança, não poderiam
manter-se fiéis em seu desabandono à margem da mata virgem, faltando-lhes
ali, nos primeiros anos do árduo trabalho colonizador, por completo, a pregação
da Palavra 'Divina. O nosso livrinho conta como nascia, sob miséria e condições
paupérrimas, comunidade em cujo seio até ao presente dia não emudeceu o
testemunho de fé no Senhor crucificado e ressurreto, no salvador Jesus Cristo.
Onde tal acontece, tornando-se conhecido o nome do ressurreto, não deparamos
com a obra de espírito humano — o que já representa obra e espírito do ho-
mem? — mas com a obra do Espírito Santo que „chama, reúne. . . e conserva
na verdadeira, única fé". Assim, pois, o livrinho de leitura de história ecle-
siástica, com os seus artigos sobre os covieços de diversas comunidades e os pri-
meiros mensageiros do Evangelho nas colónias selváticas de nosso Estado, pode
dar testemtmho de como o Senhor, em sua misericórdia, abençoou o deficiente
feito humano.
Um olhar ao passado das nossas comunidades e o conhecimento do seu
desenvolvimento histórico, acompanhado de miséria e fraqueza, hão de dar-nos
em nossos dias, ante os poderes hostis que visam deteriorar o cristianismo, mo-
tivo fundado, de confiar também futuramente na fôrça preservante e revigora-
Christentums in unseren Tagen begründete Ursache, auch in Zukunft der
bewahrenden und stärkenden Kraft des Auferstandenen zu vertrauen, der bei
■uns ist alle Tage bis an der Welt Ende. Er hat zu allen Zeiten und besonders
in Zeiten der Bedrängnis seiner Kirche, die aus seinem Wort und in seinem
Wort lebt, die Kraft zum frohen Bekenntnis und treuen Durchhalten geschenkt,
Sie lebt der Gewissheit , dass Er wiederkommen wird, um die Seinen der Vollen-
dung entgegenzii führen. Das ist ihr Glaube und das ist ihre Hoffnung. In die-
sem Glauben und in dieser Hoffnung wird sie auch immer den Auftrag ihres
Herrn ausrichten und darin nicht müde werden.
So möge dieses kirchengeschichtliche Lesebüchlein das wir zum 50- jährigen
Bestehen unserer Evangelischen Synode von Sta. Catarina und Paraná den Ge-
meinden übergeben können, dazu dienen, dass unserer gegenwärtigen Genera-
tion durch dieses Büchlein der Blick für das göttliche Wunder einer Kirchwerdung
unter viel Not und Schwachheit geweitet wird und sie in dem geschichtlichen
Geschehen, das zur Bildung unserer Synode geführt hat, die barmherzige und
führende Hand dessen sehen lernt, der durch schwache Menschen seine Kirche
baut und erhält. Der Herr möge auch fernerhin seinen Segen auf unsere kirchliche
Arbeit legen, dass sie zum Heil der Seelen und zu seines Namens Ehre allezeit
geschehe'.
Dem Bearbeiter des Kirchengeschichtlichen Lesebückleins, Herrn Pfarrer Max-
Heinrich Flos, den Verfassern der Aufsätze und dem Übersetzer dieses Büchleins,
Herrn Dr. Ivo von Wangenheim, sei für die wertvolle Arbeit, Vergangenes und
Vergessenes wieder vergegenwärtigt zu haben, aufrichtigst gedankt.
„Lobe den Herrn, meine Seele, und was in mir ist
seinen heiligen Namen!
Lobe den Herrn meine Seele, und vergiss nicht,
was er dir Gutes getan hat:
der dir alle deine Sünde vergibt und heilet
alle deine Gebrechen,
der dein Leben vom Verderben erlöst,
der dich krönet mit Gnade und Barmherzigkeit."
Psalm 103, 1 — ♦
Rio do Sul, zum 6. August 1961.
Hermann Stoer
Präses der Evgl. Synode von
Sta. Catarina und Paraná
dora do ressurreto que está conosco todos os dias até a consumação do século.
Êle concedeu em todos os tempos e sobretudo em tempos de assédio à sua
Igreja, que vive pela Palavra e na Sua Palavra, a força de uma confissão jubi-
losa e persistência fiel. Ela vive na certeza que Êle virá para levar os seus
à consumação. Esta é a sua fé e esperança. Nesta fé e nesta esperança ela
sempre continuará cumprindo a missão que lhe foi confiada pelo Senhor e nisto
não se cansará.
Sirva, pois, este livrinho de leitura de história eclesiástica, que podemos
entregar às comunidades por ocasião do cinquentenário do Sínodo Evangélico
de Santa Catarina e Paraná, para ampliar a visão da geração atual em relação
ao milagre divino da formação de uma Igreja sob milita dificuldade e fraqueza.
Que esta geração aprenda a perceber no desenrolar histórico dos acontecimentos,
que resultaram na constituição do nosso Sínodo, a mão misericordiosa daquele
que usa homens fracos para edificar e conservar a sua igreja. O Senhor queira
abençoar também no porvir o nosso trabalho eclesiástico, que se realize sempre
em favor da salvação das almas e em maior honra de seu nome!
Ao coordenador do livrinho de leitura de história eclesiástica. Remo. pastor
Max-Heinrich Fios, bem como aos autores dos artigos e ao tradutor do livrinho,
Dr. Ivo von Wangenheim, expressamos profundo e sincero agradecimento pelo
prestimoso trabalho de terem trazido a lume fatos passados e esqtiecidos.
„Bendize, 6 minha alma, ao Senhor!
E tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome
Bendize, ó minha alma ao Senhor,
E não te esqueças de nem um só de seus benefícios.
Êle é quem perdoa todas as tuas iniqUidades;
Quem sara todas as tuas enfermidades;
Quem da cova redime a tua vida,
E te coroa de graça e misericórdia." Salmo 103, 1 — 4.
Rio do Sul, em 6 de agósto de 1961.
Hermann Stoer
Presidente do Sínodo Evangélico
de Santa Catarina e Paraná
1.
Auswanderung und Überfahrt. (Hier hören wir, wie es unseren Vätern
bei der Auswanderung zu Mute war) Seite 14
2.
Schwerer Anfang. (Ein nachdenklich stimmendes Kapitel, das vom Ur-
walde, vom Heimweh, von gelbem Fieber und Indianern berichtet) 22
3.
Blumenau 1868. (Dies ist der Text der Denkschrift, die einst im Grund-
steine der Kirche eingemauert wurde) 32
4.
Predigt vor Hundert Jahren. (Auszüge aus den Predigten von Pastor Hesse
in Blumenau, die vor kurzem aufgefunden wurden) 42
5.
Predigt bei Einweihung der Kirche in Badenfurt. (Nicht nur für die Ba-
denfurter, sondern für alle Leser eine ungekürzte Predigt aus dem
Jahr 1872) 52
6.
Kanzelnachrichten aus vergangenen Tagen. (Pastor Dübbers in Blumenau
berichtet über das wohl erhaltene, älteste Kanzelbuch seiner Kirche,
1857—1865) 60
7,
Aus der Geschichte der Gemeinde Itoupava-Central. (Pastor Weingaertner
interviewt ein altes Gemeindeglied und beurteilt spätere, schwere
Jahre) 68
8.
Erinnerungen eines geborenen Testoaners. (Lehrer J. Ehlert hat das Werden
von Rio do Testo miterlebt und erzählt die Geschichte eines Ortes, der
heute zu 95% evangelisch ist) 76
9.
Eine Episode aus dem alten Curitiba. (Frau Pastor Frank ist lange in Bra-
silien und hat viel erlebt) 88
10.
Mein Lebensweg und Lebenskampf. (Hier berichtet ein alter Pommer,
Butzke t in Timbó, über sein Leben in Deutschland und Brasilien) 96
11.
Mancherlei Schwierigkeiten. (Pastor Prinz erzählt aus den Anfängen der
Gemeinde São Bento do Sul und findet einen erquickenden Schluss) 102
12.
Weihnachten im Urwalde. (Hier hören wir aus den Erinnerungen eines
alten Pfarrers, Wilhelm Lange t, einst in der Gemeinde Brüdertal) 108
10
1.
Emigração e travessia. (Aqui escutaremos os nossos antepassados, quanto à
2.
Todo começo é difícil. (Um capítulo que fala sobre as dificuldades ini-
ciais, sobre saudades e perigos que os emigrantes tinham que enfrentar
e vencer) 23
3.
Blumenau 1868. (Eis o documento que outrora fôra colocado na pedra fun-
damental da Igreja Evangélica de Blvimenau) 33
4.
Assim se pregava há cem anos. (Alguns trechos das pregações do Pastor
Hesse, em Blumenau, que só agora foram encontradas e transcritas) . 43
5.
Prédica por ocasião da inauguração da Igreja em Badenfurt. (Não somente
para os Badenfurtenses, mas sim para todos os interessados uma prédica
integral do ano de 1872) 53
€.
Mensagens do púlpito de dias idos. (Pastor Duebbers, em Blumenau, cita
sobre o bem conservado livro dos anúncios do púlpito nos anos
1857—1865) 61
7.
Da história da Comunidade de Itoupava Central. (Pastor Weingaertner fala
com um velho membro da Comunidade e medita sôbre posteriores
pesados) 69
8.
Memórias de um veterano testoense. (O professor J. Ehlert relata a história
de um núcleo de colonização que hoje conta com 95% de almas
evangélicas) 77
9.
Um episódio da velha Curitiba. (A esposa do Pastor Frank, há muito tempo
no Brasil, é conhecedora profunda do passado) 89
10.
O percurso e a luta da minha vida. (Aqui fala um velho pomerano,
Butzke t em Timbó, sôbre sua vida na Alemanha e no Brasil) ... 97
11.
Diversas dificuldades. (Pastor Prinz, historiando sôbre o início da Comu-
nidade de São Bento do Sul, encontra um final confortável) 103
12.
Natal na mata virgem. (Aqui escutaremos das recordações de um vete-
rano Pastor, Wilhelm Lange t, então pároco da Comunidade de
Brüdertal) 109
11
13.
„Die Herren sind nämlich Protestanten!" (Ein Lübecker Arzt, Dr. Avé-
Lallemant, weilt 1858 in Destêrro, dem späteren Florianópolis, und hat
mancherlei Erlebnisse) Seite 120
14.
Ein grosszügiges Projekt. (Ein junger Pfarrer gründet eine Evangelische
GEMEINDE mit drei Abteilungen: Kirche, Schule und Friedhof. Ge-
schehen 1869 in Destêrro) 128
ly.
Von Heute und Gestern. (Einst waren es 32, heute sind es 12 Familien,
aber die Gemeinde Santo Amaro da Imperatriz will bestehen!) 136
16.
Die Auswanderer vom ,,Eridano" 1846. (Dr. Avé-Lallemant besucht wei-
ter die Kolonie Santa Isabel und trifft unerwartet alte Bekannte) 144
17.
Hoher Besuch am Bugerbach. (J. J. von Tschudi, dem die brasilianische
Regierung ein Kriegsschiff zur Verfügung stellte, besichtigt Santa Isa-
bel Es war im Jahr 1861) 150
18.
Wer war Johann Jakob von Tschudi? (Nach ziemlichem Vergessen ist
es imsere Pflicht, ein Wort dankbaren Gedenkens zu sagen) 158
19.
Ein junger Lehrer in der Einsamkeit. (Zwei Briefe Pastor Zluhan's zu
Neujahr 1871 aus seinem kürzlich aufgefundenen Brief kopierbuch) 166
20.
Basler Verkündigung. (Auch gedruckte Predigten können selten sein. Nur
ein Exemplar kennen wir von Pastor Tischhauser's „schlichtem Zeugnis
aus dem Urwalde Brasiliens") 174
21.
Corupá. (Frau Klara G. Herrmann ist in „Hansa-Humboldt", gegründet
1897, zu Haus und erzählt die Geschichte der Gemeinde bis in die
Gegenwart) 182
22.
Der „Hansabote". (Als Geistlicher und Kolonist spricht Pastor Dr. Aldinger
über Siedlung im 20. Jahrhundert und seine praktischen Erfahrungen
in ,,Hansa-Hammônia", heute Ibirama) 188
23.
Wie war's nun eigentlich mit Turm und Glocken? (Ein grundsätzliches,
aber wenig bekanntes Kapitel in drei Teilen: Britische Hartnäckigkeit,
heiteres Zwischenspiel und Einweihung des Turmes) 200
24.
Vergiss das Gestern nicht! (Präses Stoer betrachtet seine kaum SO Jahre
alte Gemeinde Rio do Sul und findet vergessene Stätten, aus denen
Heute und Morgen geboren werden) 210
12
13.
„Acontece que eles são protestantes". (Um médico alemão, Dr. Avé-
Lallemant, visita no ano de 185 8 a cidade de Desterro, atual Florianó-
14.
Um projeto fascinante. (Um jovem Pastor fundou uma COMUNIDADE
Evangélica, composta de três seções: Igreja, escola e cemitério. Acon-
teceu no ano de 1869 em Desterro) 129
15.
De hoje e de ontem. (Outrora contando com 32 e hoje somente com 12 fa-
mílias, porém a Comunidade Evangélica de Santo Amaro da Impera-
triz fica firme) 137
16.
Os emigrantes do „Eridano" 1846. (O Dr. Avé-Lallemant em visita à co-
lónia de Santa Isabel encontra-se inesperadamente, com bons conhe-
cidos) 145
17.
ilustre visitante no Rio dos Bugres. (J. J. von Tschudi, por ordem do Go-
verno Brasileiro com um navio de guerra à disposição, visita Santa
Isabel no ano de 1861) 151
18.
Quem foi Johann Jakob von Tschudi? (Após de bastante esquecimento
cumpre nos render-lhe agradecidos uma bem merecida homenagem) . 159
19.
Um jovem professor na solidão. (Duas cartas de Ano Novo 1871, do Pastor
Zluhan, que se encontram no seu copiador há pouco descoberto) 167
20.
Pregação basiliense. (Também prédicas impressas podem ser raras; conhe-
cemos somente um exemplar do livrinho que Pastor Tischhauser pu-
blicou na cidade de Basiléia em 1870) 175
21.
Corupá. (A sra. d. Klara G. Herrmann, da vila „Hansa-Humboldt", fundada
em 1897, versa sôbre a Comunidade, desde a sua fundação até os dias
de hoje) 183
22.
,,Der Hansabote". (O Pastor Dr. Aldinger, na sua qualidade de pastor e
colono, fala sôbre a colonização do século XX, bem como relata sôbre
suas experiências, obtidas em „Hansa-Hamönia", atual Ibirama) 189
23.
Como foi realmente o caso da tôrre e dos sinos. (Um capítulo fundamental,
mas pouco conhecido, em três partes: Influência britânica, intermezzo
alegre e inauguração da torre) 201
24.
Reminiscências do passado (Präses Stoer analisando a Comunidade de Rio
do Sul que conta com quase 50 anos, encontra lugares esquecidos dos
quais nascerão o hoje e o amanhã) 211
13
Auswanderung und
Uberfahrt
Auswandern! Welch ein Welt von Sorge, Unsicherheit und Hoffnung birgt
sich in diesem einen Worte! Steigen nicht sofort Bilder auf, die das Wort veran-
schaulichen? Auswandern! Das ist der Abschied von daheim, der Abschied vom
alten Hause mit den vertrauten Stuben, von Hof und Garten, vom alten Birn-
baum, den noch der Grossvater pflanzte, vom Kaelbchen im Stalle. Das ist die
Trennung auch von Verwandten, Freunden und Nachbarn. Und dies alles um-
spannt eine grosse Klammer, die da heisst: Unsicherheit, absolute Sorge um die
Existenz. Die Sorge zunächst über die Fahrt auf See; wer von den Binnen-
länden kannte das Meer, mochte je zuvor ein Segelschiff gesehen haben? Dann
die bange Ungewissheit über das Ziel der Reise, über das neue Land, das man
nur vom Hörensagen kannte. Würde die Familie gesund bleiben, würde ihnen
Gott einen neuen Anfang schenken? Im Dunkeln lag die Zukunft. Es gehörte
wahrlich Stärke dazu, den Entschluss zum Auswandern zu fassen. Deutsche
Auswanderung aber ist ein Zeichen deutscher Not. Sei es, dass das Handwerk
nicht mehr seinen Mann ernährte, sei es, dass Grund und Boden ausgesogen wa-
ren und nur armselige Ernten brachten, sei es, dass so mancher zwar ein gesicher-
tes Leben, doch keinerlei Möglichkeit zum Aufstieg hatte, immer stand die
Not hinter den Menschen. Nun hatte der Kaiser von Brasilien gerufen; er
brauchte Siedler für sein weites Reich. Dom Pedro rief, und viele Deutsche
folgten. Wie ihnen zumute war, zeigt ein kleines Flugblatt, das einst in Ham-
burg gedruckt wurde. Darin heisst es:
„Wir treten jetzt die Reise zum Land Brasilien an.
Sei bey uns, Herr, und weise, ja mache selbst die Bahn.
Sei bey uns auf dem Meere mit Deiner Vaterhand,
So kommen wir ganz sicher in das Brasilienland.
„Willkommen", spricht der Kayser. „Willkommen seyd ihr mir.
Ihr sollt Antheil bekommen an meines Land's Revier.
Ich will euch wohl beschützen mit gnadenreicher Hand,
Ihr, meine Unterthanen, in dem Brasilienland!"
So segelte Schiff auf Schiff hinaus und brachte Siedler und Soldaten.
Über die Dauer der Überfahrt ist manche Fabel im Umlauf. Die Schiff nach-
richten des damals in Rio de Janeiro erscheinenden „Diario do Governo" besei-
tigen jedoch alle Ungewissheit; für jedes Schiff finden wir genaue Angaben.
Das erste Auswandererschiff war das holländische Vollschiff „Argo" und kam
am 13. Januar 1824 in Rio an; es brauchte zur Überfahrt von Amsterdam über
Teneriffa nach Rio die ungewöhnlich lange Zeit von 122 Tagen; an Bord waren
251 deutsche Kolonisten und Frauen, und weitere 29 Mann zum Mihtärdienst;
während der Reise starben 14 Personen, darunter 2 Kinder. Das zweite Aus-
wandererschiff, die Hamburger „Carolina", hatte eine bessere Überfahrt und
traf am 13. April 1824 nach einer Reise von 80 Tagen aus Hamburg in Rio
14
Emigração e travessia
Emigrar! Que mundo de preocupações, incertezas e esperanças se reúne
nesta palavra! Não surgem logo na mente imagens que ilustram esta palavra?
Emigrar! É a despedida da pátria querida, da velha casa de quartos tão familia-
res, de terra e quintal, da velha macieira que ainda o avô havia plantado, do
bezerro no curral. É a separação de parentes e amigos e vizinhos. E isto tudo
ligado por um grande pensamento que diz: Incerteza absoluta, inquietação pela
existência. Primeiro é a preocupação da travessia pelo mar; qual daqueles homens
do interior conhecia o mar, teria visto jamais um veleiro? Depois a incerteza
sóbre o destino da viagem, da nova terra que só se conhecia pela palavra de ter-
ceiros. Permaneceria a família sã e sadia? Dar-lhes-ia Deus um novo começo?
O futuro jazia na obscuridade. O homem tinha que ser forte para tomar a
decisão da partida. Emigração alemã porém, é sinal de necessidade. Seja a pro-
fissão que não alimenta mais o homem, seja a terra gasta que não produz mais
o suficiente, seja a vida garantida mas sem possibilidades de avanço, sempre
era a necessidade que impelia os homens. Agora o Imperador do Brasil havia
chamado; êle precisava de homens para colonizar suas imensas terras. Dom Pedro
chamou e muitos alemães atenderam. O que êles sentiam, bem mostra um fo-
lheto impresso em Hamburgo naquela época que traduzimos aqui:
"Iniciamos agora a viagem para a terra brasileira.
Esteja conosco, Senhor, e guie, súm, faça Tu nosso caminho.
Esteja conosco no mar, com Tua mão paterna.
Que chegaremos bem felizes na terra brasileira.
Deus falou à Abraão: Abandona tua terra,
E parte para outra que Minha forte mão te indica.
Também nós confiamos na sagrada palavra divina
E partimos agora para a longinqua terra brasileira.
O navio enfuna as velas, em breve estaremos longe.
Juntamos nossas mãos e para Deus olhamos,
Que Êle nos proteja com Sua mão paterna,
E assim contentes navegamos para a brastlia.
Após muita palavra, ânsia e esperança.
Ouço um grande júbilo, e lá que vejo?
Ao longe no horizonte desconhecido,
Alegrem-se, irmãos, eu vejo a terra brasileira.
Lágrimas de alegria dos rostos caem ao colo.
Depois de muito sofrimento, grande é nosssa alegria.
Em breve, com o navio no pôrto, sob os pés a nova terra.
Deus nos acompanhou com Sua mão paterna.
Benvindo, diz o Imperador, benvindos sois à mim.
Tereis uma parte dos campos de minha terra.
Vos protegerei com minha mão benigna.
Vós, meus súditos, na terra brasileira."
15
ein; sie brachte 162 Deutsche, 16 Frauen und 51 Kinder. Das dritte Schiff
war die Hamburger „Anna Luise", die am 4. Juni 1824 nach einer Reise von
62 Tagen aus Hamburg in Rio ankam; sie hatte 269 Männer, 16 Frauen und
40 Kinder an Bord. Während die Kolonisten der beiden ersten Schiffe in Nova
Friburgo im Staate Rio angesiedelt wurden, wurden die der „Anna Luise" in
die alte Provinz São Pedro, das heutige Rio Grande do Sul, geleitet. Der Tag
ihrer Ankunft dort, der 25. Juli 1824, ist niemals vergessen worden. Sehen
wir noch einige weitere Daten an. Die Hamburger „Peter und Marie" brauchte
78 Tage, „Der Kranich", ebenfalls aus Hamburg, 75 Tage; das Hamburger
Barkschiff „Triton" nur 56 und das Hamburger Vollschiff „Wilhelmine" 64
Tage. Wir können bereits zusammenfassen und sagen, dass eine gute Reise im-
merhin zwei bis zwei einhalb Monate dauerte.
Wir haben lange nach einem zeitgenössischen Reisebericht gesucht, der
uns von diesen Monaten der Überfahrt erzählen könnte, bis wir in dem Werke
„Die Deutschen in Paraná, ein Jahrhundertbuch von Pastor W. Fugmann, Curi-
tiba 1929" die nachstehende Schilderung fanden. Hier hören wir von der
Überfahrt von Hamburg nach „Santa Catharina" oder Desterro, dem heutigen
Florianópohs, hören von Nebel, Sturm und Zwischendeck, von Seekrankheit und
Auflaufen des Schiffes, von Schiffszwieback und Wal- und Haifischen und
schUesslich vom Jubel bei glücklicher Ankunft:
„Es war am 8. Mai 1863, als wir, insgesamt 24 Personen, unter Musik-
begleitung und von vielen Bekannten umgeben, Römerstadt verliessen. „Ade
nun, mein liebes Österreich, nun sind wir von dir geschieden und müssen dich
verlassen!" Uns rannen die hellen Tränen über die Wangen.
In Hamburg mussten wir in das neue Auswandererhaus imd uns da 3 Tage
behelfen. Am zweiten Tage ging ich nach dem Hafen, um das Schiff zu sehen,
das uns nach Amerika bringen sollte. Wie erstaunte ich, denn ich sah zwei
Meilen im Umkreis nichts als lauter Mastspitzen. Niemand aber wusste, welches
davon unser Schiff ist. Hier im Hafen von Hamburg war das Wasser ganz
ruhig, und nun glaubten wir, es wäre überall so!
Am dritten Tage war das Schiff zur Abfahrt bereit, ein Segelschiff mit
Namen „Franklin". Unsere Sachen mussten wir selbst zum Hafen befördern,
aber erst am anderen Morgen wurden sie eingeladen, und kurz darauf nahm
uns ein Schleppdampfer aus dem Hamburger Hafen nach Cuxhaven.
Hier verblieben wir drei Tage, fuhren dann in den englischen Kanal, erhiel-
ten aber daselbst so starken Gegenwind, dass wir über 100 Meilen in die Nordsee
getrieben wurden. Wir waren doch Kälte gewohnt, aber da war es noch viel
kälter als bei uns! Und erst die Seekrankheit! Einer liegt da, der andere dort,
und da muss man sich vorstellen, wie wir gelegen haben!
Wir fuhren Zwischendeck und waren zusammengesperrt wie in einem
Hühnerstall; denn wir waren mehr als 2 50 Personen ohne Schiffspersonal. Oben
waren Betten eingerichtet, für vir oder fünf Personen, unten ebenfalls, aber
bei der Seekrankheit — so etwas muss man erleben. Wir waren alle seekrank im
höchsten Grade. Es ekelte uns vor Allem und wenn es die besten Speisen waren,
und hatte man wirklich Lust, etwas zu esen, dann behielt es der Magen nicht.
Acht Tage später kamen wir an dieselbe Stelle zurück, von der wir ausge-
fahren waren. Nun mussten wir also nochmals nach dem englischen Kanal se-
geln; dabei fuhren wir zweimal auf, imd das gab eine Erschütterimg, dass es
1«
Assim velejava navio após navio, levando colonos e soldados. Sobre a du-
ração da travessia as mais desencontradas fábulas se contavam. Basta contudo
ler as notícias dos navios que apareciam no "Diário do Governo", para que per-
camos todas as dúvidas. Para cada navio há os dados completos. O primeiro navio
com emigrantes foi a galera holandesa "Argo" que chegou à 13 de janeiro de
1824 no Rio de Janeiro; precisou para a travessia de Amsterdam por Tenerife o
tempo fora do comum de 122 dias. Achavam-se à bordo 251 colonos e mulheres
alemães e mais 29 homens para o serviço militar; durante a viagem morreram
14 pessoas ,entre elas 2 crianças. O segundo navio foi a galera hamburguesa
"Carolina", que fez uma viagem melhor e chegou ao Rio em 13 de abril de
1824, depois de 80 dias no mar. Trazia 162 alemães, 16 mulheres e 51 crianças.
O terceiro navio, também de Hamburgo, "Anna Luise" chegou à 4 de junho
de 1824 após 62 dias com 269 homens, 16 mulheres e 40 crianças. Enquanto
os colonos dos dois primeiros navios foram enviados à Nova Friburgo, no estado
do Rio, os da "Anna Luise" foram enviados à província de São Pedro, hoje Rio
Grande do Sul. O dia de sua chegada lá, 2 5 de julho de 1824, nunca foi esque-
cido. Vejamos mais algumas datas de navios hamburguêses: "Peter und Marie"
levou 78 dias, "Der Kranich" 75, o "Triton" apenas 56 e a galera "Wilhelmine"
64. Resumindo pode-$e dizer que uma boa viagem sempre durava de dois à
dois e meio meses.
Procuramos durante muito tempo conseguir um relato daquela época sôbre
uma viagem de travessia. Encontramos finalmente na obra "Die Deutschen in
Paraná, ein Jahrhundertbuch von Pastor W. Fugmann, Curitiba 1929" a des-
crição que se segue. O autor escreve sôbre a viagem de Hamburgo à Desterro,
hoje Florianópolis, escreve sôbre neblina, tempestade e a vida na entreponte, sôbre
mal do mar e encalhe do navio, sôbre bolachas de munição, baleias e tubarões
e finalmente sôbre a feliz chegada ao destino:
"Foi no dia 8 de maio de 1863 quando nós, num total de 24 pessoas, dei-
xamos Roemerstadt, rodeados de parentes e acompanhados pela banda musical.
"Adeus, querida Áustria, temos que partir e te abandonar!" As lágrimas nos es-
corriam pelo rosto.
Em Hamburgo nos esperou a Casa do Emigrante onde ficávamos três dias.
No segundo dia fui ao pôrto para ver o navio que nos levaria à América. Qual
não foi o meu espanto ao deparar numa selva de mastros, num raio de mais de
duas milhas. Ninguém porém sabia qual dêles era nosso navio. No pôrto as
águas eram calmas como um espelho, e nós inocentes pensamos que seria sempne
assim.
No terceiro dia o navio estava pronto para a partida, um veleiro de nome
"Franklin". Nós mesmos tínhamos que carregar nossos pertences até o pôrto,
porém apenas no dia seguinte foram levados à bordo, e pouco depois um rebo-
cador à vapor nos levou até Cuxhaven.
Aqui ficamos outra vez três dias, seguindo depois para o Canal Inglês. Lá
encontramos tão forte vento de proa, que o veleiro derivou mais de cem milhas
para o mar do Norte. Nós estávamos acostumados com frio, mas não com este
que não se comparava ao de casa! E os enjôos! Um está estirado aqui, outro
acolá, e imagine-se como estávamos!
17
uns durch Mark und Bein ging, und wir meinten, unsere letzte Stunde hätte
geschlagen.
So kamen wir in die Nordsee, wo bekanntlich ein arger Nebel herrscht.
Die Schiffe konnten sich bei Tag nur mit Glockengeläute und derlei Signalen
verständigen, bei Nacht wurden Raketen abgeschossen. Die Dampfschiffe frei-
lich haben häufig ihr Nebelhorn, das man meilenweit hört, aber wir fuhren
eben noch auf einem Segler.
Und richtig, trotzdem unsere Mannschaft wacker auf ihrem Posten war
und die Signale richtig ausgeführt wurden, wären wir doch bald um's Leben
gekommen. Trotz aller Signale kam plötzlich ein Schiff gerade auf uns zu, doch
unsere Leute machten eine schnelle Wendung, sodass das fremde Schiff knapp
an uns vorüberfuhr. Und nun ging's in's weite, offene Meer; wir begrüssten
noch die letzte Stadt auf europäischem Boden, die französische Stadt Calais,
und von nun an sahen wir nichts weiter als Himmel und Wasser!
Die Fahrt wäre wohl schön gewesen, aber Pfingstmontag, Dienstag und
Mittwoch hatten wir so fürchterlichen Sturm, dass wir armen Seekranken nicht
einmal auf Deck gehen durften, um Luft zu schöpfen. Wir wurden eingesperrt
und wussten nicht mehr, was um uns und über uns vorging. Ein Glück, dass
unser Schiff so schwer geladen war; denn hätte es der Sturm auf die Seite ge-
worfen, wären wir Eingesperrten elendig ertrunken.
Als wir auf Deck durften, sagte unser Kapitän selbst, dass er noch keinen
solchen Sturm erlebt hätte. Hunger litten wir wohl nicht während der Fahrt,
aber was es zu essen gab, waren wir nicht gewohnt, und das Wasser konnten
wir nicht trinken. Das Fleisch war gut. nur so stark gesalzen, dass man furcht-
bar durstig wurde, aber das Wasser in Fässern dick wie Jauche, voll Gestank und
Würmern, sodass man es nicht einmal sehen mochte. Wenn ich trinken musste,
drückte ich immer Nase und Augen zu, und so ging es vortrefflich. Der Zwie-
back, der auf dem Schiffe anstatt Brot benutzt wurde, musste schon vor vielen
Jahren gebacken worden sein, denn er war hart wie Stein, man hätte damit
einem Menschen den Kopf einschlagen können. So tauchten wir ihn denn in
Kaffee oder Tee; ob es uns schmeckte, darum kümmerte sich niemand, aber
der Hunger war doch gestillt.
Dann sahen wir Wal- und Haifische, und den grössten Spass machten uns
die fliegenden Fische. Sie fielen an Deck, wurden gesammelt und in der Küche
gebraten. Drei Monate waren wir nun schon zwischen Himmel und Wasser,
und noch immer liess sich kein Land sehen! Wir waren schon so verzweifelt
wie die Leute von Christoph Columbus.
Da, eines Morgens, es regnete und alles war in Nebel gehüllt, entdeckte
einer der Unseren am Horizont einen dunklen Fleck. Wir eilten zum Kapitän,
der nahm sein Fernrohr zur Hand und sagte uns, das wäre Land. Endlich Land!
Das war ein Jubel.
Wir waren in der Nähe von Brasilien, aber doch noch 30 Meilen von der
Küste entfernt, aber uns machte die Hoffnung froh, dass wir nun bald das
Schiff verlassen und den Fuss wieder auf festen Boden setzen konnten. Es ver-
ging wieder einige Zeit, da kamen wir zu einem Hafen, dessen Einfahrt war
18
Viajávamos na entrecoberta, apertados como num galinheiro; éramos ao
todo mais de que 2 50 pessoas, sem contar a tripulação. Em cima havia camas
para quatro ou cinco pessoas, em baixo as mesmas camas, mas com êstes enjoos!
Tinhamos nojo de tudo até da melhor comida. Quando se tinha vontade de
comer algo, o estômago logo rejeitava tudo outra vêz.
Oito dias depois voltávamos ao ponto de partida. Tivemos que tomar nova-
mente a direção do Canal Inglês; tocamos fundo por duas vezes o que fez o
navio sacudir e gemer da maneira mais horrível. Pensamos que tinha chegado a
nossa última hora.
Assim chegamos ao mar do Norte, onde sempre há — como é sabido, densa
neblina. Os navios se comunicavam por meio de sinais com sinos e outros ins-
trumentos e à noite soltavam-se foguetes. Os navios à vapor naturalmente tinham
seu apito que era ouvido à milhas de distância, mas nós estávamos num veleiro.
E apesar da tripulação sempre estar a postos, quasi colidimos uma vêz
quando um navio saiu de repente da neblina, dirigindo-se diretamente sobre
nós. Apenas um rápido movimento de nosso navio nos salvou de vim trágico
fim; assim êle passou a pequena distância ao largo. A viagem continuou para
o mar aberto. Ainda saudamos a última cidade em solo europeu, a cidade fran-
cesa Calais, e dai em diante nada mais que céu e água.
A viagem teria sido muito boa se não fosse terrível tempestade que se
desencadeou na segunda-feira de Pentecostes e durou até quarta. Os pobres
doentes nem chegaram à tomar um pouco de ar no convés. Fomos trancados e
não sabíamos o que acontecia lá fora. Uma sorte que o navia estava carregado
tão pesado. Se êle virasse teríamos perecidos todos.
Quando pudemos subir ao convés outra vêz, nosso comandante mesmo
disse que tal tempestade nunca havia presenciado. Fome não sofremos durante
a viagem, mas a comida nos era estranha e a água não se podia beber sem
sentir náuseas. A carne tinha tanto sal que vivíamos eternamente sedentos, mas
a água era grossa e tinha uma porção de vermes. Quando eu tinha que beber,
fechava olhos e nariz, e assim dava para engulir. As bolachas que são usadas à
bordo ao invés de pão, devem ter sido feitas há muitos anos, pois são duras como
pedra, e talvez sirvam como arma. Assim mergulhávamos as bolachas no chá
ou café; se nós gostávamos ou não, ninguém perguntava .O importante era
que a fome passava.
Outra vez vimos tubarões e baleias ,mas o mais interessante eram os peixes
voadores, dos quais sempre havia grande quantidade no convés pela manhã.
De lá eram recolhidos para a cozinha. Já viajávamos três meses entre céu e
água, sem sinal de terra e estávamos ficando desesperados como os marujos de
Cristóvão Colombo .
Numa manhã, chuvosa e brumosa, um dos nossos descobriu de repente
uma massa escura no horizonte. Corremos ao comandante que depois de olhar pelo
binóculo disse que aquilo era terra. Enfim terra! A alegria era geral.
Já estávamos perto do Brasil, porém ainda umas trinta milhas da costa, e
a esperança de abandonar o navio e colocar enfim os pés em terra firme alegrou-
19
ganz von Bergen eingeschlossen, auch gingen in Folge des starken Windes die
Wellen hoch und brachen sich mächtig an den Felswänden; der Kapitän sah
ein, dass es unmöglich sei, durchzufahren. Er liess also Anker werfen, um abzu-
warten, bis besserer Wind eintrete.
Am anderen Morgen konnten wir weiterfahren und erreichten noch am
selben Tage Santa Catharina. Doch auch hier mussten wir ankern wegen schlech-
ter Einfahrt. Von weitem sahen wir Berge, und dass wir nicht mehr weit vom
Lande waren, erkannten wir daraus, dass Gras und Strauchwerk im Wasser
herumschwammen.
Am anderen Morgen waren wir ganz selig, als der Lotse angefahren kam,
um uns an die Stelle zu leiten, wo wir landen konnten. Andere Boote hatten
Orangen und Bananen mitgebracht und uns zugeworfen; wir Hessen sie uns
prächtig schmecken. Der Anker wurde emporgezogen, und unter Führung des
Lotsen fuhren wir weiter.
Da fuhr unser Schiff einen Felsen an, derart, dass wir alle zusammen-
zuckten und vermeinten, wir würden im Leben den Fuss nie auf brasiliani-
schen Boden setzen, und es würde uns wohl so gehen wie unserem Kameraden
Manoel Schaffer, der acht Tage zuvor gestorben war; sein Körper war in Se-
geltuch eingenäht und in's Meer versenkt worden. Als wir nun endlich in Santa
Catharina eingelaufen waren, sollten wir noch durch drei Tage nicht an's Land
dürfen.
Aber ich war der Sache überdruessig, ging zum Kapitän und verlangte
Erlaubnis, an's Land gehen zu dürfen. Wir waren in den drei Monaten unseres
Zusammenseins gute Freunde geworden; ich hatte vieles für ihn genäht und
ihm manchen Hosenknopf festgesetzt. Man nannte mich einfach Schneider, und
das war ich auch; denn wenn es galt, tüchtig aufzuschneiden und Spass zu
machen, da war ich dabei!
Da ich versprach, es heimlich zu tun, damit die anderen nicht die gleiche
Lust anwandelte, erhielt ich auch seine Erlaubnis. Den dritten Tag wurden un-
sere Sachen ausgeladen, wir durften alle an's Land, und nun konnte ich mir
die Landschaft erst richtig ansehen, die schönen Palmen und Bananenbäume,
welche ich noch nie in der Natur gesehen hatte. Ich fühlte mich bei diesem
Anblick wie neu geboren und in ein besseres, schöneres Land als meine Heimat
versetzt
(gez.) Antonio Pospissil".
Soweit der Reisebericht unseres Römerstädter Auswanderers, einer unter
Tausenden, die hinauszogen, eine neue Heimat zu suchen.
fl
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nos a todos. Depois de algum tempo entramos num pôrto rodeado de altas mon-
tanhas, onde as ondas rebentavam nos rochedos .fustigadas pelo vento. O co-
mandante notou que com este tempo era impossível entrar; mandou baixar ferros
e esperar que o vento amainasse.
Na manhã seguinte pudemos continuar e chegamos no mesmo dia em
Santa Catarina (lege Desterro). Também aqui tivemos que ancorar fora devido
ao mau tempo. Ao longe viam-se sombras de morros, e que não se estava longe
da terra, o capim e os galhos flutuantes atestavam.
No outro dia para nossa agradável surpresa chegou o prático para nos
dirigir para dentro do pôrto para onde pudéssemos ancorar. Canoas haviam ro-
deado nosso navio, jogando-nos bananas e laranjas. Tinham gosto muito bom.
Levantamos ferro e sob a direção do prático continuamos viagem.
De repente o navio bateu numa pedra, e pensamos que nunca poríamos os
pés no Brasil vivos, como aconteceu com nosso colega Manoel Schaffer. Havia
falecido oito dias antes e seu corpo costurado numa lona havia sido mergulhado
nas ondas. Quando enfim chegamos, ainda deveríamos ficar três dias à bordo.
Porém eu estava aborrecido com esta demora tôda e fui ao comandante pedir
licença para ir em terra. Tínhamos ficado bons amigos durante os três meses
de viagem e muito botão de calça lhe havia costurado. Chamavam-me simples-
mente de alfaiate, o que eu realmente era; e quando se tratava de contar histórias
ou fazer piadas, eu sempre era o primeiro (há aqui um trocadilho que não se
pode reproduzir: Schneider — aufschneiden).
Como eu prometesse fazê-lo secretamente, comandante o permitiu. No ter-
ceiro dia nossas coisas foram descarregadas e todos pudemos desembarcar e eu
pude reconhecer os arredores, com bonitas palmeiras e bananeiras que eu nunca
havia visto na natureza. Senti -me como que recém-nascido nesta bela terra e
não poderia ter escolhido melhor pátria nova
(ass.) Antonio Pospissil".
Êste é o relatório de um dos milhares de emigrantes que saíram à procura
de nova pátria, encontrando-a no Brasil.
Pastor Fios
trad. Dr. Ivo von Wangenheim.
21
Schwerer Anfang
In diesem Büchlein sollen so weit wie möglich die Menschen von einst zu
Worte kommen; aus alten Schriften und Veröffentlichungen wollen wir die
Stimme jener hören, die an dem Geschehen persönlich beteiligt waren. Was
nützt uns der schwungvollst geschriebene Artikel, wenn er Geschichte darstellt,
wie sie vielleicht einmal gewesen sein könnte, aber nicht, wie sie wirklich war.
Nicht dichterische Einbildungskraft, sondern Dokumente schaffen ein geschicht-
liches Werk. Ob diese Quellen zum ersten Male veröffentlicht werden, wie es
häufiger auf den späteren Seiten geschieht, oder ob sie bereits in anderem Zu-
sammenhang im Druck erschienen sind, ist eine Frage von untergeordneter Be-
deutung. Es kommt uns darauf an, die Geschichte schreiben zu lassen von
denen, die dabei waren.
So werden wir auch unser Thema ,, Schwerer Anfang" behandeln und zeit-
genössische Berichte lose aneinanderstellen. Zunächst fanden wir in der „Chro-
nik der Pfarrgemeinde Santa Isabel der ältesten deutsch-evangelischen Siedlung
in Santa Catharina von Hermann Stoer Pfarrer" eine Schilderung, der wir die
Überschrift geben:
IM URWALDE VERIRRT.
,,Zu den ersten Siedlern in ,, Zweite Linie" gehörte die Familie Scharf. Ein
Sohn des eingewanderten Scharf hinterliess seinen Kindern eine kurze Geschichte
seines Lebens. Er berichtete: ,,Ich bin am 5. Januar 1851 in Bayern, im Re-
gierungsbezirk Kaiserslautern, geboren. Mit 1 1 Jahren wurde ich konfirmiert,
weil wir nach Brasilien auswanderten. Am 9. April 1862 fuhren wir mit einem
Rheindampfer von Bingen bis Köln. Von dort brachte uns die Eisenbahn nach
Antwerpen, von wo wir mit einem Segler in See stachen. 78 Tage dauerte
die Seereise ohne Unterbrechung. In Desterro gingen wir an Land. Von Pa-
lhoça aus wurden wir durch enge Pikaden in die neuen Ländereien oberhalb
Santa Isabels geschickt. Sechs Monate lang wurden wir von der Regierung mit
Geld und Arbeitsgerät unterstützt. Mein Vater und mein Grossvater waren
drüben Zimmerleute und hatten ihr gutes Auskommen. Mein Vater verirrte
sich eines Tages hier im Urwald (in der heutigen „Scharfe Linie") und kam
nicht wieder zum Vorschein. Nach neun Monaten ständigen Suchens fanden
wir seinen Leichnam. Dieses Unglück forderte damals unser ganzes Vermögen,
sodass wir verarmten".
Nach diesem tragischen Einzelschicksal hören wir von den Anfängen einer
Auswanderergruppe mitten im Urwald. Wir fanden die zeitgenössissche Schil-
derung in der Festschrift von Pastor Fr. Wuestner „Kirchengemeinde Joinville
1851 — 1951, Evangelisches Bekennen in Schwachheit und Kraft" und geben
ihr die Überschrift:
SCHWÜLER, BRODELNDER SUMPF
„Eine Lichtung war die Kolonie von etwa 12 Morgen Flächenraum in einer
von Hügeln umgebenen Ebene, mit sumpfigem Boden, weil das Wasser nirgends
Abfluss hatte, ringsum von dichtem Urwald, wie von einer Mauer eingeschlossen,
22
Todo começo é difícil
Neste livrete vamos tentar reproduzir o que falaram as pessoas do passado.
Ouviremos de velhas escrituras e publicações as vozes daqueles que tomaram
parte nos acontecimentos. O que nos adianta o melhor artigo, quando êle conta
a história como ela poderia ter sido, e não como realmente foi. Não é imagi-
nação poética ou épica, mas documentos que formam uma obra histórica. Se
estas fontes são publicadas pela primeira vez — como acontece com freqiiência
nas páginas seguintes — ou se já foram impressas noutra ocasião, é pergunta
de somenos importância. Interessa-nos deixar escrever a história, aqueles que
a viveram.
Assim também trataremos nosso tema de „Todo começo é difícil"; uma
seqiiência solta de relatos. Primeiramente achamos na ,, Chronik der Pfarrgemein-
de Santa Isabel der ältesten deutschen evangelischen Siedlung in Santa Catarina
von Hermann Stoer Pfarrer (Crónica da Comunidade Evangélica de Santa Isa-
bel, a mais antiga colónia evangélica alemã em Santa Catarina, de Hermann
Stoer, pastor) um episódio que intitulamos:
PERDIDO NA SELVA
A família Scharf era dos primeiros colonos pertencentes à ,, Zweite Linie".
Um filho do emigrante Scharf deixou à seus filhos uma pequena história de
sua vida. Contou assim: ,, Nasci em 5 de janeiro de 1851 no governo de Kaisers-
lautern na Baviera. Fui confirmado com 1 1 anos, porque emigramos para o
Brasil. À 9 de abril de 1862 viajamos no rio Reno num navio de vapor de
Bingen até Colónia. De lá o trem nos levou até Antuérpia onde tomamos um
veleiro. 78 dias durou a travessia, sem interrupção. Finalmente aportamos em
Desterro. De lá fomos até Palhoça, donde fomos enviados por estreitas picadas
para as novas terras acima de Santa Isabel. Durante seis meses o governo nos
ajudou com dinheiro e ferramentas para trabalhar. Meu pai e avô tinham sido
marceneiros na pátria e viviam bem aqui. Uma vez meu pai perdeu-se na
floresta (na „Scharfe Linie" de hoje) e não apareceu mais. Após nove meses
de contínua procura achamos o seu corpo. Esta infelicidade nos custou tôda a
fortuna, de modo que empobrecemos".
Após êste trágico destino, chegou-nos ao conhecimento o princípio de imi
grupo de colonos no meio da floresta. Achamos o relato datado daquela época na
publicação do Pastor Fr. Wuestner ,, Kirchengemeinde Joinville 1851 — 1951,
Evangelisches Bekennen in Schwachheit und Kraft" (Comunidade Joinville
1851 — 1951, Credo evangélico em fraqueza e força) e demos-lhe o título:
O PÂNTANO TRÁGICO
„A colónia num terreno de aproximadamente 3 hectares, numa planície
cercada de colinas, era uma clareira de chão pantanoso, porque a água não tinha
saída para parte alguma. Ao redor a selva densa formava um muro, e nada
mais existia na clareira que tocos de árvores e duas barracas compridas, cobertas
com folhas de palmeira, onde funcionavam a direção, o armazém e a moradia
23
und auf dieser Lichtung, ausser Baumstubben und Stümpfen, nichts als zwei
lange, mit Palmblättern gedeckte Baracken, in denen die Direktionskanzlei, das
Proviantmagazin, die Wohnung des Ingenieurs und seiner Arbeiter und nun
noch die 192 Eingewanderten mit Sack und Pack untergebracht werden mussten.
Unglücklicherweise regnete es dabei, was vom Himmel herunter wollte, und
der Regen schien zur Sintflut werden zu wollen; denn es goss weiter fast
Tag und Nacht in einem fort fast 6 Wochen lang, und werm zwischendurch
ja einmal die Sonne durch die Wolken brach, da brannten ihre Strahlen dermassen,
dass es förmlich brodelte in diesem Urwaldkessel und die darin zusammenge-
drängten Menschen schier verzweifeln zu müssen glaubten. Von oben Nässe,
von unten Nässe, überall Schwüle und dazu ganz ungewohnte, für solche Ver-
hältnisse wenig geeignete Nahrung. Kein Wunder, dass viele dieser ersten Ein-
wanderer erkrankten, dass nicht wenige der Erkrankten in kurzem dahinstarben,
und dass die wenigen, denen es wieder fortzukommen gelungen war, die ge-
rühmte Kolonie verwünschten und als ein greuliches Regen- und Sumpfloch
verschrieen".
Auch Blumenau hatte seinen schweren Anfang. In den „Plaudereien eines
alten Blumenauer Kolonisten" (bei: José Decke, Das Munizip Blumenau und
seine Entwicklungsgeschichte, 1917) finden wir wahrheitsgetreue Schilderungen,
von denen wir eine auswählen mit dem Titel:
DAS „EMPFANGSHAUS".
„Im Jahre 1856 kamen wir hier an, ein kleines Häuflein Einwanderer,
,,Neue Deutsche", wie sie genannt wurden, aus allen Gegenden des damals noch
ungeeinten deutschen Vaterlandes zusammengewürfelt, wie der Zufall es ge-
fügt hatte, durchschnittlich ganz arme, aber tüchtige Landarbeiter.
Es war im Sommer, dicht vor Weihnachten, als wir am sogenannten Stadt-
platz landeten. Der Platz war allerdings schon da — aber die Stadt? Von der
war vorläufig nichts zu sehen. Ein einziges Gebäude konnte auf den Namen
Haus Ansprach machen. In demselben befand sich der einzige Verkaufsladen
von ganz Blumenau und zugleich die Schreibstube des Direktors der Kolonie.
Alle anderen Gebäude waren nichts als jämmerliche Lehmhütten, teilweise noch
offen, mit Blättern gedeckt.
Wo sich heute palastähnliche Gebäude erheben, stand damals noch Baum
an Baum, üppiger Urwald. Affen und imzähliges andere Getier ttmimelten sich
trotz der vielen Jäger auf imd unter den Bävmien umher.
Nicht weit von der Mündung der Garcia in den Itajahy stand das für
uns Ankömmlinge wichtigste Gebäude — der Empfangsschuppen. Sehr einla-
dend sah er gerade nicht aus; von aussen wie von innen bot er einen trostlosen
Anblick; lang und schmal gebaut, in viele Abteilungen gesondert, einem ver-
fallenen Schafstall verzweifelt ähnlich, in dem man die Böcke von den Mutter-
schafen trennt.
Natürlich waren zum Bau nur Palmiten und Dachblätter verwendet wor-
den, die Wände bestanden aus Fachwerk und waren einmal mit Lehm beschmiert
gew«9cn. Da aber der ganze Schuppen von Zeit zu Zeit durch das Hochwasser
24
do engenheiro com os seus operários, e ainda 192 emigrantes com todo o seu
equipamento tinham que se acomodar. InfeUzmente chovia neste dia, e tor-
rencialmente. A chuva ameaçava transformar-se num dilúvio; pois continuou
quase ininterrupta por seis semanas. Quando o sol aparecia por vezes os seus
raios queimavam, e o caldeirão parecia ferver; os homens que nêle viviam,
julgavam que iam morrer. Havia umidade de cima, umidade de baixo, o calor
abafante, e além de tudo a alimentação era inadequada para as circunstâncias.
Não era de admirar que muitos adoeceram e mesmo alguns vieram à falecer.
Os poucos que escaparam, maldiziam a colónia como um horrível inferno pan-
tanoso".
Também Blumenau teve um começo difícil. Nas „Plaudereien eines alten
Blumenauer Kolonisten" bei: José Deeke, Das Munizip Blumenau und seine
Entwicklungsgeschichte, 1917 (Conversas de um velho colono de Blumenau"
em José Deeke, o Município de Blumenau e a história de seu desenvolvimento,
1917) achamos realísticos relatos dos quais selecionamos um de título:
O BARRACÃO DOS EMIGRANTES
,, Chegamos aqui em 18 56, um pequeno grupo de emigrantes, „novos ale-
mães" como éramos chamados, de tódas as partes da — naquela época ainda
não unida — pátria alemã. Na maioria éramos pobres, porém honestos la-
vradores.
Foi no verão, pouco antes de Natal quando fomos parar na assim chamada
„Praça da Cidade". A praça já existia, mas cadê cidade? Desta não se via
nada por enquanto. Um único edifício poderia ser chamado de casa. No mesmo
ficava o único armazém de tóda Blumenau e ao mesmo tempo escritório do
diretor da colónia. Tódas as outras construções nada mais eram que tristes e
decrépitas casas de barro com telhado de palha, ainda parcialmente abertas.
Onde hoje se erguem palácios residenciais, naquela época ainda as copas
das árvores se tocavam. Macacos brincavam por entre o arvoredo, apesar dos
caçadores.
Não longe da desembocadura do Garcia no Itajaí, erguia-se a construção
mais importante para o emigrante — o barracão dos emigrantes. Não parecia
muito convidativo por fora nem o era por dentro. Comprido e estreito, divi-
dido em muitos compartimentos, com triste semelhança à um estábulo onde
se separam os bodes das cabras com cria.
Naturalmente o único material de construção empregado era o palmito,
cujas fólhas o cobriam. As paredes um dia haviam sido cobertas de barro. Mas
as freqüentes enchentes já há muito haviam lavado êste barro que se acumulava
fora e dentro misturado à lama do chão.
Janelas e aberturas foram consideradas supérfluas; a porta não havia sido
colocada, e o lugar era indicado por uma larga abertura na parede, servindo assim
ao mesmo tempo para ventilação. O chão era de terra batida que não havia
sido planada.
Para encher as medidas, uma junta de bois havia escolhido o barracão como
2%
der Garcia überschwemmt wurde, so hatte der Lehm längst losgelassen und lag
nun, reichhch mit Schlamm vermischt, vor und in dem Schuppen.
Fenster und Luken waren für überflüssig erachtet worden, die Tür war
noch nicht eingesetzt, sondern durch eine grosse Öffnung in der Wand nur
angedeutet, für Ventilation war somit reichlich gesorgt. Die Dielen bestanden
aus Gottes blankem Erdboden, den man zu ebnen vergessen hatte.
Um das Mass voll zu machen, hatte sich ein Gespann Ochsen den Schuppen
als Standquartier erkoren und der Abwechslung wegen bald dieses, bald jenes
Gelass bezogen, in jedem seine Legitimation sehr deutlich zurücklassend. Auch
hatten die Tiere an dem Dache, soweit sie reichen konnten, ihren Mutwillen aus-
geübt, sodass an Oberlicht kein Mangel war.
Das traurige Gebäude war auf den hochtönenden Namen „Empfangshaus"
getauft, die einzelnen Koben nannte man Zimmer.
Die neuen Ankömmlinge hatten glücklicherweise noch nicht die Annehm-
lichkeiten und Freuden des Zwischendecks vergessen, und so hielten sie ohne
Murren ihren Einzug. Nur einige wenige, die drüben bessere Tage gesehen
hatten, murmelten etwas in den Bart, was nicht gerade schmeichelhaft klang.
Aber was half's? Mitgefangen, mitgehangen, hiess es hier. Eine andere Un-
terkunft war um keinen Preis zu beschaffen, also immer rein ins Vergnügen, es
wird schon gehen. Und es ging wirklich, besser als mancher gedacht hatte. Einer
half dem andern, sich in dem neuen Heim einzurichten, und nach kurzer Zeit
sah es schon leidlich wohnlich aus.
Doch war die Zeit, die wir im Schuppen zubringen mussten, für uns die
Zeit der schlimmsten Leiden. Unterstützung gab es nicht; die meisten waren
blutarm, einige hatten sogar Schulden, als sie hier ankamen, Verdienst gab es
nur wenig. Dazu kam die ungewohnte, langandauernde Hitze, das Ungeziefer,
vor dem man sich nicht retten konnte, die veränderte Kost, Akklimatisations-
beschwerden usw. Viele hatten auch Heimweh. Kurz, es erging uns, wie es
allen Neulingen ergeht; wir mussten uns erst hineinfinden und hineinleben
in die uns gänzlich fremden Verhältnisse.
Bei manchen ging es schnell damit, andere wieder konnten ihr Vaterland
lange nicht vergessen. Ja, ich kenne noch etliche von unseren Schiffsgenossen,
denen noch heute die Tränen in die Augen kommen, wenn sie der alten Heimat
gedenken. Und doch liegen so viele Jahre dazwischen! Aber es ist halt ein eige-
nes Ding mit dem Lande, wo man geboren und gross geworden ist. Vergessen
hat es wohl keiner! Doch zurück wären die Wenigsten gegangen, auch wenn
sie gekonnt hätten, denn hier fanden wir, was für den Armen drüben uner-
reichbar ist, Freiheit und Eigentum".
Nicht alle fanden dieses Glück. So mancher Auswanderer wurde von
Fieber und Seuche dahingerafft. Besonders gefürchtet war
DAS GELBE FIEBER.
Im Jahr 1849 brach in Brasilien eine Fieberepidemie aus, die sich mit ver-
heerenden Folgen unheimlich schnell verbreitete. Sie trat zuerst in den Häfen
des Nordens auf, sprang auf Rio de Janeiro und Santos über und nahm vom
26
seu lar, usando uma vez este outra vez aquele compartimento, mas deixando
em todos sua clara legitimação. Também no teto havia sinal dos animais de
modo que havia suficiente iluminação de cima.
Esta triste construção fôra batizada com o pomposo nome de „casa de re-
cepção", e os compartimentos eram chamados de quartos.
Os recém-vindos felizmente ainda não tinham esquecido as alegrias e o
conforto da entreponte, de maneira que entraram sem resmungar. Apenas alguns
que haviam conhecido melhores dias na Europa, murmuravam algo nas suas
barbas que soava bem pouco elogioso.
Mas que adiantava? Todos tinham que se submeter. Outra casa não
podia ser arranjada, nem com a maior boa-vontade, portanto tratava-se de
fechar olhos e nariz e entrar. E realmente foi mais fácil do que muitos pen-
saram. Uns ajudavam os outros a arrumar o novo lar, após algum tempo pa-
recia até confortável.
No entanto foi esta a época dos nossos maiores sofrimentos. Auxílio não
havia. A maioria era paupérrima, alguns até tinham dívidas quando chegaram,
e o lucro era quase nulo. Juntava-se a isto o longo e desusado calor, os insetos
dos quais não havia como escapar, a mudança de alimentação e as dificuldades
de aclimação. Muitos tinham também ,, Heimweh" (quem quer traduzir esta
palavra?). Enfim, sucedeu-nos como a todos os novatos; tínhamos que acos-
tumar-nos a viver nestas condições completamente diversas.
Alguns acostumavam-se brevemente. Outros por muito tempo não pu-
deram esquecer a pátria. Conheço companheiros de travessia aos quais ainda
hoje assomam lágrimas aos olhos ao pensamento da pátria. E no entanto,
quantos anos passaram! Mas é uma coisa singular da terra em que se nasceu —
esquecer ninguém pode. Porém mesmo assim, poucos foram os que vol-
taram; mesmo aqueles que poderiam ter ido, ficaram. Porque encontrávamos
aqui o que para o pobre lá era inatingível — liberdade e terra própria".
Nem todos os emigrantes encontravam a felicidade, mas muitos, subita-
mente, foram levados pela morte, causada pela
FEBRE AMARELA
No ano de 1849 apareceu em terras brasileiras uma epidemia de uma
febre desconhecida que foi chamada moléstia de „bicha", vómito preto, tifo
americano e finalmente febre amarela. Apresentou-se este sinistro imigrante
primeiramente nos portos do Norte, depois no Rio de Janeiro, em Santos e
todo o litoral do Sul. Atacava de preferência a gente do mar e os recém-
chegados ao país, quando morreram inúmeros européus .O começo da epide-
mia em Pernambuco e Bahia foi horrível, como lemos por exemplo num artigo
de João Dornas Filho publicado no ,, Jornal do Commercio" em 4-3-1951. „Foi
tal a rapidez com que se propagou a moléstia pela cidade e pelos subúrbios, que
em poucos dias fêz duas mil vítimas. Na Bahia a peste chegou juntamente
com a primeira notícia do seu aparecimento, e poucos dias foram suficientes
para que atingisse mortalmente duzentas pessoas. A maioria das vítimas su-
37
Küstengebiet des Südens Besitz. Anfangs wurde die Krankheit nicht erkannt,
bis sich allmählich die furchtbare Gewissheit heraustellte: Es war das gelbe
Fieber, das es seit dem 17. Jahrhundert nicht mehr im Lande gegeben hatte.
Nun war es von neuem ausgebrochen, vermutlich an Bord eines Schiffes aus
den Staaten eingeschleppt. Über den Beginn der Epidemie in Pernambuco und
Bahia heisst es: ,,Die Schnelligkeit, mit der sich die Krankheit in der Stadt und
ihren Vororten ausbreitete, war so gross, dass in wenigen Tagen zweitausend
Todesopfer zu verzeichnen waren. In Bahia traf das Fieber gleichzeitig mit der
ersten Nachricht über seinen Ausbruch ein; wenige Tage genügten, um zwei-
hundert Personen dahinzuraffen". Im Sommer der Jahre 1 850 und 1851 wütete
das gelbe Fieber in Rio de Janeiro besonders grausam. Es wurde „da man
nicht mehr zweifeln kann, dass einige Fälle vorgekommen sind, die der jüngst
aus Bahia gemeldeten Krankheit sehr ähneln", ein Isolier-Lazarett auf der
Insel Bom Jesus eingerichtet und angeordnet, alle Kranken, unter Vermeidung
falschen Mitleids, einzuliefern. Auffällig war, dass Seeleute und die im Land
ansässigen Europäer am stärksten zu leiden hatten.
Die Provinz Santa Catarina blieb vom gelben Fieber nicht verschont. Auch
wenn sie, wie der bekannte Arzt und Geschichtsforscher Dr. Oswaldo R. Ca-
bral in Florianópolis aussagt, nicht dermassen wie Rio de Janeiro zu leiden
hatte, so musste der Präsident der Provinz schon im Jahr 1851 bekanntgeben,
dass im Vorjahr einige Personen am gelben Fieber verstorben waren. Die Sorge
und Bestürzung, die sich unter der Bevölkerung von Desterro für lange Zeit
breit machten, spiegeln sich deutlich in einem Zeitungs-Eingesandt vom Jahr
18 57 wider: „Barmherzigkeit, mein Gott, sei uns gnädig! Jetzt ist das gelbe
Fieber mit dem Laguna-Schiff, das aus Santos einlief, zu uns gekommen. Der
Kapitän, bei dem wir die Krankheit vermuten, ging ohne weiteres an Land
und wohnt in der Rua do Vigário, wo er wahrscheinlich die Nachbarschaft
anstecken wird. Ein Matrose, der mit voller Sicherheit an jenem Fieber erkrankt
ist, ist noch an Bord des Schiffes, das dem Zollschuppen gegenüber festgemacht
hat; ich denke, er wird ins Hospital de Caridade gebracht werden, damit dasselbe
geschieht wie damals mit dem Cholerafall vom Vinhas-Schiff. Es ist stets der
gleiche Tanz. Einer bleibt mitten in der Stadt, um die Krankheitsstoffe unter
der Bevölkerung zu verbreiten, und der andere wird zweifelsohne ins Krankenhaus
geschafft, um unter den restlichen Kranken, die noch da sind, aufzuräumen.
Gelobt sei unser Herr Jesus Christus! Armes Santa Catarina! " Aber nicht
nur Desterro wurde heimgesucht. Der eben genannte Autor, dessen Buch „Mc-
dicina, médicos e charlatães do passado" wir hier benutzen, sagt ausdrücklich,
dass im Jahr 1878 eine Fieberwelle die Kolonieen am Itajai erreichte und neu
angekommene Kolonisten dahinraffte.
So hielt das gelbe Fieber alljährlich im Sommer seinen düsteren Siegeszug,
bis es endlich, im Jahre 1907, durch Osvaldo Cruz zum Erliegen kam.
Zum ,, schweren Anfang" gehörte die Indianergefahr. Der bereits er-
wähnte José Deeke berichtet ausführlich von den Ureinwohnern und zählt in
den Jahren 18 52 bis 1914, allein für das Munizip Blumenau, 61 Überfälle auf,
bei denen 41 Weisse getötet wurden. In den Lebenserinnerungen von Pfarrer
Gustav Stutzer „In Deutschland und Brasilien" lesen wir von einem Sonntag im
Februar 1886, dessen Friede jäh unterbrochen wurde durch den Schrei:
2t
cumbia no mesmo dia que o mal os atacava e raros sobreviviam ao nono". Em
todo o pais o alarma era geral. Em janeiro de 18 50 foi publicado o seguinte
edital: „A Uma camará municipal desta muito heróica cidade do Rio de Ja-
neiro, não podendo mais duvidar de que alguns casos tem apparecido de uma
moléstia que muito se assemelha à que tem reinado ultimamente na Bahia, com-
quanto nessa cidade se pudesse ella dizer geralmente benigna, e seja de suppor
que mais benigna ainda seja entre nós, pois que a estação dos grandes calores vai
passando, todavia não pode deixer de recomendar a seus municipais todas aquel-
las cautelas que são necessárias em taes casos. A camará municipal recommenda
à todos aquelles em cuja casa appareça qualquer individuo atacado daquella en-
fermidade, que immediatamente o conduzão ao mais próximo posto de embarque,
e dali o levem para o lazareto, que se acha estabelecido na Ilha do Bom Jesus;
não se deixando os chefes de familia levar por sua caridade mal entendida . "
Também a Província de Santa Catarina sofreu com a febre amarela. Pos-
suímos um estudo minucioso no livro „Medicina, médicos e charlatães do pas-
sado" do ilustre médico e historiador catarinense, Dr. Oswaldo R. Cabral. Re-
sumindo os seus estudos, o autor afirma que Santa Catarina com o surto epi-
dêmico não sofreu tanto como a Corte, mas que já no ano de 1851 o Presi-
dente da Província, João José Coutinho, tinha a declarar que „no anno pas-
sado tivemos de lamentar aqui o fallecimento de algumas pessoas que forão
delias atacadas". Para a intranquilidade reinante nos parece significativa uma
nota publicada „a pedidos" num jornal de Desterro de 18 57 em que dizia: „Mi-
zericordia, meu Deus, tende compaixão de nós! É chegada a febre amarella no
hyate da Laguna vindo de Santos. O mestre que nos consta estar com a bixa,
desembarcou sem mais nem menos, e está na rua do Vigário, talvez criando um
foco para espalhar na visinhança. Um marinheiro que está com toda a certeza
com a tal febrinha de mil diabos, está ainda no dito hyate, em frente ao trapiche
da Alfandega, e creio que irá dar ao Hospital de Caridade para succeder tudo
como com a Cholera-morbus do barco do Vinhas. É a mesma contradansa.
Fica um na cidade, no centro, para esparzir os miasmas para a população, e outro
irá sem duvida para o Hospital para acabar com o resto dos enfermos que lá
estão. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Christo! Pobre Santa Catarina! "
Apesar de não conhecermos detalhes, o autor citado relata que um novo surto em
1878 se estendeu às colónias do Itajaí, ceifando a vida de colonos recém-chegados.
Depois de sacrificar milhares de vidas em todo o país litorâneo, a febre
amarela reiniciou o seu cortejo sombrio todos os anos pelo verão, até que Os-
valdo Cruz a extinguisse definitivamente em 1907.
Ao „dificil começo" pertenciam os índios. O acima citado José Deeke re-
lata de choques entre índios e colonizadores; sòmente entre os anos 18 52 até
1914 foram mortos no município de Blumenau 41 brancos por ataques indí-
genas. Nas memórias do Pastor Gustav Stutzer „In Deutschland und Brasilien"
(Na Alemanha e no Brasil), ele se refere a um domingo de fevereiro de 1886,
onde a paz foi violentamente interrompida pelo grito:
29
DIE BUGER SIND AUSGEBROCHEN.
„Auf den Nachmittag hatte ich eine kleine Gesellschaft älterer Herren
eingeladen, um mit ihnen meine Kolonisations-Pläne zu beraten So sassen
wir — mein Bruder, sein Schwager Emil Odebrecht, der deutsche Konsul, ein
Kaufmann und zwei durch Tüchtigkeit und Erfahrung angesehene einfache
Kolonisten — auf der Veranda unseres Hauses, wenige Schritte von der Land-
strasse entfernt, und waren noch bei der ersten Tasse Kaffee und bei der ersten
Zigarre, als wir einen Reiter bemerkten, der im schärfsten Galopp herankam.
Mein Bruder stand auf, indem er sagte: „Da musst etwas passiert sein!" Der
Reiter erkannte ihn, hielt und rief: „Sie möchten gleich die Polizei und das
Gericht nach dem oberen Cannabach schicken! Die Bugres sind ausgebrochen!"
,,Ist wer getötet?" „Ja, Heinrich Soundso und seine ganze Familie soll ermordet
und das ganze Haus geplündert sein!"
Mein Bruder sprang auf sein gesattelt gebliebenes, am Torwege angebundenes
Pferd und sprengte mit dem Boten zum Stadtplatz, die nötigen Befehle zu
erteilen. Schon kamen die Leute von der Nachbarschaft herbeigelaufen, um
zu erfahren, was geschehen sei, und bald gellten die Rufe über die ganze Um-
gegend: „Die Bugres sind ausgebrochen!"
Auf der Strasse jagte ein Reiter nach dem andern vorbei, um noch vor
Nacht den Ort des Überfalls zu erreichen. Bald eilte auch mein Bruder mit
dem Staatsanwalt, dem Gerichtsarzte und einigen berittenen Mannschaften in
der schnellsten Gangart der Pferde dahin.
Natürlich bewegte sich unser Gespräch nur noch um die Bugres. Und wir
empfingen einen höchst interessanten Vortrag von dem für gewöhnlich sehr
schweigsamen Odebrecht „Unsere Bugres", sagte er, „sind von mittlerer
Grösse, ausserordentlich kräftig. Fast nackt hausen sie in den unendlichen Ur-
wäldern ohne Wohnplätze, immer hin- und herziehend, von Jagd, Fischfang,
Früchten des Waldes lebend Ihre Bogen haben mehr als Manneshöhe. Die
Pfeile sind künstlich gefiedert, mit Widerhaken und einer Spitze aus Fischgrä-
ten oder Eisen versehen, im Kampfe mit Menschen immer in ein schnelltötendes
Gift getaucht, das sie bei sich tragen müssen Nach einem Überfalle fand
man den deutschen Kolonisten und seinen Sohn getötet, Sie erinnern sich des
Falles am Südarm des Itajahy, die Frau lebend mit Pfeilen an die Haustür ge-
nagelt. Die Frau berichtete, dass die Bugres lachend aus einer Entfernung von
30 bis 40 Schritt einen Pfeil nach dem andern gegen sie abgeschossen hätten,
ohne sie zu verwunden- einen rechts, einen links dicht am Halse, mehrere unter
und über den im Entsetzen aufgehobenen Armen, neben den Hüften und Füssen.
Von eben diesen Pfeilen will ich Ihnen gern einige schenken . "
os ÍNDIOS ESTÃO EM GUERRA.
„Nesta tarde eu havia reunido uma pequena congregação de pessoas de
mais idade, para com êles discutir meus planos de colonização. Sentávamos, meu
irmão, seu cunhado Odebrecht, o cônsul alemão, um comerciante e dois simples
colonos que se salientavam por sua coragem e experiência, na varanda de nossa
casa a alguns metros da estrada, tomando ainda a primeira chícara de café e
fumando o primeiro charuto. De repente vimos um cavaleiro que se aproximava
a todo galope. Meu irmão levantou-se dizendo: ,,Aí deve ter acontecido algo!"
O cavaleiro o reconheceu e gritou: „É para o senhor mandar a policia e o juiz
para o alto do rio da Cana! Os bugres se sublevaram". ,, Alguém foi morto?"
„Sim, dizem que Heinrich de tal e tôda sua familia fossem mortos, e a casa
iaqueada!"
Meu irmão pulou num cavalo que havia ficado amarrado e ensilhado perto,
e disparou com o mensageiro até a praça para dar as ordens necessárias. Das
lojas e casas vizinhas já saia correndo gente para saber do que havia, e em breve
soava por tôda a parte o grito de „os bugres estão em guerra!"
Na estrada .cavaleiro após cavaleiro corria em direção ao local do assalto
pra lá chegar ainda antes da noite. Logo em seguida também meu irmão com
o promotor e o médico legista e alguns cavaleiros se foram a todo galope.
Naturalmente nossa conversa só girava sobre bugres. E, o geralmente tão
calado Odebrecht nos presenteou com a seguinte prelação: „Nossos bugres são
de tamanho médio e muito fortes. Quase nus êles moram nas infinitas florestas,
sem lar definido, levando uma vida nómade e alimentando-se de caça, pesca e fru-
tas silvestres. Encontram-se muitas vezes restos dêstes alimentos em acampa-
mentos abandonados, freqüentemente também blocos de uma argila gordurosa
com rastros de dentes, pederneiras ou pedaços de cogumelo sêco, porém nimca
uma tijela ou qualquer objeto de cozinha. Quando surpreendidos, deixam arcos e
flechas ainda em construção, dos quais eu tenho uma coleção, e também clavas
curtas de arremesso. Estas são suas únicas armas. Seus arcos têm altura su-
perior a de um homem. As flechas possuem penas e a ponta de ferro ou espinha
de peixe contém ganchos, quase sempre durante a guerra embebidos em algum
veneno mortal que êles trazem consigo. Seguram o arco entre o dedo grande e
o segundo do pé esquerdo, atirando dêste modo à grande distância com espan-
tosa precisão. Na saliência dêste dedo nas pegadas pode-se identificá-los.
Num dêstes ataques achavam-se o colono alemão e seu filho mortos e a
mulher — os senhores devem lembrar-se do fato no braço do Sul do Itajaí —
presa com flechas à porta da casa. Ela contou mais tarde que os bugres ha-
viam disparado flecha após flecha sòbre ela, rindo sempre, mas sem a ferir.
Uma à direita outra à esquerda, perto da garganta, várias em cima e debaixo
dos braços levantados em horror, e outras junto das pernas e dos pés. Eu
gostaria de presenteá-los com algumas destas flechas "
Pastor Fios
trad. Dr. Ivo von Wangenheim.
31
Blumenau 1868
Denkschrift im Grundstein der Evangelischen Kirche
von Pastor Oswald Hesse.
„Der trübselige Schlendrian, der sich in den Vierziger Jahren in Deutsch-
land um so breiter machte, je hohler er im Innern war, der verrottete Bureau-
kratismus, der jedes höhere geistige Leben niederhaltend auch nicht einmal der
materiellen Wohlfahrt des Volkes genügend und redlich Rechnung trug, er-
zeugten in einem Manne, dessen engeres Vaterland das kleine und glückliche
Braunschweig war, zuerst den Plan, ein neues Heimatland jenseits des atlan-
tischen Ozeans zu begründen, wenigstens die ersten Bausteine dazu herbei zu tra-
gen. Es war der Doctor der Philosophie, Hermann Blumenau, geboren den 26.
Dezember 1819 zu Hasselfelde. Durch umfassende und gründliche naturwissen-
schaftliche (er ist selbst ein tüchtiger Chemiker), geographische und ethnogra-
phische Studien bereitete er sich zur Ausführung seines Planes vor. Uneigen-
nützig und kuehn sein Privatvermögen, das ihm wohl überall einen gemäch-
lichen und ruhigen Lebensgenuss ermöglicht hätte, in die Schanze schlagend,
dvirchforschte er prüfend und wählend in längeren Reisen die Küstenstriche
des suedlichen Brasiliens und der Nachbarn-Republiken desselben und entschied
sich endlich für die Wahl des Stromthaies des grossen Itajahy zur Pflanzstätte
seiner Colonie. Er selbst mit 16 Gefährten, zum Theile Braunschweigern, sie-
delte sich am 2. September 18 50 an der Mündung der Velha mitten im Ur-
walde an. Eine Palmitenhütte hier, eine nicht viel bessere am Stadtplatze (ne-
benbei das erste Hotel Blumenaus, von Herrn C. W. Friedenreich gehalten), das
war der Anfang der Colonie Blumenau, obwohl ihre wirkliche Begründung
eigentlich erst in das Jahr 18 52 fällt, in welchem 12 Grundstücke von eben so
vielen Familien in Besitz genommen wurden. Hat sich irgendwo das Sprüchwort:
Aller Anfang ist schwer! in vollem Masse bewährt, ist irgendwo die „Deutsche
Zähigkeit" im höchsten Grade in Anspruch genommen worden: so ist dies
bei dem Unternehmen Blumenaus und seinem Fortgange geschehen. Von Deutsch-
land aus die Gleichgültigkeit oder auch die Anfeindung der Unwissenheit und
der Rivalität, von Seiten der Brasilianischen Regierung eine lange nicht zu
überwindende, ebenfalls nicht selten bis zur Feindseligkeit ausschreitende Indif-
ferenz; selbst von deutschen philanthropischen Schriftstellern statt verdienter
Anerkennung kränkede Missachtung, dabei ein nur spärliches Zusickern der
deutschen Einwanderung (z. B. 185 1: 8, 1853: 28, 1855: 34, 1859: 29 Per-
sonen) , mangelnde Landcommunicationswege, auf dem Flusse aber nicht sel-
tene durch Ungeschicklichkeit, übermüthige Unvorsichtigkeit u. dergl. ver-
ursachte Unglücksfälle, die ungewohnte, wenn auch nicht schlechte Nahrung,
alles wirkte zusammen, um dem Dr. Blumenau und seinen Getreuen, nament-
lich die ersten Jahre zu einer wahren Sturm- und Drangperiode zu machen,
und mit grosser Genugthuung musste es ihn, der an seiner Colonie wie an einem
Lieblingskinde hing und hängt, erfüllen, als am 8. Januar 1860 diese von der
KaiserUchen Brasilianischen Regierung übernommen, und Dr. Blumenau zum
lebenslänglichen Director derselben ernannt wurde. Nun ging alles rasch und
gedeihlich vorwärts; für Brücken und Wege wurde das Möglichste geleistet, und
32
Blumenau 1868
Memorial histórico
na pedra fudamental da Igreja Evangélica.
O deplorável desleixo, que nos anos de quarenta, se expandia na Ale-
manha, tanto mais quanto mais vão êle se apresentava por dentro, o burocra-
tismo corrompido, que oprimindo tôda e qualquer vida e atividade intelectual,
nem ao menos atendia às mais simples exigências do bem estar do povo, gerou
num homem, cuja terra natal era o pequeno e antes feliz ducado de Brunswique,
primeiramente a ideia de fundar além do Oceano Atlântico uma nova pátria,
ou pelo menos contribuir para a realização da mesma.
Êste homem era o doutor em filosofia, Hermann Blumenau, nascido em
Hasselfelde em 26 de dezembro de 1819. Mediante vastos e sólidos estudos geo-
gráficos, etnográficos e em ciências naturais (êle próprio é um competente
quimico) , êle se preparara para a execução de seu plano. Arriscando, de modo
altruístico e temerário, sua fortuna particular que lhe permitiria viver em qualquer
parte do mundo uma vida despreocupada e cómoda, investigou êle, examinando
e escolhendo, em longas viagens, as terras do litoral do Brasil e das repúblicas
vizinhas, decidindo-se afinal pela escolha do vale do grande rio Itajaí, para local
da fundação de sua colónia.
Com mais 16 companheiros, em sua maioria vindos de Brunswique, êle pró-
prio se estabeleceu em 2 de setembro de 1850, no meio da mata virgem, nas
imediações da foz do ribeirão da Velha. Um rancho de palmitos aqui, outro
não muito melhor ( aliás o primeiro hotel de Blumenau, dirigido pelo sr. C. W.
Friedenreich) no centro, êste foi o início da colónia de Blumenau, não obstante
que a verdadeira fundação somente ocorreu no ano de 18 52, no qual os pri-
meiros 12 lotes foram adquiridos por igual número de famílias.
Se em qualquer parte o rifão: „Todo o começo é árduo" se confirmou
plenamente, se em qualquer parte a „pertinácia alemã" foi posta em prova,
tal sucedeu no empreendimento de Blumenau e seu desenvolvimento. Por parte
da Alemanha o desinteresse ou também a hostilidade da ignorância e da con-
corrência, por parte do Govêrno Brasileiro uma indiferença que muito custou
a ser vencida e às vezes até chegava aos limites da malevolência; mesmo por
parte de escritores filantrópicos alemães, em vez de merecido reconhecimento,
desprêzo humilhante, além disso uma escassa chegada de novos imigrantes ale-
mães( por exemplo: 1851 — 8; 1 85 3 — 28; 1855 — 34; 1859 — 29 pessoas),
a falta de vias de comunicações terrestres, enquanto que no rio ocorriam aci-
dentes, não raras vezes ocasionados por imperícia ou por imprudência e traves-
suras, a alimentação desacostumada, se bem que não ruim, tudo isto junto
foi causa para tornar ao Dr. Blumenau e seus fiéis companheiros êstes pri-
meiros anos um período de embates e lutas, e deve o Dr. Blumenau ter ficado
cheio de satisfação, êle que tanta afeição tinha e tem à sua colónia, como a
um filho predileto, quando, a 8 de janeiro de 1860, sua colónia foi assumida
pelo Govêrno Imperial Brasileiro e nomeado o Dr. Blumenau Diretor vitalício
da mesma.
33
t
immer mehr zeigte es sich auch, wie zweckmässig, wie weise die Wahl gerade
dieses Platzes gewesen ist.
Das grösste Stromgebiet der Provinz mit einem leicht für die grössten
Schiffe passirbar zu machenden Hafen, fast nur Regierungsländereien, fast
nichts im Privatbesitze, ein mächtiges, vielen Tausenden Raum gewährendes,
durch den Ingenieur Odebrecht der Einwanderung erschlossenes Hinterland,
ein herrliches in gesundheitlicher Hinsicht das von Nizza übertreffendes Clima,
dem jede Epidemie fremd bleiben zu sollen scheint, eine frische, regsame, vom
Vertrauen zu ihrer Direction erfüllte Bevölkerung, Eintracht zwischen den ver-
schiedenen Confessionen (vergeblich suchte ein in einem deutschen Pfaffen-
brutneste aufgehetzter Geistlicher sie zu stören, seine Stellung wurde ihm bald
zu unheimlich, um sie fest zu halten) , was Wunder, dass unsre Colonie, die so
langsam — aber um so fester — um ihren ersten Kern sich ansetzte, jetzt mit
einer sichern Schnelligkeit fortschreitet, die selbst in den vielgerühmten Nord-
amerikanischen Freistaaten imter ähnlichen Verhältnissen kaum ihres Gleichen
finden dürfte. Sie zählt jetzt, wo wir diese Zeilen für unsre Nachkommen in
den Grundstein der evangelischen Kirche niederlegen, also am 23. September
1868, eine Bevölkerung von ungefähr 4500 Seelen; davon etwa 4/5 Pro-
testanten. Handel und alle Gewerbe sind hinreichend vertreten, doch bleibt
der Ackerbau und die mit demselben zusammenhängende Industrie dem Plane
des Gründers gemäss die Hauptsache. Deutsche Geselligkeit, Deutsches Streben
nach höherer Ausbildung, Deutsche Sangeslust zeigt sich in der am 2. Dez.
18 59, dem Geburtstage unsres allverehrten Kaisers, D. Pedro II gestifteten
Schützengesellschaft mit jetzt 90 Mitgliedern; in dem am 19. Juli 1863 ge-
gründeten (Agri-) Cultur- Vereine mit 5 5 Mitgliedern, in den 3 Gesangvereinen
„Gemania", gegründet 4. August 1863, „Freundschafts- Verein", gegründet 1.
Oktober 1863 und „Sängerbund", gegründet am 10. August 1867 mit zusam-
men 70 aktiven und 90 passiven Mitgliedern,
Deutsches Rechtsgefühl, Deutsche Zucht und Ordnung wird durch Deut-
sche Richter aufrecht erhalten und gepflegt; Subdelegado ist jetzt Louis Sacht-
leben, erster Friedensrichter (Juiz de paz) Carl Wilhelm Friedenreich; ja wir
haben mehr ,,Selfgovernement", als uns mitunter gut ist. Doch ist die Chronik
der Verbrechen und Unglücksfälle, Gott sei Dank, eine sehr ärmliche an Fällen.
Nur ein am 3. Pfingstfeiertage 1864 an einem frühern Ungarischen Officier,
dem Hauptmanne Michael Klempa verübter scheusslicher Mord muss hier er-
wähnt werden; den Mörder kennt Gott! Diebische, nicht selten mit einzelnen
Ermordungen verbundene Einfälle der benachbarten Indianer, Bugres, in das
Colonie-Gebiet haben wir schon seit Jahren nicht mehr zu beklagen. Gebe
Gott, dass es den opferfreudigen Bemühungen der von der Regierung beru-
fenen Missionäre, (das Itajahy-Gebiet bereist der Capuziner Stephano, aus dem
gräflichen Hause Palffy) gelingen möge, diese auf niedrigster Culturstufe
stehenden armen Menschen wenigstens einigermassen für christliche Gesittung
zu gewinnen!
Dr. Blumenau weilt jetzt seit bereits länger als 3 Jahren in Deutschland,
um die Interessen der freien deutschen Einwanderung nach Brasilien zu wahren.
Er hat dort die ruhmreiche Auszeichnung erfahren, dass auf der allgemeinen
internationalen Industrie- Ausstellung zu Paris 1867 sein Colonisations-System,
34
Agora tudo progredia mais rápida e proveitosamente- fazia-se o possível
para a construção de pontes e caminhos e cada vez se evidenciava mais como
foi apropriada e sábia a escolha, justamente, deste lugar.
A maior bacia fluvial da Província, com um pôrto que fàcilmente se po-
derá tornar acessível para os maiores navios; quase que só terras devolutas;
quase nenhuma terra de propriedade particular; um imenso território, no „Hin-
terland", já tornado conhecido pelo engenheiro Odebrecht, dando, em futuro,
espaço para muitos milhares de imigrantes; um excelente clima, que em res-
peito à sua salubridade supera o de Nizza, onde todas as epidemias parecem ser
desconhecidas; uma população animada e ativa, cheia de confiança à sua Di-
reção; harmonia entre as diferentes confissões (debalde procurou um sacerdote,
criado e instigado num ninho de fradescos na Alemanha, perturbá-la, pois sua
posição aqui muito cedo ficou insustentável) ; — não é de admirar, portanto,
que nossa Colónia, que lentamente, — mas tanto mais sólida, — se expandia
em tôrno de seu núcleo, agora se desenvolve com uma tal celebridade, que mes-
mo nos tão afamados Estados Livres Norteamericanos, em semelhantes cir-
cunstâncias, não tem similares.
Ela conta atualmente, ao depositarmos estas linhas para nossos pósteros
na pedra angular da Igreja Evangélica, portanto, aos 2 3 de setembro de 1868,
uma população de cerca de 4.500 almas; destas, mais ou menos 4/5 são Pro-
testantes. Comércio e artesanato, ambas estas atividades estão bem represen-
tadas, porém a lavoura e as indústrias ligadas à mesma, constituem, de acordo
com o plano do Fundador da Colónia, a atividade principal.
A familiaridade alemã, a aspiração dos alemães de aperfeiçoamento da sua
instrução e cultura, o amor à arte de cantar, demonstra-se, entre outros, na fun-
dação, a 2 de dezembro de 18 59, dia do aniversário do nosso mui venerado
Imperador D. Pedro II, da Sociedade de Atiradores de Blumenau, que já conta
90 sócios; na fundação, a 19 de julho de 1863, da Sociedade de Agricultura
( „Cultur- Verein" ) , com seus 5 5 sócios, nas três sociedades de cantores, „Ger-
mania", fundada em 4 de agosto de 1863, „Sociedade de Amizade" (,, Freund-
schafts-Verein" ) , fundada em 1." de outubro de 1863 e da „Liga dos Can-
tores" („Sängerbund), fundada em 10 de agosto de 1867, com um total de
70 sócios executantes e 90 sócios inatuantes.
O sentimento de justiça, a disciplina e a ordem alemã é mantida com rigor
por juízes alemães; Sub-delegado é o sr. Louis Sachtleben, primeiro Juiz de
Paz, Carl Wilhelm Friedenreich; sim, nós possuímos mais „selfgovernement"
do que às vezes nos é conveniente.
Mas a crónica referente a crises e acidentes, graças a Deus, é esparsa em
casos. Só cabe mencionar aqui um homicídio horrendo praticado no terceiro
dia da festa de Espírito Santo, num ex-oficial húngaro Michael Klempa; só
Deus conhece o assassino! Incursões furtivas, não raras vezes executadas com
a trucidação de imigrantes, por parte dos bugres, já há anos não mais se cons-
tataram na colónia. Praza a Deus que sejam coroados de êxito os esforços dos
dedicados missionários convocados pelo Governo (na região do Rio Itajaí atua
o Capuchinho Stephano, da famíha dos condes de Palffy) de pacificar esta
3 5
seine Colonie die goldene Medaille erhielt; immer mehr, immer allgemeiner wird
ihm die lange zurückgehaltene Anerkennung seines redlichen und verständigen
Strebens zu Theil. Ein nicht geringes Verdienst hat er sich, namentlich für
unsre Colonie, aber auch dadurch erworben, dass er seine Beamten zu wählen
und heran zu ziehen verstand, dass in Folge dessen unser derzeitiger Director
Hermann Wendeburg, der sich mit Stolz den Schüler Blumenaus nannte, dort
die Angelegenheit unsrer Colonie derartig führt, dass Blumenaus Abwesenheit
kaum zu bemerken ist, und das unserm Wendeburg von Seiten der Kaiserlichen
Regierung ehrenvolle Anerkennung (er ist Ritter des Rosen-Ordens) und
oft ausgesprochene Zufriedenheit, von Seiten der Colonisten herzliche Dank-
barkeit und unbedingtes Vertrauen entgegenkommt. In Förste bei Hildesheim
am 2. Februar 1826 geboren, in Blumenau am 15. Juli 1853 angekommen,
hat er seit 14 Jahren nacheinander als Secretair, Buchhalter und Director seine
Kräfte mit unermüdlicher Ausdauer der Colonie gewidmet. Als weitere
Beamte der Direction sind zu erwähnen: Hans Breithaupt, geboren am 19.
August 1824 in Watzum in Braunschweig, seit dem Januar 1856 privat
von Dr. Blumenau und seit 1860 als Regierungs-Feldmesser für die Colonie
angestellt. Emil Odebrecht, am 29. März 183 5 in Jacobshagen in Pommern
geboren, seit 1861 bei der Direction als Feldmesser beschäftigt, Führer der
1867 unternommenen Expedition zur Erforschung des obern Itajay-Gebie-
tes, und dadurch Veranlasser des von der Regierung beschlossenen Strassen-
baues nach dem Hochlande. Theodor Kleine, geboren den 26. Februar 1820
in Racot im Grossherzogthum Posen, seit Juni 1860 als Secretair bei der
Direction angestellt. Reinhold Freygang, geboren den 11. November 1812
zu Freiburg an der Unstrut, nach längerem oder kürzerem Aufenthalte in
Nord- Amerika, Argentinien und Uruguay am 22. August 1864 nach Blu-
menau gekommen, zuerst Lehrer am Rio Testo, dann seit März 1868 bei der
Direction angestellt.
Als Arzt der Colonie ist seit dem 1. Februar 1862 der am 21. Januar
1833 zu Jena geborene und eben daselbst promovierte Doctor der Medicin
Bernhard Knoblauch angestellt.
Als evangelischer Pastor fungirt seit dem 1. August 1857 Rudolph Os-
wald Hesse. Er wurde geboren am 11. August 1820 in Reinswalde bei Sorau
in der Nieder-Lausitz, besuchte das Gymnasium von Sorau von 183 5 — 1840,
wo er auf die Universität Breslau ging, um seine theologischen Studien zu absol-
viren. Nach glücklich bestandenen Staatsprüfungen wurde er im September
18 50 von der evangelischen Gemeinde zu Wreschen im Grossherzogthum Posen
zu ihrem Prediger und Seelsorger gewählt und berufen, im November ejusd. a.
von dem evangelischen Bischof Dr. Freymark in Posen ordinirt, und trat sein
Amt am 24. Dezember ejusd. a. an; er verwaltete dasselbe bis zum 14. No-
vember 18 56, wo er in Folge der Berufung des Dr. Blumenau es niederlegte,
und nach längerem Aufenthalte in Braunschweig am 6. Mai 18 57 von Ham-
burg ausreiste, um seine neue Gemeinde in Blumenau aufzusuchen. Er ist der
erste evangelische Prediger in Blumenau und ruft demjenigen seiner Nach-
folger, der einst, vielleicht n^ch Jahrhunderten, diese Schrift im Grundsteine
unsrer Kirche entdecken wird, ein herzliches: Gott zum Grusse! zu.
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pobre gente que se acha no mais baixo degrau da cultura e de conquistá-la
para uma razoável civilização cristã.
O Dr. Blumenau acha-se atualmente, há mais de três anos, na Alemanha
para cuidar dos interesses de uma livre imigração alemã para o Brasil. Lá êle
veio saber da gloriosa distinção, de que na Exposição Internacional de Paris em
1867, seu sistema de colonização, sua Colónia, recebeu a medalha de ouro; sem-
pre mais e cada vez mais geral lhe está sendo proporcionado o reconhecimento,
a tanto tempo retido, pelos esforços honestos e inteligentes que tem empregado.
Grande mérito lhe cabe também pelo fato de ter sabido escolher, principalmente
no interesse da colónia, e tornar seus colaboradores, os seus funcionários, de forma
que em conseqüencia disso nosso atual Diretor, Hermann Wendeburg, que com
orgulho se diz discípulo do Dr. Blumenau, dirige os negócios da colónia tão bem,
que quase não se nota a ausência do Dr. Blumenau, tendo recebido por parte do
Govêrno Imperial honroso reconhecimento (êle é Cavaleiro da Ordem de Rosas)
e repetidos elogios e por parte dos colonos, provas de afetuosa gratidão e incon-
dicional confiança. Nascido em Foerste, perto de Hildesheim, em 2 de feve-
reiro de 1826, chegou a Blumenau em 1 5 de julho de 1853, tendo dedicado durante
14 anos, sem esmorecimento, seus esforços à colónia, como Secretário, Guarda-
Livros e como Diretor. Outros funcionários a mencionar são: Hans Breithaupt,
nascido em 19 de agosto de 1824, em Watzum, em Brunswique, empregado desde
18 56 particularmente pelo Dr. Blumenau e desde 1860 pelo Govêrno, como
agrimensor para a Colónia de Blumenau. Emil Odebrecht, nascido em 29 de
março de 183 5, em Jacobshagen, na Pomerânia, desde 1861, ocupado junto à
direção como agrimensor, chefe da expedição de 1867, realizada para explorar
a zona do Alto Itajaí e causador da resolução do Govêrno para construção da
Estrada para o planalto. Theodor Kleine, nascido em 26 de fevereiro de 1820 em
Racot, no Grão Ducado de Posen, empregado como secretário junto à Direção
desde junho de 1860. Reinhold Freygang, nascido em 1 1 de novembro de 1812
em Freiburg na Unstrut, que após maior ou menor permanência na América do
Norte, Argentina e Uruguay, chegado a Blumenau, em 22 de agósto de 1864,
foi primeiramente professor em Rio do Testo, e depois, desde março de 1868,
empregado na Direção.
Como médico da Colónia acha-se empregado desde 1.° de fevereiro de 1862,
o sr. Bernhard Knoblauch, nascido em 21 de janeiro de 1833 em Jena, onde for-
mou-se doutor em medicina.
Como Pastor evangélico serve à Colónia, desde 1.° de agosto de 1857, Ru-
dolph Oswald Hesse. Nasceu êle no dia 11 de agosto de 1820, em Reins-
walde, perto de Sorau, na Nieder-Lausitz, cursou o ginásio de Sorau, de 183 5 —
1840, de onde foi à Universidade de Breslau, para absolver os seus estudos teo-
lógicos. Após ter sido aprovado plenamente nos exames oficiais foi êle eleito
e chamado pela Comunidade de Wreschen, no Grão Ducado de Posen, para seu
pastor, ordenado em novembro „ejusdem anni" pelo bispo Dr. Freymark, em Posen,
assumiu seu cargo em 24 de dezembro do mesmo ano; nêsse cargo esteve até
14 de novembro de 18 56, data em que deixou o mesmo, em virtude do chamado
do Dr. Blumenau, e, após uma prolongada permanência em Brunswique, partiu,
a 6 de maio de 18 57, de Hamburgo, para ir ter com sua nova Comunidade em
Blumenau. É êle o primeiro pastor evangélico em Blumenau e saúda com um
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Der katholischen Gemeinde hierselbst steht der Pfarrer der Freguezia S.
S. Pedro e Paulo Apóstolos am Gaspar, Anton Zielynski seit Ende 1867 vor.
Die Interessen der Preussischen Unterthanen und überhaupt der Norddeut-
schen, vertritt und wahrt der Kaufmann Victor Gärtner, ein Neffe des Dr. Blu-
menau, geboren zu Hasselfelde in Braunschweig am 14. Mai 1832, in der Colonie
wohnhaft seit dem 8. Oktober 1 8 5 8, Königlich Preussischer (hoffentlich binnen
Kurzem Norddeutscher) Vize-Konsul seit Juli 1867.
Als Richter fungiren:
1. Der erste Friedensrichter (Juiz de paz mais votado) Carl "Wilhelm
Friedenreich, homoepathischer Arzt, geboren zu Dahme in der Mark Bran-
denburg am 15. Februar 1823, in Blumenau ansässig seit dem 9. September 1850.
2. Der Subdelegado Louis Sachtleben, geboren zu Quedlinburg 1834, in
Blumenau wohnhaft seit dem 18. August 1852.
Der evangehsche Kirchenrath besteht
aus dem Pastor Hesse, als Präses
Hermann Wendeburg, Director
Heinrich Köhler, geb. zu Culm
Reuss
Peter Lucas
Eduard Romer, geb. zu Eilenburg, Pr. Sachsen den 7. Februar 1824, in
Blumenau seit 5. Dezember 18 57.
Carl Meyer, Kaufmann, Kirchenkassen-Rendant, geb. zu Rostock am 26.
April 1826, hier ansässig seit dem 29. Juli 18 57.
Die öffentliche Knabenschule leitet als vom Staate angestellter Lehrer
Victor von Gilsa, geboren zu Gotha am 13. Febr. 1821, früher Artillerie-
Officier in Preussischen, Schleswig-Holsteinischen und Brasilianischen Diensten,
seit 1 85 8 als Lehrer angestellt. Die öffentliche Mädchenschule leitet Fräulein
Apollonia von Büttner. Ausserdem werden 5 Gemeindeschulen von Knaben und
Mädchen gemeinschaftlich besucht.
Der in Gemässheit der vom Ministerium unter dem 9. Januar 1867 ver-
fügten Colonie-Ordnung eingeführte Colonie-Rath besteht aus dem Director
Hermann Wendeburg als Präsidenten, dem Dr. Berhard Knoblauch als Colonie-
Arzt und den Mitgliedern Gustav Spierling, Christoph Baucke, Wilhelm Schrei-
ber, August Müller, Carl Külps, Reinhold Freygang.
Das Amt eines Fiscais versieht der Zimmermeister Theodor Schröder, gebo-
ren zu BerHn am 21. Oktober 1819, gebildet auf der Königlichen Gewerbeschule
zu Berlin, in Blumenau seit dem 20. Dezember 18 56.
Für die nöthigen Heilmittel sorgt unter Beihülfe der Regierung der zu Wei-
mar geprüfte und approbierte Apotheker Carl Franz Keiner, geboren zu Neu-
stadt a. Orla am 17. Dezember 1811, in Blumenau wohnhaft seit dem 9. Fe-
bruar 1854, wo er zuerst eine Schneidemühle baute und 18 57 eine Apotheke
38
cordial: Deus seja convosco! aquele de seus sucessores, que um dia, talvez após
séculos, descobrir este memorial histórico na pedra fundamental de nossa Igreja.
A Comunidade católica daqui é servida, desde fins de 1867, pelo pároco da
Freguezia S. S. Pedro e Paulo Apóstolos de Gaspar, revm.° Frei Antônio Zielynski.
Os interesses dos súditos prussianos e em geral dos alemães do Norte, são
acautelados pelo negociante Victor Gaertner, um sobrinho do Dr. Blumenau, nas-
cido em Hasselfelde, em Brunswique, em 14 de maio de 1832 e residente na
Colónia, desde 8 de outubro de 18 58, na qualidade de Vice-Consul do Rei da
Prússia (Queira Deus, em breve da Confederação da Alemanha do Norte), desde
julho de 1867.
Exercem a função de Juizes;
1 ) O primeiro Juiz de Paz mais votado, Carl "Wilhelm Friedenreich, mé-
dico homeopata, nascido em Dahme, no território de Brandenburgo, aos 15 de
fevereiro de 1823 e domiciliado em Blumenau, desde 9 de setembro de 18 50.
2) O Sub-delegado Louis Sachtleben, nascido em Quedlinburg em 1834,
residente em Blumenau, desde 18 de agosto de 1852.
O Conselho da Igreja Evangélica compõe-se do
Pastor Hesse, como Presidente
Hermann Wendeburg, Diretor
Heinrich Kohler, nascido em Culm
Reuss
Peter Lucas
Eduar Romer, nascido em Eilenburg, Província da Saxonia, em 7 de fe-
vereiro de 1824, residente em Blumenau, desde 5 de dezembro de 18 57
Carl Meyer, comerciante, tesoureiro da caixa da Igreja, nascido em Rostock,
em 26 de abril de 1826, aqui domiciliado desde 29 de julho de 18 57.
A Escola Pública, masculina, é dirigida pelo professor público estadual Vic-
tor von Gilsa, nascido em Gotha, em 13 de fevereiro de 1821, antigo oficial de
artilharia nos exércitos da Prússia, Schleswig-Holstein e do Brasil, empregado
como professor púbHco desde 1 858. A Escola pública feminina é regida pela
senhorita Apollonia von Büttner. Além destas existem ainda 5 escolas comunais
freqüentadas por alunos de ambos os sexos.
O Conselho Colonial, criado de conformidade com a Ordem da Colónia,
instituído por aviso Ministerial de 9 de janeiro de 1867, compõe-se do Diretor
Hermann Wendeburg, como Presidente, do Dr. Bernhard Knoblauch, como mé-
dico da Colónia, e dos membros: Gustav Spierling, Christoph Baucke, Wilhelm
Schreiber, August Müller, Carl Külps, Reinhold Freygang.
O cargo de Fiscal é exercido pelo carpinteiro Theodor Schröder, nascido em
Berlim, em 21 de outubro de 1819, formado na Escola Técnica Real de Berlim,
residente em Blumenau, desde 20 de dezembro de 18 56.
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anlegte, welche er anfangs unter armseligen Verhältnissen, in der Gegenwart
aber den Bedürfnissen und Anforderungen entsprechend, verwaltet.
Den Bau der evangelischen und katholischen Kirche leitet als Baumeister
Heinrich Krohberger, geboren in Baireuth am 18. November 18 36, gebildet auf
der Königlichen Bauakademie zu München, wohnhaft in Blumenau seit August
1858.
So geben wir denn diese Zeilen von uns, dem jetzt lebenden Geschlechte,
dem Grundsteine unsrer sich stolz erhebenden neiien Kirche, dass er sie be-
wahre, bis einst in ferner, uns dunkel verhüllter Zukunft unsre Nachkommen
davon Kenntniss nehmen mögen, wie die lebten, deren versunkene Gräber kaum
von ihren Namen Kunde gaben.
Der Herr, unser Gott, in dessen Namen am 17. November 1865 der erste
Spatenstich zur Ebnung des Kirchberges gethan wurde, in dessen Namen wir
heut, am 23. September 1868, bei schon weit vorgeschrittenem Bau den Grund-
stein legen, er wolle das Werk unserer Hände auch fürder segnen, damit diese
Kirche in Wahrheit eine Hütte Gottes bei den Menschen werde. Amen.
P. S. Die vor dem Portale an der Freitreppe stehenden Palmen sind am
Tage vor der Grundsteinlegung von Herrn Victor Gärtner gepflanzt worden".
Entnommen der „Sonderbellage zur Festschrift zur Jahrhundertfeier der
Kvangellschen Kirchengemeinde Blumenau 1957", Wiederabdruck aus „Der
Urwaldsbote — Kalender für die Deutschen In SüdbrasUlen" 1900.
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Pela existência dos necessários medicamentos cuida, com o auxílio do Go-
verno, o farmacêutico Carl Franz Keiner, formado e aprovado em Weimar,
nascido em Neustadt na Orla, em 17 de dezembro de 1811, residente em Blu-
menau desde 9 de fevereiro de 18 54, onde primeiramente construiu um engenho
de serrar madeira e em 18 57 instalou uma farmácia, que a princípio se achava
em míseras condições, mas que atualmente corresponde plenamente às necessida-
des e circunstâncias locais.
A Construção das igrejas evangélica e católica está a cargo do arquiteto
Heinrich Krohberger, nascido em Bayreuth, no dia 18 de novembro de 18 36, for-
mado na Academia de arquitetura Real de Munique, residente em Blumenau,
desde agosto de 18 58.
E deste modo depositamos nós, a geração que ora aqui vive, estas linhas
na pedra fundamental da nossa nova Igreja que soberbamente se está erguendo,
para que a mesma as conserve até que num distante futuro que ainda se nos
oculta em trevas, nossos pósteros através delas tomem conhecimento como vi-
viam aquêles, cujos túmulos devastados mal dão notícia de seus nomes.
O Senhor, Nosso Deus, em cujo nome no dia 17 de novembro de 1865 foi
dada a primeira enxadada para aplainar a colina da Igreja, em cujo nome nós
hoje, no dia 23 de setembro de 1868, em obra já bem adiantada, lançamos a pe-
dra fundamental, queira abençoar a obra de nossas mãos para que esta igreja,
na verdade se torne uma cabana de Deus entre os homens. Amém.
P. S. As palmeiras existentes na frente do portal no alto da escadaria
foram plantadas pelo sr. Victor Gaertner, na véspera do dia do lançamento
da pedra fundamentai.
Traduzido por Frederico Kilian, do texto publicado em ,,Der Urwalds-
bote", Almanaque para os alemães do Sul do Brasil, 1900.
41
Predigt vor hundert Jahren
Aus dem Nacblass des ersten Geistlichen von Blumenau,
Pastor Oswald Hesse.
Wir sehen heute noch das vergnügte Schmunzeln, mit dem uns Amtsbruder
Blümel in seinem gastfreundUchen Pfarrhaus am Bugerbach einen Stoss alter
Manuskripte übergab, und erkannten sehr schnell den Grund für seine Haltung.
Denn diese Blätter auf Anhieb zu lesen, ist schlechterdings unmöglich. Ihr Alter
sieht man ihnen schon äusserlich an; das Papier ist vergilbt, abgegriffen und
von den Spuren der unvermeidlichen Bücherwürmer reizvoll gemustert, die Tinte
meistens stark aufgehellt und in ein helles Braun übergangen. Doch hat dieses
wenig zu sagen, die Schrift jedoch, die Schrift! Eng voll geschrieben sind die
Blätter mit spitzester Feder, als hätte der Verfasser einen Rekord in der Klein-
heit von Buchstaben aufstellen wollen. Es bedurfte vieler geduldiger Arbeit,
bis wir uns über den Inhalt im Klaren waren.
Vor uns lagen, um das Ergebnis vorw'eg zu nehmen, Predigten und Kasual-
reden des ersten Pfarrers von Blumenau, Oswald R. Hesse. Wie mögen sie nach
Santa Isabel verschlagen worden sein? Niemand vermag es zu sagen. Habent sua
fata libelli. Die Bedeutung des Fundes ist einleuchtend; denn erstens, allgemein,
sind Predigten aus alter Zeit hier selten; wir kannten bisher nur einen einzigen
Predigtnachlass, den von Pastor Sauerbronn in Nova Friburgo, Staat Rio, dem
sich nun der Hesse'sche als zweiter zur Seite stellt; zum andern, war Hesse un-
seres Wissens der erste Geistliche, der im Gebiete der heutigen Evangelischen
Synode von Santa Catarina und Paraná wirkte; und drittens runden Bildnis und
Darstellung einer Pfarrerpersönlichkeit sich erst, wenn wir mit ihrer Theologie,
wie sie aus den Predigten spricht, vertraut sind.
Es lohnte sich daher, viele mühselige Arbeit an den Nachlass zu wenden.
Die Texte aus dem Manuskripte direkt in die Maschine zu schreiben, erwies sich
als unmöglich. Mit dem Vergrösserungsglase mussten Wort für Wort, Satz für
Satz und Zeile für Zeile entziffert werden. Die an sich klare und charakteristische
Handschrift ist von einer Unmenge von Abkürzungen durchzogen, deren Auflö-
sung sich zeitweise zu einem theologischen Rätselspiel gestaltete. Und immer wie-
der die erschwerende Kleinheit der Handschrift: Wo Pastor Hesse mit lYz Seiten
eines gewöhnlichen Schulheftes auskam, gebrauchten wir 4 Schreibmaschinenseiten
grossen Formats. Endlich jedoch waren von den vorliegenden 24 Manuskripten
10 ungekürzt abgeschrieben, und gaben ausreichendes Material, um ein klares Bild
zu gewinnen. Die bearbeiteten Predigten können, zusammen mit einer Original-
predigt, im Instituto Hans Staden in São Paulo eingesehen werden.
Doch kommen wir zu den Ergebnissen. Zunächst zeigt sich, dass Pastor
Hesse als absoluter Herr seiner Muttersprache ein elegantes, klingendes Deutsch
schrieb. Wir bringen den Eingang seiner Karfreitagspredigt vom Jahr 18 51, die
auch später in Brasilien gehalten wurde.
42
Assim se pregava há cem anos
Das obras póstumas do Pastor Oswald Hesse,
primeiro pároco de Blumenau.
Ainda hoje vemos como o irmão Blümel sorriu satisfeito ao entregar-nos,
na hospitaleira casa paroquial de Rio dos Bugres, um maço de manuscritos an-
tigos. E o motivo do seu sorriso era evidente e lógico. Pois notamos logo que
ns páginas entregadas não eram fáceis para ler. A sua idade nota-se a primeira
vista: o papel estava bastante amarelado e encantadamente ornamentada pelos
vestígios das traças; a côr da tinta, muito desbofatada na sua maior parte, ha-
via-se transformada numa côr parda-fraca. Tudo isso, porém, sem importância,
mas as letras, e que „letras", foram apertadamente escritas com uma pena agu-
díssima, como se o autor quisesse estabelecer um recorde em ,,mirim-scritura". E
para decifrar as páginas, foi necessária mais do que paciência, mas finalmente
o conteúdo foi revelado e transcrito.
Os manuscritos em questão, antecipando o resultado das pesquisas, foram
prédicas e alocuções do primeiro pastor de Blumenau, do venerando Oswald R.
Hesse. Como será, que vieram parar em Santa Isabel? Ninguém o sabe. Habent
sua fata libelli. A importância da descoberta é pois óbvia, porque 1.°) raras
são em geral aqui, as prédicas ainda existentes dos tempos passados. Conhecíamos,
até hoje, sòmente um único volume de prédicas feitas pelo Pastor Sauerbronn de
Nova Friburgo, Estado do Rio, e por isso estamos jubilosos em poder colocar ao
lado delas as prédicas do Pastor Hesse. 2°) Hesse foi, conforme o nosso ver, o
primeiro cura ativo na região hoje abrangida pelo Sínodo Evangélico de Santa
Catarina e Paraná. }.°) a personalidade de um pastor podemos conhecer sò-
mente, após de saber da sua teologia cujos traços característicos se revelam na
pregação.
Assim valeu a pena mas sendo o serviço bastante penoso. Impossível foi
passar logo à máquina o texto dos manuscritos encontrados. Com o uso d'uma
lupa decifrou-se palavra por palavra, sentença por sentença, linha por linha. A
escrita, em si bem clara e característica, é cheia de numerosas abreviações, cuja
solução se tornou um verdadeiro problema enigmático de conteúdo teológico.
E continuamente a dificultosa pequenez das letras: Onde o Pastor Hesse usou
uma página e meia de um caderno escolar comum, nós necessitávamos 4 páginas
tamanho oficial escritas à máquina. Finalmente, porém foram copiados 10 dos
24 manuscritos, e estes foram o suficiente para ganharmos uma impressão clara.
As prédicas transcritas, junto com uma prédica original podem ser encontradas
no Instituto Hans Staden em São Paulo.
Cheguemos aos resultados. Em primeiro lugar nota-se que o Pastor Hesse,
dominando absolutamente a sua língua materna, escrevia em elegante e sonora
língua alemã. Levamos ao conhecimento a introdução de sua prédica da Sexta-
feira Santa do ano de 1851, a qual, mais tarde, também foi pronunciada no
Brasil.
43
„CHARFREITAG.
„Erzittre Erde, kreisset ihr Felsen, öffnet euren Mund, stumme Gräber,
verhülle dein Antlitz, strahlende Sonne, denn dort auf Golgatha wird ein Kampf
gekämpft, wie ihn nie das Licht des Tages sah. Ein Kreuz sehe ich erhöhet in
blutigem Schein, einen Heiligen sehe ich bluten, höre ich stöhnen und seufzen,
dessen bleiches Antlitz schon in Todeszuckungen noch Liebe und Sanftmuth
verkündigt; einen Mund höre ich Schmerzensrufe, ja den Schrei der Verzweif-
lung ausstossen, der sonst sich nur zu Segen, zu heilbringender Lehre zur Ver-
kündigung göttlicher Wahrheit öffnete, Hände seh' ich von Nägeln durch-
bohrt, die nur in Wohlthun thätig waren, ein Herz stockt, bricht, steht still im
Tode, dessen Pulschlag eine Liebe war, ein Haupt neigt sich im Tode".
Und ein anderes Stück aus derselben Predigt rücken wir hier ein, das die
Überschrift trägt:
„ES IST VOLLBRACHT.
„Vollbracht ist der Kampf mit Höllenqual und Todespein, vollbracht
ist das grosse Werk der Erlösung, vollzogen ist der neue Bund zwischen Gott
und der Menschheit, mit blutigem Siegel verbrieft und beglaubigt. In freier Lie-
be befehlen wir unsern Geist in die Hände des Vaters, denn der Vollbringer hat
gesiegt: Seht ihr den Strahlenglanz um sein sinkendes Haupt? Erblickt ihr die
Himmelsrosen in seiner Dornenkrone? Hört ihr den Triumphchor der himmli-
schen Heerschaaren? Der Herr hat gesiegt, er triumphiert über Hölle und Fin-
sterniss, über die Welt und ihren frechen Hohn, über das Fleisch und seine
Qual, denn er ist gehorsam bis zum Tode, ja zum Tode am Kreuz".
Die Predigt am 2. Ostertage 1854 hielt Hesse über die Emmausjünger und
sprach über den
„OSTERMORGEN.
„Einer der freudenreichsten Tage, den je die Sonne über die Erde herauf-
geführt hatte, war für die Welt mit jenem Ostermorgen angebrochen, an wel-
chem Christus als Fürst des Lebens die Riegel des Todes zerbrach und mit
Himmelsglorie umgeben, dort in Josephs Garten aus der finsteren Gruft her-
vortrat. Wunderbarer Weise wurde dieser allgemeine Freudentag für die ganze
Welt gerade von denjenigen, die es am nächsten anging, mit Wehmuth, mit
Trauer und mit Thränen begrüsst. Noch war ihr Haupt in Trauerflor ge-
hüllt, noch war ihnen mit dem Herrn ein ganzer Himmel voll Seligkeit in das
nächtliche Grab der Hoffnungslosigkeit hinabgesunken, noch waren sie der Mei-
nung, den herbsten und bittersten Verlust betrauern zu müssen: Sie glaubten
Christum und mit ihm Alles verloren zu haben".
Die Sprache, die Pastor Hesse auf der Kanzel gebrauchte, hat nichts mit
der „Sprache Kanaans" zu tun, sondern zeichnet sich durch Frische und An-
schaulichkeit aus. Hören wir etwa die Paraphrase zu Matth. 21, 23 aus der
Predigt vom 19. Trinitatissonntag 18 52, die auch in den Jahren 1874 und
1876 gehalten wurde:
44
„SEXTA-FEIRA SANTA.
Treme terra! Rompei-vos, rochedos! Abri vossas bôcas, ó mudos sepulcros!
Cubra a tua face, ó sol brilhante! Pois lá no Gólgota trava-se uma luta, como
nunca foi vista pela luz do dia. Vejo uma cruz erguida em brilho sangrento;
vejo um santo a deitar sangue; ouço suspirar e gemê-lo, mas o seu semblante
pálido, já na agonia, ainda anuncia o amor e bondade; ouço uma bôca sol-
tando gritos de dor, sim gritos de desespero, uma bôca que outrora só se abria
para bênção, para a mensagem salvadora, para a proclamação da verdade divina;
vejo mãos perfuradas com pregos, mãos que sabiam só fazer o bem; um coração
interrompe o seu bater, quebra e fica parado na morte, um coração no qual pul-
sava só o amor; uma cabeça inclina-se morrendo".
Mais outra passagem da mesma prédica inserimos aqui, intitulada:
„ESTÁ CONSUMADO.
Consumada está a luta com a tortura infernal e o tormento da morte,
consumada está a importante obra da salvação, está feita a nova aliança entre
Deus e a humanidade, confirmada e legalizada com o sêlo sangrento. Com es-
pontâneo amor entregamos o nosso espirito nas mãos do Pai, pois o Consumador
venceu: Vedes os raios brilhantes em tôrno de sua cabeça inclinada? Percebeis
as rosas alertes na sua coroa espinhosa? Ouvis o côro triunfal das exércitos ce-
lestiais? O Senhor venceu; Êle triunfa sobre inferno e trevas, sòbre o mundo
e seu escárneo atrevido, sôbre a carne e as torturas; pois Êle é obediente até à
morte, e morte de cruz".
Na prédica no dia depois da Páscoa de 18 54 Hesse versou sôbre os discí-
pulos no caminho de Emaús, e falou sôbre
„A MANHÃ DA PÁSCOA.
Um dos dias mais alegres, jamais levado sôbre a face da terra pelo sol,
havia iniciado naquela manhã do dia da Páscoa, na qual Cristo, como príncipe
da vida, quebrou o ferrolho da morte e, coroado com a auréola da glória, saiu
do jazigo escuro, lá no jardim de José. Dum modo estranho êste dia alegre para
todo o mundo foi recebido com melancolia, tristeza e lágrimas por aquêles aos
quais mais deveria interessar. Ainda o crepe envolveu a cabeça dêles, ainda lhes
parecia desaparecido junto com o Senhor um céu cheio de graças. Ainda estavam
com a opinião que deveriam chorar por causa da mais acerba e amarga perda:
Acharam que houvessem perdido Cristo e junto com Êle tudo".
A linguagem usada pelo Pastor Hesse no púlpito, não tem nada a haver
com a „Linguagem de Canaã", pelo contrário, distinguiu-se por brio e plasticidade.
Ouçamos, por exemplo, a paráfrase para Mateus 21, 2 3 tirada da prédica do 19."
depois da Trindade de 18 52, pronunciada igualmente em 1874 e em 1876:
„0 MESTRE DE ISRAEL.
Enquanto Jesus, nos últimos dias antes de sua paixão, ainda ensinava no
templo com o fogo ardente de sua seriedade e seu amor, eis que certo dia irrom-
peu uma legação do Sinédrio pelas portas do templo. Plantaram-se perante Êle
4J
„DER MEISTER IN ISRAEL.
„Während der Herr in den letzten Tagen vor seinem Leiden im Tempel
noch lehrte mit dem ganzen Feuer seines Ernstes und seiner Liebe, siehe, da
rauschte eines Tages eine Gesandtschaft des hohen Raths zum Tempelthore herein.
Pharisäer und Priester pflanzten sich vor ihm auf im ganzen Prunke ihrer Würde,
aufgeblasen von Hochmuth, wohlgenährt vom Zehnten der Opfersteuer, glänzend
vor scheinheiliger Salbung, angethan mit der Amtsmiene besorgter Zionswächter,
stellen ihn zur Rede und fragen: Aus was für Macht thust du das? Aber die
Meister in Israel fanden ihren Meister. In der ganzen Hoheit seiner göttlichen
Sendung richtet er sich vor ihnen auf, nimmt sie, die stolzen Schriftgelehrten,
in die Kinderlehre und sendet sie, nachdem er ihnen schonungslos die heilige
Maske abgerissen, mit dem zerschmetternden Urtheil heim: Die Zöllner und
Huren mögen wohl eher ins Himmelreich kommen denn ihr".
Die angezogene Predigt ist charakteristisch für Hesse's Verkündigung. Er
verwandte in der Regel die Themapredigt mit Einleitung, Angabe der ver-
schiedenen, meist zwei oder drei Teile, deren Ausführung und schliesslich kor-
rektem Schlüsse. Nur einmal, Trinitatis 18 Jl, fanden wir über Joh 3, 1 — 15
eine Homilie.
Doch wir verweilen bei der Predigt vom 19. Trinitatissonntag 18 52 über
Matth. 21, 28 — 32. In der Einleitung spricht Hesse von dem Ja der Christen
zu Gottes Wort und Gebot, will unter Gottes Beistand reden vom schlechten
und vom rechten Jasagen und kommt zu der originellen Disposition: „Wir be-
trachten I. das heuchlerische Ja, wo der Mund spricht ohne das Herz, II. das
träge Ja, wo das Herz spricht ohne die That, und III. das rechte Ja, wo Mund,
Herz und Wandel zusammenstimmen". Schon hier sehen wir, dass Hesse in
dem starken Betonen des Negativen anders formuliert als wir es heute tun
würden. In der Tat ist der erste Teil der Predigt am längsten geraten und
wendet sich als Höhepunkt:
„GEGEN DIE HEUCHELEI.
„O armes Gotteswort, dass du in so mancher schmutzigen Hand dich
musst missbrauchen lassen zu einem Empfehlungsschreiben und Bettelbrief für
falsche Brüder. O Frömmigkeit und Wonne der Engel, du Lust der Himmlischen,
dass du musst aus dir machen lassen eine eitle Komödie. Und am Ende, wie nun
einmal der alte Mensch durch Lüste im Irrthum sich verblendet, betrügen sie
sich noch selbst mit ihrem Jaja, als hätten sie Gott doch gedient. Mit ihrem
Beten und Singen ohne Andacht, mit ihrem Kirchen- und Abendmahlsgehen ohne
heilige Erbauung, mit ihrem angelernten Händefalten und Kopfnicken, mit ih-
rem geübten Geschwätz von Sünde und Gnade glauben solche Unglückliche
am Ende wirklich Christen zu sein, trösten sich lebenslang ihres todten Mund-
christenthums, bei dem sie das Schwerste im Gesetz vergessen haben, das Ge-
richt, die Bescheidenheit und den Glauben".
Der zweite, schon kürzere Teil spricht von den Hunderten, die sich von
Gottes Wort rühren, aber nicht bessern lassen. Ihnen gilt unter anderem die
Warnung:
46
fariseus e sacerdotes com tôda a pompa de sua dignidade, arrogantes de altivez,
gordos por meio do dízimo dos impostos, brilhantes de unção hipócrita, masca-
rados com ar grave de preocupados guardas de Sião, pediram explicações a Êle
e perguntaram: Com que autoridade fazes estas cousas? Mas os mestres de Israel
encontraram um mestre maior. Na majestade de sua missão divina Êle se põe
de pé perante êles, os orgulhosos escribas, ensina-os como se fossem crianças e,
depois de tirado sem misericórdia as máscaras santas, manda-os para casa com
o juízo fulminante: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos
precedem no reino de Deus".
A prédica mencionada é característica para a pregação de Hesse. Geralmente
usou a prédica temática com introdução, indicação dos diversos (na maior parte
dois ou três) capítulos, apresentação dos mesmos, e finalmente um acabamento
correto. Uma vez só, para a Festa de Trindade de 18 51, achamos uma Homilia
sobre Ev. João 3, 1 — 15.
Demoremos, porém, com a prédica do 19.° Domingo depois de Trindade
de 1852 que versa sôbre Mateus 21, 28 — 32. Na introdução Hesse fala do con-
sentimento dos cristãos com a Palavra e mandamentos de Deus, e querendo dis-
cursar, com auxílio de Deus, sôbre o falso e o verdadeiro "Sim", chega à dis-
posição original: „Refletimos 1.°) sôbre o Sim hipócrita, dito sòmente pela bôca
mas sem o coração, 2.°) sôbre o Sim indolente, dito pelo coração mas sem vida
análoga, e 3.°) sôbre o verdadeiro Sim, dito em harmonia de bôca, coração e
vida". Aqui já notamos que Hesse, na forte acentuação do negativo, usa for-
mulações diferentes do que nós usaríamos. Em verdade o 1.° capítulo da prédica
é o mais extenso e dirige-se no ponto culminante:
„CONTRA A HIPOCRISIA.
Ó pobre palavra de Deus, que por várias mãos sujas és abusada para re-
comendações e cartas de pedinte de falsos irmãos. Ó piedade e glória dos anjos,
delícia dos entes celestiais, que és degradada a vãs comédias. E por fim os
homens, cegos como estão por meio de cobiças e pecados, enganam-se a si mes-
mos com o seu ,,dizer-sim", como se tivessem servido a Deus. Orando e can-
tando sem devoção, assistindo cultos e Santa Ceia sem santa edificação da alma,
juntando habitualmente as mãos e acenando com a cabeça, pairando habilmente
sôbre pecado e graça, estes infelizes julgam-se verdadeiros cristãos, animam-se
com piedade morta, e negligenciam os preconceitos mais importantes da Lei:
da justiça, da misericórdia e da fé".
O 1° capítulo, já muito menos extenso, fala das centenas que aceitam a
Palavra de Deus, mas não a cumprem. Para estes vale, além de outras, tam-
bém 3 exortação:
„CONTRA A INDOLÊNCIA.
Apresentando-lhes os mandamentos de Deus, lembrando a êles os deveres
cristãos, recebe-se a resposta: ,,Sim, sr.", mas êles não se movem para executar
as ordens do Senhor. Lembrados aos seus erros e perguntados: Lamentais os
vossos pecados de todo o coração? replicam, às vêzes até chorando: ,,Sim, sr.",
mas continuam na sua vida fútil. Mostrando a êles o Salvador com seu carinho
47
„GEGEN DIE TRÄGHEIT.
„Hält man ihnen Gottes Gebote vor, mahnt sie an ihre ChristenpfUcht:
Herr ja, lautet die Antwort, und doch gehen sie nicht hin, zu thun nach des Herrn
Befehle. Mahnt man sie an ihre Fehler und fragt: Sind euch eure Sünden von
Herzen leid?, Herr ja, antworten sie, vielleicht mit Tränen — und fahren doch
fort in ihrem eitlen Wandel. Zeigt man ihnen den Erlöser in seiner Huld und
Liebe und fragt in seinem Namen: Simon Jona, hast du mich lieb?, Herr ja,
sprechen sie mit gerührten Herzen und betrüben ihn doch Tag für Tag durch
neue Sünden. Zeigt man ihnen die Seligkeit des Himmels und ruft ihnen zu:
Trachtet nach dem, was droben ist!, Herr ja, heisst die begreifliche Antwort, und
doch bleiben sie an den Staub der Erde gefesselt mit all ihrem Dichten und
Trachten".
Und schliesslich kommt der positive, jedoch kürzeste Teil, der ermuntert
zu sprechen:
„DAS FROMME, FRÖHLICHE JA.
,,Ein ganzes Ja, ein volles Ja, ein rechtes Ja, bei dem Herz, Mund und
Wandel zusammenstimmt, dies dreifache ist's, was der Herr braucht. Ein
Herz, das hinweggehoben über alle Bedenken des Fleisches, überzeugt von
der Macht der göttlichen Wahrheit, ergriffen von der sanften Gewalt der ewi-
gen Liebe, überwältigt von der Siegeskraft des heiligen Geistes, ausbricht ein
für alle Mal in ein freudiges: Ja, Herr Jesu, bei dir bleib ich, so in Freude
wie in Leid!; ein Mund, bei dem es heisst: ich glaube, darum rede ich,
und der, wo es gilt, allem Nein der Welt, allem Zweifel des Unglaubens, allem
Widerstand der Sünde entgegensetzt sein freudiges muthiges Ja; ein Wandel
der bestätigt, was das Herz glaubt und der Mund bekennt, ein Wandel zur
Ehre des Vaters und zum Heile der Brüder, ein Wandel in der Wahrheit und
der Liebe, ein Wandel, dabei man keiner Last sich weigert, die der Herr aufer-
legt, ein solches Ja mit Herz, Mund und Wandel, das ist das rechte Ja".
In dieser Predigt haben wir die Verkündigung vor uns, die für Hesse
bezeichnend ist. Das Christentum besteht im Grunde aus einem An-sich-selber-
Arbeiten, aus einer praktischen Gestaltung des Lebens, die gipfelt in der Liebe
zu Gottvater und zu den Mitmenschen. Die sittliche Verantwortung vor Got-
tes Gebot wird immer wieder gepredigt, schlichtes klares Leben und Rechttun
hoch bewertet. Jesus Christus als Gottessohn und Versöhner tritt zurück, doch
wird er in aufrichtiger Ehrfurcht gefeiert als Lehrer und hehres Vorbild, dem
es nachzustreben gilt. Auch das reformatorische Schuldgefühl und der Recht-
fertigungsglaube fehlen; unter Sünde werden die Übertretungen der Gebote
verstanden, die der Christ unterdrücken muss und kann. „Die Hauptfrage
ist immer die Vortrefflichkeit der Lehre Christi, durch welche er leuchtet, dass
wir unsre Fehler ausrotten und unsre Käfte zum Guten entwickeln" (Predigt
Trinitatis 1851).
„Eine reinere Erkenntnis unsrer selbst, ein Durchschauen unsres Geistes
und Gemüthes" (Pfingstpredigt 1 852 und 1869), „der Kampf gegen die Sün-
de mit ihren Reizen und Lockungen, durch musterhaftes Beispiel, durch lieb-
reiche Mahnung, durch ernsten Tadel, durch christliche Zucht" (Predigt vom
48
Die Hamburger Bark „Sir Isaak Newton" der Reederei Robert Miles
Sloman war um 1850 in der Auswandererfahrt beschäftigt. Wir verdanken
das Bild, wie auch das nächste Blatt, der freundlichen Vermittlung von
Frau Dr. Renate Schindler in Hamburg.
Veleiro de emigrantes.
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hnílaiif- Unö fron« i^ti mit Se^^m €r nimmt
iioí wiüivi auf; t£r njííf uné auc^ Scfdjúí^en *ölit
íj.i íaé •íBrfltIfterilanf.
löte weri'in n>tc mê ^tnim, ^tm Diefe
3fÍ5t ôíb' ta<í ;èit4t ^JiCetiV Q5alö i|l
fé in cem líauf; 6o falffn tvk S^kntt i 3«
Für einen Groschen oder zwei wurden einst „Neue Lieder,
gedruckt in diesem Jahr", bescheiden auf Löschpapier gedruckt,
verkauft. Hier geht es um den Sang vom Brasilienland.
„Benvindo, diz o Imperador".
e amor, e perguntados em seu nome: Simão, filho de João, tu me amas? retorquem
com coração comovido: „Sim, sr.", mas entristecem-no dia por dia com novos
pecados. Mostrando-lhes a felicidade do céu e exortando-os: Pensai nas cousas
lá do alto!, „Sim, sr.", chama-se a resposta compreensível, mas não obstante
isso, ficam presos no pó da terra com suas imaginações e ambições".
Finalmente a prédica acaba com o capítulo positivo, mas muito breve, exor-
tando a dizer:
„0 SIM ALEGRE E PIEDOSO.
Um Sim completo, um Sim incorruptível, um Sim verdadeiro, no qual
coração bôca e vida harmonizam inteiramente, êste triplo é o que ao Senhor
apraz. Um coração que, elevado sôbre todos os incómodos da carne, con-
vencido do vigor da verdade divina, comovido pela fórça suave do amor eterno,
dominado pelo poder vencedor do Espírito Santo, declara alegremente uma vez
para sempre: Sim, Jesus, em Ti sòmente fico, em alegria e dor; já na terra
e eternamente eu me entrego a Ti, Senhor!; uma bôca, a qual diz: creio,
por isso falo, e a qual, no momento exato, opõe a todo „Não" do mundo, a
tóda dúvida da incredulidade, a tôda oposição do pecado um alegre e corajoso
Sim; uma vida, a qual confirma o que crê o coração e confessa a bôca,
uma vida em verdade e amor, uma vida para a glória do Pai e para o bem
dos irmãos, uma vida na qual não se recusa o fardo impôsto pelo Senhor. Tal
Sim com coração, bôca e vida é o Sim verdadeiro".
Nesta prédica encontra-se a missão característica para Hesse. O cristia-
nismo existe no fundo d'um trabalhar-em-si- mesmo, d'uma prática formação
da vida, culminando no amor para com Deus Pai e para com os próximos. A
responsabilidade moral perante a Lei de Deus é um dos pontos principais de
suas prédicas; a modesta e sóbria vida e a justiça êle aprecia sobremaneira. Jesus
Cristo como Filho de Deus e Reconciliador fica atrás do mestre homenageado
com sincera veneração e atrás do sublime exemplo o qual se deve procurar de
atingir. Igualmente sente-se a ausência das idéias reformatórias do reconhe-
cimento da culpa e da fé justificadora. Sob ,, pecado" entende-se a transgressão
dos mandamentos, a qual o cristão deve e pode reprimir. ,,A pergunta princi-
pal é sempre a excelência da doutrina de Cristo, pela qual êle se dá a conhe-
cer, a fim de que possamos exterminar os nossos êrros e desenvolver as nossas
fôrças para o bem" (prédica da Trindade de 1851).
„Um conhecimento mais puro de si próprio, bom percebimento de nossos
espírito e coração" (prédica pentecostal de 1852 e 1869), a ,,luta contra o
pecado com suas atrações e seduções, por meio de exortações, repreenções sé-
rias, disciplina cristã" (prédica de 3 de setembro de 18 54), „conversäo e arre-
pendimento, regeneração e renegação, abandono da amizade do mundo, a fim de
passar o tempo, sem incomodações e tentações por parte de gente maligna, sos-
segado, fiel e zeloso na profissão, sincero e solícito no amor ao próximo e nas
relações com Deus e sua Palavra" são sinais „dos verdadeiros filhos do Espírito
Santo que vivem no meio da tempestade bramante do espírito mundano" (pré-
dica pentecostal de 18 56).
4
49
3. September 18 54), „Bekehrung und Busse, Wiedergeburt und Selbstverleug-
nung, Valét-Sagen der Welt Freundschaft, um ungestört und unverführt von
unartigen Leuten, in stillem treuen Berufsfleisse, in aufrichtiger dienstfertiger
Nächstenliebe, im Umgange mit Gott und seinem Worte die Tage hinzubrin-
gen", das ist das Zeichen „der ächten Geisteskinder mitten unter dem brau-
senden Wehen des Weltgeistes" (Pfingstpredigt 18 56).
Die Ausführungen und Belege lassen unseren Pastor Hesse als einen typi-
schen Vertreter der konservativen Aufklärungstheologie erkennen.
Es sei genug der Beispiele, nur ein Charakteristikum sei noch erwähnt.
Als Pastor Hesse am 23. September 1877 die Kirche zu Blumenau einweihte,
sprach er das Vaterunser in einer erweiterten, erklärenden Form. Nicht um
eine leichte Kritik herauszufordern, sondern um den Geistlichen als Kind seiner
und für uns vergangenen Zeit zu zeichnen, bringen wir hier die ersten zwei
Bitten: „Unser Vater, der du bist im Himmel, der du alle Räume, alle Höhen,
alle Tiefen mit deiner Gegenwart erfüllest, du bist hier auch mitten unter uns!
Geheiliget werde dein Name! dass sie hier wachse, deine Erkenntniss, dass sie
hier würdig geschehe, deine Verehrung! Zu uns komme dein Reich! dass es
immer mehr Umfang gewinne, mehr Mitglieder, mehr Genossen hier finde, dein
heiliges Reich der Wahrheit und der Tugend".
Wir kommen zum Schluss und legen die alten Predigtblätter aus der Hand,
die da künden von jenem aufrechten Manne, der 22 Jahre als Volkserzieher in
der jungen Kolonie Blumenau gewirkt und in beispielhafter Liebe und Hingabe
die Einheit von Theologie und Leben praktisch bewiesen hat.
50
Estas exposições e êstes exemplos identificam o nosso Pastor Hesse como
representante típico da teologia conservativa da época do Racionalismo.
Os exemplos sejam suficientes, somente uma característica seja ainda men-
cionada. O Pastor Hesse, inaugurando em 23 de setembro de 1877 a igreja de
Blumenau, rezou o Pai-Nosso numa forma mais extensa e explicativa. Citemos
aqui as duas primeiras preces, porém, não para criticá-lo, mas para descrever o
cura como adepto de seu tempo, tempo que para nós já passou:
„Nosso Pai, que estás nos céus, que enches todos os lugares, tôdas as alturas,
tôdas as profundidades com a tua presença, tu estás aqui também em nosso meio!
Santificado seja o teu nome! a fim de que aqui seja feita dignamente a tua
adoração ! Venha para nós o teu reino! para que sempre receba maior extensão,
€ ache mais membros, mais sócios, o teu santo reino da verdade e da virtude".
Chegando ao fim largamos os manuscritos que falam daquele homem pri-
moroso o qual, durante 22 anos serviu como educador do povo da jovem co-
lónia de Blumenau e demonstrou com exemplar amor e dedicação a união entre
a teologia e a vida prática.
Pastor Fios
trad. Pastor L. Fr. Crrutxhrrg.
51
Predigt bei Einweihung
der Kirche in Badenfurt
Wir glauben es dem Gedenken von Pastor Hesse schuldig zu sein, wenig-
stens eine seiner Predigten ungekürzt vorzulegen, und wählen aus den bearbei-
teten Manuskripten die Predigt bei Einweihung der Kirche in Badenfurt, Santa
Catarina, die am 7. Juli 1872 über Rom. 12, 1 — 6 gehalten wurde:
„Heiliger Gott! Lob, Dank und Preis Sei dir vom Kinde bis zum Greis,
Für dies dein Haus gesungen! Du hast's geschenkt und auferbaut, dir ist's ge-
heiligt und vertraut Mit Herzen, Händen, Zungen. Ach hier Sind wir Noch
in Hütten, Herr, wir bitten. Stell uns droben In den Tempel, Dich zu loben.
Amen.
Meine verehrten Freunde! Die erste Predigt, welche in dieser neu erbauten
Kirche zu ihrer festlichen Einweihung gehalten wird, hat offenbar dies zu ihrer
nächsten Aufgabe, die Gedanken auszusprechen, mit denen die christliche Ge-
meinde, der ihr angehört, dies ihr Gotteshaus betritt, und den Empfindungen
und Gefühlen, die euch heut hierher begleitet haben, Worte zu geben.
Nach jahrelanger Entbehrung öffnet nun heut dies wohl bereitete Ge-
bäude seine geheiligten Räume und nimmt euch auf, und mit euch die theil-
nehmenden Freunde von nah und fern, welche gekommen sind, um nach dem
Worte Jesu sich zu freuen mit euch, den Fröhlichen, um Genossen und Gehül-
fen eurer Freude zu sein an diesem Fest, dem Ehrentage eurer Gemeinde.
Manches Überlegen, manche Sorge und manches Opfer hat es gekostet, ehe
dieses Haus fertig wurde, und dass es fertig wurde.
Zu der schweren Zeit, welche aller Orten auf unsren Colonien lag, kam für
euch noch die besondere Sorge, an die Stelle des früher leicht aufgeführten und
vom Sturme niedergeworfenen, ein neues für grössere Dauer berechnetes Gottes-
haus zu gründen.
Aber heute vergesst ihr das Alles, was dahinten liegt, heut heben sich eure
Herzen aus dunkeln Sorgen und Seufzern zu heller, ungetrübter Freude über das
vollendete Werk, und es treibt euch einzustimmen in das herzenswarme Wort
des Psalmisten: Herr, ich habe lieb die Stätte deines Hauses.
Ob eure Liebe ein warme und lebendige, ob eure Freude an diesem dem
Gottesdienste geweihten Hause eine würdige sei, das bleibt immer und beson-
ders am heutigen Tage eine ernste Frage.
Wir werden sie, uns zum Heile, Gott zur Ehre, erst dann befriedigend
beantworten, wenn wir nach dem Worte des Apostels uns zur Klarheit bringen,
welches da sei der Christen vernünftiger Gottesdienst, und dieser Hauptfrage
nachgehend, finden wir, wie ein vernünftiger Gottesdienst nur aus klarer Erkennt-
niss des göttlichen Willens hervorgehen kann, und wie er in und ausser der Kirche
im Geist lebendig sich kundgibt.
52
Prédica por ocasião da inaugu-
ração da igreja em Badenfurt
Julgamos como dever nosso à memória do Pastor Hesse de publicar com-
pletamente uma dns suas prédicas e escolhemos dos manuscritos elaborados a
prédica por ocasião da inauguração da Igreja em Badenfurt, Santa Catarina,
proferida no dia 7 de julho de 1872 sobre:
Rom. 12, 1—6
Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresen-
teis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus,
que é o vosso culto racional.
E não vos conformeis com êste século, mas transformai-vos pela
renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agra-
dável e perfeita vontade de Deus.
Porque pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós
que não pense de si mesmo, além do que convém, antes, pense com
moderação conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
Porque, assim como num só corpo temos muitos membros, mas
nem todos os membros têm a mesma função;
Assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em
Cristo, e membros uns dos outros.
E temos diferentes dons segundo a graça que nos foi dada.
Ó, santo Deus! Criança e ancião Te cantem honra, louvor e gratidão por
esta casa! Tu a deste e a edificaste, a Ti ela é santificada e por nossos corações,
bocas e mãos confiada! Senhor, Te pedimos, pois ainda em moradas terrenas
vivemos, nos leva ao Teu templo, que ali Te louvemos. Amém.
Meus prezados amigos! A primeira prédica nesta casa para a sua inaugu-
ração evidentemente em primeiro lugar terá de expressar os pensamentos, com
os quais a comunidade cristã, a qual pertenceis, nela entra, tão bem como os
sentimentos e afetos que hoje vos trouxeram para cá.
Após anos de privação hoje esta casa bem preparada abre a sua dependência
sacrosanta e vos acolhe e convosco os amigos participantes de perto e de longe,
que vieram, segundo a palavra de Jesus, alegrar-se com os alegres, participar
como amigos e companheiros do vosso gôzo nesta festa, dia jubiloso da vossa
comunidade.
Bastante ponderar, muito trabalho e sacrifício foram necessários até que
esta casa ficou pronta, para que pôde ser concluída.
Além do tempo penoso que em geral pesa sôbre as nossas colónias, tivestes
o especial cuidado de edificar em lugar do velho e primitivo templo que o
vento derrubou, um novo, mais sólido e de maior durabilidade.
I.
Um ein Gebäude sicher und für die Dauer aufzuführen, dazu ist zuerst
nöthig, dass ein guter Grund gelegt werde. Darum mahnt der Apostel, vor
allen Dingen zu prüfen, welches da sei der gute und wohlgefälHge und vollkom-
mene Gotteswille, denn nur aus einer solchen klaren Erkenntnis kann eii.' ver-
nünftiger, dem göttlichen "Wesen und unsrer eigenen Natur angemessener Got-
tesdienst hervorgehen.
Nun ist unter euch wohl Niemand, der nicht die heiligen 10 Gebote Got-
tes kennte, und es könnte fast scheinen, als wäre eine weitere Prüfung, was
denn Gottes Wille sei, überflüssig, und doch mahnt der Apostel dazu, und für
wie wichtig und schwer er sie hält, das geht daraus hervor, dass er als noth-
wendige Bedingung einer solchen erfolgreichen Prüfung eine gänzÜche Änderung
und Erneuerung der Gesinnnung fordert, denn um sich einen klaren geistigen
Blick zu schaffen und zu sichern, muss man ja doch wohl Alles, was ihn
trübt, was ihn an seiner Thätigkeit hindert, hinwegschaffen und unterdrücken,
so namentlich den Aberglauben, der den Verstand verdüstert, die Leidenschaften,
die das Herz aufrühren und durchstürmen, die Schlaffheit, die entmannende
Willenlosigkeit, der ein träges Pflanzenleben genug thut.
Wie aber soll ich bei dieser Prüfung des göttlichen Willens zu Werke ge-
hen? Ich weiss wohl, der Wille Gottes muss seinem Wesen genau entsprechen;
der HeiUge kann nichts Unheiliges, der Gerechte keine Ungerechtigkeit, der Ewi-
ge und Unveränderliche nicht heut das imd morgen jenes, nichts Hin- und
Herschwankendes, der Allgütige und Allbarmherzige keine Lieblosigkeit, keinen
Hass, keine Verfluchung und Verfolgung, keine Gleichgültigkeit wollen und
fordern.
Aber bei all dem ist das Wesen des Unerforschlichen so imerreicht hoch
über Allem, was mein Verstand wie Vernunft erfassen kann, dass es mir nie
zum vollkommen klaren Bewusstsein kommen wird.
Wohl, mein Christ, doch du weisst aus der Schrift: Gott schuf den Men-
schen nach seinem Ebenbilde, du weisst auch, dass die Sünde es ist, welche die-
ses göttliche Ebenbild verunstaltet und befleckt; je ernster und kräftiger du
also an der Reinigung deines Innern, an der Erneuerung deines Sinnes, an der
Heiligung arbeitest, desto reiner wird auch das göttliche Ebenbild wieder in dir
hervortreten, desto deutÜcher wird es dir also auch werden, was Gott will.
Darum spricht Christus, unser Erlöser: Selig sind, die reines Herzens sind,
denn sie werden Gott schauen! Darum spricht Paulus an anderer Stelle: Das ist
der Wille Gottes, eure Heiligung.
Es ist nun nicht zu leugnen, so einfach und leicht zu verstehen der Wille
Gottes gewöhnlich ist, da er ja auch den Heiden, die das Gesetz nicht kennen,
ins Herz geschrieben ist, da ja die Gedanken, die sich untereinander anklagen
und enschuldigen, an keinem sich unbezeugt lassen, der sie nicht gefliessentÜch
zum Schweigen bringt: so können wir doch zuweilen in den Fall kommen,
dass ein Streit verschiedener PfUchten aufzutreten scheint, und dass dadurch der
Gewissenhafte wohl zu der ängstlichen Frage sich gedrängt sieht: Was ist hier
der Wille Gotte»?
J4
Hoje, porém, tudo esqueceis o que para trás ficou, hoje os vossos corações
se elevam de lamentações e cuidados escuros à clara e límpida alegria pela obra
terminada e sois impelidos a unir vossas vozes ao louvor fervoroso do salmista:
Senhor, eu tenho amado a habitação da tua casa!
Se de fato o vosso amor é fervoroso e vivo, se de fato a vossa alegria por
esta casa dedicada ao culto divino é digna, isto sempre e principalmente hoje
é uma séria pergunta.
Só poderemos respondê-la satisfatoriamente para a nossa salvação e para
a glória de Deus, se esclarecemos em conformidade com a palavra do apóstolo:
qual seja o culto racional dos cristãos e seguindo a esta pergunta capital,
acharemos: como um culto racional só pode nascer do claro conhecimento da
vontade divina e como este mesmo culto se manifesta em Espírito dentro e
fora da igreja.
I.
Para edificar uma casa sólida e duradoura em primeiro lugar é preciso
lançar um bom fundamento. Por isto adverte o apóstolo que examinamos em
primeiro lugar, qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Sòmente
de um claro conhecimento pode resultar um culto racional em conformidade
com o ser divino e com a nossa própria natureza.
Agora provavelmente entre vós ninguém é encontrado que não conheça
os santos dez mandamentos e poderia parecer que um outro exame qual seja a
vontade de Deus se torna desnecessário, mas apesar disto o apóstolo adverte,
achando o referido exame tão necessário e difícil que exige uma completa re-
novação e conversão do sentimento para que o tal exame possa ser coroado de
êxito. Para ganhar e conservar uma clara visão espiritual temos que afastar
e oprimir tudo que a obscurece, tudo que impede a sua atividade, assim especial-
mente a superstição que obscurece a razão, as paixões que excitam e inquietam
o coração, a preguiça, a falta de vontade que se contenta com uma vida ve-
getal indolente.
Como, porém, procederei o exame da vontade divina? Certamente sei que
a vontade de Deus deve corresponder com o seu ser. O Santo não pode querer,
nem exigir algo que não seja santo também, o Justo nada de injustiça, o Eterno
e Imutável nada de vascilação, não pode querer nem exigir hoje isto e amanhã
aquilo, o Bondoso e Misericordioso nenhuma dureza de coração, nada de ódio,
de maldição e perseguição, nada de indiferença.
Mas com tudo isto o ser do Inescrutável para mim é tão elevado que a
minha razão e compreensão nunca o poderá compreender completamente.
Está certo, meu cristão, mas tu sabes da Escritura que o homem foi criado
à imagem de Deus, sabes também que é o pecado quem estraga e mancha esta
imagem divina. Quanto mais séria e fortemente, portanto, trabalhares na
limpeza do teu interior, na renovação do teu sentimento, na tua santificação,
tanto mais pura aparecerá em ti a imagem de Deus, tanto melhor saberás o que
Deus quer.
Die Antwort: Das Schwerste ist nicht immer das richtige. Aber wissen
wir, dass der heilige und vollkommene Gott in sich selbst eins ist, so wissen wir
auch: Er kann immer nur Eins fordern. Die Liebe lehret dich, dies Eine zu
finden:
Das ist es, was von ihr am unmittelbarsten ausgeht, was den gütigen Vater
am schönsten verherrlicht, was den Brüdern am gewissensten nützt, was dich
über kleinliches Rechnen am weitesten erhebt, was du an Andern, wenn sie es
an deiner Stelle thäten, am höchsten schätzen würdest, das ist es; so folge der
Liebe und zweifle nicht; sie leite dich bei der Prüfung, dann stösst nichts die
Überzeugung in dir um, der Gott, der die Liebe ist, kann nur eine solche Er-
neuerung des Sinnes fordern, welche aus ihr hervorgeht, in ihr Kraft gewinnt
und zu ihr hinführt.
Ja, der Gottesdienst, der aus solcher Prüfung, aus solcher Kenntniss des
göttlichen Willens hervorgeht, o, möge diese Kirche ihm und keinem andern
für alle Zeiten geweiht sein, er kann, er wird, er muss ein vernünftiger sein.
n.
Wie aber wird sich ein solcher äussern und kundgeben?
Das ist unsre zweite Frage, und wenn wir an das Wort Christi denken:
Sie werden euch in den Bann thun, es kommt aber die Zeit, dass wer euch tötet,
wird meinen, er thue Gott einen Dienst daran; solches aber werden sie darum
thun, dass sie weder meinen Vater noch mich erkennen! Wenn wir an dies tau-
sendmal waar gewordene Wort denken, dann werden wir es uns nicht wegleugnen
können, dass diese Frage namentlich auch am Tage der Einweihung eines neuen
gottesdienstlichen Gebäudes, mit der ernstesten Aufmerksamkeit behandelt zu
werden verdient; und unser Text gibt uns ja zu ihrer Beantwortung eine so schöne
und befriedigende Anleitung.
Auf vier Äusserungen eines vernünftigen Gottesdienstes macht er uns auf-
merksam, die leibliche Aufopferung, die Demuth, die Treue im Beruf und die
thätige Liebe.
Zuerst ruft er uns zu: Gebet eure Leiber hin zu einem lebendigen, heiligen
und Gott wohlgefälligen Opfer. Nicht Fasten und Kasteien sind ein sol-
ches Gott wohlgefälliges Opfer, aber noch weniger Fressen und Saufen; nicht
die Ausrottung natürlicher Triebe, aber noch weniger deren unmässige, viehische
Befriedigung. Nicht das Kirchengehen allein macht den vernünftigen Gottes-
dienst aus, aber opfert es auch nicht eurer Bequemlichkeit und Weichlichkeit
auf; bringt mit eurem Leibe wenigstens das Opfer, dass ihr nicht jeden ungün-
stigen Wind, jedes unfreundliche Wetter, jedes trübe Gewölk, jede noch so ge-
ringfügige Störung in der Häuslichkeit zum Vorwande, zur Ausrede vor euch
selbst braucht, um den Besuch des Gotteshauses zu versäumen, während euch
das Alles doch nicht von dem Besuche anderer, dem Vergnügen geweihter Orte
abhält.
Freilich glauben Viele, nicht den Leib, sondern ihren hochgebildeten Geist
zum Opfer zu bringen, wenn sie die Kirche einmal besuchen. Es sind gewöhnlich
Solche, die nach den Worten unsres Textes höher von sich halten als sich's gebührt
zu halten. Für das gewöhnliche Volk ist so etwas, eine Predigt und öffentlicher
56
Por isto diz Cristo, nosso Salvador: Bem-aventurados são os limpos de
coração, pois êles verão a Deus. Por isto diz Paulo em outro lugar: A vontade
de Deus é a vossa santificação.
No entanto não é de negar que a vontade de Deus, apesar de ser geral-
mente fácil de conhecer, assim que até os pagãos que não conhecem a lei a
trazem inscrita no coração e que os pensamentos, que entre si se acusam e
desculpam, em todos se manifestam, quando não os calamos de propósito, nos
pode levar em circunstâncias em que parece haver disputa entre diversas obri-
gações, que até o mais diligente é levado a perguntar ansiado: O que aqui é a
vontade de Deus?
Resposta: O mais difícil nem sempre é o mais acertado. Se nos lembra-
mos que a santa e perfeita vontade de Deus em si é uma só, então também
sabemos: Êle sempre só pode exigir uma coisa. O amor te ensina a achar esta uma
vontade.
Será aquilo que mais provém do amor, aquilo que melhor glorifica o Pai
bondoso, que mais certo ajuda os irmãos, que te eleva mais sobre o pensar mes-
quinho, o que tu nos outros, se o praticassem, mais admirarias, isto é o acer-
tado. Por isto segue o amor e não duvida, êle te guia no exame, então nada
abala a tua certeza, que o mesmo Deus que é o amor, só pode exigir tal reno-
vação do sentimento que dêle provém, nêle se fortifica e a êle conduz.
Sim a este culto que resulta de um tal conhecimento da vontade de Deus
seja dedicada esta casa para todos os tempos, pois só êle poderá e sempre será
um culto racional.
IL
E como êle se manifesta?
Eis a nossa segunda pergunta e se pensarmos na palavra de Cristo: Ex-
pulsar-vos-ão das sinagogas e chegará a hora em que todo o homem que vos
matar, julgará prestar um serviço a Deus. Isto farão, porque não conhecem
nem o Pai nem a mim! Se pensamos nesta palavra que mil vezes se cum-
priu, não poderemos negar que esta pergunta também no dia da inauguração
de um novo templo, merece ser tratada com a máxima atenção. O nosso texto
nos dá para a sua resposta uma tão bela e satisfatória direção.
Para quatro manifestações do culto racional é dirigido o nosso olhar: sa-
crifício corporal, a humildade, a fidelidade no ofício e o amor praticado.
Primeiramente nos chama: Oferecei vosso corpo em holocausto vi-
vo, santo e agradável a Deus. Não jejuar e flagelar-se são um sacrifício agra-
dável a Deus, mas também muito menos comer e beber em excesso, não o ex-
termínio dos instintos naturais, mas também muito menos a sua satisfação
animal. Freqiientar a igreja em si ainda não é culto racional, mas muito menos
preguiça e moleza neste ponto. Trazei com o vosso corpo pelo menos êste sa-
crifício que não useis cada ventinho, cada tempo feio, cada distúrbio caseiro
como pretexto para ficar em casa, quando tudo isto não nos pode impedir
de freqüentar outros lugares dedicados ao vosso divertimento.
57
Gottesdienst, ganz gut und heilsam, aber wir brauchen das nicht, wir können dort
nichts mehr lernen, nichts Neues mehr hören, wir langweilen uns und können
unsre Zeit angenehmer verwenden.
Und doch, mein Christ, hier, wo Hunderte im gemeinsamen Aufblick zu
Gott ihre Knie beugen, ihren Geist in heiliger Ruhe sammeln, hier wo Herr
und Diener, Frau und Magd, Vornehm und Gering, Reich und Arm gleich-
berechtigt dastehen, hier wo Gottes "Wort lauter und rein geprediget, der Sünder
gestraft, die Tugend ermuthigt, die Leiden getröstet, die Freude geheiligt wird,
hier kannst auch du immer noch lernen.
Freilich bist du vielleicht klug genug, dir das Alles selbst und besser sagen
zu können, was du von der Kanzel verkündigen hörst; aber der Mensch, der mit
und unter Menschen leben soll und muss, wenn er nicht untergehen soll, er
fühlt erst in Gemeinschaft mit Andern seines Geschlechts sich beruhigt, erst in
Verbindung mit seinen Brüdern sich als Kind Gottes. Lassen ihm doch auch die
weltlichen Sorgen sonst nur selten Zeit, sich allein mit dem Heiligen zu beschäf-
tigen, sehnt er sich doch nach Aufklärung über so manchen Zweifel, nach Ruhe
in so manchem Sturme, nach Frieden in so manchem Kampfe.
Ja, auch aus der schlichtesten und einfachsten Erklärung des göttlichen
Wortes kann ein Jeder noch etwas lernen, und wäre es auch nichts weiter, als
dass eben auch die D e m u t h zu einem vernünftigen Gottesdienste gehört.
Und ist es denn anders denkbar, muss nicht der, welcher Gottes Wesen und was
sein guter und wohlgefälliger und vollkommener Wille sei, mit Ernst und Klar-
heit geprüft hat, muss er nicht mässiglich von sich halten? Muss er nicht als
ein nur schwaches und schwächliches Glied an dem grossen Körper der Gemeinde
Christi fühlen? Muss er vor dem grossen und heiligen Gott nicht in diesem
Gefühle sich alsbald beugen und knieend niederfallen mit dem Bekenntniss:
Vor dem Gerechten besteht Keiner, auch nicht Einer!
Mancherlei Gaben hat der Herr ausgetheilt nach seiner unerschöpflichen
Gnade, aber wo ist die treue Benutzung derselben, wo ist die Treue im
irdischen und himmlischen Berufe, durch welche wir ihm dienen? Denn nicht
bloss die Kirche ist dem Gottesdienste geweiht, mein Christ, nein auch dein
Haus und deine Werkstatt und dein heimathlicher Herd. Da thue, was das
Amt deines Geschäftes ist, gewissenhaft, da wirke, solange dir der Tag des
Lebens dauert, da hüte deinen Mund und deine Hand und deinen Fuss vor
Allem, was wider Gottes Gebote ist, da arbeite an deiner HeiUgung in Ge-
danken, Worten und Werken, da wachse immer inniger, immer fester an den
Weinstock Christi, an dem auch du eine Rebe bist.
Liebe, thätige Liebe, so haben wir den Kreis geschlossen und sind zu dem
Punkte zurückgekommen, von dem wir ausgingen, Liebe sei der Gottesdienst,
dann sind wir Viele ein Leib in Christo, und jedes Glied, sei es auch noch
so klein und niedrig, gehört zum Wohlsein, zum vollkommenen Zustande des
ganzen Körpers; eng bist du mit ihm verbunden, so entziehe dich nicht, son-
dern schaffe aus reinem Herzen um Gottes willen, was du kannst, zur erhöhten
Lebensthätigkeit, zum innigen, einigen Ineinandergreifen Aller.
Das ist ein Gottesdienst, dem Herrn angenehm, ihm sei dies Haus ge-
weiht. Amen".
ß-
58
É verdade, muitos acham que, freqiientando os cultos, não sacrificam tanto
o seu corpo mas sim o seu espírito mui erudito. Geralmente são aqueles que,
segundo os dizeres do apóstolo têm de si mesmo ideia mais alta do que é justo.
Acham que para o povo em geral tal coisa como uma prédica, um culto é bom
e útil, mas que para êles nada há de aprender, nada de novo para ouvir, é lhes
tedioso, acham que podem empregar melhor o seu tempo.
No entanto, meu cristão, aqui, aonde centenas dobram os seus joelhos em
comum adoração, concentram o seu espírito em santa devoção, aqui, aonde senhor
e servo, dona e empregada, ilustres e humildes, ricos e pobres são iguais, aqui,
aonde a palavra de Deus é pregada pura e sem alteração, aonde o pecado é
castigado, a virtude encorajada, os sofredores consolados, a alegria santificada,
aqui também tu ainda poderás aprender.
Talvez és tão sábio que podes dizer a ti mesmo e melhor talvez o que
do púlpito ouves, mas o homem, criado a viver junto com outros não querendo
sucumbir, somente em comunhão com os seus semelhantes sentir-se-á sossegado
e como filho de Deus. Os afazeres mundanos raras vezes lhe darão tempo para
ocupar-se com o santo, se bem que procura esclarecimento em muitas dúvidas,
sossego em abundante inquietação, paz em muita luta.
Sim, da mais simples e singela explicação da palavra de Deus cada um
pode tirar o seu proveito e se só fôsse êste de que também a humildade
faz parte de um culto racional. Aquele que examinou com esmero e clareza,
qual seja o ser divino © a sua boa, agradável e perfeita vontade, de si mesmo
só poderá pensar modestamente. Poderá êle sentir-se sòmente como um fraco
membro da comimidade de Cristo e neste sentimento curvar-se e ajoelhar-se
perante o santo e grande Deus, confessando: Perante o Santo ninguém subsis-
tirá, nenhuma alma sequer!
Diversos dons o Senhor tem Jado em sua imensa graça. Mas aonde fica o
fiel aproveitamento dos mesmos na terrena e celeste vocação? Aonde fica a
fidelidade pela qual o servimos? Pois não só a igreja é dedicada ao culto
divino, não, cristão, do mesmo modo a tua casa, o teu lugar de trabalho e o
teu lar. Aí faze consciencioso o que é do teu encargo, ai trabalha enquanto
o dia da tua vida durar, aí guarda a tua bôca, a tua mão e o teu pé de tudo
que contraria aos mandamentos de Deus, aí labora em tua santificação em pen-
samentos, palavras e ações, aí cresce sempre mais íntimo e firme Hgado à videira
Cristo, da qual és também tu uma vara.
Amor, amor praticado seja o culto, assim fechamos o círculo e vol-
tamos ao ponto de partida, então nós todos somos um corpo em Cristo e cada
membro por mais pequeno e humilde que seja,, é necessário para completar o
corpo. Com êle intimamente estás ligado, por isto não te retires, pelo con-
trário colabora com um puro coração no que podes por amor a Deus e para
maior vivacidade, para mais íntimo, mais harmonioso engrenhamento de todos.
Isto é um culto agradável ao Senhor, a êle seja dedicada esta casa.
Amém.
trad. Harald Roepke.
59
Kanzelnachrichten
aus vergangenen Tagen
Im Blumenauer Pfarrhaus befindet sich ein Heft von gut 100 Seiten Um-
fang mit dem Titel: „Kanzelnachrichten vom 9. 8. 18 J7 bis zum 30. 6. 1865,
O. Hesse, Evang. Pastor der Kolonie Blumenau". Es ist ja auch heute Sitte,
dass nach der Predigt der Gemeinde besondere Mitteilungen bekannt gegeben
werden. So hat schon P. Hesse aufgeschrieben, was er der Gemeinde mitzuteilen
hatte. Eben unter diesen Mitteilungen findet sich manches, was wir heute ein-
mal aus der Vergangenheit emporheben wollen. Ich persönlich lasse gern alte
Zeiten zu mir reden. Durch die Mitteilungen, die einst P. Hesse verlas, werden
wir an den Anfang unserer Gemeinde erinnert.
In seinem ersten Gottesdienst, am 9. 8. 18 57, stand P. Hesse vor einer
Schwierigkeit, die ihn zu folgender Mitteilung veranlasste: „Bis zur Einführung
eines gemeinschaftlichen Gesangbuches ersuche ich die christliche Gemeinde
freundlich, die Gesangbücher, welche man etwa besitzt, zum Gottesdienst mit-
bringen zu wollen. Ich werde mich bemühen, nur so allgemein bekannte Lieder
zu wählen, dass sie in jedem Gesangbuch gefunden werden können".
Einige Monate später teilt P. Hesse der Gemeinde mit, dass „die Heiligen
Schriften des Alten und des Neuen Testamentes sowie auch Neue Testamente bei
Herrn Dr. Blumenau angekommen und zu sehr billigem Preise zu haben sind". Es
entzieht sich unserer Kenntnis, ob Dr. Blumenau die Bibeln von sich aus bestellte
oder ob er durch P. Hesse darum gebeten wurde. Wichtig ist es zu wissen,
dass den Bewohnern der Kolonie, die doch wahrlich kein leichtes Tagewerk
hatten, im Hause des Gründers der Kolonie Bibeln angeboten wurden. P. Hesse
wollte die Bibel nicht nur auf der Kanzel liegen haben. Sie sollte auch das
persönliche Eigentum der Koloniebewohner werden. Die Stadt Blumenau be-
sitzt ja ein bedeutsames Stadtwappen, auf dem u. a. zwei Männer dargestellt
sind. Die Hand des einen Mannes hält die Axt. Es ist wahr: ohne den Mann
mit der Axt wäre Blumenau nicht, was es geworden ist. Aber warum ist die
Hand des anderen Mannes leer? Es ist gut, wenn wir daran denken, dass den
Einwanderern und Bewohnern der jungen Kolonie im Hause des Gründers der
Kolonie Bibeln angeboten wurden. Dieses Angebot fehlt ja auch heute nicht.
Möchte nur immer die rechte Nachfrage und der rechte Gebrauch der Bibel
vorhanden sein.
Etwa ein Jahr später, an einem Sonntag nach Ostern, teilt P. Hesse der
Gemeinde mit: „Ich werde jetzt den Religionsunterricht für Kinder vom voll-
endeten 11. bis zum 14. Lebensjahr beginnen und ersuche die Eltern in der
Kolonie, welche ihre Kinder an demselben teilnehmen lassen wollen, die betr.
Meldungen zwischen heut und 14 Tagen bei mir in meiner Wohnung anzuge-
ben". Niemand kann leugnen, dass es von grosser Bedeutung für den Menschen
ist, wenn das Evangelium beizeiten über ihn Einfluss gewinnt. Nach einer
von Dr. Gensch aufgestellten Statistik zählte im Jahre 18 59 die Kolonie Blu-
menau unter 947 Einwanderern 890 Männer, Frauen und Kinder evangelischen
60
Mensagens do púlpito
de dias idos
Na casa paroquial de Blumenau existe um caderno de umas cem páginas
cujo título, traduzido para o vernáculo, reza: „Mensagens do púlpito de 9 de
agosto de 18 57 até 30 de junho de 1865, O. Hesse, Pastor Evangélico da
Colónia de Blumenau". Ainda hoje é hábito que, após a pregação, sejam dadas
notícias especiais à comunidade. Assim, já Pastor Hesse anotou tudo aquilo
que tinha a comunicar à sua comunidade. Entre estas mensagens do púlpito,
encontram-se muitas coisas interessantes, e merecedoras de serem retiradas dos
recônditos do passado. Eu, pessoalmente, aprecio que velhos tempos me falem.
Através das mensagens que, em tempos idos, Pastor Hesse tornou públicas,
somos lembrados do árduo princípio de nossa comunidade.
Por ocasião de seu primeiro culto, no dia 9 de agosto de 18 57, Pastor Hesse
viu-se face a uma dificuldade, que o obrigou a fazer o seguinte comunicado:
„Ate a introdução de um livro de cânticos comum, solicito sinceramente à co-
munidade cristã, trazer os hinários que, eventualmente, possuírem, para os cultos.
Esforçar-me-ei no sentido de escolher somente hinos do conhecimento comum,
e que possam ser encontrados em qualquer livro de canto".
Alguns meses após. Pastor Hesse informa à comunidade que „as Sagradas
Escrituras do Velho e Novo Testamento, como também exemplares do Novo
Testamento foram recebidos pelo Dr. Blumenau, e podiam ser adquiridos a pre-
ços módicos". Desconhecemos se essas Bíblias foram encomendadas pelo Dr.
Blumenau por iniciativa própria, ou a pedido do Pastor Hesse ao mesmo. O
importante é saber que, aos habitantes da colónia, cuja tarefa diária certamente
não era fácil, eram oferecidas Bíblias pelo fundador da colónia. Pastor Hesse
não desejava ver a Bíblia somente sobre o púlpito, e sim que cada família de
colonos a possuísse. Aliás, a cidade de Blumenau possui um brazão bastante
significativo, no qual, entre outros, figuram dois homens: e um dêles empunha
um machado. É verdade, Blumenau não seria o que é, sem aquele homem com o
machado. No entanto, porque o outro homem nada tem na mão? Convém
lembramo-nos que se ofereciam Bíblias, aos imigrantes e habitantes da colónia,
na casa de seu fundador. Continua até hoje o oferecimento de Bíblias e, espe-
ramos que a sua procura e seus uso sejam proveitosos a todos.
Num domingo, depois da Páscoa, aproximadamente um ano mais tarde,
Pastor Hesse informa à comunidade: „Iniciarei, agora, as aulas de doutrina para
crianças de 11 a 14 anos completos, e solicito aos pais que desejarem matricular
os seus filhos, a fazê-la dentro dos próximos 14 dias, na minha residência".
É inegável, que é de grande importância para a juventude que o Evangelho in-
fluencie decisivamente, em tempo sóbre a mesma. Segundo estatísticas elaboradas
.pelo Dr. Gensch, a colónia de Blumenau contava, em 18 59, entre 947 imigrantes,
com 890 do Credo Evangélico. De posteriores mensagens do púlpito, deduz-se, que
as aulas de doutrina começaram naquela época; quantas crianças delas participa-
ram, ignoramos.
^1
Glaubens. Aus späteren Kanzelnachrichten ist ersichtlich, dass der Unterricht
damals begann. Wieviele Kinder sich meldeten, wissen wir nicht.
Wenige Wochen später musste P. Hesse abkündigen: „Die vor 8 Tagen we-
gen zu hohen Wassers ausgefallene Versammlung soll heute nach dem Gottes-
dienst abgehalten werden, wenn eine genügende Anzahl Mitglieder sich einfin-
det". Zu dieser Versammlung hatte P. Hesse für den Sonntag Rogate 18 59 mit
folgender Mitteilung eingeladen: „Die Bewohner unseres Flusstales, also nicht
nur die, welche zur eigentlichen Kolonie Blumenau gehören, sondern alle die,
welche der hiesigen evangelischen Kirchengemeinde sich zuzählen, ersuche ich,
sich am 19. Juni nach Beendigung des öffentlichen Gottesdienstes hier einfinden
zu wollen, zu einer Beratung über wichtige kirchliche Angelegenheiten, nament-
lich über die Anstellung eines Vorsängers bei Gottesdiensten, über die Umzäu-
nung und Instandhaltung des Kirchhofes und des dahin führenden Weges, über
Anstellung eines bestimmten Totengräbers und Anschaffung von Leichen-
bahre und Leichentuch".
Schon zu Beginn desselben Jahres hatte P. Hesse im Gottesdienst um frei-
wilÜge Beiträge gebeten für die Ausschmückung von Kanzel und Altar.
An einem Sonntag nach Trinitatis gab er dann bekannt: „Heut über 14
Tage werde ich hier von der Kanzel der Gemeinde Mitteilungen machen von
dem bis dahin sich herausgestellten Ergebnis der freiwilligen Beiträge für die
Bedürfnisse unseres evangelischen Kirchenwesens. Diejenigen, welche dabei na-
mentlich genannt sein wollen, wollen sich bis dahin bei mir melden".
Interessant ist das 14 Tage später mitgeteilte Ergebnis. Es lautet wie folgt:
„Was die bisher eingegangenen freiwilligen Beitrage zum Besten des evangeli-
schen Kirchenwesens hierselbst anlangt, so sind
1) durch Herrn Zopf eingesammelt und bei mir abgegeben 33 Milreis 960
Reis
2) bei mir selbst abgegeben 6 Milreis 820 Reis
3) zum evangeÜschen Kirchbau haben die Kolonisten von S. Isabel ein-
gesandt durch Herrn Hackradt über Sachtleben 31 Milreis, früher schon hat-
ten zu demselben Behuf die Witwe Jasper 2 Milreis und Christoph Lucas eben-
falls 2 Milreis an mich abgegeben.
Die Einahme aus dem Gotteskasten beträgt bis heute nach den Büchern
des Herrn Secr. Wendeburg 5 5 Milreis 780 Reis, Summa 131 Milreis 560 Reis.
Augegeben wurden laut vorliegenden Quittungen: an Herrn Zopf für
Einsammeln 5 Milreis, für Vorsingen und Instandhaltung des Kirchhofes 6 Mil-
reis, für Kirchenmusik 6 Milreis.
Im Smnma 17 Milreis, sodass ein Barbestand von 114 Milreis 560 Reis in
der Kasse bleibt, zu dessen Verwendung die Gemeinde in einer heut über drei
Wochen, am 25. Sept., stattfindenden Versammlung einen Rendanten und eine
Kommission erwählen wolle, die im Namen der Gemeinde bestimmt, was zunächst
für dieses Geld zu beschaffen ist.".
Wahrscheinlich hat dann aber die für den 25. Sept. festgesetzte Versamm-
lung zu keinem Ergebnis geführt. Wir hören nur, vier Sonntage später, von
62
Algumas semanas após. Pastor Hesse teve que comunicar à comunidade:
„A assembléia convocada para oito dias atrás e que então deixou de ser reali-
zada em virtude da enchente, deverá realizar-se após o culto de hoje, se es-
tiver presente um número suficiente de membros da nossa comunidade". Pastor
Hesse tinha convocado essa assembléia para o domingo Rogate de 18 59, nos
seguintes termos: „Solicito o comparecimento de todos os habitantes deste nosso
vale, quer dizer, não só daqueles que pertencem à colónia de Blumenau propria-
mente dita, como também de todos aqueles que residem fora e se consideram
unidos à nossa comimidade evangélica, a comparecerem, no dia 19 de junho,
após o encerramento do culto público, para deliberarem sôbre importantes assuntos
da nossa igreja, particularmente sôbre a contratação de um cantor-mestre para os
cultos, bem como sôbre uma cerca e manutenção do cemitério e do caminho
que vai para o mesmo, e mais contratar um coveiro e aquistar uma padiola fu-
neral e uma mortalha".
Já no início daquele ano Pastor Hesse havia pedido, nos cultos, contri-
buições espontâneas para adornar o púlpito e o altar.
Num domingo depois da Trindade anunciou então: „Dentro de 14 dias
informarei deste púlpito à comunidade sôbre o obtido resultado das contribui-
ções espontâneas, destinadas às nossas necessidades evangélicas. Os que dese-
jarem ser citados nominalmente, queiram até lá manifestar-se neste sentido".
Significativo é o resultado tornado público 14 dias mais tarde, e que foi
o seguinte: ,,0 que diz respeito às contribuições voluntárias até então recebidas,
em benefício da nossa comunidade, as mesmas foram as seguintes:
1) Coleta feita pelo sr. Zopf, e entregue a mim, 33 milréis e 960 réis
2) entregues a mim pessoalmente 6 milréis e 820 réis
3) para a construção da igreja evangélica os lavradores de Santa Isabel
enviaram, através do sr. Hackradt e por intermédio do sr. Sachtleben 31 mil-
réis; para o mesmo fim, a viúva Jasper e Christoph Lucas, já haviam doado,
anteriormente 2 milréis cada um, importâncias entregues a mim.
A Coleta da caixa de óbulos importa até hoje, de acordo com os livros
do sr. secretário Wendeburg, em 5 5 milréis e 780 réis; somando tudo em 131
milréis e S60 réis.
Conforme quitações houve as seguintes despesas: pago ao sr. Zopf por co-
letas 5 milréis, pela orientação coral e manutenção do cemitério 6 milréis, para
música sacra 6 milréis.
Ao todo 17 milréis, de forma que continua o saldo de 114 milréis e 560 réis
em caixa, sôbre cuja aplicação a comunidade deverá dispor dentro de 3 semanas,
no dia 2 5 de setembro, na assembléia, quando deverá eleger um rendeiro e uma
comissão, os quais deverão determinar em nome da comunidade, o que deverá
ser adquirido com este dinheiro".
Aparentemente, na assembléia convocada para o dia 2 5 de setembro, não
surtiu resultado. Ouvimos, apenas, quatro domingos mais tarde, a seguinte nota
do púlpito: , .Notifico à comunidade cristã, que o sr. Zopf depôs o seus cargos
de orientador do canto coral e de coveiro no último dia de setembro, de ma-
63
folgender Kanzelnachricht: „Der Christlichen Gemeinde zeige ich hierdurch an,
dass Herr O. Zopf sein Amt als Vorsänger und Totengräber mit dem letzten
September niedergelegt hat, dass also die Bewerbung um diese Ämter wiederum
denen, die sich hierfür eignen, offen stehen".
Von Schwierigkeiten ganz anderer Art berichtet die folgende Nachricht:
„Einer Christlichen Gemeinde teile ich hierdurch mit, dass, um die endgültige
gesetzliche Gültigkeit der von protestantischen Geistlichen geweihten Ehen, evt.
durch gesetzliche Einführung der Zivilehe, zu erlangen, ein Rundschreiben an
alle evangelischen Gemeinden im Kaisertum Brasilien, d. h. der Entwurf einer
das genannte betreffenden Bittschrift an den Hohen Kaiser im Hause des Herrn
Kaufmanns Baumgarten zur Durchsicht und resp. Unterschrift ausgelegt ist". Wer
mag sich damals unterschrieben haben?
Am 1. Advent 18 59 sagt P. Hesse der Gemeinde: „Freunde der Schule
und alle, welche an den geistlichen Fortschritten unserer Schuljugend Anteil neh-
men, lade ich hierdurch im Namen des Lehrers ein, der nächsten Donnerstag von
früh 8 Uhr ab stattfindenden öffentlichen Schulprüfung beiwohnen zu wollen".
Der Dienst P. Hesses blieb aber nicht nur auf das Itajaital beschränkt.
Am 20. p. Trin. 1860 sagt er nach der Predigt in Blumenau: „In Folge Auf-
forderung des Präsidenten dieser Provinz bin ich genötigt, die Kolonie Sta.
Isabel und Theresopolis zu besuchen, um den daselbst wohnenden Evangelischen
das geistliche Amt zu bringen und die nötigen Amtshandlungen zu vollziehen.
Der öffentliche Gottesdienst wird also hier an den nächsten Sonntagen ausfallen.
Da ich die Zeit meiner Wiederkunft nicht genau bestimmen kann, werde ich
die nächsten Gottesdienste bekannt machen, sobald ich zurückgekehrt bin". Es
war wohl für P. Hesse eine besondere Belastung, den weiten Weg nach dem
Süden unseres Staates zu unternehmen. Aber er hat bei der Bedienung dieser
noch weit älteren Siedlungen als Blumenau echte Freude erlebt. Diese Reise
hat er verschiedene Male unternommen. Es war wohl auf der ersten Reise, dass
er zum Abschied von S. Isabel folgende Kanzelnachricht verlas: „Der Christ-
lichen Gemeinde, namentlich den Bewohnern von Theresopolis, mache ich hier-
durch bekannt, dass ich genötigt bin, spätestens künftigen Donnerstag zureisen,
dass sie sich also wegen der geistlichen Handlungen, die ich an ihnen oder ihren
Kindern verrichten soll, in den ersten Tagen dieser Woche hierselbst einfinden
mögen. — Nun noch ein Wort, ein letztes Wort, ein Wort des Abschiedes an
dich, liebe Gemeinde. Ich scheide von euch mit dem lebendigsten, innigstem
Gefühl der Dankbarkeit, sowohl für die reiche Freundlichkeit und Liebe, mit
welcher ihr mich bei euch aufgenommen habt, aber auch besonders für die
Freude, mit welcher ihr das Wort Gottes, welches ich euch brachte, empfan-
gen habt, für den erzeigten Eifer, mit welchem ihr mir meine evangelische
Wirksamkeit bei euch leicht, zu einer Arbeit der Freude machtet. Gott, der
Herr der Kirche, nehme euch allezeit in seinen heiligen Schutz und gebe sei-
nen Segen reichlich über euch alle!" Man spürt es diesen Abschiedsworten
heute noch an, wie dankbar P. Hesse war.
Aber kehren wir zurück nach Blumenau! Kurz nach Pfingsten 1862
finden wir folgende Kanzelnachricht P. Hesses: „Die Christliche Gemeinde
berufe ich um eine Gemeindeversammlung hierorts nach Beendigung des öffent-
64
Ein Holzschnitt, den lüir dem Buche „Was Georg seinen deut-
schen Landsleuten über Brasilien zu erzählen loeiss. Schilderungen
eines in Süd-Brasilien loohlhahend gewordenen Proletariers. Leipzig
1863" entnehmen.
O comêço árduo da colonização.
Hier sieht es schon stattlicher aus. Wiederum ist der Holzschnitt
dem Buche „Was Georg..." entnommen, das ein Propagandawerk
der Schiffsagenten Steinmann & Co. in Antwerpen gewesen zu sein
scheint.
Primeiros sucessos.
Hier haben wir ein bezeichnendes Bild aus alter Zeit,
eine evangelische Kirche die weder Turm noch Glocken
haben durfte. Wir entnehmen die Zeichnung der 1864
eingeweihten Kirche der Festschrift von Präses Wuestner
„Kirchengemeinde Joinville" 1951.
Uma Igreja Evangélica de outrora.
neira que desde já podem candidatar-se à estes cargos aqueles que para os mes-
mos se prestem".
Sobre dificuldade de natureza totalmente diversa, informa a seguinte noticia:
„À comunidade cristã dou a conhecer que, a fim de obter a definitiva validade
legal dos casamentos celebrados por sacerdotes protestantes, eventualmente através
da introdução do casamento civil, assegurado por lei, se acha exposto para co-
nhecimento geral e assinatura, na casa do comerciante sr. Baumgarten, uma cir-
cular endereçada a todas as Comunidades Evangélicas do Império Brasileiro, con-
tendo o esboço de um memorial no sentido acima anunciado, dirigido à Sua
Majestade, o Imperador". Quem teria, então, assinado o referido memorial?
No primeiro domingo de advento de 18 59, Pastor Hesse diz à comunidade:
„Convido, em nome do professor, os amigos da escola e a todos aqueles interes-
sados no progresso espiritual de nossa juventude escolar a assistirem aos exames
escolares públicos, na próxima quinta-feira, pela manhã, às 8 horas".
O ministério do Pastor Hesse, porém, não ficou restringido ao vale do
Itajaí. Após a sua prédica de 20.° p. Trin. de 1860, diz êle: „Atendendo à uma
solicitação do presidente desta Província, vejo-me forçado a visitar as colónias
de Santa Isabel e Teresópolis, a fim de proporcionar, aos ali residentes evangé-
licos o amparo espiritual ,e para realizar os atos eclesiásticos precisos. Portanto,
o culto habitual não se realizará nos próximos domingos. Como não me é possí-
vel determinar a data do meu regresso, anunciarei os próximos cultos após o
meu retorno". Foi, certamente, um cargo deveras exaustivo para o Pastor Hesse,
fazer estas longas viagens ao sul do nosso estado. Mas, ao servir à essas distantes
povoações, bem mais velhas do que Blumenau, êle desfrutou real satisfação, e
tais viagens, êle as fêz repetidamente. Foi, provavelmente, por ocasião da sua
primeira viagem que êle, ao despedir-se de Santa Isabel, leu o seguinte comuni-
cado do púlpito: „À comunidade cristã, particularmente aos habitantes de Tere-
sópolis, torno público que sou forçado a partir o mais tardar na próxima quinta-
feira, de modo que deverão comparecer aqui nos primeiros dias desta semana, para
a realização de batismos ou casamentos. E, ainda uma palavra, uma última pa-
lavra, uma palavra de despedida a ti, cara comunidade, separo-me de vocês com
o mais vivo e íntimo sentido de agradecimentos, sobretudo pela expressiva cor-
dialidade e amor com que aqui me receberam, mas também, e especialmente pela
satisfação com que receberam a Palavra de Deus que eu vos trouxe e também
pelo fervor demonstrado pela minha atividade evangélica, o que fêz do meu
trabalho junto a vocês um motivo de extrema satisfação. Deus, o Senhor da
nossa Igreja, os tome sob sua Santa Guarda e vos dê as suas mais ricas bênçãos!"
Ainda hoje sente-se nestas palavras de despedida, o quanto era grato o Pastor Hesse
ao seu Salvador.
Mas, retornemos à Blumenau! Pouco depois de Pentecostes de 1862, en-
contramos o seguinte comunicado do púlpito de Pastor Hesse „Convoco a co-
munidade cristã local para uma assembléia geral, aqui mesmo, após o término
do culto público de daqui a 14 dias, quando deverão ser debatidos assuntos de
máxima importância para a comunidade, particularmente:
5
65
liehen Gottesdienstes auf heut über 14 Tage, in welcher die für das Wohl
der Gemeinde wichtigsten Gegenstände zur Beratung resp. zur Beschlussnahme
kommen sollen, namentlich:
1 ) eine Kirchen-Gemeinde-Ordnung — den Entwurf derselben werde ich
der Beratung unterbreiten;
2) (von Punkt 1 abhängend) die Wahl eines Kirchenvorstandes;
3) eine Kirchhofsordnung.
Ich fordere deshalb die selbständigen Mitglieder der Gemeinde auf, sich
möglichst zahlreich zu dieser Versammlung einfinden zu wollen, da auf spä-
tere Einwendungen Nichterschienener durchaus keine Rücksicht genommen
werden wird". Wir sehen, dass und wie sich P. Hesse bemüht, der jungen Ge-
meinde Gestalt zu geben. Leidter gab es oft unerwartete Hindernisse für ange-
kündigte Versammlungen. Zu diesen Hindernissen gehörten insbesondere Hoch-
wasser und unvorhergesehene Amtshandlungen. So heisst es z. B. in einer spä-
teren Abkündigung: „Die Versammlung des Kirchenrat- Ausschusses muss heute
wegen dringender Amtsgeschäfte ausfallen; deshalb ersuche ich die Gemeinde-
glieder ebenso dringend als freundlich, teils die etwa rückständigen Beiträg an
Herrn Kirchenkassierer, Rendanten C. Meyer hierselbst möglichst bald zu zah-
len, teils auch auf die neu zugekommenen Mitglieder dahin einzuwirken, dass
auch sie ihr Scherflein für den Bestand unseres kirchlichen Gemeindesystems
freundlich und willig besteuern. Auch die kleine Gabe der Witwe hat Gott
lieb, und der Dank Gottes ist kräftiger und segensreicher als tausend Worte
der Menschen".
Es bedrückt doch, wenn man hört, welche Mühe P. Hesse um die Finanzen
der Gemeinde hatte. Ohne den finanziellen Beistand der Kaiserlichen Regie-
rung wären wohl die finanziellen Schwierigkeiten nicht besiegt worden.
Und nun noch eine Mitteilung. Am 16. Sonntag p. Trin. 1863 hörte
die Gemeinde aus dem Munde ihres Pfarrers die folgende Nachricht: ,, Immer
dringender und unabweisbarer tritt uns das Bedürfnis entgegen, eine eigene
Kirche zu besitzen; das weiss und sieht jeder Einzelne. Ich ersuche deshalb alle
Glieder unserer evangelischen Gemeinde sich heute über acht Tage, am 4. Okto-
ber, nach beendigtem öffentlichen Gottesdienst in diesem Lokale zu versammeln,
um das Erforderliche zu besprechen und freiwillige Beiträge zu zeichnen. Ich
bemerke dabei schon im Voraus, dass für den Notfall eine Frist von zwei
Jahren bis zur vollen Einzahlung der Beiträge gegeben wird und dass auch
Hand- und Spanndienste sowie Lieferung von Material mit Dank als solche
Beiträge angenommen werden".
Fünf Jahre nach dieser Versammlung konnte der Grundstein der gegen-
wärtigen Stadtkirche gelegt werden. Neun Jahre später wurde sie eingeweiht.
P. Hesse hat in seiner Festpredigt gesagt, dass die Gemeinde der Kaiserlichen
Regierung zu grossem Dank verpflichtet ist. Ohne die Hilfe der Regierung wäre
das Werk nicht vollendet worden. Das verpflichtet uns heute noch. Wir schlies-
sen unseren schlichten Bericht mit der Bitte zu Gott, dass es in unserm Gottes-
haus hier nie fehlen möchte an Menschen, die hungern nach dem Worte Got-
tes und an Predigern, die die Gemeinde recht weiden.
Pastor Rolf Duebbers.
66
1 ) um estatuto para a nossa comunidade, submeterei o esboço do mesnió
para ser deliberado
2) (dependendo do item primeiro) eleição da diretoria
3) um regulamento da administração do cemitério.
Conclamo, por isto, os membros da comunidade para que compareçam à
esta reunião em maior número possível, uma vez que não poderão ser consideradas
quaisquer reclamações posteriores daqueles que dela não participarem". Vemos
como e de que maneira Pastor Hesse se esforçou para dar forma à jovem comuni-
dade. Infelizmente, muitas vezes, verificaram-se inesperados obstáculos para a
realização das anunciadas assembleias. Tais obstáculos caracterizavam-se espe-
cialmente com enchentes ou batismos e enterros imprevistos. Assim, por exem-
plo, lê-se um comunicado: „A reunião do conselho paroquial não se realizará
hoje devido à importantes atos oficiais; por isto, solicito aos membros da comu-
nidade, de maneira cordial e urgente a pagarem as suas contribuições atrazadas
ao sr. tesoureiro, rendeiro C. Meyer, quanto antes, como também influírem sôbre
os novos membros para que também êles contribuam com o seu óbulo, espon-
taneamente e com prazer, para a manutenção da nossa comunidade. Deus tam-
bém sabe apreciar a modesta dádiva da viúva, e o agradecimento de Deus é mais
substancial e abençoado do que milhares de palavras humanas".
Constrange-nos quando vemos quantas preocupações Pastor Hesse tinha em
relação às finanças da comunidade. Sem o auxílio monetário do governo im-
perial, certamente as dificuldades financeiras não teriam sido superadas.
E agora mais uma notificação. No 16.° domingo p. Trin. de 1863 a
comunidade ouviu através do seu pastor, a seguinte notícia: „Defrontamo-nos
constantemente com a premente necessidade de possuirmos uma igreja própria,
todos o sabem e vêem, por isto solicito a todos os membros da nossa comuni-
dade evangélica que, daqui a 8 dias, no dia 4 de outubro, após o término do
culto público se reunam neste local, a fim de debater o necessário e subscreverem
contribuições voluntárias. Antecipadamente desejo esclarecer que, em casos espe-
ciais conceder-se-á um prazo de dois anos para integralização das contribuições
e que, também serão aceitos, reconhecidamente, mão de obra e serviços de
carreto, como também fornecimentos de materiais".
Cinco anos após essa memoriável assembléia pôde ser lançada a pedra fun-
damental da atual igreja paroquial. E nove anos mais tarde foi inaugurada a
igreja. Na sua prédica de inauguração disse Pastor Hesse que a comunidade
devia grandes favores ao governo imperial, pois, sem o seu auxílio a obra não
teria sido concluída. Isto ainda hoje nos impõe obrigações.
Concluímos o nosso modesto relato com um apêlo a Deus, para que
nunca faltem à nossa Igreja, homens que ansíam pela Palavra de Deus e para
que também nunca faltem pregadores que tragam a Sua Palavra à Comunidade.
trad. Claus Germer.
67
Aus der Geschichte der Gemeinde
Itoupava Central
Vierundachtzig Jahre ist Vater Emil Manke alt, doch man sieht ihm die-
ses Alter noch nicht an. Im blauen Arbeitsschurz, das Schnitzmesser in der
Hand, so treffe ich ihn in seiner Werkstatt, wo er gerade damit beschäftigt
ist, ein riesiges Fass zusammenzubauen. „So, Herr Pastor, ich soll Ihnen etwas
aus der Geschichte unserer Gemeinde erzählen? Nun, da wüsste ich schon
etwas zu sagen. Doch dazu müssen wir Zeit haben. Und die Arbeitsschürze
passt auch nicht dazu". Bald sitzen wir dann in der guten Stube in gemütlichen
Ledersesseln; ich habe mein Notizbuch gezückt, und es wird ein richtiges „In-
terview". Doch ist mir anders zumute als einem neugierigen Journalisten, der
für seine Zeitung einen Tatsachenbericht aus alten Tagen zusammenstellen soll.
Was Vater Manke da berichtet, das greift an die Wurzeln unserer Gemeinden.
Irgendwie ist da seine Existenz in die Worte, die er spricht, mit hineinverwoben.
Und nicht nur seine eigene Existenz. Ich sehe im Geiste während seiner Schilderung
all die Namenlosen, oft allzu schnell Vergessenen, die mit ihm zusammen unter
kaum vorstellbaren Entbehrungen unser heutiges Gemeindegebiet besiedelt und
den Grund für alles gelegt haben, was wir heute haben. In anschaulichen Bildern
berichtet Vater Manke aus seinem Leben, das in mannigfacher Weise mit dem
Werden der evangelischen Gemeinden von Itoupava verbunden ist.
Im Jahre 1877 war er als 6-jähriger Junge mit seinen Eltern aus der pom-
merschen Heimat ausgewandert. Nach beschwerlicher Reise waren sie in Blu-
menau angelangt — damals noch ein unbedeutender „Stadtplatz" mit ein paar
Handwerkern, einigen Geschäften, einer Bäckerei. Im Bureau Dr. Blumenau's
durften sie sich ihre Kolonie aussuchen. Sie wählten ein Landlos in einer Seiten-
tiefe des Itoupavatales, in der heutigen Goldackerstiefe, etwa 2 5 km von Blu-
menau entfernt. Der Vater brachte die jüngsten Kinder aufs erste bei Bekann-
ten im Selketal unter. Darauf bauten sie sich eine provisorische Hütte auf dem
neuerworbenen Grundstück. Sie bestand aus gerissenen Palmiten, Dachblättern
und schwarzem cipó. Der Vater und der älteste Bruder begannen mit der schwe-
ren und ungewohnten Arbeit des Waldschlagens. Bald konnte die restliche Familie
in die primitive Hütte einziehen. Der Anfang einer neuen Existenz schien gelegt.
Da kam eines Morgens ein harter Schlag. Schon lange hatte man Anzeichen
von lauernden Wilden bemerkt, doch war bisher niemand belästigt worden. Nun
sass die Familie Manke eines Morgens beim Kaffee („Es war nichts als gebrannter
Mais", sagte Vater Manke). Der Vater hatte gerade die Kaffeekumme zum Trin-
ken angesetzt, da reisst sie ihm ein schwirrender Bugerpfeil vom Munde weg.
Entsetzt schauen alle auf den Pfeil, der fest in der Palmitenwand steckt. ,, Vater,
was ist das?", fragt der siebenjährige Emil. „Dat is en Pitschenstock", beruhigt
die Mutter den Kleinen. Doch bald lässt das einsetzende Gebrüll der Wilden
keinen Zweifel mehr: Die einsame Hütte wird von Bugern überfallen. Der Vater
greift die jüngsten Kinder und flüchtet mit ihnen in den Wald. Die Grossen
folgen mit der Mutter so schnell sie können. Dreimal stürzt die Mutter über die
liegenden Bäume, und jedesmal ist der Sturz ihre Bewahrung, weil sie sonst
68
Da história da Comunidade de
Itoupava Central
Ninguém daria ao Vater Manke os 84 anos que realmente tem. Encontro-o
em sua oficina, de avental azul, ferramenta em punho, ocupado em fazer um
gigantesco barril. ,, Então é isso, senhor pastor. O sr. quer que lhe conte alguma
coisa da história de nossa comunidade. Pois não. Julgo que lhe poderei contar
alguma coisa que lhe serve. Mas para isso precisamos de mais tempo. E o
meu avental também não foi feito para entrevistas". Poucos minutos depois
estamos sentados em confortáveis poltronas, na sala de visitas. Preparo o meu
caderninho de notas e a entrevista começa. Mas não me sinto absolutamente
como um jornalista curioso que está catando material para um artigo histórico.
Os fatos que o ancião relata penetram até a raiz da história de nossos comu-
nidades. De qualquer forma a sua própria vida está entretecida com as palavras
que pronuncia. E não só a sua vida. Enquanto êle fala, vejo em espírito os
inúmeros pioneiros, cujos nomes ninguém mais recorda, os quais com êle haviam
colonizado a zona, na qual agora se desenvolve esta comunidade. Foram êles
que, enfrentando adversidades difíceis de imaginar hoje, lançaram o fundamento
de tudo quanto hoje temos. Vater Manke relata episódios de sua própria vida
que de muitas formas está entrelaçada com o crescimento da Comunidade Evan-
gélica de Itoupava.
No ano de 1877, com d anos de idade, deixara o seu lar na Pomerânia,
acompanhando seus pais na longa e penosa viagem para o Brasil. Chegaram,
afinal, em Blumenau, naquele tempo uma freguezia insignificante, com algumas
casas comerciais, uma padaria e poucas oficinas. No escritório do Dr. Blumenau
fizeram-nos escolher o seu lote colonial. Escolheram um terreno num vale
lateral do ribeirão Itoupava, na atual Goldackerstiefe, a ca. de 2 5 km. de dis-
tância de Blumenau. Nos primeiros tempos o pai teve de confiar os filhos
menores a conhecidos que já estavam radicados no Selketal. Em seguida cons-
truíram um rancho provisório no lote recém-adquirido. Como material de cons-
trução usaram palmitos rachados, cipó preto e folhas de palmeira. Depois o
pai e o irmão mais velho começaram com a derrubada do mato, para êles um
trabalho desacostumado e duro. Em breve a família tôda estava reunida na
cabana primitiva. O fundamento para uma nova existência parecia lançado.
Foi aí que certa manhã veio um duro golpe. Já há tempo haviam-se no-
tado sinais da presença de índios, se bem que ninguém tinha molestado. Na
referida manhã a família Manke estava sentada na mesa do café (Em realidade
era milho torrado — diz o sr. Manke). O pai levara a chícara de café à
bôca, quando repentinamente uma sibilante flecha lha arrebatava das mãos.
Terrorizados todos olham a flecha, agora firmemente cravada na parede de pal-
mito. „Pai, o que é isso?" — pergunta o pequeno Emílio, então com 7 anos.
„Dat is en Pitschenstock" (Isso é um cabo de relho) — a mãe procura acalmar
o pequeno. Mas logo depois um berreiro aterrado não deixa margem para dú-
vidas: A cabana soHtária está sendo atacada pelos índios. O pai agarra os fi-
lhos menores e foge com êles ao mato. Os mais crescidos seguem com a mãe,
6J
von Pfeilen getroffen worden wäre. Einundzwanzig Pfeile findet man später
auf ihrem Fluchtwege. Als nach Stunden die Nachbarn Mut gefasst haben,
sich dem Ort des Überfalls zu nähern, finden sie die Hütte ihres armseligen Haus-
rates beraubt. Ein letzter Buger flüchtet noch gerade mit einem Topf Schmalz
auf der Schulter. Ein Schuss verwundet ihn, und er lässt die Beute fahren. Die
Federn der Bettdecken findet man später im Walde. Nun muss man noch arm-
seliger Wiederbeginnen als im Vorjahre. Der Vater bringt die jüngsten Kinder
mit der Mutter nach Tatutyba, wo sie in Sicherheit sind.
Ja, es war ein schwerer Anfang für die Neusiedler. Das Schwerste war ja
nicht einmal, dass man von Yamabrot und Maiskaffee leben musste. Das Schwer-
ste war die Verlassenheit in der menschenfeindlichen Wildnis. Es gab kein gere-
geltes Gemeindeleben. Die Blumenauer Kirche, zu der sie gehörten, war fünf
gute Wegstunden entfernt — und was für Wege waren es! Was war das für
ein freudiger Tag, als man 3. September 1883 im Itoupavatal eine Versammlung
abhielt und stolz in das neuangeschaffte Protokollbuch schreiben konnte: ,,Am
3. September 1 883 ist im Districte Itoupava ein Evangelischer Kirchenverein
gegründet, welcher nach dazu abgefassten Statuten seine Rechte zu wahren sucht.
Besonders wurde beschlossen, dass jedes Mitglied monatlich Rs. 80 an die Ver-
einskasse zahle, halbjährlich zu entrichten. Durch Wahl wurde ein Vorstand
von drei Mitgliedern gebildet: 1. Wilhelm Denker als Präses, 2. Lehrer Schu-
mann als Schriftführer, 3. Eduard Liesenberg als Cassierer". Es war kein leichtes
Opfer, das man mit diesem Versammlungsbeschluss auf sich nahm. Das Geld
war knapp, und die 80 Reis, die monatlich zu zahlen waren, hatte man eben
gerade nicht übrig, sondern sie bedeuteten ein Opfer. Dazu kam nun der Kapel-
lenbau. Sechshundert Milreis zahlte die neugebildete Gemeinde für das Haus von
Wilhelm Denker, das sie zur Kapelle umbaute (Schule 19). Aber nun hatte man
ein Gemeindezentrum. Ein entscheidender Schritt war getan, dass all die Neu-
siedler hier eine dauernde wirkliche Heimat finden konnten. Wie dankbar waren
die Menschen damals, wenn sie sich alle paar Monate einmal in der primitiven
Kapelle zum Gottesdienst versammeln konnten. Da gab es kaum einen, der nicht
erschienen wäre. Die Kirche hat den ersten Kolonisten eine entscheidende Le-
benshilfe gewährt, dass sie mit dem Urwald fertig wurden und nicht in ihm
untergingen.
Die entstehende Gemeinde Itoupava wurde von Blumenau aus bedient. Va-
ter Manke kann sich noch sehr lebendig an Pastor Faulhaber erinnern, der nebst
anderen Geistlichen die stetig wachsende Filiale betreute. Die Konfirmanden
mussten allerdings noch in die Blumenauer Stadtkirche zum Unterricht. Meistens
gingen die Kinder auf drei Monate zu Verwandten oder Bekannten nach Blu-
menau, wo sie sich nützlich machten (,,für die Kost") und den Unterricht
besuchen konnte. So hatte es auch Vater Menke gehalten. Pastor Sandretzky
hatte ihn in der Blumenauer Kirche konfirmiert. Es folgten dann für den heran-
wachsenden Jungen schwere Jahre. Der Vater tat ihn in Blumenau bei einem
Blechschmied in die Lehre. Der war jähzornig und ungerecht, und der Lehr-
junge flüchtete in sein heimatliches Itoupava zurück. Der alte Herr Jens Jen-
sen stellte den ausgerissenen Lehrjungen an. „Was wüst du nun verdönen, min
Sön?" „Das müsst Ihr wissen, Herr Jensen". Er bekam acht Milreis im Monat
und wurde Blechschmiedgeselle bei Meister Schwab. Später wechselte er in die
70
impelidos pelo terror. Três vezes a mãe cai sôbre os troncos derrubados do
roçado, e cada vez a queda lhe salva a vida, pois de outra forma teria sido atin-
gido pelas flechadas dos selvícolas. Mais de vinte flechas são encontradas depois
no caminho pelo qual fugira. Quando, após longas horas, os vizinhos criam
ânimo de aproximar-se do local do assalto, encontram a cabana despojada de seus
modestos pertences. Ainda conseguem vislumbrar um último bugre, a fugir, com
uma panela com banha nos ombros. Ferido por um tiro dos colonos, abandona
a presa e desaparece. As penas dos cobertores roubados são encontradas no mato,
mais tarde. Assim os colonos têm de começar de novo, e sua cabana se apre-
senta ainda mais primitiva do que no ano anterior. O pai leva a mãe com os
filhos menores a Tatutyba onde estão em segurança.
Sim, fôra um comêço duro para aqueles pioneiros. O mais duro nem era
o fato de se verem obrigados a viver de pão de inhame e de café feito de milho
torrado. O mais difícil de aturar era o abandono e a solidão, à qual se achavam
entregues na mata bravia. Não havia uma comunidade organizada. A igreja
de Blumenau, à qual pertenciam, estava situada a uma distância enorme — cinco
horas para caminhar, sendo a estrada péssima. Foi pois um dia jubiloso, quando
em 3 de setembro de 1 883 foi realizada uma reunião, da qual se fêz o seguinte
protocolo no livro de atas recém-adquirido: No dia 3 de setembro de 188 3, no
distrito de Itoupava, foi fundada uma comunidade evangélica, a qual, de acordo
com os estatutos, deverá salvaguardar os seus direitos. Resolveu-se em particular
que cada membro pagasse 80 reis à caixa da comunidade, devendo o pagamento
ser feito semestralmente. Foi eleita uma diretoria de três membros: 1.) Wilhelm
Denker, presidente; 2.) professor Schumann, secretário; 3.) Eduard Liesenberg,
tesoureiro. Não fôra fácil a tarefa assumida com essa resolução. O dinheiro era
escasso e a mensalidade de 80 reis de nenhuma maneira estava sobrando, mas sig-
nificava real sacrifício. Além disso surgiu o problema da capela. A novel co-
munidade pagou 600 mil reis pela casa de Wilhelm Denker, a qual transformou
em capela ( Escola 19). Agora havia um centro para a comunidade. Um passo
decisivo havia sido dado, no sentido de dar aos pioneiros um lar espiritual que
fê-los sentir-se em casa na terra estranha. E como os homens de então eram
gratos quando, algumas vezes por ano, podiam reunir-se na primeira igrejinha,
para realizarem um culto. Quase não houve ninguém que não comparecesse. A
igreja havia dado aos colonos um auxílio decisivo, fornecendo- lhes a fôrça moral
para se oporem à selva, sem sucumbir nela.
A nova comunidade foi servida pelo pastor de Blumenau. O sr. Manke
ainda está lembrado do Pastor Faulhaber, o qual, assistido por outros ministros,
pastoreava a novel comunidade. É verdade que os confirmandos ainda foram
obrigados a freqüentar o ensino confirmatório em Blumenau. Geralmente as
crianças foram recebidas por parentes ou conhecidos, residentes em Blumenau,
onde passaram a trabalhar „pela comida", freqiientando a doutrina que era minis-
trada durante três meses. Assim fizera também o jovem Manke. O Pastor San-
dretzky o havia confirmado na igreja de Blumenau. Seguiram anos difíceis para
o rapaz adolescente. O pai o colocou como aprendiz numa funilaria de Blume-
nau. O funileiro, seu mestre, era impulsivo e injusto, e o aprendiz resolveu
fugir, voltando à casa paterna em Itoupava. O velho senhor Jens Jensen deu-
Ihe outro emprêgo: „Quanto queres ganhar, m.eu filho?" — „Isto o sr. tem
71
Schlachterei der Cia. Jensen über. Dann, nach seiner EheschHessung, folgten
die schwersten Jahre seines Lebens. Siebzehn Jahre lang betrieb er eine Säge-
mühle, in der Karolinenstrasse, in bergigem unwegsamen Gelände. Erst nach
dieser Zeit gelang es ihm, sich vorwärts zu arbeiten. Er gründete in Vila Itou-
pava ein Geschäft und eine kleine Industrie, und beides blühte im Laufe der
Jahre auf. Heute hat er sich zurückgezogen, doch die arbeitsgewohnten Hände
mögen noch nicht ruhen. In seinem langen Leben hat er sich mancherlei Hand-
fertigkeit aneignen können, und so hämmert und sägt er in seiner "Werkstätte
und kommt so am leichtesten über die mancherlei Last und Trübsal seiner alten
Tage hinweg.
Von Jugend an war Vater Manke mit Kirche und Gemeinde verwachsen.
Sein Vater hatte in der ersten Zeit völliger Isolierung regelmässig Hausandach-
ten gehalten, die das Wesen der Kinder stark mitgeprägt haben. Zusammen
mit anderen kirchlich gesonnenen Männern setzte er sich später nach Kräften
für den Bau von Schule und Kirche ein. Er weiss noch anschaulich zu berich-
ten, wie im Jahre 1899 der Bau der grossen Kirche von Itoupava Central
in Angriff genommen wurde. Damals war Karl Meyer Vorstand. Tatkräftig
betrieb er den Bau eines würdigen Gotteshauses auf dem Grundstück, das Herr
Jens Jensen der Gemeinde geschenkt hatte. Emil Manke lieferte Bauholz aus
der Karolinenstrasse und fuhr die Steine, die man unweit der Baustelle eigens
für den Kirchbau brannte, den Kirchberg hinauf. (Unlängst wurde auf einem
Dachstein der Kirche die vor dem Brennen eingeritzte Inschrift endeckt: „Das
Tausend 22 Milreis"!) Er half mit am Bau des Pfarrhauses, das neben der neuen
Kirche errichtet wurde, sollte doch bald der erste Pfarrer des neuen Bezirkes
einziehen.
Im Jahre 1900 hatte eine Versammlung beschlossen, dass sich das Itou-
pavatal zusammen mit Massaranduba und Itoupava Rega von Blumenau tren-
nen und eine selbstständige Pfarrei bilden solle. Pfarrer Roesel aus dem Brü-
dertal zog im Jahre 1902 als erster Pfarrer von Itoupava in das neuerbaute
Pfarrhaus ein. Leider gab es schon nach wenigen Jahren ein ernstes Zerwürfnis
zwischen Pfarrer und Gemeinde, das für ein halbes Jahrhundert eine Quelle
grossen Haders wurde. Pfarrer Roesel stammte aus einer streng-lutherischen
deutschen Landeskirche und legte "Wert auf das Wort ,, lutherisch" in seiner
Amtsbezeichnung und im Namen der Gemeinde. Wir können heute nicht mehr
begreifen, wie hier die in Deutschland gewordenen „konfessionellen" Gegensätze
überhaupt eine solche Rolle spielen konnten, zumal diese Gegensätze hier gar
nicht vorhanden waren, der Kampf vielmehr nach persönlichen und parteilichen
Gesichtspunkten geführt wurde. Jedenfalls fand P. Roesel harten Widerstand
in der Gemeinde, die sich wie früher nur „evangelisch" nennen wollte.
Im Jahre 1906 musste P. Roesel gehen; sein Nachfolger wurde P. Langbein.
Ein Teil der Gemeinde hatte P. Roesel die Treue gehalten, und so entstand eine
Spaltung, die bis heute noch nicht überbrückt ist. Nach 10- jähriger Tätig-
keit in der abgezweigten Gemeinde kam P. Roesel auf einem Dienstritt auf heute
noch ungeklärte Weise ums Leben. Die Frage: Mord oder Selbstmord rührte
die ganze Gegend wieder bis ins Innerste auf. Die Spaltung in der Gemeinde
wurde vertieft, die Atmosphäre auf uns heute unbegreifliche Weise vergiftet.
Noch heute zeugen die Verhältnisse in den Pfarrbezirken Itoupava und Massa-
72
que saber, sr. Jensen". Recebeu 8 mil reis por mês como oficial de funileiro,
trabalhando sob a orientação do mestre Schwab. Mais tarde foi transferido para
o açougue da Cia. Jensen. Os anos mais duros de sua vida, porém, foram os
que seguiram ao seu casamento. Por 17 anos administrou uma serraria na Estrada
da Carolina, em terreno montanhoso e acidentado. Somente depois desta época
conseguiu progredir. Fundou uma casa comercial e uma pequena indústria em
Vila Itoupava, e ambos os empreendimentos progrediram ao decorrer dos anos.
Hoje êle vive retirado, mas as suas mãos, acostumadas ao trabalho, ainda não
descansam. Em sua longa vida conseguiu aperfeiçoar-se em muitos ofícios, e
assim passa o tempo serrando e martelando em sua oficina, enfrentando à sua
maneira os numerosos contratempos da velhice.
Desde a sua Juventude Vater Menke era intimamente ligado à comunidade
e à igreja. Nos primeiros tempos de completo isolamento o seu pai regular-
mente havia realizado devoções familiares, as quais muito haviam contribuído
na formação do caráter dos filhos. Junto com outros colonos interessados na
igreja, mais tarde empregou tôdas as forças para promover a construção de uma
igreja e de uma escola. Ainda sabe relatar de maneira bem viva, como no ano
de 1899 foi iniciada a construção da grande igreja de Itoupava Central. Na-
quele tempo Carl Meyer era presidente da comunidade. Com enérgica iniciativa
êste dirigiu a construção de um templo digno, no terreno que o sr. Jens Jensen
havia doado à comvmidade. Emílio Manke fornecia a madeira da Estrada da
Carolina, fazendo também o transporte dos tijolos, os quais eram fabricados
de maneira rudimentar, perto do local da construção. (Recentemente, numa telha
da igreja, foi descoberta uma inscrição, riscada na telha antes de esta ser quei-
mada: O milheiro por 22 mil reis!) Ajudou na construção da casa pastoral, si-
tuada bem perto da igreja que em breve deveria receber o primeiro pastor próprio
da nova comunidade.
No ano de 1900 uma assembléia havia resolvido separar da paróquia de
Blumenau o vale de Itoupava, Massaranduba e Itoupava Rêga, para assim for-
mar uma nova paróquia. O Pastor Roesel de Brüdertal foi o primeiro pároco a
ocupar a nova casa pastoral de Itoupava. Mas infelizmente já após poucos anos
surgiram sérias divergências entre pastor e comunidade, que seriam uma fonte
de desagradáveis desavenças para quase meio século. O Pastor Roesel era pro-
veniente de uma das igrejas rigorosamente luteranas da Alemanha e fazia ques-
tão de ser chamado de pastor „luterano", incluindo o nome de „luterano" tam-
bém na designação da comunidade. Não podemos mais compreender hoje, co-
mo estas divergências confessionalistas, surgidas na Alemanha, puderam sepa-
rar os ânimos a tal ponto. Já que entre os colonos não havia divergências teo-
lógicas, sendo a luta travada sob pontos de vista pessoais e partidários. Em
todo o caso o Pastor Roesel achou decidida resistência na comunidade, a qual
queria ser chamada apenas de ,, evangélica", como sempre fôra.
No ano 1906 o Pastor Roesel foi obrigado a se retirar. Seu sucessor veio
a ser o Pastor Langbein. Parte da comunidade guardara a fidelidade ao Pastor
Roesel, e assim surgiu uma separação que persiste até o presente. Após ter
pastoreado por 10 anos a comunidade separada, o Pastor Roesel perdeu a vida
numa viagem de serviço, sob circustâncias misteriosas que até hoje ainda não
foram esclarecidas. A questão: homicídio ou suicídio — revoltara os ânimos
até o extremo. Aprofundou-se a separação entre as duas fações, sendo a
73
randuba von dem unseligen Zwist. In Itoupava Central, Massaranduba und
Itoupava Rega bestehen Doppelgemeinden, von der jede ihre eigene Kirche be-
sitzt, die von Pfarrern verschiedener Synoden betreut werden. Der gute Wille
der Pfarrer und Synoden, die Sache endgültig zu bereinigen, scheiterte bisher an
der Haltung der Mitglieder, die den Spalt überbrücken wollten. Jedenfalls
ist es aber zu einer brüderlichen Zusammenarbeit der jeweiligen Pfarrer gekom-
men, und es sind schöne Ansätze dazu da, dass diese brüderUche Zusammen-
arbeit weitere Kreise zieht.
Mit viel Mühe und langjähriger, treuer Arbeit wurde nun trotz allen Haders
das neue Pfarrgebiet erweitert und gefestigt. Neue Predigtplätze und Schulkir-
chen entstanden. Ein ausgedehntes Gebiet, das sich über 4 Munizipien erstreckt,
beherbergt die 10 Gemeinden, die heute die „Uniäo das Comunidades Evangélicas
de Itoupava" bilden (Serafim, Fidelis, Fortaleza, Vila Itoupava, Rio Bonito, Mas-
saranduba, Treze de Maio, Itoupava Rega und Braço do Sul, nebst der Haupt-
gemeinde Itoupava Central). Über 1300 Familien umfasst die Gemeinde, die
die 7^ rbeitskraf t eines gesunden und rüstigen Pfarrers erfordert. Man muss alle
Hochachtung haben vor den Pastoren aus alter Zeit, die auf Pferde- oder Maul-
tierrücken die weiten, oft grundlosen Wege zurücklegten, um die Botschaft des
Evangeliums in die entlegensten Täler zu tragen. Folgende Pfarrer haben auf-
opfernden und harten Dienst in Itoupava getan:
p.
Roesel
1902 —
1906
p.
Lpnçrbein
1906 —
1910
p.
Gabler
1910 —
1920
p.
Rnsch
1920 —
1921
p.
Oks-s
1921 —
1926
p.
V. Pritzbuer
1926 —
1933
p.
Wiemer
1933 —
1939
p.
Spellenberg
1939 —
19^2.
Seit Januar 19 5 3 wird die Gemeinde von P. Weinsaertner bedient. Da
bereits sein Amtsvorgänger P. Spellenberg einen Jeep erhalten hatte, ist der
Dienst in der Gemeinde in einer Weise erleichtert, obwohl durch Jugendarbeit
imd den Ausbau mancher anderer kirchlicher Arbeitszweise der Pfarrdienst reich-
lich an Umfang zugenommen hat. Das schöne, grosse Pfarrhaus, das im Jahre
1921 auf Anregung von P. Ratsch umgebaut und in den letzten Jahren über-
holt wurde, ist eine würdige Wohnstätte für den Pfarrer. Bis jetzt hatten noch
alle Pfarrer, die in ihm gewohnt haben, eine stille Sehnsucht nach diesem gross-
räumigen, stillen Haus und nach dem herrlichen Ausblick über das weite Itou-
pavatal. Das im Jahre 1954 neuerbaute Gemeindehaus beherbergt einen evange-
lischen Kindergarten. Die hellen Kinderstimmen, die nun allvormittaglich über
den sonst so stillen Kirchberg klingen, mögen nebst den hunderten von Kindern,
die den Kindergottesdienst besuchen, ein hoffnungsfrohes Vorzeichen dafür sein,
dass die aus kleinen Anfängen erwachsene Gemeinde auch in der nächsten Genera-
tion leben wird, und es kann nur unsere Bitte sein, dass ihr Gott neben äusserem
Wachstum auch ein Wachsen in die Tiefen seiner Gnade schenken möge.
Neben dem Bericht Vater Mankes sind als Quellen benützt Erinnerungen
von Albert Liesenberg, dem jetzigen Vorstande von Itoupava Central, sowie
das Protokollbuch der Pfarrgemeinde.
P. Weingaertner.
74
atmosfera envenenada a tal ponto que dificilmente o podemos compreender
hoje. Até o presente se fazem sentir as conseqiiências das malgradadas desaven-
ças. Em Itoupava Central, Massaranduba e Itoupava Rega existem comunidades
separadas, que são pastoreadas por pastores de sínodos diferentes. A boa vontade
dos ministros e dos sínodos, no sentido de solucionar definitivamente a questão,
até o momento não foi bem sucedida, dada a posição empedernida de muitos
membros que não querem acabar com a desunião. Em todo o caso chegou-se a
uma colaboração fraternal entre os respectivos pastores, e existem sinais promissores
de que esta colaboração se estenda à própria comunidade.
Por meio de longo e persistente esforço a nova paróquia foi aumentada e
fortalecida, a despeito das divergências existentes. Novas igrejas foram cons-
truídas. Uma vasta região que compreende partes de quatro municípios encerra
as dez comunidades que hoje formam a União das Comunidades Evangélicas de
Itoupava (Serafim, Fidelis, Fortaleza, Vila Itoupava, Rio Bonito, Massaranduba,
Treze de Maio, Itoupava Rêga e Braço do Sul, além da comunidade-sede, Itoupava
Central). A paróquia consiste de mais de 1.3 00 famílias. Assim o pastor necessita
de saúde e energia para pastorear este grande rebanho. Merecem todo o nosso
respeito os pastores do passado que, em lombo de cavalo ou de mula, trilharam
os péssimos caminhos, vencendo enormes distâncias, para levar a mensagem do
evangelho aos recantos mais distantes. Os seguintes pastores serviram em Itou-
pava, com abnegação exemplar:
p.
Roesel
1902 —
1906
p.
Langbein
1906 —
1910
p.
Gabler
1910 —
1920
p.
Ratsch
1920 —
1921
p.
Oksas
1921 —
1926
p.
V. Pritzbuer
1926 —
1933
p.
Wiemer
1933 —
1939
p.
Spellenberg
1939 —
1952,
Desde o mês de janeiro de 195 3 a comunidade é pastoreada pelo Pastor L.
Weingaertner. Já o seu antecessor. Pastor Spellenberg, havia recebido um Jeep,
e assim o serviço tornou-se mais fácil em muitos sentidos, se bem que as in-
cumbências do pastor tenham aumentado com o trabalho entre a juventude e
com outras iniciativas e serviços. A bela e espaçosa casa pastoral, construída em
1921 sob a iniciativa do Pastor Ratsch, foi completamente reformada nos últimos
anos e representa uma habitação digna para o pastor. Até agora todos os pastores
que a ocupavam tiveram saudades desta casa grande e silenciosa, com a magní-
fica vista pelo amplo vale de Itoupava. A Casa da Comunidade, construída em
1954, abriga um jardim de infância evangélico. As alegres vozes das crianças
que todas as manhãs ressoam pelo morro da igreja, além das centenas de crianças
que freqüentam o culto infantil, são um presságio promissor de que a comunidade,
surgida de um núcleo modesto, viverá também na próxima geração. Resta-nos
implorar a Deus para que, além do crescimento exterior, também lhe dê um
crescimento para as profundezas de sua graça.
Além do relatório do sr. Emílio Manke foram usadas reminiscências do
sr. Albert Llesenberg, o atual presidente da comunldade-sede, como também
o livro de atas da paróquia. Itoupava Central, fins de 1955.
P. Weingaertner
75
Erinnerungen eines
geborenen Testoaners
Welch lieblichen Anblick bietet heute das Tal des Rio do Testo mit seinen
freundlichen Kolonistenwirtschaften, seinen schmucken Kirchen und Schulen,
seinen aufblühenden Geschäftshäusern und Industrien!
Da ist man wohl begierig, etwas aus der Anfangszeit dieses Ortes zu hören,
aus der Zeit des guten D. Pedro II, der erkannte, dass Brasilien nur mit Hilfe
tüchtiger Arbeitskräfte aufblühen könne, und daher die deutsche Einwanderung
förderte und unterstützte.
Rio do Testo, heute noch Distrikt des von Dr. Blumenau im Jahr 18 50 ge-
gründeten Gross-Blumenau, wurde in den Jahren 1860 bis 1880 besiedelt, gröss-
tenteils mit Pommern. Die Pommern waren in ihrer Heimat meist arme Ta-
gelöhner auf den grossen Gutshöfen gewesen und folgten gerne dem Rufe zur
Auswanderung. Sie achteten nicht der Gefahren und Entbehrungen, denen sie
hier begegnen würden, sie kamen nur mit dem einzigen Wunsch, einmal Herr
auf eigener Scholle zu werden. Ob unsere Jugend von heute wohl noch daran
denkt?
Unbemittelt kamen sie hier an. Kaum hatte ihr Geld für die Reise ge-
langt. Nun ging's in den Urwald. Obgleich sie von der Regierung Lebens-
mittel für die erste Zeit erhielten, war der Anfang doch schwer, weil sie die
hiesige Arbeitsweise nicht kannten. Dazu kamen die vielen Gefahren, die sich
ihnen enteeeenstellten. Die einen wurden beim Waldfällen vom Baum e^-schl-t-
een, die anderen mussten am Schhneenbisse sterben, weil es damals n'^ch kein
Serum gab wie heute, weiter drohte Gefahr durch blutdürstige Tiger und Über-
fälle der TndiTner. Min kann sich wohl denken, dass dam;ils viele, vi°le Tränen
geflossen sind. Wie eerne wäre man umgekehrt, konnte aber nicht, weil die
Mittel fehlten. So musste man hierbleiben und sich den Verhältnissen nnn-!ssen.
Den Männern fiel dies leichter als den Frauen, die ihr ganzes Leben hindurch
Sehnsucht nach der alten Heimat hatten.
So e'-'^in? es unseren Vorfahren. Wir können wohl sagen: Sie lebten da-
m-^ls in der Nacht, und wir leben heute bei Tage. Trotzdem waren sie in einem
Punkte reicher als wir es sind, denn sie hatten ihr Gottvertrauen. Sie brach-
ten eine streng religiöse Erziehung mit und waren gewöhnt, jeden Sonntag
in die Kirche zu gehen und sich Trost aus Gottes Wort für die Tage der har-
ten Arbeit zu holen. Diese Gewohnheit kam auch hier zur Geltung. Des Sonn-
tags wurden regelmässig Lesegottesdienste gehalten. Die Siedler dachten auch
an ihre Kinder und wollten sie nicht ohne Schule lassen. Doch wer sollte den
Unterricht halten? Lehrer gab es nämlich nicht. So wählten sie einen aus ihrer
Mitte, der die Kinder nach bestem Können imd Vermögen unterrichtete.
7é
Memórias de um
veterano testoense
Um panorama fascinante se apresenta hoje àqueles que têm oportunidade
de viajarem através do Vale do Rio do Testo, com os seus jardins floridos e mo-
radias atraentes, suas plantações bem cuidadas e seus laboriosos e alegres colonos,
suas lindas igrejas e escolas, suas casas comerciais e industriais em pleno desen-
volvimento!
São fatores que impulsionam a curiosidade em saber-se também algo do
principio da colonização deste lugar, dos tempos em que o grande D. Pedro II
compreendeu de que o nosso querido Brasil somente poderia progredir com
homens resolutos e decididos ao trabalho, vindo então a facultar e também apoiar
ativamente a imigração alemã ao nosso pais.
Rio do Testo, atualmente ainda é distrito da grande colónia, fundada em
18 50 pelo Dr. Blumenau e que também tomou o nome de seu fundador. Foi em
1860 — 18 80, que se estabeleceram os primeiros imigrantes-colonizadores no
V ale do Rio do Testo. Eram na sua maioria pomeranos, que para cá vieram seguindo
o chamado do Dr. Blumenau. Se tratava de gente simples, operários, que exerciam
atividades as mais diversas nas propriedades de abastados burgueses, na provincia
alemã Pomerânia, e que não hesitaram emigrar para o Brasil, sem receio aos
perigos e privações com que aqui iriam se defrontar. Vinham com a forte ambição
de também se tornarem na vida senhores de um chão de terra que lhes pertencesse.
Sem recursos êles aqui chegaram. As economias de que dispunham, quase
não eram suficientes para a viagem. Penetrava-se agora em plena mata virgem.
Não obstante o nosso governo lhes ter fornecido provisões no primeiro tempo,
a vida era, a principio, bastante dificil, porquanto o ambiente que os acercava,
lhes era totalmente estranho. Os perigos que enfrentavam nesse novo meio, eram
enormes. A derrubada das matas, tarefa bastante dificil, não raras vezes roubava
a vida de um pobre colono, deixando seus familiares em situação de dificuldades.
Outras vítimas eram provocadas por cobras venenosas, que abundavam na região
e contra cuja mordida mortifera ainda não havia sôro naquele tempo. Não raras
vêzes os colonos eram molestados por feras e, uma vez ou outra, chegaram a ser
atacados por índios selvagens. Pode-se imaginar de que muitas lágrimas correram
naqueles tempos. Grande era o desejo de muitos retornarem à antiga pátria,
porém, a falta de recursos não o permitia. Não havia assim outra solução que
ficar aqui e se ambientar da melhor maneira possível ao novo meio. Os homens
se acostumaram melhor, porém, as mulheres, para o resto de sua vida, ficaram
apegadas de grande saudade à sua antiga pátria.
Por tais privações e dificuldades passaram os nossos antepassados. Embora
sua vida pobre e desprovida de prazeres, viviam felizes e tranquilos porque tinham
fé profunda em Deus. A educação que possuíam, era severamente religiosa e
estavam habituados, ainda de sua antiga pátria, a visitarem aos domingos o
culto religioso, onde, na palavra de Deus, buscavam algum conforto e obtinham
novas energias para tornarem a enfrentar a difícil tarefa diária. Êsse costume
também aqui foi posto em tática. Os colonizadores tinham grande interesse
77
Später bekam Badenfurt einen eigenen Pfarrer, Heinrich Runte. Er be-
diente lange Jahre hindurch das ganze Testotal, kümmerte sich um die Schulen
und gab den vorhandenen Lehrern Gelegenheit, sich weitere Kenntnisse anzueig-
nen. Die ersten Lehrer, die eine langjährige Tätigkeit aufzuweisen hatten, wa-
ren: Hermann Rahn in Testo Central, Carl Günther in Rio do Testo — Pomme-
rode, Heinrich Hass in Pommerode, Christian Frahm in Testo Alto, Friedrich
Borchardt in Rega und Albert Rahn in Obere Rega. Sehr segensreich war die
Tätigkeit des Herrn Pfarrers Runte; leider war er schwächlich von Natur und
durch die ungeheuren Strapazen oftmals krank. Seine treuen Lehrer vertraten
ihn dann bei Beerdigungen, Gottesdiensten und Konfirmandenunterricht. Er dach-
te auch an die Zukunft, nahm Lehrerssöhne in sein Haus und bildete sie in
mehreren Fächern aus, damit sie später als Lehrer arbeiten könnten. Unter ihnen
waren Rudolf Günther und Rudolf Hass.
Im Jahr 1884 wurde die erste Kirche in Rio do Testo — Pommerode ge-
baut; vorher fanden die Gottesdienste in den Schulen statt. Später baute auch
die Gemeinde Testo Alto eine Kirche.
Schon lange dachte die Gemeinde Pommerode daran, ihre Kirche mit einem
Turme zu schmücken. Im Jahre 1900 wurde der Plan zur Wirklichkeit. Der
Turm ist ohne Kreuz 3 5 Meter hoch. Drei grosse Bochumer Glocken von be-
sonders schönem Klange rufen durch das Testotal und mahnen: O Land, Land,
Land, höre des Herrn Wort! Die grösste trägt die Inschrift: „Habt die Brüder
lieb!" Jahre danach bekam der Turm auch eine Uhr.
Zu jener Zeit waren in der Gemeinde Pommerode folgende Vorstandsmit-
glieder tätig: Wilhelm Ziehlsdorf f, August Ehlert, August Boeder und Wilhelm
Utpatel. Alle versahen ihr Amt lange Jahre hindurch, verantwortungsvoll und
gewissenhaft.
Nach langjähriger Tätigkeit sah sich Herr Pfarrer Runte genötigt, eine Ur-
laubsreise nach Deutschland anzutreten, um seine Gesundheit wiederherzustellen.
Er sollte nicht wieder von ihr zurückkehren.
Vertretungsweise wurde das Testotal von Reisepredigern bedient: Pastor von
Gehlen und Pastor Hobus.
Im Jahre 1909 trennte sich Pommerode von Badenfurt und bildete mit
Rio da Luz, Obere Rega und Rio do Serro einen eigenen Pfarrbezirk, während
Testo Alto bei Badenfurt verblieb. Auch wurde eine Predigtstelle in Testo Cen-
tral eingerichtet. Diese Zeit muss als sehr stürmisch bezeichnet werden; es
bestand zwischen Pommerode und Testo Alto eine langjährige Feindschaft, die
erst zur Ruhe kam, als die alten Streiter gestorben waren.
Am 20. Februar 1910 wurde Pfarrer Bürger als erster Geistlicher der neuen
Gemeinde Pommerode eingeführt. Die Gemeinde baute ihrem Pfarrer ein Pfarr-
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transmitir aos seus filhos instrução escolar, porém, não havia professores. Mas
compreendendo a importância e necessidade de instrução, nomearam do seu pró-
prio meio pessoas com alguma capacidade para o cargo de professores, que trans-
mitiam às crianças os conhecimentos que estavam ao seu alcance. Foram assim
fundadas as escolas particulares, que ficaram sob orientação e controle dos res-
pectivos professores. Aos domingos, os colonos geralmente se reuniam em grupos
para o culto religioso, que era ministrado pelos professores e consistia da leitura
de trechos da Bíblia.
Mais tarde, a localidade de Badenfurt veio receber seu primeiro pastor, sr.
Heinrich Runte. Êste, durante longos anos, servia a todo Vale do Rio do Testo,
como também controlava as escolas e dava aos professores oportunidade de am-
pliarem seus conhecimentos para um melhor desempenho do seu encargo. Os
primeiros professores, que exerceram sua função durante muitos anos, foram
os seguintes: Hermann Rahn em Testo Central, Carlos Günther em Rio do
Testo — Pommerode, Heinrich Hass em Pommerode, Cristian Frahm em Testo
Alto, Friedrich Borchardt em Testo Rega e Albert Rahn em Rega Alto. Digno
de nota eram os serviços prestados pelo Pastor Runte à sua comunidade. Infeliz-
mente era de constituição fraca e não raras vezes adoecia em conseqiiência do
excesso de esforço físico. Mesmo nas condições de tempo as mais desfavoráveis,
cumpria suas obrigações para com a sua comunidade. O Pastor Runte pensava no
futuro e acolhia em sua própria residência filhos de professores afim de instruí-los
da melhor forma possível, ministrando-lhes aulas de música e ensinando a tocar
violino, para que mais tarde pudessem transmitir conhecimentos mais amplos aos
seus alunos quando destacados para cargos de professôres. Tem-se nota dos srs.
Rudolfo Günther e Rudolf Hass, que bem transmitiram aos seus alunos os
conhecimentos obtidos por intermédio do Pastor Runte.
No ano de 1884, foi construída a primeira igreja em Rio do Testo —
Pommerode. Até então, os cultos religiosos eram celebrados nas escolas. Mais
tarde, a comunidade de Testo Alto também construiu a sua igreja.
Grande era o desejo da comunidade de Pommerode, ornarem a sua igreja
com uma bonita tôrre, o que sòmente em 1900 pode ser realizado. A torre,
excluída a cruz que há em cima, alcançou a altura de 3 J metros Três majestosos
sinos, fundidos pelo „Bochumer Glockenverein", todos possuindo agradável som,
atraem desde 1900 os fiéis do Vale do Rio do Testo e os convidam a ouvirem as
palavras do Senhor. O sino maior, traz a seguinte inscrição: "Habt die Brüder
lieb" (Amai aos irmãos, 1 Pedro 2, 17). Decorridos muitos anos, a tôrre da igreja
também foi dotada de um relógio.
Naqueles tempos, eram membros da diretoria da comunidade de Pomme-
rode as seguintes pessoas: Wilhelm Zíehlsdorff, August Ehlert, August Boeder
e Wilhelm Utpatel. Todos êles desempenharam o seu cargo durante muitos anos
com a máximo esfòrço e interesse à causa.
Após muitos anos de ativídade e tendo piorado seu estado de saúde, o sr.
Pastor Runte se viu obrigado a empreender viagem à Alemanha para se tratar,
não mais regressando ao Brasil.
Substitutos eram temporariamente os Pastores von Gehlen e Hobus.
No ano de 1909, Pommerode desligou-se de Badenfurt e, juntamente com
Rio da Luz, Alto Rega e Rio do Cerro, fundaram paróquia própria, enquanto
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haus, ein einfaches Fachwerkhaus, das aber zu jener Zeit eines der schönsten Häu-
ser des Ortes war. Die Kirche bekam ein noch heute vorhandenes Harmonium,
das von Frau Pastor Bürger gespielt wurde. Herr Rudolf Hass, Lehrer an der
Schule seines Vaters, erlernte das Harmoniumspiel und war viele Jahre Organist
und Chorleiter der Gemeinde.
Im Jahre 1914 reiste Herr Pfarrer Bürger mit seiner Frau nach Deutsch-
land. Sie waren schon auf der Rückreise, als der erste Weltkrieg ausbrach. Herr
Pfarrer geriet in französische Gefangenschaft, während Frau Pfarrer allein hier
ankam. Gross war die Hoffnung, dass der Krieg von kurzer Dauer sein würde. So
übernahm Frau Pfarrer einen Teil des Dienstes ihres Mannes, während Herr
Pfarrer Radlach von Badenfurt die Gottesdienste hielt. Da der Krieg andauerte,
musste die Gemeinde einen anderen Pfarrer berufen. Die Wahl fiel am 27. Dezem-
ber 1916 auf Pfarrer Liebhold. Frau Pfarrer Bürger erkrankte schwer und
kehrte nach Kriegsende in ihre Heimat zurück; nach 4- jähriger Trennung konn-
te ihr lieber Man sie nur auf dem Sterbebette wiedersehen.
Herr Pfarrer Liebhold amtierte hier bis zum 15. JuH 1920. Er bemühte
sich, auf der Bahn seiner Vorgänger weiterzuschreiten. Dank seiner musikali-
schen Begabung gelang es ihm, mit den damaligen Konfirmanden zahlreiche,
mehrstimmige Lieder einzuüben. Auch seine Predigten sind noch in guter
Erinnerung.
Sein Nachfolger wurde vertretungsweise der alte, liebe pensionierte Pfarrer
Lange. Der Dienst in der Gemeinde dürfte ihm bei seinem Alter recht schwer
geworden sein. Doch übernahm er ihn zu aller Zufriedenheit bis zum 2. De-
zember 1922.
Als er die Gemeinde verliess, war Herr Pfarrer A. Langbein bereit, die Lei-
tung der Gemeinde zu übernehmen. Seine 3 -jährige Tätigkeit war eine recht
ruhige und ist allen in lieber Erinnerung, zumal Frau Pfarrer über gute medi-
zinische Kenntnisse verfügte und den Gemeindegliedern in Krankheitsfällen mit
Rat und Tat zur Seite stand. Im Jahre 192 5 kehrte die Pfarrersfamilie nach
Deutschland zurück.
Ein neuer Pfarrer wurde vom Oberkirchenrat nach Pommerode entsandt,
Rudolf Friedendorff. Schon des Namens willen wurde er mit Wohlwollen be-
grüsst. Eine rege Tätigkeit entfalteten die jungen Pfarrersleute. Beide waren
musikalisch und förderten das Aufblühen der von Lehrer J. Ehlert geleiteten
Kirchenchöre. Als der langjährige Organist Rudolf Hass nach Rio Serro ver-
zog, übernahm Frau Pfarrer den Organistendienst. Auch dem Chorleiter J. Eh-
lert, der als Lehrer in der Präparande „Neue Schule" zu Blumenau ausgebildet
wurde und nur Geige spielen konnte, gab sie Gelegenheit, das Harmoniumspiel zu
erlernen. Doch leider nur kurze Zeit. Frau Pfarrer erkrankte an Malaria, so-
dass die Ärzte ihr rieten, nach Deutschland zurückzukehren. Im Jahre 1932 reist
die Pfarrersfamilie Friedendorff in ihre Heimat.
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que Testo Alto ficou ligado à Badenfurt. Naquela época, também foi instalado
um local de prédica em Testo Central. Consta que foi uma época de desavenças
e durante muitos anos havia inimizade entre as comunidades de Pommerode e
Testo Alto, que somente chegou ao término com o falecimento dos veteranos que
haviam provocado as intrigas.
À 20 de fevereiro de 1910, a Comunidade de Pommerode recebeu um novo
pastor, sr. Bürger, e construiu uma casa pastoral. Naquela época, a igreja de
Pommerode foi enriquecida com um harmónio, atualmente em uso. O Pastor
Bürger, em suas atividades, bem seguiu o exemplo do seu antecessor. Nos cultos,
o acompanhamento no harmónio era feito pela esposa do pastor. O sr. Rudolf
Hass, que então lecionava na escola de seu pai, em Pommerode, praticou a tocar
harmónio e mais tarde, durante muitos anos, fazia o acompanhamento nos cultos
e também dirigia o côro da Comunidade de Pommerode.
No ano de 1914, o sr. Pastor Bürger, por motivo de saúde de sua espósa,
foi forçado a viajar à Alemanha. Após o restabelecimento, o casal embarcou para
retornar ao Brasil. Mas a primeira guerra mundial deflagrou. O Pastor Bürger
caiu prisioneiro da França, enquanto a sua espósa voltou só ao Brasil. Admitia-se
que a guerra seria de pouca duração e a senhora pastor aqui atendia em parte
as atribuições de seu espóso. Os cultos eram celebrados pelo Pastor Radlach de
Badenfurt. Como a guerra se prolongasse, a Comunidade de Pommerode se viu
forçada a apelar para outro pastor. Estando então presente, foi eleito, à 27 de
dezembro de 1916, o sr. Pastor Liebhold. Finda a guerra, a senhora Pastor Bürger
retornou à Alemanha, onde chegou gravemente enferma. O seu querido espóso,
após 4 anos de separação, teve a infelicidade de encontrá-la no seu leito de morte.
O Pastor Liebhold, serviu a comunidade até 1 5 de julho de 1920. Esforçou-
se o máximo em prestar serviços à altura de seus antecessores. Dotado de talento
musical, ensaiou com os confirmandos canções sacras, em diversas vozes, com
grande êxito. Também as suas prédicas ainda continuam na lembrança dos vete-
ranos da comunidade.
Foi substituído, em caráter provisório, pela idoso e aposentado Pastor Lange.
A missão deste, na comunidade, considerando a idade, foi tarefa árdua. Todavia,
a contenta da comunidade, exerceu a missão até 2 de dezembro de 1922.
Quando deixou a comunidr.de, lhe seguiu o Pastor Langbein, que também
angariou a simpatia de todos. Como era dotado de conhecimentos de medicina,
muito contribuiu em benefício de sua comunidade e consta que, em muitos casos
de doença, dava conselhos de real valor aos que o procuravam. No ano de 1925,
regressou com a sua família à Alemanha.
Pelo Conselho Superior Evangélico, foi designado um novo pastor para
Pommerode, na pessoa do Pastor Rudolf Friedendorff.. Como se tratasse, jun-
tamente com a sua espósa, de um casal ainda jovem, houve acentuada atividade
em tóda a comunidade. Ambos dotados de talento musical, apoiaram e contri-
buíram para o aperfeiçoamento dos côros de Testo Rega e Pommerode, ambos
dirigidos pelo professor sr. J. Ehlert. Com o esfórço em comum, conseguiu-se
resultados satisfatórios e as apresentações dos córos, nos cultos, eram amplamente
elogiados. Quando, após muitos anos, o organista sr. Rudolf Hass mudou-se para
Rio do Cerro, esse cargo foi preenchido pela senhora Pastor Friedendorff. Ao
sr. J. Ehlert, que foi formado professor pela escola preparatória "Neue Schule".
81
6
Zu dieser Zeit wurde die Kirche mit dem Turme renoviert. Vertretungs-
weise übernahm, auf kurze Zeit, Herr Pfarrer Johannes Blümel das Pfarramt. Er
entfaltete eine rege Tätigkeit und besuchte alle Schulen. Die meisten Gemeinden
hatten, als die alten, von Pastor Runte vorgebildeten Lehrer verstorben waren,
Kolonistensöhne als Lehrer angestellt. Herr Pfarrer Blümel sorgte väterlich für
sie und richtete einen Kursus ein, um weitere Kenntnisse zu vermitteln. Lehrer
J. Ehlert leitete den Fortbildungs- und auch einen Geigenkursus. Leider folgte
Pfarrer Blümel, der „Vater der Lehrer", wie er genannt wurde, dem Ruf als
Leiter der Lehrerpräparande in Benedito-Timbó.
Der noch junge Pfarrer Gurt Friege kam mit seiner lieben Ehefrau von
Deutschland und übernahm die Gemeinde. Welch reiche Tätigkeit liegt doch
in dem 6- jährigen Dienste seines Hierseins! Er führte nicht nur das von sei-
nen Vorgängern begonnene Werk fort, sondern baute mit seinem ganzen Sein
weiter. Die Herzen der jungen Pfarrersleute fanden sich zu denen der Ge-
meindeglieder, sodass Herr Pfarrer Friege gebeten wurde, für immer hier zu
bleiben. Doch Gottes Wille war anders. In seiner Amtszeit wurde das Ge-
meindehaus erbaut, und eine 2-klassige Schule eröffnet. Auch der Frauenverein
wurde von Frau Pfarrer Friege ins Leben gerufen. Das Pfarrhaus wurde abge-
rissen und durch einen massiven Neubau ersetzt. Im Jahre 1939, kurz vor
Ausbruch des zweiten Weltkrieges, trat er mit seiner Familie eine Urlaubsreise
an, von der er bald wiederzukehren hoffte.
Die Gemeindeglieder haben die langen Kriegsjahre über mit aufrichtiger
Trauer im Herzen an ihre guten Pfarrersleute gedacht und mit Sehnsucht den
Tag ihrer Rückkehr erwartet. In diesen Jahren wurde die Gemeinde in liebevoller
Weise von dem Badenfurter Pfarrer Werner Andresen bedient. Der Religions-
und Konfirmandenunterricht lag in den Händen von Lehrer J. Ehlert, seinen
Söhnen Hubert und Gerhard und zeitweilig von Lehrer Leopoldo Krüger. Doch
auch Herr Pfarrer Andresen wurde gezwungen, seine Tätigkeit einzustellen.
Gar trübe waren die Tage damals. In dieser finsteren Zeit wurde die Gemeinde
in regelmässigen Abständen von dem jungen Vikar Edgar Lesenberg besucht,
der sich schon im ersten Gottesdienste die Herzen aller Anwesenden eroberte.
Der Krieg ging zu Ende. Lange wartete Pommerode auf eine Nachricht
von Pfarrer Friege. Doch vergebens. Herr Pfarrer Andresen war nach Baden-
furt zurückgekehrt und bediente einstweilen auch Pommerode. Da keine Nach-
richt von Pfarrer Friege kam, wurde die Pfarre von der Synode zur Neubesetzimg
ausgeschrieben. Herr Pfarrer Schuttkus wurde Pfarrer von Pommerode. In den
ersten Jahren hatte er einen schweren Stand, da er eine Kirchenrenovierung
beantragt hatte. Doch alles wurde mit Gottes Hilfe überwunden. Die Kirche
Pommerode ist heute in ihrem neuen Kleid eine Zierde des Ortes. Die Seiten-
mauern wurden um anderthalb Meter erhöht, ein neuer Dachstuhl aufgesetzt
und eine Sakristei mit Altarraum angebaut. Auch der Turm wurde nochmals
überholt, und die Spitze mit Kupferblech gedeckt. Ebenso wurde das Innere der
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de Blumenau, e que em matéria de instrumentos tocava somente violino, a senhora
pastor dava proveitosas aulas de harmónio, porém, por curto espaço de tempo.
Atacada de violenta febre malária e tendo seu estado de saúde se agravado com
êsse mal, os médicos recomendaram sua volta à Alemanha. O casal Pastor Frie-
dendorff deixou o Brasil no ano de 1932.
Foi então empreendida a renovação da igreja de Pommerode, inclusive a torre.
Provisoriamente, assumiu o cargo de pároco o sr. Pastor Johannes Blümel. Sua
atividade foi das mais destacadas, tendo dedicado especial esforço à educação da
mocidade e fazendo constantes visitas de fiscalização às escolas. Procurou solu-
cionar os problemas e dificuldades que se ofereciam. Infelizmente, após pouco
tempo, atendendo o apêlo que lhe fóra formulado, o "Pai dos Professóres", como
os professóres costumavam apelidá-lo, assumiu o cargo de diretor da escola pre-
paratória de professóres em Benedito-Timbó.
O ainda jovem pastor, sr. Curt Friege, vindo com a sua espósa da Alemanha,
assumiu então os serviços da paróquia. Demonstrou grande atividade durante os
6 anos que serviu a comunidade. Não prosseguiu apenas as obras iniciadas pelos
antecessores, mas incentivou ainda mais os serviços em beneficio de sua comuni-
dade. Ambos dotados de temperamento bondoso, prontamente conseguiu angariar
a simpatia de todos os membros. Era desejo de todos que este casal permanecesse
aqui para sempre. Enquanto exercia as funções de pároco, foi construída a casa
da comunidade e, sob sua própria orientação, fundada uma escola com duas
classes. Pela senhora pastor foi fundada a agremiação das senhoras. A antiga
residência pastoral foi demolida e substituída por um novo prédio de material.
No ano de 1939, pouco antes de romper a segunda guerra mundial, empreendendo,
juntamente com a sua família, uma viagem de recreio à Alemanha, os aconteci-
mentos vieram impedir o seu retórno ao Brasil.
Seguiram-se os anos de guerra, mas o feliz casal Pastor Friege permanecia
nos corações de todos, e nutria-se a esperança de vê-los retornarem um dia à
Pommerode. Durante os anos de guerra, a comunidade foi gentilmente servida
pelo Pastor de Badenfurt, sr. Werner Andresen. As doutrinas em geral, inclusive
a dos confirmandos, ficou à cargo do professor J. Ehlert, auxiliado pelos seus filhos
Hubert e Gerhard,, tendo também sido auxiliado em parte pelo professor sr.
Leopold Krueger, até que êste mudou-se para Rio da Luz. A guerra contribuiu
para que, dentro de algum tempo, também o sr. Pastor Andresen não pudesse
mais praticar a pregação. Com a cessação de seus serviços, tôda a comunidade
passou uma época muito triste, e o desânimo era geral. Conseguiu-se que nesse
período a comunidade fosse visitada de vez em quando pelo jovem vigário sr.
Edgar Liesenberg.
A guerra havia chegado ao seu término. Anciosa, a comunidade aguardava
uma notícia do Pastor Friege. Porém, inutilmente. Decorrido algum tempo, o sr.
Pastor Andresen voltou à Badenfurt e então passou a ministrar novamente os
cultos em Pommerode. Sem obter notícias e também não mais regressando o Pastor
Friege, o Sínodo expediu circular, oferecendo a vaga paroquial de Pommerode.
Veio então o sr. Pastor Gustav Schuttkus. Assumindo as funções, logo se apre-
sentou ao mesmo uma tarefa bastante difícil, porquanto se tencionava levar a
efeito a reforma da igreja. A igreja sofreu uma modificação tanto externo como
interno, constituindo atualmente uma bela obra do lugar e o orgulho da comuni-
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Kirche erneuert, eine neue Kanzel und neue Kirchenbänke wurden aufgestellt.
Auch wurde dem Gemeindehaus ein Neubau für den vom Frauenverein betreu-
ten Kindergarten angefügt.
Zu jener Zeit, als Pfarrer Schuttkus schon im Amte war, kam ein Lebens-
zeichen von Pfarrer Friege, der gerne nach Pommerode zurückgekehrt wäre.
Die Führer der Kirchengemeinde beantworteten sein Schreiben mit herzlichem
Bedauern; es war zu spät.
Mitte 1954 sah sich Herr Pfarrer Schuttkus genötigt, wegen ernster Krank-
heit nach Deutschland zurückzukehren. Doch wollte er noch zugegen sein, wenn
sein Nachfolger, der aus der Kriegszeit sehr geschätzte Pfarrer Liesenberg, ein-
geführt würde. So gestalteten sich die Abschieds- und Einführungsfeier zu einem
eindrucksvollen Akte, der von dem Kirchenchor Testo Alto unter Leitung des
Lehrers J. Ehlert verschönt wurde.
Herr Pfarrer Liesenberg und seine liebe Gemahlin weilen nun schon seit
vier Jahren in unserer Mitte. Man kann wohl sagen, dass sie sich während dieser
Zeit die Herzen aller Gemeindeglieder eroberten. Herr Pfarrer Liesenberg durfte
nicht nur das, was seine Vorgänger gesät hatten, begiessen, sondern auch herzhaft
weiter säen. Die Gemeinde Pommerode hat heute drei Kirchen: Pommerode, Testo
Alto und Alto da Serra. Ausserdem wird noch an zwei anderen Stellen Gottes-
dienst gehalten. Herr Pfarrer Liesenberg hält ausser den Gottesdiensten an vier-
zehn Stellen Bibelstunden, die gut besucht werden. Religionsunterricht wird an
sieben Stellen gehalten. In Pommerode und Pommerode-Tiefe von Pfarrer Lie-
senberg, in Testo Alto I von Rudolf Hornburg, in Testo Alto II von Chr.
Frahm, in Wunderwald von A. Gädtke, in Rega von J. Ehlert und in Alto
da Serra von R. Volkmann. Kindergottesdienste finden an sieben Stellen statt.
Hierzu haben sich Gehilfen gefunden, die den Pfarrer unterstützen. Zwei Kir-
chenchöre verschönen die Gottesdienste: Pommerode unter Leitung von Ewald
Beppler und Rega unter Leitung von J. Ehlert. Auch an die Jugend wurde ge-
dacht; vier Jugendgruppen halten ihre regelmässigen Zusammenkünfte.
Neben dem Gemeindehaus ist ein Neubau für die Privatschule imter Leitimg
von Fräulein E. Germer und Fräulein Isolde Schünke errichtet; die Schule hat
jetzt vier Klassen.
Sehr viel Sorge und Mühe hatte Herr Pfarrer mit dem „Hospital e Mater-
nidade Rio do Testo", welches am 30. Oktober 195 S vom Hospitalverein der
Pfarrgemeinde übergeben wurde. Das Krankenhaus wird von einem Arzt und
von Schwestern des „Agnes-Karll- Verbandes" betreut.
Die heutige Bevölkerung Rio do Testo's ist wohl zu 95% evangelisch.
Hier folgen die Namen der Führer der Pfarrgemeinde, die eine langjährige
Dienstzeit aufzuweisen haben: Hermann Ehlert, dessen Sohn Heinz als bisher
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dade. As paredes laterais foram elevadas em 1,50 metros. O telhado foi com-
pletamente renovado e acrescentada a sacristia e a parte onde se encontra o altar.
A torre foi mais uma vez reformada e o seu cume coberto com placas de cobre
para oferecer maior durabilidade ao tempo. Do lado da torre, escadas amplas
dão acesso à galeria. Internamente, foram modificados o teto e o púlpito, e substi-
tuídos os bancos velhos na sua totalidade por novos. Também foi feito um anexo
à casa da comunidade para funcionamento do jardim de infância e fundado o
mesmo, cuja administração está à cargo da Ordem Auxiliadora das Senhoras
Evangélicas de Pommerode.
Quando o sr. Pastor Schuttkus já havia assumido o cargo, a comunidade re-
cebeu finalmente notícias do Pastor Friege. Demonstrou grande interesse em re-
tornar à Pommerode. A diretoria da comunidade respondeu que infelizmente não
era possível atender êste desejo; já era tarde.
Em meados do ano de 1954, o sr. Pastor Schuttkus, devido o seu precário
estado de saúde, resolveu voltar à pátria. Todavia, grande era o seu desejo estai
presente às solenidades da introdução do seu sucessor sr. Pastor Liesenberg, que
durante a guerra já prestou valiosos serviços à comunidade. Tiveram assim lugar
as cerimónias de despedida e introdução dos dois pastores com as suas dignas
esposas, que foram abrilhantadas pelo coro da igreja de Testo Alto, sob direção
do professor J. Ehlert.
O sr. Pastor Liesenberg e sua digna esposa, já há 4 anos se encontram no
meio de nossa comunidade. Pode-se dizer que nesse espaço de tempo, angariaram
a estima de todos os membros da comunidade. Não está o sr. pastor cuidando
tão somente da conservação dos feitos de seus antecessores, mas vem prosseguindo
com grande dedicação em novos empreendimentos, de necessidade e utilidade para
a comunidade. A paróquia de Pommerode conta atualmente com 3 igrejas: Pom-
merode, Testo Alto e Alto da Serra. O culto é praticado em mais 2 locais. O sr.
pastor, além dos cultos nas igrejas, se dedica ativamente ao estudo bíblico em
14 locais diferentes, que são bem frequentados. Aulas de doutrina são exercidas
em 7 locais. Em Pommerode e Pommerode Fundos pelo sr. pastor, em Testo Alto I
pelo sr. Rudolf Hornburg, em Testo Alto 11 pelo sr. Chr. Frahm, em Wunder-
wald pelo sr. Gaedtke, em Testo Rega pelo sr. J. Ehlert e em Alto da Serra pelo
sr. R. Volkmann. Culto infantil é dado em 7 locais. Para tanto, se têm apre-
sentado valiosos auxiliares, que vêm facilitando os serviços do pastor. Dois córos
embelezam os cultos com as suas demonstrações de hinos sacros: Em Pommerode,
sob direção do sr. Ewald Beppler e, em Testo Rega, sob direção do sr. J. Ehlert.
Também à juventude vem sendo dedicada atenção tóda especial. Contam-se atual-
mente 4 círculos juvenis, que têm periòdicamente os seus encontros.
Ao lado da casa da comunidade, está sendo erigido um prédio novo, que
servirá para funcionamento da escola particular da comunidade, que por enquanto
funciona na casa da comunidade, sendo administrada pelas senhoritas E. Germer
e Isolde Schünke. A escola está funcionando atualmente com quatro classes.
Grande esforço o sr. pastor tem empenhado com o "Hospital e Maternidads
Rio do Testo", que em data de 30 de outubro de 195 5, foi definitivamente trans-
ferido à Paróquia de Rio do Testo pela Sociedade Hospitalar. O hospital está
sendo administrado por um médico e pelas irmãs do "Agnes-Karll-Verband".
A população atual de Rio do Testo pode ser estimada em 95% de protes-
tantes.
85
einziger Sohn Rio do Testo's Pfarrer geworden ist, Heinrich Baumann, Wilhelm
Rahn, Hermann Wachholz, Heinrich Borchardt, Wilhelm Krueger, Hermann
Günther, J. Ehlert und Curt Brandes. Der heutige Vorstand besteht aus
Rudolf Hornburg als Vorsitzendem, Curt Brandes als Schriftführer und Hu-
bert Ehlert als Kassierer.
Lehrer Johann Ehlert.
86
Seguem aqui os nomes dos conselheiros da Paróquia, que durante muitos anos
vêm colaborando e se esforçando pelo bem da causa: Hermann Ehlert, cujo filho
Heinz até o momento figura como filho único de Rio do Testo que se formou
pastor, Heinrich Baumann, Wilhelm Rahn, Hermann Wachholz, Heinrich Bor-
chardt, Wilhelm Krüger, Hermann Günther, J. Ehlert, Curt Brandes. A atual
diretoria da Paróquia é constituída pelos seguintes membros: Rudolf Hornburg —
presidente, Curt Brandes — secretário e Hubert Ehlert — tesoureiro.
Professor Johann Ehlert
trad. Lauro Harbs.
87
Eine Episode aus dem
alten Curitiba
Seit langem hatten die heissen Sommermonate Februar und März nicht
mehr solch heftige, bösartige Gewitterstürme gebracht mit wolkenbruchartigen
Regengüssen, die ganze Stadtteile Curitibas unter Wasser setzten, wie im Jahre
1913. Pastor Franks waren seit 1910 in Curitiba; am letzten Abend jenes Jahres
hatte Pastor Frank seine Antrittspredigt über den Sylvestertext gehalten
„Du führest mich auf rechter Strasse". Der Anfang war schwer gewesen, und
nun kam noch die Not, von der die folgenden Zeilen berichten sollen.
Auf die schwere Regenzeit folgte nämlich eine lange anhaltende Trocken-
heit. Die Wasserspiegel der beiden kleinen Flüsse Belém und Pedro Ivo, die durch
Curitiba fliessen und vor kurzem noch weit über ihre Ufer getreten waren,
sanken fast bis auf den Grund, sodass sich ein übelriechender Schlamm bildete,
der bald unzähligen Moskiten zur Brutstätte diente. Die Folgen waren, wie in
jedem Jahr um diese Zeit, unausbleiblich.
Der alljährliche böse Gast Curitibas, der Typhus, stellte sich ein; in diesem
Jahre noch viel heftiger und ernster als sonst. Die Ärzte waren tagaus — tagein
unterwegs, und tagaus und tagein begegneten sie sich auf den Strassen. Sie hatten
es schwer. Zu dieser Zeit bestanden noch keinerlei hygienische Vorschriften.
Heute ist ja in Curitiba längst alles saniert und kanalisiert, sodass Typhusfälle
nur noch vereinzelt auftreten; aber damals war unsere liebe Stadt schon fast ver-
rufen wegen ihrer alljährlichen Typhusepidemien. Es war eben fast überall das
kleine Häuschen mit dem ausgesägten Herz und der einfachen Senkgrube nicht
weit genug vom Ziehbrunnen angelegt. Die starken Regengüsse und Überschwem-
mungen hatten dann das Übrige getan, und die grosse Not kam in die Häuser.
Das war besonders schlimm, wenn auch die Hausmutter von der Krankheit erfasst
war!
Das Pfarrhaus half so gut es konnte, mit Krankenbesuchen, Trösten und
Dienstleistungen, aber was war das unter soviel Not!
Eines Tags führte P. Frank ein vierjähriges Bübchen an der Hand, dessen Brü-
derchen er soeben beerdigt hatte und dessen beide Eltern schwer krank lagen. Der
kleine Reinhold sollte solange im Pfarrhause bleiben, bis seine Eltern wieder
gesund wären. Er trottete auch ganz tapfer an des Pastors Hand dahin, still
und nachdenklich. Endlich schlug er seine braunen Augen auf und fragte treu-
herzig: „Werde ich jetzt auch eingegraben?" Ganz sachlich und nüchtern hatte
er die Frage gestellt. Er hatte es sich wohl in seinem kleinen Kopf zurecht
gelegt: Wenn der Pastor kommt und sogar mit einem weggeht, dann wird man
eingegraben, genau so, wie es soeben in seiner Gegenwart mit dem Brüderchen
geschehen war. Nun, Reinhold wurde nicht eingegraben, sondern spielte ver-
gnügt einige Wochen im Hause Frank, bis seine Eltern wieder gesund waren
und ihn holen konnten.
Mittlerweile war auch die kühlere Jahreszeit eingetreten, und die böse
Epidemiewelle ebbte langsam zurück. Aber die Not war schwer gewesen, so schwer,
dass man sie so schnell nicht vergessen konnte.
88
Um episódio da
velha Curitiba
Há muito os meses quentes de fevereiro e março não traziam tempestades
tão violentas como no ano de 1913, quando vários trechos de Curitiba foram
inundados. O Pastor Frank e sua esposa D. Elisabeth estavam em Curitiba desde
1910. Na última noite deste ano o pastor apresentou a sua primeira prédica nesta
cidade, sôbre o tema: ,,Tu me guias pelo caminho certo". O começo não foi
fácil, e vinham ainda as dificuldades de que contarão estas linhas.
Seguiu-se ao tempo das chuvas um longo período de sêca e os pequenos
rios Belém e Pedro Ivo, que há pouco inundavam a cidade, diminuiram até formar
uma lama mal-cheirosa, dando oportunidade de ali se reproduzirem milhares de
mosquitos. As consequências disto eram, naquela época, inevitáveis. O tifo, este
ano, foi muito mais sério e perigoso que nos anteriores. Dia e noite os médicos
atendiam aos chamados; êles tiveram bastante trabalho.
Naquele tempo não havia higiene nem regulamentação sanitária eficiente.
Muitas vêzes, a casinha com uma simples fossa, não raro perto do poço de água
potável, constituia a única instalação sanitária dos habitantes. Hoje, Curitiba
tem os rios canalisados, e os casos de febre tifóide são muito raros, mas até
cerca de 40 anos atrás, as epidemias anuais davam quase má fama à cidade. Parti-
cularmente desolante se tornava a vida familiar quando também a dona de casa
era apanhada pela febre.
O casal Frank ajudava como podia, com visitas a doentes, consolos e ser-
viços, mas o que adiantava isto diante de tanta miséria! Certo dia o pastor trouxe
para casa um menino de quatro anos, cujo irmãozinho acabava de ser enterrado,
e cujos pais jaziam imobilizados pela febre. O pequeno Reinhold ficaria na casa
do pastor até que seus pais sarassem. Segurando a mão do pastor, êle o acompanha-
va quieto e com um ar pensativo. Por fim, levantando os olhos castanhos para
o pastor, perguntou: ,,Eu também vou ser enterrado?" Em sua pequena mente
êle tinha certeza que, quando vinha o pastor e ainda o levava consigo, êle seria
enterrado como o seu irmão. Bem, êle não foi enterrado, e depois de brincar
algumas semanas na casa do pastor, os seus pais, agradecidos, vieram buscá-lo.
Entrementes havia chegado a época fria do ano, e a onda de epidemia co-
meçou a retroceder vagarosamente.
Mas esta epidemia foi tão grave, que tão fàcilmente não seria esquecida.
O casal, profundamente impressionado com isto, sentia cada vez mais a necessidade
da presença de irmãs enfermeiras em tais casos. Era incompreensível que nesta
grande cidade não existia uma única enfermeira formada. Em casos de doença,
as vizinhas e comadres se ajudavam mutuamente, do melhor modo possível, mas
89
Die Pastorsleute, die noch immer tief beeindruckt von dem allen waren,
kamen immer mehr zu der Überzeugung: Krankenschwestern, Diakonissen, müssen
hier her. Sie hatten schon lange den Mangel empfunden, dass es in dem grossen
Curitiba keine ausgebildeten Krankenschwestern gab. In Krankheitsfällen mussten
sich die ,, comadres" und Nachbarinnen, so gut es ging, gegenseitig helfen. Aber
eine sachgemässe Pflege war das meistens nicht — und wie gar verlassen lagen
oft alleinstehende Kranke! Allerdings hatten während der bösen Typhuszeit die
Pastorsleute wahrhaft leuchtende Beweise von selbstloser Nächstenliebe beobach-
ten können.
Da war vor allem die unvergessliche Frau Gräml, die viele Jahre lang selbst
als Krankenschwester im Eppendorfer Krankenhaus in Hamburg gearbeitet hatte.
Diese tapfere Frau, die inzwischen einen Ingenieur geheiratet hatte, unterstützte
die junge Pfarrfrau mit ihrer reichen Erfahrung. Ja, sie übernahm in ganz schwe-
ren Fällen die Nachtwachen, obwohl sie selbst vier kleine Kinder hatte. Sie war
es auch vor allem, die den Gedanken, einen Diakonieverein zu gründen, praktisch
aufgriff und energisch in Angriff nahm.
Schneller als man denken konnte, fanden sich kluge, tatkräftige Frauen
zusammen unter des Pastors Leitung und warben Mitglieder für den Verein, der
nach langer Beratung den Namen „Frauenhilfe" bekam. Bei den Männern gab
es natürlich gleich gutmütigen Spott: Frauenhilfe? "Warum nicht Männerhilfe?
Soll uns Männern nicht geholfen werden? Bis man den Männern plausibel
gemacht hatte, dass gerade ihnen von den Frauen geholfen werden solle.
Bald aber sollten sich ernstere Hindernisse für das Vorhaben auftürmen als
ein paar Spottworte. In ganz Deutschland schien sich keine Schwester für Curitiba
zu finden ,bis der Pastor endlich seine eigene Schwester aus dem Mutterhaus
Rotenburg-Hannover loszubetteln vermochte. Die Pastorin schrieb an die Eltern
um Rat; denn zwei Schwestern brauchten sie wenigstens. Und siehe, es fand sich
ein tüchtiges und bewährtes Fräulein aus der Heimatstadt, das bereit war, dem
Rufe zu folgen.
Nun wurde es ernst! Es musste zunächst an den Bau eines Schwesternheimes
gedacht werden. Anfang des Jahres 1914 stand das kleine, aber schmucke Heim
trotz aller kleinen Widerwärtigkeiten in der Rua Ignacio Lustosa. Fehlten nur
seine Bewohnerinnen, die man mit Sehnsucht erwartete. Aber es sollte nicht alles
so glatt gehen, wie man es sich vorgestellt hatte. In Serajewo waren die scharfen,
bösen Schüsse gefallen. Sie hallten dumpf und gefährlich auf dem ganzen Erd-
kreis wider, auch in Brasilien. Ein lähmendes Entsetzen lag in diesen Tagen über
allen! Wird es zum Kriege kommen? Das war die bange Frage aller! Ach, Gott
wolle es verhüten!
Nach einigen Wochen hatte man sich wieder etwas beruhigt; der Alltag
forderte sein Recht. Auch war die Nachricht gekommen, dass die beiden Kranken-
schwestern am 17. Juli von Hamburg abgereist seien. Nun kam Leben in den
jungen Verein „Frauenhilfe". Alles nahm Teil an der Freude. Man brachte kleine
Geschenke: Hübsche Einrichtungsgegenstände, auch Geldgeschenke für die erste
Zeit.
Aber die Hand Gottes machte vorläufig diesen freudigen Vorbereitungen
ein Ende. Der Krieg brach in den ersten Augusttagen aus! Nun war das Ge-
fürchtete doch eingetroffen! Ein banger Druck lag überal auf den deutschen
Familien! Was wird noch kommen?
90
nem sempre o tratamento era correto; e o quanto solitários não ficavam doentes
que não tinham parentes para os ajudar!
Em suas visitas a doentes, o pastor pôde observar exemplos verdadeiramente
luminosos de amor ao próximo, principalmente na pessoa da inesquecível sra.
Gräml, que trabalhou muitos anos como enfermeira no Hospital de Eppendorf,
em Hamburgo. Esta corajosa senhora muito ajudava a D. Elisabeth, demonstrando
uma rica experiência. Casada com um engenheiro, e tendo quatro filhos, mesmo
assim passava noites a fio junto a cama de um doente.
Mas era preciso enfermeiras que pudessem dedicar todo o seu tempo aos
doentes.
Foi, também, a sra. Gräml que iniciou o movimento de fundação de uma
sociedade em favor de irmãs enfermeiras. Mais cedo do que se esperava, reuniam-
se, sob a direção do pastor, senhoras inteligentes e decididas e discutiam problemas
sobre a sociedade, que recebeu o nome de ,, Frauenhilfe" (Sociedade Beneficiente
de Senhoras) .
Mais cedo começaram as dificuldades: Quase impossível era conseguir en-
fermeiras da Alemanha. Todos os pedidos foram em vão, até que o pastor, es-
crevendo à maternidade de Rotenburg — Hannover, pediu que deixassem vir a
sua irmã, enfermeira nesta casa. Como se precisava de, no mínimo, duas enfer-
meiras, D. Elisabeth escreveu aos pais, pedindo auxílio; e êles conseguiram tam-
bém uma enfermeira disposta a vir para Curitiba.
Iniciou-se então a construção de uma casa para as irmãs. No começo de 1914
estava pronto o pequeno, mas bonito lar, e as irmãs eram esperadas com grande
ansiedade. Mas não sem dificuldades seria realizada esta viagem: em Serajevo
ecoavam os mortíferos tiros, e o mundo inteiro ficou paralisado ante a possibi-
lidade de uma guerra.
Depois de algumas semanas os corações se acalmaram e o trabalho diário
fez com que esquecessem a iminência da guerra. E com a chegada da notícia que
as enfermeiras partiram em 17 de julho de Hamburgo, houve grande reboliço na
sociedade, todos davam presentes e contribuições. Mas esses alegres preparos foram
interrompidos bruscamente: nos primeiros dias de agosto rompeu a guerra mundial.
As famílias alemãs preocupavam-se com o que aconteceria ainda: e as en-
fermeiras, como poderiam chegar ao Brasil, se estavam num navio da Hamburg-
Süd e tinham que passar por mares inimigos!
De fato, o pequeno navio alemão ,,Guahyba" foi apreendido por um cru-
zador inglês, no porto de Madeira. Ao passo que os passageiros não alemães
podiam seguir caminho, os que o eram tiveram que permanecer no navio. O
capitão do navio estava obrigado a alimentar os passageiros durante os dois meses
que lá ficaram. Nada lhe restava do que matar o tempo jogando xadrês com êles.
91
Und nun waren die Krankenschwestern schon auf hoher See! Mit einem
Dampfer der Hamburg-Süd! Werden sie noch durch die jetzt feindlichen Meere
kommen? Sie kamen nicht durch, sondern ihr Schiff wurde im Hafen von Ma-
deira von einem engUschen Kriegsschiffe gestoppt. Nun lag der kleine deutsche
Passagierdampfer „Guahyba" fest vor Anker. Der Engländer beobachtete scharf
jede kleinste Bewegung. Mit der Zeit durften die nichtdeutschen Passagiere von
anderen Schiffen an ihren Bestimmungsort mitgenommen werden, während die
deutschen Passagiere festgehalten waren. Der bedauernswerte Kapitän der
„Guahyba" war gezwungen, still mit seinen deutschen Passagieren Halma zu
spielen und sie zu ernähren.
Zweieinhalb Monate hatten die beiden Krankenschwestern schon auf der
kleinen „Guahyba" zugebracht. Ihnen brannten, sozusagen die Schiffsplanken
unter den Füssen; wussten sie doch, wie sehnlich und dringend sie in Brasilien
erwartet würden!
Von Tag zu Tag mehrte sich die Zahl der unglücklichen Landsleute auf
der Insel, denn alle deutschen Schiffe, die anlegten, wurden aufgehalten. Unter den
misslichen Umständen, in denen sie sich befanden, vermochten sie alle der in
südlicher Pracht und Fruchtfülle strahlenden Insel, die sie besuchen durften,
nicht viel abzugewinnen. Ihre Stimmung sank vollends auf den Nullpunkt, als
mit unerträglicher Gluthitze der Sirocco von Afrika herüberwehte; er warf die
meisten der Reisenden auf das Krankenlager.
Nach zweieinhalb Monaten endlich kam ein norwegischer Frachter vorbei,
der die beiden Schwestern mitnahm. Das hatten sie erst nach langem Bitten
erreicht. Der Kapitän hielt aber die Schwestern wie Gefangene; sie mussten fast
immer die Reise im Laderaum zubringen, auf getrockneten, stinkenden Fischen
(Bacalhau) schlafen und kamen ganz schwarz und erschöpft in Rio de Janeiro
an. Welch eine Erquickung, als sie dort im evangelischen Pfarrhaus ein Bad
nehmen durften.
Der nächste Tag brachte neue Freuden, als sie auf dem schmucken klei-
nen Küstendampfer der Ita-Linie die Reise nach Paranaguá antraten, immer den
Anblick der grünen Berge ihrer neuen Heimat vor Augen. Es war der 6. No-
vember geworden, als die Vielgeprüften auf dem Kai von Paranaguá von Pastor
Frank und zwei Vorstandsdamen der „Frauenhilfe" herzlich empfangen wur-
den. Am 15. November führte sie der Pastor feierlich in ihr Amt ein.
Arbeit in Hülle und Fülle wartete auf sie. Fast als Erstes mussten sie
gleich Feindesliebe üben: Ein junger Engländer lag schwer krank an Typhus
und wurde treu von den beiden Schwestern gepflegt. Auch ein vornehmer,
ebenfalls typhuskranker Pole gehörte zu ihren ersten Patienten. Bald wurden
die Schwestern auch mit den Curitibaner Ärzten bekannt und von ihnen sehr
geschätzt.
Im Jahre 1915 wurde von dem Verein „Frauenhilfe" ein Kindergarten ge-
gründet: Der erste deutsch-brasilianische Kindergarten in Curitiba. Das war ein
Ereignis! Er bekam überraschend viel Zuspruch. Das kleine Völkchen fühlte
sich unter der Leitung der Schwestern so wohl und vergnügt, und die Mütter
waren so zufrieden, sodas immer noch neue kleine Schüler kamen.
Der Unterrichtsraum, es v/ar das Empfangszimmer des Schwesternheims,
reichte bald nicht mehr aus. So wurde denn schon im Juli 1915 ein geräumiger,
92
As irmãs contavam os dias, elas sabiam da ansiedade com que eram esperadas,
e igualmente ansiosas estavam, por começar o seu trabalho em Curitiba. Dia a
dia aumentava o número de patrícios na ilha, pois todos os navios alemães que
lá atracavam, eram impedidos de continuar viagem. Apesar da beleza da ilha
em que se achavam e que podiam visitar à vontade, ninguém estava alegre, pois
o cruzador, que vigiava o pôrto, lembrava constantemente a situação dos pas-
sageiros. O siroco, um vento abrasante que vinha do continente africano, pio-
rava esta situação, e muitos ficaram doentes.
Quando ancorou no pôrto um cargueiro norueguês, as enfermeiras apro-
veitaram a oportunidade: depois de longos pedidos ao capitão do navio, êle
deu permissão de embarcarem. Êste cargueiro, cujo destino era o Rio de Janeiro,
não possuía cabines, e as irmãs tiveram que ficar no depósito de carga, onde passa-
ram a maior parte da viagem, sem o menor conforto.
Cansadas chegaram ao Rio de Janeiro, seguindo para Paranaguá no próximo
dia em um confortável vapor costeiro da „Ita". Durante a viagem puderam
admirar as praias e os montes verdejantes de sua nova pátria. Foram recebidas
cordialmente pelo pastor e dois membros da sociedade, ao chegarem em Parana-
guá, no dia 6 de novembro. No dia 1 5 foram introduzidas solenemente em sua
missão, pelo pastor.
Trabalho bastante as esperava, e não só famílias alemãs pediam os seus
serviços. Logo no início, tratavam, com a mesma devoção, a um inglês e a um
polonês, ambos em grave estado de tifo. Os médicos de Curitiba cedo descobriram
o valor das enfermeiras, e sempre tiveram nelas um grande auxílio.
No ano de 1915 a Sociedade das Senhoras fundou um jardim de infância,
o primeiro jardim de infância alemão em Curitiba. A criançada se sentia bem
sob a direção das irmãs, as mães estavam tão satisfeitas, e não demorou muito,
a sala de aula — antes a sala de visita da casa das enfermeiras — não oferecia
mais lugar suficiente. Assim, em julho do mesmo ano foi construído um grande
pavilhão de madeira que tinha grande vantagem principalmente no tempo das
chuvas.
Quantos outros planos puderam ser realizados então: com a ajuda das enfer-
meiras instituiu-se a Escola Dominical; tardes de costura para senhoras e moças;
homens e rapazes dedicavam suas horas livres à sociedade, tudo em proveito da
sociedade e da comuna.
Durante êste tempo ocorreu uma divertida discussão nos jornais, que foi
acompanhada com grande animação pelas famílias alemãs de Curitiba.
A conhecida escola da Ordem da Divina Providência tinha fundado pouco
mais tarde também um jardim de infância, e fez grande propaganda no jornal
católico alemão, o ,,Kompass" (Bússola), dizendo: O primeiro jardim de in-
fância alemão em Curitiba foi fundado na escola da Ordem da Divina Providência.
93
luftiger Pavillon gebaut, ein leichter Holzbau, der Platz genug bot und beson-
ders »n der Regenzeit ein grosse Wohltat war.
O, und noch viele andere Pläne und Wünsche, die man schon lange im
Stillen gehegt hatte, die man aber wegen der Arbeitsüberfülle nie ausführen
konnte, wurden jetzt verwirklicht. Es wurde allsonntäglich Kindergottesdienst
eingeführt, wobei die Schwestern rührig halfen; auch Näh- Abende für Frauen
und Mädchen, die sich aber bald als Arbeitsabende auch für die Männer und
Burschen auswuchsen. Da wurde fröhlich gebastelt und gesägt, und gestickt und
genäht, alles zugunsten der Gemeinde und Vereinsangelegenheiten. FröhUch wurde
gesungen und aus einem guten Buche vorgelesen.
Bei dieser Gelegenheit dürfen wir wohl auch dem lieben Leser von einem
lustigen Zeitungskreig erzählen, der damals ausgefochten wurde.
Die grosse bekannte Schule des Ordens der Divina Providência hatte nun
ebenfalls einen Kindergaten gegründet und im „Kompass, der weit verbreiteten
deutschen katholischen Zeitung grosse Propaganda dafür gemacht. „Der erste
deutsche Kindergarten in der Schule der Divina Providência eröffnet", so war
es im ,, Kompass" zu lesen. Da konnte sich der Pastor doch nicht enthalten, im
Konkurrenzblatte ,, Beobachter" Einspruch zu erheben. Die Redaktion des „Beo-
bachters" griff diesen Protest mit Wonne auf und setzte dann noch eine persön-
liche Bemerkung dahinter.
Darauf kam prompt die Entgegnung des ,, Kompass", der Herr Pastor Frank
verwechsle offenbar die Begriffe „Kindergarten" und „Kleinkinderschule". Er
habe 19 IS eine ,,Klein-Kinderschule" ins Leben gerufen, die Divina Providência
dagegen habe jetzt einen ,, Kindergarten" gegründet. Der Pastor solle dies hiermit
zu Kenntnis nehmen. Im Übrigen seien seine Ausführungen sachlich vorgebracht
gewesen; aber wie es schon im Alten Testament, im Buche der Könige bei der
Geschichte von Bileam geschrieben stehe: „Als der Prophet schwieg, da redete
der Esel", so auch hier im „Beobachter".
Da konnte sich der Pastor wiederum nicht enthalten, im ,, Beobachter" die
spitzbübische Bemerkung zu bringen: Wie dem auch sei, aber der Redaktion des
„Kompass" wäre zuletzt ein kleiner Irrtum unterlaufen; denn die Begebenheit
mit Bileam sei nicht im Buch der Könige zu lesen, sondern im vierten Buche
Mose im 22. Kapitel.
Beim Rückblick auf diese Episode zu damaliger Zeit wundert man sich wohl,
dass man noch solchen nebensächlichen Dingen Aufmerksamkeit und Zeit ent-
gegenbrachte; denn im alten Europa wütete der Krieg immer schrecklicher. Es
kam das schwere Kriegsjahr 1917, das viel Angst und Sorge bringen sollte. Doch
das steht auf einem anderen Blatt.
Elisabeth Frank
94
o pastor não se conteve ante isso e retrucou no jornal concorrente „Beobachter"
(Observador), tendo a redação deste jornal recebido o protesto com entusiasmo,
e acrescentado algumas opiniões pessoais. Não demorou muito e veio a resposta
no „Kompass": O sr. Pastor Frank confunde visivelmente os termos „jardim
de infância" e , .escola de crianças". O pastor fundou em 1915 uma ,, escola de
crianças", mas a Divina Providência trouxe à vida um verdadeiro „jardim de
infância". De resto, os argumentos do pastor são aceitáveis; mas, como está
escrito no Velho Testamento, na história de Bileam, Livro dos Reis: „Quando o
profeta silenciava, falava o burro". O pastor publicou no ,, Beobachter", como
resposta, o comentário: Seja como fôr, mas à redação do „Kompass" ocorreu um
pequeno êrro, pois o caso de Bileam não está escrito no Livro dos Reis, e sim
no quarto Livro de Moisés!
Relembrando este incidente daquele tempo, pode-se admirar que se dava
atenção a tais insignificâncias, pois na Europa a guerra se tornava cada vez mais
violenta.
E veio o ano dei 9 17, que ainda deveria trazer muita preocupação. Mas isto
está escrito em outra página.
Elisabeth Frank
trad. por um neto da autora.
95
Mein Lebenslauf und
Lebenskampf
Ich, Carl Friedrich Wilhelm Butzke, habe Quartier bei meinem Sohn Franz
Butzke, Cedro linkes Ufer. Mein Verstand ist noch klar. Heute im September
1940 zähle ich 97 Jahre und 5 Monate. Meine Arme und Beine sind schon
klapprig, auf dem Brustkasten fühle ich mich noch gesund, mir schmeckt die
Speise noch gut.
1. — IN DEUTSCHLAND
Meine lieben Eltern waren Tagelöhner in Wusterbarth unter dem Gutspäch-
ter Villnow. Ich wurde geboren in Wusterbarth, Kreis Belgard, Pommern am
20. April 1843. Ich habe vom 6 bis 14. Lebensjahr die Schule besucht, mein
Lehrer war Lehrer Jahn. Pastor Tischler hat mich konfirmiert. Vom 17. bis
zum 20. Lebenjahr habe ich als Grossknecht bei vier Pferden gedient. Mit 20
Jahren habe ich mich zur Militärmusterung gestellt. Ich wurde für gesund und
brauchbar erklärt, und kam als Infanterist in das 6. Pommersche Infanterie-
regiment Nr. 49, 2. Pommersches Armeekorps. Am 1. September 1863 musste
ich mich in Schivelbein stellen. Pommersch Stargard wurde meine Garnison. Da
wurde ich gedrillt und ausgebildet.
In Russland war grosse Revolution, die Polen wollten sich freimachen von
Russland. In Westpreusen gab es auch viele Polen, die rotteten sich zusammen
und wollten den Polen in Russland Hilfe bringen. Fürst Bismarck gab Befehl,
kommandierte das 2. Pommersche Armeekorps und Hess die ganze Grenze nach
Russland besetzen. Da konnte kein Pole mehr über die Grenze. Polen wurde
dadurch geschlagen. Im Dezember 1864 war wieder Frieden. Die Polen mussten
sich fügen und blieben bei Russland. Da sich unser Regiment tapfer gezeigt
hatte, so erhielt das Regiment die Garnison Gnesen an der Grenze Russland
Westpreussen.
1 865 war grosses Manöver in der Gegend Bromberg bis Nakel. Kommandeur
war der beliebte Kronprinz Friedrich. 1866 hatten Preussen und Österreich Krieg.
Die ganze preussische Armee wurde mobil gemacht. In Eilmärschen ging es
über die Grenze in Feindesland. Die Preussen schlugen sich tapfer. Sieg auf Sieg
wurde geschlagen, die Österreicher mussten weichen. Es kam zur Entschei-
dungsschlacht am 3. Juli bei Königgrätz. Gegen Mittag stand die Schlacht auf
der Kippe, doch siegten die Preussen. In der Schlacht fiel unser Oberst von
Wietersheim. In Eilmärschen wurde dem Feinde nachmarschiert. Bald standen
die Preussen 3 Meilen vor der Hauptstadt Wien. Da machte der Kaiser von Öster-
reich mit Preussen Frieden. In der Stadt Nikolsburg wurde der Frieden unter-
zeichnet. Nun brach plötzlich die Pest aus, tausende sind an der Pest gestorben.
Nun marschierten die Preussen in ihre Heimat-Garnisonen.
Ich hatte nun 3 Jahre gedient, musste aber wegen des Krieges noch vier Monate
länger dienen. So habe ich 3 Jahre und 4 Monate aktiv gedient. Bestraft bin
ich während meiner Dienstzeit nicht, ich habe mich gut geführt. Am 22. De-
zember 1866 wurde ich entlassen. Am 2 3. Dezember bin ich in der Nacht um 3
Uhr in meinem Heimatsort Wusterbarth eingetroffen. Die Freude meiner lieben
96
o percurso e a luta
da minha vida
Eu, Carl Friedrich Wilhelm Butzke estou em casa do meu filho Franz em
Cedro na margem esquerda. Minha memória ainda é lúcida. Hoje em setembro
do ano de 1940 conto com 97 anos e 5 meses. Meus braços e as pernas já estão
fracas. O que toca ao peito ainda estou me sentindo bem, a comida me apetece.
1. — NA ALEMANHA
Meus amados pais eram trabalhadores rurais em Wusterbarth debaixo do
arrendador Villnow. Eu nasci em Wusterbarth, comarca de Belgard, Pomerânia
em 20 de abril de 1843. De 6 a 14 anos frequentei a escola, meu mestre era o
professor Jahn. Fui confirmado pelo Pastor Tischler. De 17 a 20 anos trabalhei
como criado-mor com quatro cavalos. Com 20 anos me apresentei para a inspeção
militar. Passei como são e prestável e fui incorporado como infantarista ao 6."
regimento de infantaria da Pomerânia N.° 49, 1° exército pomerano. Em 1.° de
setembro de 1863 tive que apresentar-me em Schivelbein. Pommersch Stargard
ficou o meu quartel. Aí fui adestrado e instruido no serviço militar.
Na Rússia houve grande revolução, os poloneses pretendiam separar-se da
Rússia. Na Prússia ocidental havia muitos poloneses que se ajuntaram para so-
correr aos poloneses da Rússia. O príncipe Bismarck deu ordem, comandou o 2.°
exército pomerano e mandou cerrar tôda a fronteira com a Rússia. Nenhum
polonês podia atravessar mais a fronteira. Por isso a Polónia perdeu a revolução.
Em dezembro de 1864 novamente houve paz. Os poloneses tiveram que sujeitar-
se e ficar com a Rússia. Como o nosso regimento mostrou-se valente, recebeu o
quartel Gnesen na fronteira da Prússia ocidental com a Rússia.
Em 1865 houve uma grande manobra na região de Bromberg até Nakel. Co-
mandante era o estimado príncipe herdeiro Friedrich. Em 1866 houve guerra entre
a Prússia e a Áustria. Todo o exército da Prússia foi mobilizado. Em marchas
forçadas entramos em terra inimiga. Os prussianos lutaram com valentia. Vitória
após vitória foi conquistada. Os austríacos tiveram que ceder. A batalha decisiva
travou-se em Königgrätz no dia 3 de julho. Pelo meio dia a batalha estava
indecisa, mas enfim os prussianos venceram. Na batalha tombou o nosso coronel
von Wietersheim. Em marchas forçadas o inimigo foi perseguido e em breve os
prussianos estavam a 3 milhas de Viena. Aí o Imperador da Áustria fêz as pazes
com a Prússia. Na cidade de Nikolsburg foi assinado o tratado. Repentinamente
irrompeu a peste, milhares morreram. Então os prussianos voltaram às suas guar-
nições pátrias.
Eu tinha então servido 3 anos, tive que ficar, porém, por causa da guerra
mais quatro meses. Assim que ao todo servi ativamente 3 anos e 4 meses. Durante
o meu tempo não recebi castigo, meu comportamento era bom. Em 22 de dezembro
de 1866 dei baixa. Em 23 de dezembro às 3 horas da madrugada cheguei na minhi
aldeia natal, Wusterbarth. A alegria dos meus amados pais foi grande. O arren-
7
97
Eltern war gross. Gutspächter Villnow hat mich gleich als Kutscher gemietet.
Ich habe so lange die Kutsche gefahren, bis ich ausgewandert bin.
2. — IN BRASILIEN.
Es waren aus unserem Dorf schon Bekannte in Blumenau. Die hatten ge-
schrieben, dass man hier in Blumenau 100 Morgen Urwaldland für billiges Geld
erhalten könnte. Das Schreiben hat mich gelockt. Am 6. April habe ich mit noch
6 Familien Deutschland verlassen. Es war im Jahre 1869. Meine erste Ehe habe
ich geschlossen den 1 5 . November 1867 mit Friederike geborene Kannenberg in
der Kirche in Wusterbarth. Pastor Tischler hat uns getraut. In Hamburg wurden
wir auf ein Segelschiff geladen. Das Schiff hiess Humboldt, der Kapitän hiess
Plump. Im Monat Juni sind wir in dem Hafen früher Barra genannt, eingetroffen.
Per Canoa wurden wir ans Land geschafft. Von Blumenau bis Indaial wurden unsere
Sachen per Wagen gefahren. In Indaial wurde mir gesagt, dass in Cedro gutes Land
wäre. Dietlein Krambeck hat meine Reisekasten per Canoa bis zur Kolonie ge-
fahren. Ich wählte mir Nr. 20. Da habe ich mir ein Palmitenhaus gebaut. Da
war ich 3 Jahre wohnhaft. Mir hat die Kolonie nicht gefallen, da hat die Kolonie
Nr. 17 noch frei gelegen, wo ich heute noch wohnhaft bin.
Ich habe in Deutschland Strapazen kennengelernt und durchgemacht. Dieser
Anfang im Urwald hat mir und allen Kolonisten am schwersten gefallen. Die
Lebensmittel waren knapp, der Magen hat oft geknurrt. Auch mussten wir Tag
und Nacht auf der Hut sein. Die wilden Buger umschwärmten uns. Auch hat
uns der Tiger besucht, der hat in der ganzen Kolonie viel Schaden angerichtet.
Mir hat der Tiger des Nachts, als starker Regen war, ein 3- jähriges Rind geschlagen
und ihm die Halssehne durchgebissen. Auch hat er mir 2 gute Hunde fort-
geschnappt.
Es waren schon schulpflichtige Kinder da. Johann Lemke hielt Versammlung.
Wir wurden einig. Ich, Ferdinand Zumach und Carl Jahnke wurden als Vorstand
gewählt. Wir haben turmaweise gearbeitet. Wie das Holz fertig war, da hat
der Zimmermann Lahsan das Holz verbunden. Da wurde die Schule aufgerichtet.
Die Schulbänke machten Julius Vogel und Carl Bewiahn. Der erste Lehrer war
Julius Scheidemantel. Der hat in der Schule viele Jahre gelehrt. Er war ein
gerechter und ehrlicher Lehrer. Er ruht in Timbó auf dem Friedhof. Unser lieber
Gott habe ihn selig.
Wieder wurde Versammlung zum Kirchbau gehalten. Da wurde ich als
erster Vorstand gewählt. Die habe ich direkt gebaut mit August Klug und
Friedrich Klug. Wir haben in unserem Walde Holz geschlagen. Zimmermann
Gustmann hat das Holz verbunden und aufgerichtet. Die Maurerarbeit machte
der Mauer Fröhlich. Die Kirche steht heute noch. Die Bänke in der Kirche
machten Julius Vogel und Carl Bewiahn. Auch wurde ich Vorarbeiter unter
Doktor Blumenau, da habe ich Wege gebaut. Auch habe ich als Quartierinspektor
über 20 Jahre fungiert.
In Cedro am 21. März 1875 kam meine liebe Frau ins Wochenbett und ist
dann gestorben. Hier im Urwald war damals keine Hilfe. Wagen gab es hier
damals noch nicht. Friedrich Donner hat die Leiche per Canoa auf dem Ceder-
fluss bis Timbó gefahren. Sie ruht in Timbó auf dem Friedhof. Sie hat mir 3
gesunde Jungens hinterlassen. Sie leben noch und sind verheiratet.
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dador Villnow logo me deu serviço como cocheiro. Conduzi a carruagem até qutí
emigrei.
2. — NO BRASIL.
Da nossa aldeia já havia conhecidos em Blumenau. Êles tinham escrito que
aqui por pouco dinheiro se conseguia 100 „morgen" de terra com mata virgem
Estas cartas me atrairam. No dia 6 de abril com mais 6 famílias deixei a Alemanha.
Era no ano de 1869. Meu primeiro matrimónio eu tinha contraído com Friede-
rike Kannenberg no dia 15 de novembro de 1867 na igreja de Wusterbarth,
Pastor Tischler nos deu a bênção. Em Hamburgo fomos embarcados num veleiro.
O nome do navio era Humboldt e o nome do capitão era Plump. No mês de junho
chegamos ao pôrto que antigamente se chamava Barra. Por meio de canoa fomos
levados a terra. De Blumenau até Indaial a nossa mudança foi levada por carroça.
Em Indaial fui informado que em Cedro havia terra boa. Dietlein Krambeck
levou o meu baú até na colónia. Escolhi o n.° 20. Aí edifiquei um rancho com
palmitos, aonde morei três anos. Não me agradei do lote e como o n.° 17 ainda
estava desocupado mudei para lá e hoje ainda estou nêle.
Na Alemanha passei por fadigas e penas. Êste começo na mata porém para
mim e para os outros colonos foi o mais penoso. Os víveres eram escassos, muitas
vêzes passamos fome. Também tivemos que estar dia e noite alerta. Os bugres
selvagens nos circundavam. Também o tigre nos visitou que em tôda colónia
fêz muitos estragos. Numa noite de chuva forte o tigre me abateu uma rês de
três anos, arrancando-lhe os nervos da goela. Também dois bons cachorros êle
me comeu.
Já havia crianças na idade escolar. Johann Lemke convocou uma reunião.
Fundamos a escola. Eu, Ferdinand Zumach e Carl Jahnke fomos eleitos à diretoria.
Trabalhamos em turmas. Quando a madeira estava pronta, o carpinteiro Lahsan
a armou. Assim foi erguida a escola. Os bancos escolares foram feitos por Julius
Vogel e Carl Bewiahn. O primeiro professor foi Julius Scheidemantel. Êste, du-
rante anos, lecionou na escola. Era um professor justo e honesto. Êle descansa
no cemitério em Timbó. Nosso amado Deus o tenha como salvo.
Nova reunião foi marcada para combinarmos a construção da igreja. Eu fui
eleito primeiro presidente. Junto com August Klug e Friedrich Klug eu a edifiquei.
Derrubamos a madeira em nosso mato. O carpinteiro Gustmann armou e levantou
a madeira. O serviço de pedreiro foi feito pelo pedreiro Froehlich. A igreja é a
que hoje temos. Os bancos da igreja foram feitos por Julius Vogel e Carl Bewiahn.
Também trabalhei como feitor de D. Blumenau, na construção de estradas.
Também como quarteirão estive em exercício mais de vinte anos.
Em Cedro no dia 21 de março de 1875 minha amada espósa, esperando um
bebe, veiu a falecer. Aqui no mato nêste tempo não havia recurso. Nem car-
roças não existiam. Friedrich Donner levou a defunta por canoa pelo rio Cedro
até Timbó. Ela descansa em Timbó no cemitério. Ela me deixou três filhos fortes
que ainda estão vivos e casados.
Cinco mêses eu era viuvo. No dia 29 de agósto de 1875 contraí o meu se-
gundo matrimónio com Auguste Lemke. Para casar fomos à cavalo até Baden-
99
Fünf Monate war ich Witwer. Den 29. August 1875 habe ich die zweite Ehe
geschlossen mit Auguste geborene Lemke. Zur Trauung sind wir hingeritten nach
Badenfurth. In der Kirche in Badenfurth wurden wir durch Pastor Hesse getraut.
Meine zweite Ehe war glückUch. Wir haben zusammen die silberne, die goldene
und die diamantene Hochzeit gefeiert. Meine zweite Frau ist gestorben den 28.
August 1938. Sie wurde 88 Jahre alt. Wir haben in unserer Ehe 7 Kinder auf-
gezogen, 4 gesunde Jungens und 3 Mädchen. Sie sind alle gesund und sind ver-
heiratet. Es ist für mich eine grosse Freude, dass ich gesunde Kinder aufgezogen
habe, sie sind noch alle am Leben. Auch habe ich wohl 70 Enkel und gegen 100
Urenkel. Unser lieber Herrgott segne sie mit Gesundheit und Zufriedenheit. Mein
Quartier habe ich bei meinem Sohne Franz. Mir geht es hier gut und bin ich
wohlauf. Auf Bitten meiner Kinder hin schreibe ich dieses Protokoll, meinen
Lebenslauf und Kampf, über meine Arbeit in meinem Leben.
1869 kam ich in Blumenau an. Da war Brasilien noch Monarchie. Wir
wurden gut aufgenommen und unterstützt. Auch waren die Beamten gut in
Blumenau: Dr. Blumenau, H. Wendenburg, Reinhold Freygang. Hoch lebe
Brasilien.
Was Gott tut, das ist wohlgetan, es bleibt gerecht sein Wille.
Wer Gott vertraut, hat wohl gebaut. Amen!
Nachschrift:
Wilhelm Butzke sen. starb am 2 5. August 1941 im hohen Alter von 98
Jahren, 4 Monaten und 5 Tagen nach kurzem Kranksein. Er hinterlässt 10 Kinder,
70 Enkelkinder und 143 Urenkel auch 1 Ururenkelchen. Er wurde am Dienstag
den 26. August unter grosser Beteiligung auf dem Friedhof in Timbó beerdigt.
Text der Leichenrede Psalm 91, 1. 2. 7. 14 bis 16.
Die Wiedergabe des Manuskriptes erfolgte nach einer maschinengeschrie-
benen Abschrift, die uns Amtsbruder Röpke in Timbó vermittelte.
100
furt. Na igreja de Badenfurt recebemos a bênção pelo Pastor Hesse. Meu se-
gundo matrimónio foi feliz. Festejamos juntos as bodas de prata, de ouro e de
diamante. Minha segunda esposa faleceu em 28 de agosto de 1938. Ela alcançou
a idade de 88 anos. Criamos em nosso matrimónio 7 filhos, 4 rapazes fortes e
3 meninas. Estão todos com saúde e casados. É para mim motivo de grande
alegria ter criado dez filhos sãos, que ainda vivem todos. Também tenho mais
de 70 netos e 100 bisnetos mais ou menos. Nosso amado Senhor e Deus os abençoe
com saúde e contentamento. Minha estadia tenho com o meu filho Franz. Nada
me falta aqui e estou passando bem. À pedido de meus filhos escrevo este pro-
tocolo, o percurso, a luta e o trabalho da minha vida.
Em 1869 cheguei à Blumenau. Então o Brasil ainda era monarquia. Fomos
bem recebidos e apoiados. Também os funcionários em Blumenau eram bons:
Dr. Blumenau, H. Wendenburg, Reinhold Freygang.
Viva o Brasil.
O que Deus faz, bem feito está, justa é a sua vontade.
Quem em Deus confia, não será enganado.
Amém!
Post scriptum:
Wilhelm Butzke sen. faleceu em 2 5 de agosto de 1941 na avançada idade de
98 anos, 4 meses e 5 dias após breve doença. Seus sobreviventes são 10 filhos, 70
netos e 143 bisnetos e também um bis-bisnetinho. Êle foi sepultado no cemitério
de Timbó no dia 26 de agosto com grande acompanhamento. Texto da prédica:
Salmo 91, 1. 2. 7. 14 — 16.
trad. Pastor Harald Roepke.
101
Mancherlei Schwierigkeiten
Fünfzig Jahre sind eine lange Zeit, besonders in Brasilien. Es ist tatsächlich
so, die Zeit verstreicht hier schneller als an anderen Stellen unserer Erde. Denn
hört man die Alten aus längst verflossenen Zeiten erzählen, dann meint man
nicht, es seien erst fünfzig Jahre, sondern hundert oder zweihundert Jahre seit
jenen Ereignissen vergangen. Klingt es doch oft wenig glaubhaft, was da alles
erzählt wird. Erzählt von Menschen, die nicht im Busch, ferne von jeder Zivi-
lisation und Kultur aufgewachsen sind. Erzählt auch von Gemeindeverhältnissen,
die einen heute wie Sagen berühren, die aber damals bittere Wirklichkeit waren.
Wenn ich heute in die Vergangenheit zurückblicke, in der auch unsere
Gemeinde ins Leben gerufen wurde, dann komme ich nur zu dem Urteil, der
Boden war für das Wachstum unserer Gemeinden nicht vorbereitet. An einzel-
nen Orten, wo heute selbstständige Gemeinden sind, waren die Behörden der
Gemeinde nicht freundlich gesinnt, erst recht nicht die Bevölkerung. Was musste
sich doch der erste Pfarrer sagen lassen, als er an einem Ort eine Gemeinde gründete
und einen Friedhof anlegen wollte: ,, Ketzer haben kein Anrecht auf einen Fried-
hof!" Das ist ja wohl genügend bekannt, dass in jener Zeit die evangelischen
Kirchen keinen Turm haben durften, auch Bogenfenster und Glocken wollte
man uns nicht zugestehen. An jenem Ort war es sogar der Gemeinde unmöglich,
Grund und Boden für den Bau einer Kirche und eines Pfarrhauses zu erwerben.
So musste das Grundstück auf den Namen des Pfarrers eingetragen werden. Die
Umschreibung auf die Gemeinde erfolgte erst vor wenigen Jahren. Gewiss war
es nicht überall so. Aber dass derartige Schwierigkeiten vorhanden und möglich
waren, lässt uns manchen seltsamen Zug im Leben der Gemeinde verstehen.
Ganz abgesehen von der schwierigen Aufbauarbeit, der Sammlung und
beständigen Zusammenschliessung der zerstreuten Gemeindeglieder und der
Finanzierung der Gemeinde, war die ständige Abwehr nach aussen hin nötig.
Gewiss ist manche Gemeinde dadurch aus dem rechten Geleise herausgedrängt
worden oder überhaupt nicht in die richtige Bahn hineingekommen. Ich meine
dies: Manche sahen den Hauptzweck der Gemeinde schon in ihrem blossen Da-
sein erfüllt, in ihrer Abwehr gegen alle feindlichen Angriffe. Dass bei solcher
Haltung die innere Arbeit, der eigentliche Dienst der Gemeinde vernachlässigt
wurde, braucht nicht besonders betont zu werden. Daher ist es auch gekommen,
dass manche Gemeinden zu einem blossen Vereins-Dasein herabgewürdigt wurden.
Diese Meinung ist heute bei weitem noch nicht ausgerottet. Aber ich wollte
noch etwas aus der Vergangenheit erzählen.
Die Strapazen, die die Pfarrer bei der Ausübung ihres Dienstes auf sich
nehmen mussten, sind nur mit denen der Missionare zu vergleichen. Ja, oft war
die seelische Last hier grösser, weil man es doch mit zivilisierten Menschen zu tun
hatte. Wir wollen uns heute nichts vormachen. Es war damals in manchen
Gemeinden tatsächlich ein Stück Wild- West.
Musste doch einmal der Pfarrer nach dem über 80 km entfernten Rio Negro
reisen. Einige in der Gemeinde hätten ihm gerne schon lange ein ,, besonderes
Andenken" verehrt. Nun hielten sie die Gelegenheit für gekommen. Der An-
102
Diversas dificuldades
Cincoenta anos são muito tempo, especialmente no Brasil. Mas é fato que
nesta nossa terra o tempo passa mais depressa do que em outras partes do mundo.
Ouvindo, pois, os velhos contar dos tempos decorridos, não se pensa tratar-se de
acontecimentos passados há cincoenta anos, mas de cem ou duzentos anos atrás.
Soa, muitas vezes, pouco crível tudo que se diz daqueles dias. Homens que não
se criaram no sertão nem longe de tôda civilização ou cultura, contam casos singu-
lares. Narram também apuros de comunidades evangélicas que, ouvidas hoje,
parecem ser lendas, mas que naquela época eram realidades amargas.
Olhando para o passado em que também a nossa Comunidade foi fundada,
sou obrigado a concluir que o terreno para o desenvolvimento não estava pre-
parado. Em certos lugares onde hoje existem comunidades independentes, nem
as autoridades nem a população intencionaram bem à Igreja evangélica. Quantas
refutações devia ouvir o primeiro pastor quando numa cidade queria fundar uma
comunidade e estabelecer um cemitério: „Hereges não têm direito a um cemitério!"
Certamente é de conhecimento de todos que naquele tempo as igrejas evangélicas
não podiam ser construídas com torres, nem se queria conceder a licença para
janelas ogivais ou sinos. Naquela cidade era impossível à comunidade comprar um
terreno para a construção duma igreja e duma casa paroquial. Por isso o próprio
pastor tinha que comprar o referido terreno registrando-o sob o seu nome. A
transferência à comunidade realizou-se somente há poucos anos. Certamente a
situação não era a mesma em todos lugares. Mas a existência destas dificuldades,
nos faz compreender algumas tendências estranhas na vida das comunidades de
nosso tempo.
Além do trabalho difícil de edificação, de reunião dos membros dispersos e
do financiamento, sempre era necessário defender a comunidade contra agressões
vindas de fora. Nestas dificuldades podemos encontrar as causas por que muitas co-
mimidades foram afastadas do caminho certo ou não chegaram a acertá-lo. Estou
pensando no seguinte: Muitos viram o fim da comunidade cumprido já na sua
existência, na sua defesa contra tôdas agressões. Não precisa ser acentuado especial-
mente que em tal atitude sofreu muito o próprio trabalho da comunidade, o
serviço de Deus. Dêste fato resulta que algumas das comunidades foram degra-
dados a viver como qualquer associação e não como comunidade de Cristo. Esta
opinião que a vida da comunidade é semelhante à de uma associação secular,
existe ainda hoje, lamentavelmente. Mas eu queria contar um pouco do passado.
Os esforços e as dificuldades dos pastores no cumprimento do seu dever,
somente podem ser comparados com os dos missionários. Sim, muitas vêzes êste
serviço era agravado demais, por se tratar de homens civilizados, chamados
cristãos. Não queremos enganar à nós mesmos. Em muitas das nossas comunidades
a situação era semelhante à do ,,far-west".
Certa vez o pastor tinha que viajar para Rio Negro, 80 km distante de
São Bento. Umas pessoas da comunidade, há muito, queriam oferecer-lhe uma
„lembrança especial". Acharam que agora era chegada a ocasião. Êste golpe pla-
nejado veiu ao conhecimento da diretoria que preveniu o seu pastor de realizar a
103
schlag kam dem Vorstand zu Ohren, der den Pfarrer warnte, die Reise anzu-
treten, vor allem nicht am Sonntag in der Dunkelheit zurückzukehren. Dieser
antwortete jedoch: ,,Nun reite ich gerade!" Gesagt, getan, Sonnabends ritt er
ab, hielt seinen Gottesdienst in Rio Negro und machte sich nachmittags wieder
auf den Heimweg. Er war noch mehr als 20 km von São Bento entfernt, als es
schon dunkel wurde. Angst kannte er nicht, wohl aber vertraute er dem, der
unseren Fuss nicht gleiten lässt. Etwa anderthalb Reitstunden von São
Bento entfernt kommen ihm plötzlich mehrere Reiter entgegen. Er fasst die
Zügel fester, um nötigenfalls mit der Schnelligkeit seines Pferdes der Übermacht
des Gegners auszuweichen. Plötzlich hört er seinen Namen rufen. Das sind doch
bekannte Stimmen! Vor ihm halten drei seiner Getreuen aus dem Gemeindevor-
stand. Sie hatten keine Ruhe, sie mussten ihrem Pfarrer engegenreiten. Auch die
letzten 10 km wurden ohne Zwischenfall zurückgelegt. Kurz vor Mitternacht
langte die kleine Kavalkade wohlbehalten vor dem Pfarrhaus an.
Da war ein Bierbrauer in der Gemeinde. Er liebte sehr den Stoff, den er
herstellte und war wohl selbst sein bester Kunde. In nicht ganz nüchternem
Zustand kam er eines Tages ins Pfarrhaus, um mit dem Pfarrer zu sprechen. Er
gehörte auch dem Vorstand an. Sie sprachen über alles Mögliche. Schliesslich kam
er mit seinem besonderen Anliegen. Er wollte, wie er sich ausdrückte, dem Pfar-
rer einmal die Wahrheit sagen. Diese Wahrheit lautete so: „Als wir uns hier
versammelten, um eine Kirche und Schule zu gründen, wollten wir für unsere
Kinder hier in der Wildnis einen guten Lehrer haben. Die Mehrheit der Ge-
meinde wollte wohl einen Pfarrer, aber uns", er meinte damit sich und ein paar
Zechgenossen, die einigermassen grosse Geldbeutel hatten, „uns war in erster
Linie nicht darum zu tun. Dass wir die Kirche an diesen Platz gebaut haben",
damals diente noch das Pfarrhaus als Kirche und Schule, „liegt nicht an unserem
grossen Interesse für die Gemeinde, sondern wir wollten den Geschäftsverkehr
von der Serrastrasse nach hier ziehen. Denn wir hatten uns überlegt, wenn die
Leute zum Gottesdienst kommen, kaufen sie anschliessend ein und wir machen
unsere Geschäfte. Ausserdem wollten wir einen dritten Mann zum Skat haben.
Und was ich nach sagen wollte, es ist noch nie Mode gewesen, dass ein Pfarrer
Stimmrecht in der Gemeindeversammlung hat oder dass er derselben beiwohnt".
Nun war die freundliche Wahrheit vorgebracht. Der Pfarrer war aber nicht so
leicht ins Boxhorn zu jagen. Er nahm den Fehdehandschuh auf und entgegnete:
,, Jetzt will ich Ihnen auch etwas sagen. In vierzehn Tagen soll Gemeindeversamm-
lung sein. Von jetzt an gilt: Rührt die Trommel, schwenkt die Fahnen! Sie
haben vierzehn Tage Zeit. Sie sammeln Ihre Getreuen und ich werde die, die
Christen sein wollen, zum Evangelium und zur Kirche sammeln. Und das sage ich
Ihnen heute schon, dann werde ich sogar den Vorsitz in der Gemeinde überneh-
men und Sie werden nichts mehr zu sagen haben". So ist es denn auch gekommen.
Neben diesen Herren lassen sich noch einige würdige Glieder dieser Interes-
sen- und Geschäftsgemeinschaft stellen. Einer von ihnen, eigentlich katholisch,
aber im Grunde ein Gottesleugner, half auch mit, die Gemeinde ins Leben zu
rufen. Warum sollte es nicht einen Verein mehr geben! Er hatte schon manchen
Verein gegründet, da kam es auf einen mehr oder weniger nicht an. Aber ein
Bedenken hatte er doch: „Wir müssen erst den Papst fragen!"
Ein anderer gab seine Meinung folgendermassen von sich: „Ich brauche
104
viagem, especialmente de não voltar domingo na escuridão da noite. O pastor,
porém, respondeu: , Justamente por isso eu vou!" Como tinha dito, também fez
Partiu de São Bento no Sábado, ministrou seu culto em Rio Negro voltando de
lá à tarde. Tinha que cavalgar ainda 20 km. até São Bento quando entrou a
noite. Não conhecia medo, confiava, porém, naquele que não deixa tropeçar o
nosso pé. Mais ou menos na distância de 1 Vz hora de viagem para São Bento
Duviu uns cavaleiros aproximar-se dêle. Segurou as rédeas para, em caso de neces-
sidade, pela velocidade do seu cavalo fugir da superioridade dos seus adversários.
Repentinamente ouviu chamar o seu nome. Estas vozes conheceu muito bem.
Diante dêle estão parados três de seus fiéis membros da diretoria. Não estavam
tranquilos em casa, por isso foram encontrar o seu pastor no caminho. Também
os déz últimos quilómetros foram percorridos sem qualquer incidente. Pouco
antes da meia noite êles chegaram são e salvos à casa paroquial.
Morava ali na comarca um cervejeiro. Gostava muito do seu produto e
talvez ainda era o seu melhor freguês. Certa vez apareceu êle na casa paroquial
ium estado não bem normal para falar com o pastor. Pertencia êle também à
diretoria da comunidade. Falou-se sobre os mais diversos assuntos. Porém quando
ao fim da palestra abordou o assunto o qual o levara a falar com o pastor. Queria
êle, como disse, dizer uma vez a verdade ao pastor. E a verdade era a seguinte:
„Quando nós aqui nos reunimos para fundar uma igreja e uma escola, queríamos
aqui no sertão um bom professor para as nossas crianças. A maioria da comuna
preferiu um pastor, porém nós", e com êste „nós" contava com alguns compa-
nheiros da garrafa, bem remunerados, „para nós isto não estava em primeiro
plano. Que nós construímos a igreja nêste lugar", naquela época ainda a casa
paroquial servia de igreja e escola, „não foi o nosso grande interêsse pela comu-
nidade, mas sim queríamos que os moradores da „estrada da serra" fizessem as
suas compras aqui. Refletimos bem, se estas pessoas vêm ao culto comprarão
em seguida aqui o que necessitarem e nós fizemos os nossos negócios. Apesar
disto queríamos um terceiro homem para o „skat." Mas o que eu ainda queria
dizer, nunca foi costume que o pastor tivesse direito à voto numa assembléia
geral, ou que nela tomasse parte". A verdade estava dita. Porém o pastor não
se deixou amedrontar, finalizando disse: ,, Agora também eu tenho algo a lhe
dizer: Em duas semanas terá lugar uma assembléia geral. Está valendo, é quem
mais pode. O sr. tem quinze dias de prazo para reunir os seus companheiros, e
eu reunirei todos aqueles que querem ser cristãos, que conhecem o Evangelho e
a Igreja. E isto lhe digo desde já, tomarei a presidência da assembléia e o sr.
nada mais terá a dizer". E como foi predito, assim aconteceu.
Ao lado deste indivíduo, colocaram-se, infelizmente, ainda mais alguns
beneméritos membros desta sociedade de egoísmo e negociata. Um dêles, por sinal
católico, porém no íntimo um ateu, também ajudou a fundação da comunidade
evangélica. Porque não poderia existir ainda mais uma agremiação? Já havia
fundado várias sociedades, uma a mais ou a menos não viria ao caso. Mas uma
dúvida persistia: „Teremos que perguntar primeiramente ao papa!"
Um outro deu sua opinião da seguinte maneira: „Eu não necessito dum
pastor nem tão pouco de uma igreja. Quando eu morrer, me carreguem . . "
Não, isto é muito ordinário para que se possa escrever. O seu fim também foi
semelhante. Caiu no poço, onde veiu a afogar-se.
105
keinen Pfarrer und keine Kirche. Wenn ich sterbe, nehmt mich " Nein, das
ist zu gemein, als dass man es schreiben könnte. Sein Ende war auch danach. Er
stürzte kopfüber in seinen Brunnen und ertrank.
Gewiss waren nicht alle so. Das zeigte sich nach der Generalreinigung, bei
der alle unlauteren Elemente in den Hintergrund gedrängt wurden. Was wäre
sonst aus unserer Gemeinde geworden! Ich denke nur an einen der vielen Treuen,
die im Laufe der Zeit mithalfen, das Gemeindeleben zu vertiefen. Fast fünfzig
Jahre war er Kirchmeister der Gemeinde. Alle Pfarrer, die bisher der Gemeinde
dienten, holte er mit seiner Kutsche ab. Der Weg aber bis zur Küste beträgt
90 km. Er stand ihnen auch als Ältester im biblischen Sinn treu zur Seite. Wohl
schwerlich versäumte er einen Gottesdienst. Wie oft, wenn man unerwartet kam,
sass er vor der aufgeschlagenen Bibel. Während der Arbeit wurde er heim-
gerufen.
Der Herr der Gemeinde schenke uns Männer, die betende Hände aufheben.
Pastor Adolf Prinz
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Certamente não foram todos assim. Isto se mostrou nitidamente depois de
uma limpeza geral, quando estes indivíduos foram postos à margem dos aconte-
cimentos. Pois o que viria a ser então a nossa Comunidade?
Penso agora somente num destes tanto fiéis, que no decorrer do tempo
ajudaram a aprofundar a vida da comunidade. Durante cinqiienta anos foi mem-
bro da diretoria desta comunidade. Buscou todos os pastores que nesta pa-
róquia serviram, com o seu carro de mola, e o caminho até o litoral sempre somava
na 90 km. Mas não só isto, ajudava aos pastores como fiel presbítero no sentido
da Sagrada Escritura. Raras vezes deixou de ir ao culto. Quantas vezes não foi
surpreendido diante da bíblia aberta, quando lá despercebido se chegava. Durante
o trabalho foi chamado por seu Pai Celeste.
O Senhor da comunidade dê-nos homens que unem as mãos para orar.
Pastor Adolf Prinz
trad. Diehher Pirnz
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Weihnachten im Urwalde
von Vastor Wilhelm Lange,
geboren in Derwitz am 22. März 18 58,
gestorben in Timbó am 19. November 1930.
1. — WEIHNACHTEN DER EINSAMEN
Versetze dich einmal in eine Urwaldhütte, leicht aufgebaut aus sechs in die
Erde gegrabenen Ständern, ein Dach aus Palmblättern, die Wände aus gespaltenen
Palmiten, die mit Cipó an Querlatten gebunden sind, ein bis zwei offne Löcher
statt Fenster, den Fussboden aus Lehm; das Ganze die Arbeit weniger Tage. Es
ist heiliger Abend. Drinnen in seiner Hütte sitzt der Kolonist mit seiner Familie.
Draussen herrscht unerträgliche Hitze, und da drinnen ist's nicht kühler, denn
in der Mitte auf helloderndem Feuer steht der unvermeidliche Kessel zum Kochen
des Schweinefutters und daneben ein Topf zur Bereitung der eigenen Mahlzeit.
Rings um die Hütte herum ist der Wald niedergeschlagen und an seiner Stelle
siehst du üppige Maisfelder, aber der Blick ist begrenzt, rechts und links, vor dir
und hinter dir Urwald und wieder Urwald. Der nächste Nachbar wohnt vielleicht
1 5 Minuten und weiter entfernt. Ein kaum sichtbarer Fusspfad würde dich
bergauf, bergab durch dicken Wald zum ihm führen, doch möchte ich dir nicht
raten, das Wagstück im Dunkel des Abends zu versuchen. Du meinst: warum
auch? Wie lieblich muss sich doch hier in der Waldeinsamkeit Weihnachten
feiern lassen! Der Kolonist da drinnen denkt anders, für ihn gibt es keine Poesie,
sondern nur nüchterne Wirklichkeit. Vor vier Monaten erst hat er seine Heimat-
stadt Dresden verlassen, drei Monate wohnt er in seiner Einsamkeit und — heute
ist Weihnachten. Ach! er möchte fliehen, von den Bäumen zu den Menschen
fliehen. Nun schaut er mit düsteren Blicken unverwandt in das Feuer, neben
ihm steht sein 10-jähriger Junge, der ihn mit Fragen zermartert, ob denn
wirklich heute Weihnachten sei, ob heute das Christkind nicht komme mit Lichter
glänz und Weihnachtsgeschenken. Zwei Kinder liegen schlafend auf ihrer
Pritsche. Sie sind glücklich, sie träumen wenigstens von Weihnachten. An
ihrem Lager aber sitzt die Mutter, der unaufhaltsam die Tränen über die Backen
rollen. Traurige Weihnachten — Weihnachten im Urwalde!
2. — WEIHNACHTEN OHNE GOTT.
Begleite mich weiter in eine andere Gegend, in der schon mehr Leute wohnen-
es sind lauter deutsche Landsleute — , und lass uns sehen, wie man dort Weih-
nachten feiert. An einer langgestreckten Strasse wohnen sie, viele noch in ihren
ärmlichen Palmitenhütten, andere in Bretterhäusern, hier und da sieht man auch
schon ein gemauertes Haus. Doch das Bild, das sich uns im Innern derselben
bietet, ist kaum wesentlich verschieden von dem vorhin gezeichneten. Den Eltern
und den grösseren Kindern kommen Erinnerungen daran, wie anders sie früher
Weihnachten gefeiert haben. Wenige aber denken an die Bedeutung des Festes.
Ist's so sehr zu verwundern? Sechs Jahre wohnen die Leute hier. Eine Kirche
gibt's nicht. Der nächste Ort, wo Gottes Wort verkündigt wird, ist vier Stunden
entfernt. Wohl haben sie vor drei Jahren eine Art Schule gehabt. Ein früherer
Schneider unterrichtete einige Monate die Kinder im Lesen und Schreiben, dann
108
Natal na mata virgem
Pelo Pastor Wilhelm Lange,
nascido em Derwitz em 22 de Março de 1858,
falecido em Timbó em 19 de Novembro de 1930.
1. — NATAL DOS SOLITÁRIOS
Ano 1886.
Faz de conta que te encontras em uma choupana na mata virgem, feita sem
solidez, com seis estacas enterradas no solo, coberta de folhas de palmeira e as paredes
de ripas de palmitos amarrados com cipó nas travessas, uma ou duas aberturas com
janelas o piso de chão socado, tudo obra de alguns dias. É a noite de Natal. Lá, dentro
da choupana encontra-se o colono com sua família. Lá fora o calor insuportável; lá
dentro não é mais amena a temperatura, por isso que no meio, sôbre o fogão
crepitante vê-se o indefectível caldeirão em que se cozinha o trato dos porcos
e ao pé do qual se encontra a panela onde se prepara o próprio ahmento. Ao
redor da choupana foi a mata derrubada, vendo-se em seu lugar viçosas roças
de milho. Entretanto, a vista fica tolhida à tua direita e à tua esquerda, na tua
frente e pelos lados de trás, em tôda parte mata virgem. O visinho mais próximo
mora quinze minutos ou ainda mais longe. Uma picada quasi irreconhecível con-
duzir-te-á lá, morro abaixo, morro acima através da espessa mataria. Eu não te
aconselharia tentar a aventura durante a noite. E tu pensas: — para que? como
deve ser sugestivo festejar o Natal na solidão da floresta! O colono na choupana
pensa de outro modo, para êle a poesia inexiste, vê tão sòmente a realidade nua e
crua. Quatro meses apenas são passados que deixou Dresden, a cidade em que
nasceu, há três meses que mora neste ermo e hoje é o Natal. Quem pudesse escapar,
fugir do arvoredo em busca de gente! Agora, dirige sem parar os olhares sombrios
para o fogo, ao pé dêle está o filho de dez anos que o criva de perguntas para
saber se hoje é de fato o dia de Natal, se o menino Jesus não vai chegar hoje
refulgente de luzes trazendo brinquedos. Duas crianças dormen deitadas sôbre
uma tarimba. Como são felizes, ao menos estão sonhando com o Natal. À beira
do rústico leito está a mãe, os olhos cheios de lágrimas. Natal triste — Natal
na mata virgem!
2. — NATAL SEM DEUS
Ano 1887.
Continua peregrinando em minha companhia, à uma região diferente e que
já está povoada mais densamente. Os habitantes são todos lídimos agricultores
alemães e lá veremos como é festejado o Natal. Êles moram ao longe de extensa
estrada, muitos ainda em suas pobres choupanas de palmito; outros em casas
de madeira. Aqui e acolá já aparece uma ou outra residência de alvenaria. Toda-
via, o quadro que se nos apresenta em seu interior, quasi não difere do que foi
descrito. Os pais e os filhos mais velhos ainda rememoram como celebravam as
festas natalícias em épocas anteriores. Poucos, porém, volviam seus pensamentos
para a importância das comemorações. Deve essa circunstância porventura causar
estranheza? A localidade mais próxima onde é anunciada a palavra de Deus dista
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hörte er auf, weil ihm die Bezahlung (15 Milreis im Monat) zu gering war.
Darauf kam ein junger Mann, ein „Neudeutscher", zur Klasse der Einwanderer
mit dem bekannten aufgedunsenen Gesicht gehörig. Laut Visitenkarte war er
„Kandidat der Naturwissenschaften", also ein „studierter" Mann. Nach sechs Wo-
chen jagte man ihn fort, weil er fast immer betrunken war. Mit einem „Ingenieur"
machte man noch traurigere Erfahrungen, und seitdem gibt's keine Schule mehr.
Was Wunder, wenn heute der Kolonist zu den älteren Kindern sagt: ,, Kommt,
wir wollen in die Wenda gehen und Weihnachten feiern!" Während die Frau zu
Hause bei den Kleinen bleibt, erreichen die andern nach halbstündiger Wanderung
ihr Ziel. Dort geht es lustig zu. Der Wirt hat gestern ein Schwein geschlachtet,
und es gibt frische Wurst und Kaschaça, ja viel Kaschaça. Schon viele herzlose
Menschen sitzen da bei rohen Spässen zusammen und feiern ihre Weihnachten. —
Sind sie wirklich so herzlos? Oder sind nicht vielleicht viele darunter, die nur
deshalb hier sind, weil ihnen nichts Besseres geboten worden ist, oder nur hierher
gegangen sind, um zu vergessen? Da möchte man helfen, nicht mit äusseren
Gaben, denn das Land bringt dem fleissigen Kolonisten das zum Leben Nötige,
aber helfen mit der Botschaft: ,,Euch ist heute der Heiland geboren!" Gerade in
den entscheidungsvollen und entbehrungsreichen Anfangsjahren wäre solche
Botschaft doppelt nötig. Weil es daran so oft die ersten fünf, vielleicht zehn
Jahre fehlt, so entwöhnt sich der Neueingewanderte von Gott und Gotteswort,
so feiert er Weihnachten in der Wenda statt in der Kirche. Und die Wenigen,
die nicht mitmachen, sondern sich vielleicht in ihrer Hütte ein schnell welkendes
Bäumchen mit einigen Lichtern aufgestellt haben und die Weihnachtsgeschichte
miteinander lesen, verschwinden unter der Menge. Traurige Weihnachten —
Weihnachten im Urwalde!
3. — WEIHNACHTEN UNTER DEM SCHALL DES GOTTESWORTES.
Wie anders gestaltet sich das Weihnachten im Urwalde, wenn es in christ-
licher Gemeinschaft gefeiert wird. Da hat sich mitten im Urwald eine christliche
Gemeinde angesiedelt. Aus Russland sind sie gekommen. Gemeinsam hatten die
Leute, 140 an der Zahl, die neue Heimat aufgesucht, begleitet von ihrem Pfarrer,
dem Schreiber dieser Zeilen. Gemeinsam wohnte man die erste Zeit unter einem
Dache, dem „Empfangsschuppen", gemeinsam baute man ein einfaches Palmiten-
haus, das als Schul- und Kirchenraum diente, und dann erst ging ein jeder daran,
für sich und seine Familie ein Häuschen zu errichten. Allsonntäglich und wohl
auch an dem Abend eines Wochentages suchte und fand man im Gotteshause
Trost und Stärkung. „Den Unterricht im Gesang," so erzählt die Pfarrfrau,
„hatte ich übernommen. In der Adventszeit übten wir fleissig unsere lieben deut-
schen Weisen. Trat ich dann einmal vor die Tür und fing an: „O du fröhUche"
oder „Ihr Kinderlein kommet" oder „Stille Nacht", dann fielen von rechts und
links die Schulkinder ein, wo sie gerade beschäftigt waren, bei den Häusern oder
auf den Feldern; von einem Gehöfte pflanzte sich's fort zum andern und klang
fröhlich in den ernsten Urwald hinein". — Am heiligen Abend glich unser ein-
faches Schulhaus einem Palmenhain. Mit den Palmen brauchte man nicht zu
sparen, und da es keine Dielen gab, konnte man die Bäume so bequem im
Erdboden befestigen. Von einer Palme zur andern hingen Guirlanden, die kahlen
Wände waren mit grünem Laub behangen. Natürlich fehlte auch ein Weihnachts-
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quatro horas de jornada. É verdade que três anos antes já dispunham de um
simulacro de escola. Um antigo alfaiate ensinara durante alguns meses as cri-
anças, na leitura e na escrita. Foi de duração efémera, pois, a remuneração de
quinze mil reis mensais não compensava. Depois chegou um moço, alemão novo,
pertencente visivelmente à esta classe de imigrantes que adoram bebidas fortes.
Pelo cartão de visita intitula-se „candidato em ciências naturais", era assim
um homem estudado. Após seis semanas foi despedido porque estava quasi sempre
embriagado. Com um „engenheiro" a experiência foi ainda pior e depois, não havia
mais escola. Que milagre quando um colono hoje, diz aos filhos mais velhos:
„Vamos festejar o Natal na venda". Enquanto a mulher fica em casa cuidando
dos filhos menores, chegam os outros ao destino, após uma caminhada de hora
e meia. Lá, começa a pândega. Na véspera, o vendeiro matara um porco. Há
linguiça fresca e cachaça, muita cachaça. Encontram muitos homens desalmados
em cuja companhia, farreando celebram o seu Natal. Serão êles de fato tão
desalmados? Ou talvez, muitos dêles, estão aqui precisamente porque não encon-
tram cousa melhor, ou vieram aqui para esquecer? Então, dever-se-ia ampará-
los, não com dons materiais, pois a terra dá aos colonos trabalhadores o necessário
para a subsistência, ampará-los, porém, com a mensagem: „Hoje vos nasceu o
Salvador!" Precisamente nos anos decisivos e cheios de renúncia dos primeiros
tempos seria tal mensagem duplamente necessária. Justamente encarecendo, nos
primeiros cinco ou talvez dez anos, a consequência será o alheiamento dos novos
imigrantes de Deus e da palavra divina e, assim, o festejo do Natal verifica-se na
venda e não na Igreja. E os poucos que não aderem a tal estado de coisas, mas
que ficam em seus tugúrios, que amam uma modesta árvore de Natal com algumas
velas, lendo em comum as histórias natalícias, êsses desaparecem no meio da
multidão. Triste o Natal na mata virgem!
3. — NATAL SOB O SIGNO DA PALAVRA DE DEUS
Ano 1888.
Como é diferente o Natal na mata virgem quando é celebrado no meio de
uma comunidade cristã! No meio da mata foi localizada uma comunidade crista.
Viera da Rússia. Em conjunto, vieram talvez em número de 140 à procura de um
novo lar, acompanhados de seu pastor que estas linhas redige. Moravam, nos
primeiros tempos, sob o mesmo teto, „o Barracão", construíram uma rústica
casa de palmitos, que servia de escola e de Igreja, levando ainda um ano que
fosse levantado para si e para sua família uma pequena residência. Todos os
domingos, como ainda na noite de um dia da semana, poder-se-ia encontrar, e
efetivamente se encontra, na casa de Deus, lenitivo e conforto espiritual. Do
ensino do canto, como diz a senhora Pastor, eu fiquei encarregada. Na época do
Advento fazíamos exercícios assíduos dos coros e velhas canções alemãs. Asso-
mando eu à porta e entoando: „0 du fröhliche" ou „Ihr Kinderlein kommet" ou
„Stille Nacht", da direita e da esquerda surgiam as crianças da escola, em coro
cantando, onde quer que estivessem, nas casas ou nas plantações. De casa em
casa se estendia o canto, ecoando alegremente pela mataria afora. Na noite santa
a nosa modesta escola mais parecia um coqueiral. Não se economizavam as pal-
meiras e como não havia assoalho era cómodo e fácil fincar os palmitos no chão.
As palmeiras eram ligadas por florões e as paredes, então nuas, eram ornamentadas
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bäum nicht, freilich keine Pinie, sondern ein Kapoeirabaum. Als die Lichter des-
selben angezündet wurden, gab's eine unliebsame Störung, denn in den Zweigen
hatte sich eine Giftschlange verborgen, die leicht Unheil hätte anrichten können,
da die Kinder dicht um den Baum gruppiert sassen. Nachdem der Störenfried
erlegt war, hatte man ja doppelt Ursache, Gott zu danken. Und als die Weih-
nachtslieder der Kinder, nebst Chor- und Gemeindegesang mit Harmoniumbe-
gleitung erklangen, als die uralte und doch ewigneue Geschichte von der Geburt
des Heilands verkündigt wurde, als dann die Kinder einzeln hervortraten, Lieder
und Sprüche aufsagten und jedes ein brennendes Lichtlein empfing, da mochte
man vergessen, dass man in einer Wildnis lebte, in der vor knapp fünf Monaten
der erste Baum gefällt worden war. — Fröhlichen Herzens zog jeder heimwärts,
man stand ja unter dem Schall des Gotteswortes, und drum gab's fröhliche
Weihnachten auch im Urwalde!
4. — WEIHNACHTEN IM PFARRGARTEN
Sechs Jahre hindurch hat unser provisorischer Bet- und Schulsaal, leicht aus
Palmiten erbaut, uns gedient. Nun aber haben Wind und Wetter die Wände
schief gedrückt, sodass man bei eintretendem Sturm der Sicherheit wegen schleu-
nigst ins Freie eilen musste. Mit geringen Mitteln ging man an den Bau eines
einfachen, aber geschmackvollen massiven Kirchleins, das bald fertig dastehen
wird. Die Schule und die sonntäglichen Gottesdienste fanden während des Neu-
baues im geräumigen Pfarrhaus statt — wird es aber auch die Weihnachts-
gäste fassen können? Nun, so feiern wir das Fest im Freien. Am Eingang zum
Pfarrgarten hängt oben über der Pforte ein erleuchteter bunter Weihnachts-
stern, die Vorübergehenden freundlich grüssend und zum Eintritt einladend.
Eine in der Mitte des Gartens stehende hohe Zypresse ist mit vielen bunten
Laternen erleuchtet, ein vor diesem Weihnachtsbaum aufgestellter, Mit Blumen
geschmückter Tisch dient als Altar. Bänke sind aus in die Erde gerammten
Pfählen mit darüber gelegten Brettern hergestellt, der ganze Platz ist mit Palmen
umrahmt, die untereinander mit Lianen verbunden sind, an denen die Kirch-
gänger ihre mitgebrachten Laternen aufhängen, die mit dem Mond um die Wette
leuchten. Gott selbst sorgte für wandernde Lichter, denn von dem hellen Schein
angezogen, fliegen Hunderte von Leuchtkäfern summend um uns herum oder
setzen sich in die grünen Zweige unseres lebenden Weihnachtsbaumes. Alle
Bänke sind besetzt, am klarsten, am hellsten aber ist der Platz dort vorn, wo
auf den ersten drei Bänken die Kinder sitzen. Sind es die Sterne in den Kinder-
augen, oder sind es die brennenden bunten Lichter, die ein jedes in der Hand
hält, während sie die Weihnachtsgeschichte und die Weihnachtsverse aufsagen?
Es ist, als wollten sie den Baum nicht loslassen, so unverwandt schauen sie nach
demselben, während abwechselnd der Geistliche spricht, die ganze Gemeinde oder
die Kinder allein singen, oder der Gesangverein, welcher seitwärts in einer blü-
henden Fuchsienlaube Platz gefunden hat, seine Lieder vorträgt, begleitet von
dem Zirpen ungezählter Grillen und dem Quaken der oft nur allzu vorlauten
Hammerfrösche. Rings herum, in tiefen Ernst gehüllt, steht der schweigende
Urwald und schaut verwundert auf den hellen Schein und die fröhlichen Menschen.
Nun ging ein jeder mit seiner Laterne bewaffnet nach Hause, um dort den
Seinen den Weihnachtsbaum anzuzünden, aber nicht schweigend, sondern
herrlich klangen ihre mehrstimmig gesungenen Arien, die von ihnen (musik-
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4
Dies ist die Staatshauptstadt von Santa Catarina, die alte Cidade de
Nossa Senhora do Desterro, heute Florianópolis, im Jahr 1861 nach einer
Zeichnung von J. J. von Tschudi.
A capital de Santa Catarina em 1861.
Wohl in allen Gemeinden haben sich die alten Kir-
chenregister bis heute erhalten. Hier ein Beispiel aus
Santa Isabel und Teresópolis vom Jahr 1864.
Um registro civil e eclesiástico.
com folhagem. Obviamente, não faltava a indefectível árvore de Natal, não
podendo ser um pinheiro servia um pé de mato da capoeira. Quando estavam
acesas as velas, verificou-se um desagradável incidente, pois uma cobra venenosa
aninhara-se na sua ramagem, e poderia ter causado grande dano, estando agru-
padas e bem rentes à mesma as crianças. Morto o bicho peçonhento, duplicados
foram os motivos para que rendêssemos graças a Deus. E quando começaram a
ecoar as canções natalícias juntamente com os corais da comunidade, acompa-
nhadas pelo harmónio, quando foi anunciada a duas vezes milenar e sempre
perenemente nova história do nascimento do Salvador, as crianças, uma por uma,
iam dizendo suas modas e suas sentenças alusivas, cada uma acompanhando sua
velinha acesa. Poderíamos então olvidar que estávamos vivendo no seio da selva
da qual não decorrera cinco meses, após ter sido derrubada a primeira árvore.
Com o coração cheio de alegria, cada qual regressava ao lar, convicto de estar
sob a proteção de Deus, e, por esse motivo, podiam dizer de si para si: „Mesmo
na mata virgem celebramos um feliz Natal".
4. — NATAL NO PÁTIO DA CASA PAROQUIAL
Ano 1889.
Seis anos temos sido servidos pela escola provisória aproveitada como casa
de oração e toscamente construída de palmito. Agora, porém, a ação das intem-
péries se fazia sentir sôbre as paredes, de modo que, na eminência de temporal,
para fugir do perigo de desabamento, todos eram obrigados a sair, procurando
abrigo ao ar livre. Dispondo de minguados recursos, foi, entretanto, dado iniciar
a construção de uma pequena igreja de alvenaria de estilo digno e que brevemente
estará concluída. As aulas e os serviços divinos dominicais eram ministrados,
durante a construção, na espaçosa casa paroquial. Porém, poderá ela porventura
receber todos quantos comparecerem pelo natal? Então realizaremos a festa ao
ar livre. Na entrada do pátio paroquial pende, encimando a portalada, uma bri-
lhante estrela natalina, como que um convite sugestivo a todos quantos passarem
pela estrada. Um cipreste, existente no meio do jardim, foi enfeitado com nume-
rosos lampiões coloridos e uma mesa colocada na frente dessa árvore de natal,
ornamentada com flores e folhagens, serve de altar. Os bancos foram improvisados
com tábuas sôbre estacas fincadas no chão. Todo o local está rodeado de palmitos
ligados entre si por meio de cipós nos quais os fieis dependuram suas lanternas
que porfiam com o luar na iluminação do ambiente. Deus, êle próprio, providenciou
as luzes circulantes, pois atraidos pela iluminação, milhares de vagalumes esvoaçam
ao redor, pousando alguns prazenteiramente na ramagem da nossa árvore de
natal. Todas as bancadas estão ocupadas. Maior claridade, melhor iluminação
gozam os três primeiros bancos, onde se aglomeram as crianças. Brilham quais
estrelas os olhos infantis, porfiando com as lanternas acesas no seu colorido,
enquanto declamam os versos natalinos ou narram as histórias do nascimento do
Salvador. Até parecem que não querem despregar as vistas da árvore com tal
encantamento a encaram. Enquanto o pastor pronuncia a sua prédica, cantando
tôda a comunidade ou as crianças alternadamente, dando lugar à Sociedade de
Canto, localizada à parte em um caramanchão, onde floriam brincos de princesa;
o coro às vêzes tinha o estranho acompanhamento do cricri dos grilos ou do
coaxar das rãs que mais pareciam o martelar sôbre uma bigorna. Ao redor, envolta
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8
begabten Deutschböhmen) heimwandernd fehlerlos gesungen wurden. Allmählich
verschwand das Licht der Laternen, verklang der Ton der Lieder hinter den
Bäumen, aber stets unvergessen wird mir dieses Bild aus meinem Urwaldsleben,
dieser Weihnachtsabend im Pfarrgarten bleiben. Fröhliche Weihnachten —
Weihnachten im Urwalde!
5. — PFARRERS WEIHNACHTS-LEID UND -FREUD.
Wie überall, so sind auch im Urwalde die Weihnachtstage für den Pastor
eine arbeitsreiche, aber schöne, oder vielleicht gerade darum schöne Zeit. Es war
mein fünftes Weihnachtsfest in Brasilien im Jahre 1890. Am ersten Feiertag
hielt ich vormittags und nachmittags am Pfarrsitz Gottesdienst, am zweiten
Feiertag in zwei nördlich gelegenen Schulhäusern, zu denen mich ein 1 Yz — und
ein 2 Yz — stündiger Ritt führte. Am dritten Festtag wollte ich einen schon
lange gehegten Wunsch zur Ausführung bringen, nämlich in den neuen und
neuesten Ansiedelungen am Itapocú und seinen Zuflüssen, also bei Kolonisten,
die erst in den letzten zwei bis drei Jahren angesiedelt waren, Gottes Wort ver-
kündigen. Um fünf Uhr früh ritt ich in den herrlichen Morgen hinaus. Das
Wetter war prächtig und versprach einen schönen, wenn auch heissen Tag zu
geben. Bald ging der Weg durch noch unberührten Urwald, bald zwischen Weiden
und Anpflanzungen dahin, an meist noch recht armseligen Kolonistenhäusern
vorüber, bis ich nach zwei Stunden an einen Fluss kam, bei dem der Fahrweg
aufhörte. Diesen für gewöhnlich nicht sehr breiten und tiefen Fluss zu durch-
reiten, war immer ein kleines Wagestück, weil er ziemlich reissend war und sehr
steile und hohe Ufer hatte. Mein treues Pferd brachte mich glücklich, auf allen
Vieren den glatten, lehmigen Abhang hinunterrutschend, in den Fluss, mit hoch-
gezogenen Leinen auf dem Rücken des Pferdes hockend, kam ich trocken hin-
durch, und mit einigen kräftigen Sprüngen gewann mein Tier das jenseitige
Ufer. Nun konnte ich noch eine halbe Stunde reiten, wenn auch mit vielen
Hindernissen, da die vielen kleinen Bäche noch keine Brücken hatten. Dann aber
hatte die Herrlichkeit ein Ende, und ich musste mich von meinem Ross trennen,
das ich bei einem Kolonisten unterstellte. Nun galt es, zu Fusse weiter zu
wandern, im Dezember nicht immer ein Vergnügen. Der Wald war in dreissig
Meter Breite niedergeschlagen, die dicken Baumstämme aber lagen noch zum
grössten Teil kreuz und quer über den Pfad, der mit Gestrüpp und mannshohem
Gras überwuchert war, das feucht vom Tau, mir rechts und links ins Gesicht
schlug, und mich bis auf die Haut durchnässte. Bald aber brannte die Sonne
unbarmherzig, und erst nach zweistündiger, äusserst anstrengender Wanderung,
bei der ich unzählige Baumstämme überklettern und manchen Sumpt auf dar-
überliegenden Palmiten überwinden musste, kam ich todmatt und völlig durch
nässt von Tau und Schweiss an meinem Ziele an.
Zu meiner Freude waren meiner einige Tage zuvor ergangenen Einladung
etwa vierzig Personen gefolgt, und wir feierten unter einem Schutzdach, das
des Nachts den Kühen und Pferden als Unterschlupf diente, den ersten Gottes-
dienst in dieser Gegend. Fehlte auch alles Äussere, was sonst dazu gehört, so
war doch die Hauptsache da: Gottes Wort und Herzen, die nach dem Trost des-
selben verlangend waren. Darüber war es Mittag geworden. Da ich mit einer
Tasse Kaffee und einer Schnitte im Magen von Hause abgeritten war, eine
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em profunda gravidade, encontra-se a sombria floresta, contrastando com as
luminárias das gentes satisfeitas. Então, cada qual, munido de sua lanterna, regressa
aos lares, para acender, também lá, a árvore de natal; todavia não caminham
oprimidos, pois faziam ecoar na mataria as suas árias cantadas em coro, executa-
das com maestria (eram teuto boémios muito dados à música). Pouco a pouco
extinguia-se o aluminar das lanternas e a voz dos cantores perdia-se nas profun-
didades das selvas; entretanto, perene ficará para mim êsse quadro de minha
vida na floresta virgem, essa noite de Natal no pátio paroquial. Feliz Natal —
Natal na mata virgem.
j. _ TRISTEZAS E ALEGRIAS DE UM PASTOR PELO NATAL
Ano 1890.
Como olhares também na mata virgem, pelo Natal, são cheios de fadiga
os dias para o Pastor, mas êles são cheios de atrativos, talvez precisamente porque
são trabalhosos. Era a quinta vez que celebrava o natal no Brasil, no ano de 1890.
No primeiro dia festivo celebrei ofício religioso na sede da paróquia, no segundo
em duas escolas localizadas ao norte numa distância de 2 5/2 a 3 Yz horas à cavalo.
No terceiro quiz realizar um desejo há muito acalentado, qual fosse o de anunciar
a palavra de Deus nas colónias mais novas, à margem do rio Itapocú e seus
afluentes; colonos esses que haviam se localizado nos últimos dois ou três anos.
Às cinco da manhã, parti à cavalo numa madrugada maravilhosa. O tempo estava
ótimo prometendo um belo dia, se bem que de calor. Logo comecei a trilhar, ora
através das selvas virgens ora através de plantações e pastagens, passando por
bem pobres choupanas de colonos até que, depois de jornadear duas horas, cheguei
a um rio onde terminava a estrada. Atravesar êsse rio que não era lá muito largo,
a vau, não deixava de ser empreitada algo arriscada, por isso que era de fortes
itoupavas e barrancos a pique. O meu fiel cavalo carregava-me, deslizando a
barranca lamacenta abaixo e, os loros encolhidos consegui chegar à margem oposta
de pé enxuto, acocorado no lombo do animal, que de um pulo galgou o alto da
ribanceira. Então tinha ainda um trajeto de meia hora com muitos obstáculos,
pois nos rios encachoeirados se bem que não muitos grandes, ainda existiam pontes
Mas eis que terminaram as comodidades. Tive de separar-me da minha montaria,
deixando-a sob a guarda de um colono. E agora começa a caminhada a pé, o
que no mês de dezembro, constitue prazer. O mato havia sido derrubado numa
largura de trinta metros, todavia os grossos troncos cruzavam a picada, obstru-
indo-a, além do cipozal e da capoeira da altura de uma pessoa. A vegetação, ainda
coberta de orvalho, fustigando o rosto por todos os lados, deixava o corpo com-
pletamente encharcado. Quando surgiu o sol, os seus raios impiedosos castigavam
o corpo, e só após duas horas de exaustiva caminhada, tendo de pular sobre
inúmeras tranqueiras, atravessando banhados sobre pinguelas de palmito, consegyi
chegar ao meu destino, morto de cansaço, completamente encharcado pelo orvalho
e pelo suor.
Com grande satisfação tomei conhecimento de que, poucos dias antes, haviam
sido expedido convites a umas quarentas pessoas, e nós celebramos o primeiro
ofício divino nessa região num galpão que à noite, abrigava vacas e cavalos.
Mesmo carecendo de qualquer exterioridade e qualquer utensílio conveniente, o
principal consistia em que foi anunciada a palavra de Deus proporcionando con-
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vorsorglich mitgenommene zweite Schnitte aber unverantwortlicherweise in meiner
Satteltasche vergessen hatte, so war ich einer pommerschen Kolonistenfrau von
Herzen dankbar, die mir ein Glas Milch und ein Stück trocknes, aus Maisschrot
gebackenes Brot anbot. Dass dies meine einzige Nahrung bis zehn Uhr abends
sein sollte, wusste ich damals noch nicht.
Nach Beendigung des Gottesdienstes setzte ich meine Wanderung fort. Ein
Gewitterregen war inzwischen niedergegangen und „es tropfte Baum und Busch"
und der Wanderer nicht minder, denn die Dezembersonne meinte es gut. Zuerst
eine halbe Stunde denselben Weg zurück, dann links ab, mit Kanoe über den
hier sehr breiten Itapocú und auf schmaler Waldpikade dahin, von der das Wort
gelten konnte: „Dieser Weg ist kein Weg". Nur wenige Menschen hatten ihn bis
jetzt passiert, nämlich der Ingenieur mit seinen Arbeitern, der hier die zukünf-
tige Strasse markiert hatte. Ich bin von jeher ein guter Fussgänger gewesen und
habe viele Strapazen gut ausgehalten, aber heute wurde es mir doch fast zu viel,
dieses ewige Klettern, Stolpern, Rutschen und Fallen, dabei von Schweiss durch-
nässt und mit hungrigem Magen. Um vier Uhr sah ich zu meiner Freude eine
Lichtung und ein Dach, leider aber noch nicht, wie ich gehofft hatte, mein
heutiges Reiseziel. Es hatte sich hier am Ufer des Jaraguá eine Negerfamilie
niedergelassen, die den müden Wandersmann freundlich zum Bleiben einlud.
Schon wiegte ich mich in angenehmen Hoffnungen, da lieblicher Bratenduft zu
mir drang. Als ich aber an der Wand eine abgezogene Beutelratte hangen sah,
deren Kameraden ich wohl nicht mit Unrecht in der Bratpfanne vermutete, zog
ich es vor, eiligen Fusses weiter zu wandern. Die Eile wurde freilich bald ge-
hemmt, als ich mich am Ufer eines tiefen Flusses sah, über den als Brücke ein
umgestürzter Urwaldsriese lag, vor dessen rundem feuchten Stamme ich lange
überlegend stand, bis ich endlich vorzog, kriechend diese Naturbrücke zu be-
nutzen. Um sieben Uhr abends erreichte ich endlich mein Ziel, die Hütte von
P., der hier eine kleine Wenda aufgemacht hatte. Hier wohnten Ungarn, und zwi-
schen ihnen zehn deutschen Familien, denen mein Besuch galt. Mehr als ermüdet
warf ich mich auf eine Matte vor der Hütte und musste noch drei Stunden warten,
bis mein opulentes Abendesssen, Farinkuchen, fertig war. Diese in Fett gebacken,
schmeckten nicht übel und dufteten beser, als die heute auf der damaligen Ur-
waldpikade dahinratternden Autos.
Mein Gastwirt rief am andern Morgen die erreichbaren Nachbarn zu einem
Gottesdienst zusammen, den ich in dem sehr kleinen einzigen Raum seiner
Hütte abhielt, der gleichzeitig Verkaufs- und Schanklokal, Wohn- und Schlaf-
zimmer war. Einen Altar hatte er improvisiert, indem er über zwei Schnapsfässer ein
Brett legte und über dieses ein Handtuch breitete. Ein drittes Schnapsfass diente
mir als Sitz in Ermanglung eines Stuhls oder Schemels. So wenig würdig und
stilvoll das war, wir feierten doch fröhHche Weihnachten, denn „die grosse
Freude" ist an keinen Raum gebunden. Übrigens war auch der Stall in Bethlehem
und die Krippe wenig ,, würdig und stilvoll". Auch drei Kinder konnte ich
taufen, wobei, wieder wenig stilvoll, eine grosse Bratpfanne als Taufbecken
diente. Herzlich dankbar waren diese verlassenen Leute, dass sie, zum erstenmale
seit drei Jahren, einen Gottesdienst gehabt hatten.
Fröhlich machte ich mich gegen Mittag auf den Heimweg, der mir weniger
schwer wurde als der gestrige Marsch. Gern bestieg ich nachher wieder den Rücken
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sôlo a quantos dêle necessitavam. Entrementes, era meio dia. Como eu tivesse
saido de casa apenas com uma chícara de café e uma fatia de pão e deixera
irresponsavelmente uma provisão suplementar na mala da garupa, fiquei sen-
sibilizado a uma colona, natural da Pomerânia, que me ofereceu uma chicara de
leite e uma fatia de pão seco e fabricado de farinha de milho. Que isso fosse o
único alimento até as dez horas do noite, naquele momento eu ignorava.
Terminado o ofício religioso, prossegui na minha caminhada. Nesse meio
tempo caiu um aguaceiro, e chovia a cântaros, encharcando as matas e as ca-
poeiras e mais ainda o viandante, pois o mês de dezembro nesse particular é muito
bem intencionado. Primeiramente, meia hora de retorno pelo caminho anterior,
depois desviando pela esquerda, atravessando de canoa o rio Itapocú, consideravel-
mente largo, e continuando por uma picada da qual poder-se-ia dizer: Esta
estrada não é estrada. Havia sido até agora transitada por muito pouca gente,
isto é, pelo engenheiro e trabalhadores que haviam traçado aqui a futura estrada.
Eu tenho sido sempre um bom caminhante a pé, tenho suportado bem qualquer
fadiga; hoje, porém, já era demais êsse constante trepar em tranqueiras, tropeçar,
escorregar, caindo aqui, caindo acolá, encharcado de suor e faminto além de tudo.
Às quatro horas vislumbrei, para meu grande alívio, uma clareira e um teto,
infelizmente porém, não era ainda o que esperava o destinado da caminhada de
hoje .Havia se localizado aqui, às margens do rio Jaraguá, uma família de negros
que oferece oousada ao viandante extenuado. Então, esperanças as mais fa-
gueiras começaram a alimentar a minha imaginação ao sentir um delicioso aroma
de carne assada. Quando, porém, deparei um gambá esfolado e dependurado em
um varal e convencido que a carne do companheiro chiava na frigideira, pre-
feri sair, acelerando a minha caminhada. A pressa, porém, foi logo barrada, quando
me vi na barranca de um rio bem largo e sôbre o qual, à guisa de ponte, estava
atravessado um tronco de árvore roliço e escorregadio, ante o qual me puz em
profunda meditação até tomar a resolução de valer-me dessa ponte natural, arras-
tando-me de gatinhas sôbre a mesma. As sete horas da noite cheguei felizmente
ao meu destino, a choupana de P., que tinha uma pequena venda. Aqui moram
húngaros e, de permeio com êles, dez famílias alemãs, aos quais valia a minha
visita. Mais do que fatigado, estirei-me sôbre uma esteira na frente do tugúrio e
tinha ainda três horas de espera até que se aprontasse a minha opulenta ceia: bolo de
farinha fritos na banha não são desagradáveis ao sabor, cheirando melhor do que
os automóveis que hoje em dia passam trepidantes pela estrada que foi a antiga
picada.
O meu hospedeiro reuniu os visinhos que conseguiu para um ofício religioso,
que foi celebrado no único compartimento da choupana e que, por sinal, era bem
acanhado, servindo concomitantemente de venda, bar, quarto de estar e dormi-
tório. Um altar foi improvisado sôbre tábuas em cima de dois barris de cachaça
e sôbre os quais foi estendida uma toalha de rosto. Um outro barril servia de
asento na falta de cadeira ou de escabelo. Mesmo com esses apetrechos pouco
condignos e mesquinhos, festejamos um feliz natal, por isso que uma grande alegria
independente do espaço, além do que o presépio de Belém tinha pouco de con-
digno e também era mesquinho. Nessa ocasião administrei o batismo a três crianças
para o que serviram utensílios também pouco condicentes: uma grande frigideira de
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meines treuen Pferdes und hoffte, ohne weitere Abenteuer nach Hause zu kommen,
hatte jedoch nicht mit dem letzten zu durchreitenden Fluss, dem Itapocúzinho,
gerechnet resp. mit einem in den Bergen niedergegangenen Gewitter. Unsre Flüsse
schwellen schnell an, aber ebenso schnell verläuft sich auch das Wasser wieder,
doch kann durch mitgeführte Bäumstämme und Sandmassen die zu passierende
Furt ein anderes Aussehen gewonnen haben. So kam ich zwar ganz gut durch den
Fluss, aber als wir das jenseitige Ufer erklimmen wollten, konnte mein Pferd in
dem angeschwemmten Schlamm nicht festen Fuss fassen und überschlug sich
schliesslich, rückwärts ins Wasser fallend. Da ich noch rechtzeitig abspringen
konnte, so arbeiteten wir uns schliesslich beide, Pferd und Reiter, ans Ufer,
zwar pudelnass, aber doch gesund und bei guter Laune, denn es ging ja heim-
wärts. Während ich dies unfreiwillige Bad nahm, stand oben am hohen Flussufer
ein Gesangverein aus Joinville, der hier ein Picknick abhielt, und sang: „Ich
weiss nicht, was soll es bedeuten". Ich wusste, was es zu bedeuten hatte.
So hatte ich in jenem Jahre vier Tage hindurch Weihnachten gefeiert und
zwar fröhliche Weihnachten — Weihnachten im Urwalde!
Unter dem Titel ,,Aus den Erinnerungen eines alten Pfarrers" zusammen
mit anderen Erlebnissen veröffentlicht In ,,Der Christenbote", Blumenau, In
laufenden Fortsetzungen, Nr. 11 vom November 1921 bis Nr. 8 vom August 1922.
in
pia batismal. Aquela gente manifesta a profunda gratidão pela oportunidade de
assistir a um culto, a primeira vez nos últimos três anos.
Cheio de contentamento, ao meio dia parti de regresso à casa o que já não
me pareceu tão fatigante como a caminhada da véspera. Satisfeito, montei nova-
mente o meu fiel corcel na esperança de chegar em casa sem maiores contra-
tempos. Tinha feito meus cálculos sem levar em conta o último dos rios que
haveria de passar, o Itapocúzinho que se avolumara por forte temporal de chuvas,
formado nas montanhas. Os nossos rios enchem e esvaziam rapidamente modi-
ficando os vaus pela grande quantidade de troncos e areias trazidas pelas enxur-
radas. Mesmo assim atravessei o rio sem maiores impedimentos mas, ao galgar a
barranca da margem oposta, o meu cavalo, não encontrando chão firme, ao pisar
no lamaçal, tropeçou, caindo de costas nas águas do rio. Como eu tivesse conse-
guido desmontar a tempo, foi possivel à nós ambos, ginete e cavalo, saf ar-mo-nos da
água completamente molhados, mas sem maiores danos, alegres e bem humorados,
porque já estávamos regressando à nossa casa e querência. Enquanto tomava eu
aquele banho involuntário, encontrava-se no alto da ribanceira uma sociedade de
cantores de Joinvile, fazendo um piquinique, no local, e cantava: „Ich weis nicht,
was soll es bedeuten" (Não sei que significado isso tem). Eu, entretanto sabia o
significado. Assim, naquele ano celebrei o Natal durante quatro dias, feliz Natal
— Natal na mata virgem.
Os acontecimentos narrados não foram criados por imaginação poética, mas
são fatos autênticos que se realizavam na Comunidade de Brüdertal no muni-
cípio de Joinvile, Santa Catarina.
Trad. W^ilíer Lange — Florianópolis.
119
''Die Herren sind nämlich
Protestanten!**
oder
EIN SPAZIERGANG DURCH DIE STADT DESTÊRRO IM JAHR 18 58.
Reisebücher über Brasilien gibt es in erstaunlicher Anzahl. Deutsche, Eng-
länder, Franzosen und andere haben ihre Erlebnisse aufgezeichnet, die sie in der
Kolonialzeit und im jungen Kaiserreich hatten. Kaufleute und Techniker, Wis-
senschaftler und Diplomaten, Soldaten der Fremdenbataillone und Siedler, Künst-
ler und Geistliche, Einwanderungswerber und enttäuschte Kolonisten, sie alle
berichten aus verschiedenster Perspektive und vermitteln einen klaren Einblick
in vergangene Zeiten. Unter den Deutschen haben viele Namen einen guten
Klang, der bis heute aushielt und noch für einige Jahrhunderte gültig sein wird.
1818 schon erschien Eschwege's Journal von Brasilien, ein wenig später die Reise
nach Brasilien in den Jahren 1815 bis 1817 von Maximilian Prinzen zu Wied-
Neuwied, ab 1823 erschienen in München die Bände einer weiteren Brasilienreise,
deren Verfasser berühmte Namen tragen: Spix und Martius, 1 83 5 brachte einen
ausgezeichneten Bilderband, die Malerische Reise in Brasilien von der Hand des
Augsburgers Moritz Rugendas, und so fort in langer Reihe. Es ist nicht nötig,
hier alle wichtigen Veröffentlichungen aufzuzählen; einen kleinen Einblick nur
in die Fülle wollten wir geben. Wer sich weiter orientieren will, findet in Handel-
mann's Geschichte von Brasilien (Berlin 1860) alles Notwendige für die ältere
Zeit.
Es liegt nahe, diese Fülle auszunutzen und in unserem Büchlein zu ver-
werten. Wir greifen zunächst zur ., Reise durch Süd-Brasilien im Jahr 1 8 58, von
Dr. Robert Avé-Lallemant, Leipzig Brockhaus 1859". Der Verfasser war ein
Lübecker Arzt, der sich in Rio de Janeiro niedergelassen hatte. Nach etwa zwei
Jahrzehnten kehrte er in die Heimat zurück und kam wenige Jahre später wieder
hinaus, um seine grosse Reise durch Süd- und Nord-Brasilien anzutreten. Wir
lesen also nicht den Bericht eines eiligen Touristen, sondern eines Kenners, der
mit dem Lande voll vertraut war. In Rio lebten zeitweilig vier Angehörige der
Familie Avé-Lallemant, ein Makler, ein Kaufmann, unser Arzt und sein Bruder,
der Pastor der Deutschen Evangelischen Gemeinde. Unser Dr. med. hat in der
Rio-Gemeinde gerne mitgearbeitet, war lange Zeit im Vorstand und füllte als
Schriftführer viele Seiten des Protokollbuches mit seiner charakteristischen Hand-
schrift. Beim Lesen des Reiseberichtes werden uns die umfassenden Kenntnisse
und treffsicheren Beobachtungen auffallen. Die Göthezeit mit ihrem Wissen um
die „universitas" war noch nahe, da man sich nicht mit Teilausschnitten zu-
frieden gab. Unser Dr. Avé-Lallemant, der weit über die Grenzen seines Berufes
hinausschaute, zudem ein Freund Humboldt's war, erscheint uns wie ein letzter
Ausläufer jener verklungenen Zeit. Doch nun wollen wir nicht länger säumen
und das Städtchen Nossa Senhora do Desterro durchwandern, wie es vor hundert
Jahren war.
,,Der Imperator, ein Packetboot der brasilianischen Dampfschiffahrtscompag-
nie, war hinausgerauscht aufs Meer gegen Norden, und schon am nächsten Morgen
120
'^Acontece que eles são
protestantes!*'
ou
UM PASSEIO PELA CIDADE DE DESTÊRRO EM 1858.
Livros sôbre o Brasil, há-os numa quantidade espantosa. Alemães, ingleses,
franceses e outros escreveram suas aventuras nos tempos da colónia e do Império.
Negociantes e técnicos, cientistas e diplomatas, soldados das tropas estrangeiras,
agenciadores de imigrantes, artistas, sacerdotes e colonos, todos relatam sob as
mais diversas perspectivas e permitem um claro retrospecto. Dentre os alemães
há muitos nomes ilustres, que até hoje são conhecidos e o serão por muito tempo.
Já em 1818 surgiu o Journal von Brasilien de Eschwege, um pouco mais tarde
Reise nach Brasilien in den Jahren 1815 bis 1817 de Maximilian, Principe de
Wied-Neuwied. Desde 1 83 5 apareceram em Munique os volumes de mais uma
viagem pelo Brasil cujos autores são portadores de ilustres nomes: Spix e Martius.
18 3 5 trouxe-nos ótimo livro ilustrado, a Viagem Pitoresca através do Brasil do
pintor augsburguês Moritz Rugendas. Assim por diante, a lista é longa. Não é
necessário recontar aqui tôdas as publicações; queremos apenas dar uma idéia de
seu volume. Quem se quer orientar melhor, achará na História do Brasil de Handel-
mann uma bibliografia detalhada até 18 59.
É interessante aproveitarmos algo desta quantidade em nosso livrinho. Lan-
çamos mão primeiro da ,, Reise durch Südbrasilien" (Viagem pelo Sul do Brasil
no ano de 1 858), de Dr. Robert Avé-Lallemant, Leipzig Brockhaus 18 59. O autor
era um médico de Lübeck, radicado há muito no Rio de Janeiro. Após aproximada-
mente dois decénios retornou à pátria, para voltar ao Brasil e iniciar sua grande
viagem pelo norte e sul brasileiro. Não é portanto o relato de um turista apres-
sado, mas de um conoisseur, plenamente familiarizado com o país. No Rio vi-
viam naquela época quatro membros da família Avé-Lallemant: um corretor, um
negociante, nosso médico e seu irmão, pastor da Comunidade evangélica alemã.
0 Dr. Robert também ajudou a Comunidade, ficando por muito tempo na direção,
enchendo como secretário muitas páginas do livro de atas, com sua letra cara-
terística. Durante a leitura de suas memórias, notaremos seus conhecimentos
globais e suas observações certas. O tempo de Göthe com sua sabedoria sôbre a
„universitas" ainda não estava longe, onde não se dava por satisfeito com resumos
e retalhos. Nosso Dr. Avé-Lallemant, cuja visão ia muito além dos horizontes
da profissão, sendo ainda um amigo de Humboldt, parece-nos um dos últimos sábios
desta florescência clássica. Porém não devemos perder mais tempo, e fazer um
passeio pela cidade de Nossa Senhora do Desterro, como era cem anos atrás.
„0 Imperator, um paquete da Companhia Brasileira de Navegação a Vapor,
havia deslisado no mar em direção norte, e já no dia seguinte (27 de maio de
1 8 58) fiz uma caminhada para o cimo do Morro do Sinal, idêntica àquela que já
descrevi na minha prévia visita à ilha durante a viagem para o Rio Grande. Estava
muito menos quente que daquela vez; menos insetos dançavam no ar e não havia
flores colorindo a encosta. No entanto o cenário era magnífico; talvez ainda mais
devido ao seu colorido verde-escuro. O labirinto da serra desenhava-se no conti-
121
(27. Mai) machte ich eine Wanderung zur Höhe des Signalbergs, wie ich eine
solche schon bei meinem Anlaufen der Insel auf meiner Reise nach Rio-Grande
erwähnt habe. Es war viel weniger warm als damals! Viel weniger Insekten
schwärmten, viel weniger Blumen blühten, und doch war die Scenerie herrlich,
ja eben in ihrem einfachem, dunkelgrünen Colorit womöglichnoch herrlicher. Blau-
duftig lagen die Labyrinthe der Serren auf dem Festlande jenseits der lieblichen
Lagune. In hundert kleine und grosse Küsteneinbuchtungen drängte sich das
Meer murmelnd oder brausend hinein. Tief unten lag die kleine Stadt Destêrro
freundlich da, umgeben von anmuthigen Villen und Gärten; weiter nördlich
hinauf lag an einer tiefen Bucht der kleine Kirchflecken St. -Antonio mit einigen
ganz stattlichen Häusern. Nach Osten hin sieht man in eine ziemlich weite Ebene
hinab, die am Meere selbst zwar mit einem Sumpfe beginnt, dann aber in Cultur-
boden übergeht und von einem prachtvollen Amphitheater von Gebirgen um-
zogen ist, welche die abgeschlossene Übersicht der Insel nach Osten und Süden
verhindern. Dagegen erblickt man auf der Westseite der Insel noch das hübsche
Kirchspiel Ribeirão, dem an tiefer Bucht des Festlandes halb versteckt liegenden
Rosario gegenüber.
Es war Spätherbst und dennoch blühten noch einzelne Billbergien, viele
kleine Rubiaceen, die allerwegs wachsende Asclepias Curaçavica, einige hübsche
Lantanen, mehrere Arten Melastomen, Commelynen, Convolvulus und Ipomöen.
In herrlicher Pracht glühten in den Gärten unten in der Tiefe die Bougainvillien
und Poinsettien, beide so ausgezeichnet wegen der lebhaft gefärbten Bracteen
und eben deswegen scharf hervortretend aus dem dunkeln Colorit der mit rei-
fenden Beeren überladenen Kaffeegebüsche und der düsternden Orangenbäume,
welche Tausende ihrer Goldfrüchte boten Man braucht wirklich nur einige
Monate in vegetationsärmen Gegenden gewesen zu ein, um von neuem zu staunen
über die saftigen Pisange, die Ungeheuern Agaven der Abhänge, die dichten Kaffee-
pflanzungen und Orangenpartien, nebst den seltsamen Caricabäumen, die mir
immer von allen Tropenformen am seltsamsten vorkommen
Das glückliche Eiland erzeugt eigentlich alles, was zum Leben nothwendig
ist: Fleisch und Gemüse aller Art, herrliche Früchte, sogar ausgezeichnete Wein-
trauben, Kaffee, Baumwolle, Taback, Zurkerrohr u. s. w., obgleich bei der Klein-
heit der Insel eigentlich kein Artikel als ein besonders wesentlicher Exportartikel
hervorzuheben ist.
Dasselbe ist auch von der Hauptstadt Destêrro selbst zu sagen. Unter den
6 — 7000 Einwohnern hat sich kein besonderer Zweig von Thätigkeit ausgebildet,
wodurch der Stadt irgendeine Bedeutung zukäme. Man sieht alle Gewerke und
den Handel in gleichmässiger Entwicklung, ohne irgendeine glänzende Seite zu
zeigen. Es fehlt nicht an grossen Häusern, doch scheint es mir sehr an grossen
Läden und Waarenmagazinen zuhfehlen ja ich kann nicht umhin einzugestehen,
dass ich in fernliegenden, viel kleinern brasilianischen Städten wie z. B. Itaqui und
Uruguayana, in S.-Gabriel und Alegrette viel Besseres derart gesehen habe. Der
Anstrich einer gewissen Eleganz, einer anscheinenden Wohlhabenheit fehlt hier
gänzlich. Man sieht keine Hauptstrassen, sondern nur Nebenstrassen; ein altes
Zuchthaus, ein alter Präsidentenpalast, ein altes Posthaus, ein neuer Fischmarkt,
ein grässlich altes Theater und einige leidliche Kirchen möchten die Haupt-
gebäude der Stadt sein.
122
nente distante num azul esfumaçado, além da bela laguna. Em centenas de pe-
quenas baias o mar avançava, às vezes murmurando, às vezes rugindo. Ao longe,
em baixo jazia a cidade de Desterro rodeada de belas vilas e jardins; mais ao norte
numa profunda baia, o lugarejo de Santo Antônio com algumas casas bem im-
ponentes. Para o leste a vista alcança à distância, uma baixada que começa com
pantanal à beira mar e vai-se lentamente transformando em terra cultivável, ro-
deada de montanhas qual fantástico e gigantesco anfiteatro, impedindo a vista ao
leste e para o sul. No lado oeste da ilha se vê a freguezia de Ribeirão, defrontando
no continente Rosário, meio escondido numa baia.
Era no fim do verão, mas ainda floresciam bilbérgias isoladas, muitas rubiá-
ceas pequenas, asclepiadáceas curassá viças, que crescem em tôda parte; algumas
bonitas lantanas, várias espécies de melastomáceas, comelinas, convolvuláceas e
ipoméias. Nos pomares, avermelhavam as buganvilas e poinsétias, ambas tão
distintas pelas vivas cores de suas brácteas e que por isso mesmo contrastavam com
o colorido escuro dos cafeeiros carregados de bagas sazonantes e as sombrias la-
ranjeiras, que ostentavam milhares de seus frutos dourados Basta ter estado
alguns meses em regiões pobres de vegetação para de novo surpreender-se a gente
com estas suculentas bananeiras, as enormes agavas das encostas, os densos ca-
fézais e laranjais e o estranho mamoeiro, que me pareceu a mais estranha das for-
mas tropicais
A ilha feliz produz quase todo o necessário à vida: carne e verduras de tôda
a sorte, frutas saborosas e até ótimas uvas, café, algodão, fumo, cana de açúcar
etc., se bem que devido ao tamanho da ilha não haja exportação digna de nota.
O mesmo pode-se dizer da capital Desterro. Dentre os 6 a 7000 habitantes
não se nota nenhum ramo de atividade especial que pudesse dar importância à
cidade. Vê-se tôdas as profissões e comércio em regular desenvolvimento, sem
contudo salientar-se em coisa alguma. Não faltam moradias grandes, porém faltam
os grandes armazéns e casas de negócio; não posso deixar de confessar que cidades
menores e mais distantes como Itaqui e Uruguaiana, São Gabriel e Alegrete têm
coisas muito melhores. A marca de uma certa riqueza e elegância aqui falta com-
pletamente. Não há ruas principais; apenas laterais. Uma velha cadeia, um velho
palácio presidencial, um antigo correio, um novo mercado de peixe e um horrível
teatro além de alguns igrejas apresentáveis são os principais edifícios.
Muito bonita é no extremo da cidade a Misericórdia agora quase pronta, onde
as incansáveis soeurs de charité fazem muito por crianças e doentes, para com
o acúmulo de boas ações chegar ao céu. Ah, as boas irmãs católicas! Sempre me
alegro quando vejo seus rostos suaves sob as severas cornettes! Muito trabalhamos
junto nos hospitais do Rio, muitas horas amargas em luta com a febre amarela
passamos na Misericórdia, no hospício D. Pedro II, na Nossa Senhora da Saúde!
Acima de tudo a irmã superiora do hospital, irmã Roza Vialla lembra-me das
horas amargas e tristes; muitas das irmãs no Rio adoeceram da febre amarela, e
muitas vieram a falecer dentre suas fileiras, alegres, consoladas, corajosas. Tam-
bém soeur Roza esteve muito doente naquela época; enquanto minha ausência
tornou-se superiora em Destêrro, e minha alegria era genuína quando a encontrei.
Fora isso, conheci pouca gente em Destêrro. O presidente da província. Dr.
Coutinho recebeu-me amistosamente, garantindo-me seu auxílio no feliz término
de minha empresa; também no seu bureau, alguns funcionários mostraram-se
123
Sehr hübsch ist am entgegengesetzten Ende der Stadt die neue, halb ausge-
baute Misericórdia, in der die unermüdlichen Soeurs de charite sich mit kranken
Leuten und kleinen Kindern ausserordentlich viel Mühe geben, um durch alle
nur möglichen guten Werke in den Himmel zu kommen. Die guten katholischen
Schwestern! Ich freue mich immer, wenn ich die lieben freundlichen Gesichter
unter den weissen Cornettes zu sehen bekomme! So manch Stück Arbeit habe
ich mit ihnen vollführt in den Hospitälern von Rio, so manche ernste Stunde
verlebt in Gelbfieberzeiten, in der Misericórdia, im Hospicio de Pedro II, im
Nossa Senhora da Saúde! Gerade die Superiorin vom Hospital von Desterro, Soeur
Roza Vialla, erinnerte mich an so ernste, schwere Zeiten. Viele von den Schwe-
stern in Rio waren am gelben Fieber erkrankt, so manche starben in ihren Reihen,
freudig getrost, todesmuthig. Auch Soeur Roza war damals sehr krank; während
meiner Anwesenheit in Europa war sie Superiorin in Desterro geworden, und
ich freute mich von Herzen, als ich die liebe Schwester wiedersah.
Sonst habe ich in Desterro wenige Menschen kennen gelernt. Der Präsident
der Provinz, Dr. Coutinho, nahm mich freundlich auf und verhiess mir seinen
Beistand zur glücklichen Vollführung meiner Reise, sowie ich auch einige sehr
zuvorkommende Angestellte in seinem Bureaux kennen lernte. Eine freundliche
und erquickliche Menschengruppe bildeten einige deutsche Gelehrte, Lehrer am
Lyceum zu Desterro. Der Director ist ein Herr Becker; einer der Professoren ist
ein Herr Burkart, welchen beiden sich ein Dr. Müller hinzugesellt, alle drei
frische, offene deutsche Naturen von guten Kenntnissen, in deren Umgang ich
mich wohl fühlte. Gerade in den Tagen meines Aufenthaltes in Desterro machte
man ihnen seitens der Tagesoresse das Leben etwas sauer. Die Herren sind nämlich
Protestanten und das findet man gefährlich für die Jugend. Wenn man doch um
Gottes willen still sein wollte mit dem widerlichen Gezanke! Erst wollen sie uns
das Evangelium nicht lassen und hinterher noch unser Wissen nehmen. Doch
können wir vollkommen ruhig sein, denn ich glaube ganz offen gestanden nicht,
dass die drei Zeitungen von Desterro: ..Argos", St. -Elmo" und ,;Cruzeiro" den
Gang und die Entwicklung unsers Jahrhunderts zu hemmen im Stande sind, wie
bedeutend sie auch sonst immer sein mögen.
Eine mir sehr angenehme und interessante Persönlichkeit in Desterro ist Herr
Schüttel, ein Schweizer oder Norditaliener, eine freie, vielseitig ausgebildete Natur.
Ursprünglich Chemiker und Techniker, hat er sich mannigfach mit physika-
lischen Wissenschaften befreundet und hat interessante Reisen gemacht, die ihn
denn zuletzt nach Sta.-Cath.irina führten, wo er auf manche Colonieentwicklung
unverkennbaren Einfluss gewonnen hat. Und noch mehr! Seine eigene gute
Erziehung hat sich auch auf manche Kreise der Stadt wohlthuend ausgedehnt.
Herr Schüttel ist auch ein tüchtiger Dilettant in der Musik, ein wackererVio-
linspieler. Als nun vor einigen Jahren ein vortrefflicher Musiker aus Stettin, Herr
Hautz, nach Desterro kam und sich dort seine Thätigkeit bildete, haben beide
mit vereinten Kräften einer gediegenem Musik die Bahn gebrochen und den
Geschmack entschieden geläutert
Aber auch den Europäer regen solche alte bekannte Töne mächtig an. Beim
Herrn Hautz im Hause hörte ich, eben von den Guaranis am Uruguay zurück-
gekehrt, Beethoven'sche Sachen, Lieder von Mendelssohn und Schubert und Schu-
mann'sche Klänge! Solche Töne schlagen mächtig in die innerste Seele, und das
124
muito amáveis. Um grupo aprazível e amistoso formavam alguns cientistas ale-
mães, professores no liceu. O diretor era um sr. Becker, com os seus professores
sr. Burkart e Dr. Müller, todos os três límpidos e fortes caracteres alemães, de
bons conhecimentos, em cuja companhia sempre me sentia bem. Exatamente nestes
dias de minha permanência em Destêrro, a imprensa azedava-lhes a vida. Aconte-
ce que êles são protestantes!, e havia quem achasse sua influência perigosa para a
juventude. Se os denunciantes pelo amor de Deus parassem com estas acusações
ridículas! Primeiro não nos querem deixar o Evangelho e depois querem tirar-nos
ainda o nosso saber. Mas podemos ficar tranquilos, francamente não creio que os
três jornais de Destêrro „Argos", ,,St. -Elmo" e ,, Cruzeiro", por mais importantes
que sejam, possam deter o progresso no nosso século.
Uma personalidade agradável e interessante em Destêrro é o sr. Schüttel,
suíço ou norte-itaUano, uma natureza livre, de muitas facêtas e duma cultura
universal. Originalmente químico e técnico, familiarizou-se com as ciências
físicas, fez inúmeras viagens interessantes que por fim o levaram à Santa Cata-
rina onde sua influência no desenvolvimento de algumas colónias é indiscutível.
E mais ainda. Sua própria boa educação estendeu-se benèficamente à muitos círculos
da cidade. Também é musicista amador e grande violinista. Quando há alguns
anos, ótimo músico de Stettin, sr. Hautz chegou em Destêrro e lá procurou tra-
balho, os dois abriram fronteiras para uma música melhor, aprimorando os gostos
existentes. Introduziram concertos amadores com orquestra e córo onde muitos
habitantes da cidade achavam prazer. Tocava-se tanto peças de Mendelssohn ou
Schubert como cavatinas de Verdi ou Bellini.
Também os europeus foram estimulados por êstes sons tão familiares. Na
casa do sr. Hautz posso ouvir, recentemente vindo dos Guaranis no Uruguai
peças de Beethoven, Lieder de Mendelssohn e Schubert ou acordes de Schumann.
Tais notas tanto mais fundo alcançam a alma quanto menos se está acostumado
a elas. Assim a sagrada arte de Orfeu dá melodiosa volta ao mundo, suavizando os
costumes domando mesma nas margens das florestas da América do Sul o
selvagem e o rude
No domingo à tarde visitei o cemitério de Destêrro. A chuva havia passado, as
nuvens formando enormes flocos brancos tinham descido até os vales e ao nível
do mar, deixando livres os picos da serra que se desenhavam num verde claro
contra o escuro azul do céu. O cemitério, ao noroeste da cidade, imediatamente
acima do estreito que aqui separa a ilha do continente, jazia numa paz profunda,
permitindo uma vista panorâmica sóbre as duas baías, lagunas e cabos reluzentes
ao sol. No horizonte desenhava-se a serra filigranada. Era um quadro que quase
me lembrava o Estreito de Messina e aquele dia de maio em que nossos três vasos
de guerra austríacos o atravessavam. Menos clássico, naturalmente, o Estreito de
Santa Catarina, mesmo no que concernia à navegação pois apenas uma pequena
escuna dinamarquêsa „Union" deslizava com velas murchas pelo estreito com
destino ao norte. Na praia um pequeno forte com cinco ou seis canhões vigiava
a entrada do pôrto de Destêrro
Continuou viagem o Dr. Avé-Lallemant, até que visitou no mês de julho de
18 58 a ilha pela terceira vez:
,,Em Destêrro encontrei de novo meus velhos amigos, e como sempre fui
muito bem recebido por êles. Muitos agradecimentos devo especialmente ao amigo
125
um so tiefer, je weniger man auf dieselben vorbereitet war! So geht denn die
heilige Orphische Kunst in stillem Wandel noch heute um den Erdball und mildert
die Sitten und zähmt das Wilde und Ungebändigte am Rande der Urwälder
selbst von Südamerika "
Weiter ging die Reise des Dr. Ave-Lallemant, bis er im Juli 185 8 zum
dritten Male die Insel besuchte: „In Desterro traf ich meine alten Bekannten und
ward von ihnen, wie immer, herzlich aufgenommen
Meine gelehrten Freunde vom Lyceum waren unterdess noch von den läp-
pischen Angriffen katholischer Blätter bewegt worden. Der Professor Burkart
hatte eine würdige Widerlegung jener Schreibereien abgefasst, eine kurze Ansicht
von der Grundbasis des Protestantismus gegeben, und dann — seine Demisson
gefordert und erhalten.
Wuerdiger konnte er unbedingt nicht handeln! Was sollte er anders thun?
Etwa schmuzige Geschwüre aufdecken, an denen die Sache seiner Gegner leidet,
und sie mit dem Ätzstein der Wahrheit unbarmherzig cauterisieren? Vielleicht
wäre das auch thunlich gewesen, vielleicht nicht. Ich hätte kaum mit so viel
Geduld und Nachsicht das Feld geräumt, oder vielmehr ganz bestimmt nicht.
Das Lyceum in Desterro leidet durch den Rückzug Burkart's, der ein voll-
kommen gebildeter preussischer Schulmann ist, einen höchst empfindlichen Ver-
lust, von dessen Bedeutung sich jedermann überzeugt hält, sogar der St. -Elmo,
jenes Blatt, was den Krieg führte und dessen Redacteur am gesitteten deutschen
Gelehrten zum Ritter geworden ist. Der bis auf seine schlechten Landstrassen so
wohlgesinnte und gebildete Präsident der Provinz, J. J. Coutinho, der, unbeküm-
mert um den St. -Elmo, den deutschen Gelehrten vom Lyceum alle nur mögliche
Hochachtung bewies, ist eigentlich am schlechtesten bei der Geschichte weg-
gekommen. Die Pressfreiheit ist gegen ihn zu einer vollkommenen Pressfrechheit
geworden
Meine Angelegenheiten in Desterro waren bald geordnet. Leider aber hielt
mich schlechtes Wetter einige Tage auf Und doch hatte auch diese unfrei-
willige Verlängerung meines letzten Aufenhaltes in Desterro ihr Gutes. Sie gab
mir Gelegenheit, einen wackern Deutschen, den allgemein gekannten und geach-
teten Herrn Häberle aus Württemberg kennen zu lernen, welcher schon über
dreissig Jahre in Brasilien sich befindet. Anfangs Militär, dann Kaufmann, hat
er sein mit Umsicht und Glück betriebenes Handelsgeschäft abgegeben und lebt
auf einem sehr schönen, prachtvoll an der Aussenpraya von Desterro mitten in
einem Garten liegenden Landhause der Pflege seines trefflichen Grundstücks und
jener Contemplation, zu welcher ein vielbewegtes Leben reichlich Stoff bietet.
Herr Hackradt, ein thätiger und wohlerzogener Deutscher, der das Geschäft des
Herrn Häberle übernommen hat, führte mich zu seinem Vorgänger. Schon vor
vielen Jahren war ich Herrn Hackradt- in Rio de Janeiro, wenn auch nur flüchtig,
begegnet. Seit einiger Zeit ist er mit einer in Brasilien geborenen deutschen
freundlichen Frau verheirathet. So tauchte denn auch in Desterro deutschen Leben,
deutscher Fleiss, deutsche Zufriedenheit überall auf, wohin ich nur nur den
Fuss setzte, und ich konnte beim Verlassen der Insel meinen lieben Landsleuten
daselbst nur dasselbe Gedeihen auch ferner wünschen
126
Schàttel que me elucidou e esclareceu sobre as colónias próximas de Biguaçú,
Tijucas, Loro etc., com cartas e memoriais, mostrando-se homem de excepcionais
conhecimentos e inteligência.
Meus amigos do liceu tinham entretanto tomado conhecimento dos ridículos
ataques dos jornais católicos. O professor Burkart havia escrito digna refutação
aos artigos publicados, dando um parecer sôbre a base fundamental do protes-
tantismo, e após havia pedido e conseguido sua demissão.
Não poderia ter tomado atitude mais nobre! Que mais poderia êle fazer?
Descobrir as partes podres da qual sofre a causa de seus adversários, e cauterizá-
los com a verdade crua? Talvez devesse ter feito isto, talvez não. Eu em todo
caso não teria abandonado campo com tanta docilidade e paciência, se é que o ti-
vesse feito.
O liceu de Desterro sofre com a saida de Burkart uma perda muito sen-
sível, pois êle era um perfeito escolástico prussiano. Todos o reconhecem inclusive
o „St. -Elmo", aquele jornal que dirigiu a guerra e cujo redator ganhou as esporas
de cavaleiro à custa do ilustre mestre alemão.
O inteligente e culto presidente da província, J. J. Coutinho, cujo único
defeito são as suas más estradas rurais, que, sem preocupar-se com o ,,St. -Elmo",
deu as maiores provas de aprêço ao mestre do liceu, foi quem mais perdeu no
caso. Assim a liberdade da imprensa tornou-se contra êle em insolência da
imprensa
Os meus negócios em Destêrro logo estavam resolvidos. Mas, infelizmente
o mau tempo prendeu-me lá alguns dias mais do que me aprazia e sobretudo
mais do que era necessário. Soprava do sul uma tempestade e eu não podia em-
barcar para São José; o tráfego com o continente, com a província, era quasi
impossível e sujeito a perigo certo e eu sentia mui vivamente a conveniência de
estar numa ilha. Involuntariamente tinha de pensar no Rio de João Paulo, quando
ali não encontramos a canoa. Importantes pontos que têm entre si relações pre-
cisas e necessárias deviam estar materialmente ligadas entre si com segurança.
Mesmo assim teve o seu lado bom essa involuntária delonga de minha última
estada em Destêrro. Deu-me ocasião de conhecer um digno alemão, o sr. Häberle
de Württemberg, geralmente conhecido e estimado, que se acha no Brasil há mais
de trinta anos. A princípio militar e depois negociante, vendeu sua casa comercial
que havia dirigido com prudência e felicidade, e vive na sua bela residência sita
num magnífico jardim da Praia de Fora, dedicando-se às suas flores e à contem-
plação, para o qual só uma vida agitada e trabalhosa fornece matéria. O sr. Hack-
radt, um alemão ativo e bem educado, que comprou o negócio do sr. Häberle, levou-
mc à seu antecessor. Já há muitos anos havia encontrado o sr. Hackradt no Rio
de Janeiro, mas apenas de passagem. Desde há algum tempo está casado com uma
amável senhora alemã nascida no Brasil. Assim também aqui, em Destêrro, em
tôda parte, onde quer que eu pusesse os pés, a operosidade germânica causav.i
felicidade e alegria, e não posso deixar a ilha sem desejar aos meus patrícios que
ela se prolongue eternamente "
Pastor Fios
trad. Dr. h'0 von Wangenheim.
127
Ein grosszügiges Projekt
Zwr Gründungs geschickte
der Evangelischen Gemeinde zu Florianópolis.
Wenn eine junge Siedlung hier im Lande vorankommt und aufwärtsstrebt,
dann dauert es für gewöhnlich nicht lange, dass der Wvmsch aufkommt: Wir
müssen jetzt Schule und Kirche haben. Ein Kreis von besonders interessierten
Hausvätern wird bald zusammentreten und einen Schulverein bilden, der ein
Schulgebäude errichtet und für Lehrkräfte sorgt. Derselbe Kreis aber, vielleicht
mit geringfügiger personeller Abwandlung, wird sich auch zusammenfinden, um
eine rechtlich fundierte, selbständige Kirchengemeinde zu gründen, die ihr
Kirchengebäude baut und für Berufung und Unterhalt eines Geistlichen sorgt.
So kennen wir es aus der Geschichte unserer Gemeinden und so erleben wir es
bis auf den heutigen Tag.
Ähnlich war es auch in Florianópolis gewesen, das damals noch den Namen Des-
terro führte. Der erste Zusammenschluss der eingewanderten Deutschen, von
dem wir wissen, war ein gesellschaftlicher Verein, der in den 60er Jahren des
vergangenen Jahrhunderts unter dem Namen „Harmonie" bestand. Das war,
wohlgemerkt noch in einer Zeit, da an Kirche, Schule oder Friedhof nicht zu
denken war. Nicht lange aber dauerte es, dass gleichsam als Ableger des Vereins
,, Harmonie" die erste Schule auftauchte. Wir sind über diese Entwicklung ur-
kundlich unterrichtet, da sich das ,,Protocoll-Buch für die Angelegenheiten der
deutschen Elementar-Schule zu Desterro" erhalten hat und heute im Pfarr-
archiv aufbewahrt wird.
Es lohnt sich, die verantwortungsbewusste Gesinnung unserer Vorväter
kennen zu lernen, wie sie aus dem ersten Protokoll (vor Juli 1868) zu uns
spricht. Es heisst dort: „Die Errichtung einer deutschen Schule in hiesiger Stadt
wurde von vielen deutschen Familien als ein dringendes Bedürfnis erkannt; da
jedoch die dabei besonders interessierten Familien sich nicht in der Lage befinden,
allein eine Schule zu halten, so haben, den Werth und die Nothwendigkeit det
Erhaltung deutscher Bildung anerkennend, die Mitglieder des Vereins Harmonie,
von mehreren Nichtmitgliedern bedeutend unterstützt, hilfreiche Hand zur Be-
gründung einer deutschen Volksschule geboten und die Fortführung derselben
möglich gemacht".
Bis hierher ist die Entwicklung in Desterro als normal zu betrachten; nichts
Aussergewöhnliches war geschehen.
Dann aber kam der Umschwung. In der Staatshauptstadt fand sich eine Per-
sönlichkeit ein, von der neue Gedanken ausgingen. Es war ein junger Pfarrer,
P. Dr. phil. Carl Max Gruel aus Berlin, Theologe also und Philologe. Über sein
Leben sind wir einigermassen unterrichtet, da er später nach Rio ging und dort
32 Jahre lang blieb. Was Jedoch den jungen Pfarrer bewog, nach Desterro zu
kommen, wissen wir nicht. Der Historiker ist schon froh, wenn er wenigstens
ein festes Datum hat, das ihm sagt, wann es war. Und dieses Datum besitzen wir
im Taufregister Florianópolis, in dem P. Dr. Gruel die erste Taufe am. 9. Sep-
tember 1868 verzeichnete. Da wir weiter wissen, dass Gruel am 31. Dezember
1842 geboren wurde, kennen wir sein Alter, in dem er nach Brasilien kam: als
2 5 — oder 26 Jähriger. Das heisst aber, dass er in der Heimat kein Pfarramt
128
ä
I
Hier das Muster eines gut geführten Taufregisters
mit ausführlichen Herkunftsangaben. Der junge Pastor
Dr. Gruel schrieb es einst in Desterro.
Nascimentos e Batismos.
Aus dem Propagandawerk „Was Georg seinen
deutschen Landsleuten über Brasilien zu erzählen
weis" 1863.
Deutsche Kolonisten zur Kirche gehend.
Para o culto.
Ritt zum Tanze.
Para o baile.
Um projeto fascinante
História da fundação
da Comunidade Evangélica de Florianópolis.
Quando uma colónia jovem se desenvolve bem nesta terra, não tarda a
aparecer o pensamento — precisamos de igreja e escola. O círculo dos pais mais
interessados une-se, e funda uma sociedade que constroe o edifício da escola e
arranja professores. O mesmo círculo, com pequenas diferenças, se junta para
formar uma comunidade eclesiástica independente, com bases legais, que constroe
igrejas e cuida da escolha e manutenção do pároco. Isto conhece-se da história
de nossas comunidades, e repete-se até hoje.
Também em Florianópolis, naquela época chamada de Desterro, foi assim.
A primeira associação dos emigrados, da qual temos conhecimento, foi uma de
caráter social que por volta de 1860 levava o nome de „Harmonie", Harmonia.
Isto, convém notar, numa época na qual não se podia pensar em igreja, escola ou
cemitério. Não demorou muito, contudo, e surgiu uma escola como subdivisão
da „Harmonie". O desenvolvimento desta acha-se documentado num Livro de
Protocolos („Prutocoll-Buch für die Angelegenheiten der deutschen Elementar-
schule zu Desterro") que se encontra no arquivo paroquial.
Interessante é notar o espírito de responsabilidade de nossos antepassados,
como bem se manifesta na primeira ata (antes de julho de 1868): „A fundação
de uma escola alemã nesta localidade foi reconhecida como necessidade premente
por muitas famílias alemãs j como porém as famílias mais interessadas não se
acham em condições de por si só sustentar uma escola, os membros do Clube
Harmonie, reconhecendo o valor da conservação da cultura alemã, e auxiliados
por muitos não-associados, possibilitaram a fundação e conservação de uma escola
popular alemã".
Até aqui o desenvolvimento no Desterro é apenas normal; nada de extra-
ordinário havia acontecido.
Então veiu a grande mudança! Na capital apresentou-se uma personalidade
da qual surgiram novas idéias — era um jovem pastor, P. Dr. phil. Carl Max Gruel,
de Berlim, teólogo e filósofo. Conhecemos bastante de sua vida, uma vez que mais
tarde foi para o Rio onde permaneceu 32 anos. O que conduziu o jovem pastor
para o Desterro não sabemos. Os historiadores dão-se por satisfeitos quando
possuem ao menos uma data que lhes diga „quando" foi. E esta data encontramos
no Registro de Batismo de Florianópolis, no qual o pastor Dr. Gruel registrou o
seu primeiro batismo em 9 de setembro de 1868. Como sabemos ainda que Gruel
nasceu a 31 de dezembro de 1842, conhecemos sua idade quando veiu ao Brasil
— 2 5 a 26 anos. Indica isto que não exerceu cargo nenhum na sua pátria, mas
veiu ao Brasil logo após sua formatura. Provavelmente os pais lhe financiaram
uma viagem à alem mar, afim de aumentar seus conhecimentos. A escolha da
capital de Santa Catarina é compreensível, desde que esta ilha era muito conhe-
cida nos círculos científicos europeus. Desde os dias do navegante La Perouse e
da expedição Krusenstern, muitos europeus de fama mundial visitaram a ilha
de Santa Catarina; assim é muito compreensível que também o pastor Gruel
seguisse os passos de Adalbert von Chamisso.
9
129
verwaltet hat, sondern sofort nach Ablegung seiner Examina nach Brasilien kam
Der Gedanke ist nicht abwegig, dass ihm vom Elternhaus eine Reise nach Übersee
gestiftet wurde, um das Blickfeld des jungen Theologen zu weiten. Die Auswahl
der Hauptstadt von Santa Catarina als Ziel der Reise ist einleuchtend, da
die Insel das Ziel vieler wissenschaftlicher Expeditionen gewesen und in Europa
wohl bekannt war. Seit den Tagen des französischen Seefahrers La Perouse und
der Krusenstern'schen Weltexpedition hatten sich stets Europäer von "Weltruf auf
der Insel Santa Catarina eingefunden, und es würde nicht Wunder nehmen,
wenn auch P. Dr. Gruel auf den Spuren Adalbert von Chamisso's gewandelt wäre.
Dieser junge Pfarrer also, wie wir ihn eben vorgestellt haben, brachte neue
Gedanken und legte seinen Landsleuten ein wirklich „grosszügiges Projekt" vor.
Er rief, um die Hauptsache vorweg zu nehmen, zur Gründung einer ,, Deutsch
Evangelischen Gemeinde Santa Catarina" auf, die drei Aufgabenbereiche haben,
oder, wie das Protokollbuch sagt, aus drei „Institutionen" oder ,, Gemeinde-Insti-
tuten" bestehen sollte. Diese Gemeinde-Institute waren:
I. Die Kirche
II. Die Schule
III. Der Friedhof.
Es ist ganz deutlich, dass der Ausdruck „Gemeinde" hier in einem völlig
verschiedenen Sinn gebraucht wird als wir es heute tun. Gemeint ist also nicht
eine Pfarr- oder Kirchengemeinde, sondern die Gemeinde als Oberbegriff, als eine
umfassende Gemeinschaft, als eine übergeordnete Zentralstelle. Um diesen Sprach-
gebrauch zu betonen, werden wir im kommenden, wenn wir das Wort „Gemeinde"
im Gruel'schen Sinn gebrauchen, auch in Zitaten stets Gemeinde schreiben.
Im Pfarrarchiv zu Florianópolis findet sich auf Dokumenten aus der Zeit
um 1908 der Abdruck eines eindrucksvollen und guten Kirchensiegels. Es
zeigt in der Mitte die geschmackvolle Zeichnung eines Kreuzes und trägt die
Inschrift 1. Cor. 3, 11, also das Paulus- Wort: Einen andern Grund kann niemand
legen ausser dem, der gelegt ist, welcher ist Jesus Christus. Die Umschrift lautet:
„DEUTSCH EVANGELISCHE GEMEINDE STA. CATHARINA". Diese
Ortsangabe ist auffallend und klärt unseres Erachtens die Entstehungszeit des
Siegels. Offensichtlich entstand es, bevor die Stadt den neuen Namen Florianó-
polis erhielt (1. Oktober 1894) und noch das alte Desterro war, dessen Name
aber manchmal als anstössig empfunden und einfach durch „Santa Catharina"
ersetzt wurde. Wird sind überzeugt, da zwischen den Jahren 1869 und 1894 kein
anderer Pfarrer als Dr. Gruel in Santa Catarina, lies Desterro, war, das alte
Originalsiegel vom Jahr 1869 vor uns zu haben.
Einmal durchdacht und aufgestellt, trieb P. Dr. Gruel sein Projekt rasch
voran. Das wohlerhaltene Protokollbuch berichtet, dass die Erste Gemeinde
Versammlung am 1. Februar 1869 gehalten wurde, eine zweite folgte am 3.
Februar 1869, die dritte am 21. Februar 1869 und eine vierte am 4. Juli 1869,
gefolgt von vielen weiteren. Schon im Protokoll der 2. Versammlung heisst es:
,, Durch die heutige Versammlung habe sich die Gemeinde als solche faktisch
konstituiert".
Der Grosszügigkeit des Projektes entsprechend waren umfangreiche Erläute-
rungen notwendig. Da lesen wir zum Beispiel im Protokollbuch: ,,Herr Krätke
bat um das Wort, um zu bemerken, ob es nicht besser sei, dem Kirchhot
130
Êste novo pastor que acabamos de apresentar, surgiu com novas ideias e um
projeto realmente fascinante aos seus conterrâneos. Insistiu para a formação de
uma ..Comunidade Evangélica Alemã de Santa Catarina", que seria constituida
de tres ,, instituições comunais", a saber:
1 — a igreja
2 — a escola
3 — o cemitério.
É evidente que o termo Comunidade era usado num sentido completamente
diferente do que o fazemos hoje. Não se refere apenas à uma comunidade eclesiás-
tica local, porém em sentido lato como uma congregação centralizada superior.
Para acentuar êste significado, no sentido de Gruel, escrevemos Comunidade,
também em citações.
No arquivo paroquial de Florianópolis, acha-se em alguns documentos um
sinete dc outrora. Mostra no centro o desenho artístico de uma cruz e traz a
inscrição 1. Cor. 3, 11, isto é, a palavra de Paulo „Ninguém pode lançar outro
fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo". O lema é o seguinte:
,, Deutsch Evangelische Gemeinde St. Catharina", Comunidade Evangélica Alemã
de Santa Catarina. Esta localidade é surpreendente, e explica à nosso ver a data de
criação do sinete. Evidentemente foi criado antes da cidade receber o nome de
Florianópolis — 1.° de outubro de 1894 — , sendo ainda conhecido como Desterro.
Êste nome era muitas vezes considerado chocante, e foi substituído, mesmo para
a cidade, pelo de Santa Catarina. Assim, não tendo em Santa Catarina, lege Des-
terro, entre os anos de 1869 e 1894 outro pastor senão o Pastor Gruel, somos
certos que êste sinete é o original de 1869.
Uma vez tendo-o planejado, P. Dr. Gruel rapidamente desenvolveu o seu
projeto. O bem conservado livro de atas conta que a primeira reunião da Co-
munidade deu-se à primeiro de fevereiro de 1869, seguindo-se uma segunda
em 3 de fevereiro, uma terceira à 21 de fevereiro, uma quarta à 4 de
julho de 1869, e muitas outras mais. Já na ata da segunda reunião consta que
„ . pela reunião de hoje fica constituida a Comunidade" .
A grandeza do projeto exigiu explicações relativas. Lemos por exemplo, no
livro de atas: „0 sr. Krätke pediu a palavra para fazer a sugestão se não seria
melhor denominar escola e cemitério de Escola Alemã e Cemitério Alemão. Ao que
o sr. Pastor Gruel respondeu dizendo que à ambas as instituições poder-se-ia
dar o nome de evangélico, porque surgiram da comunidade evangélica local, mas
não havia qualquer obrigatoriedade nesta denominação".
E seguiu-se mais uma objeção: „0 sr. Link chamou a atenção ao fato de
algumas pessoas cuja contribuição se destinava apenas ao cemitério, pudessem
objetar à alguma outra aplicação do dinheiro". Novamente o jovem pastor res-
pondeu. ,, Pastor Gruel", assim reza a ata, ,, salientou que a administração dos
assuntos referentes ao cemitério devia ser encarada como provisória, agora que
a Comunidade como tal se constituía, também as quantias designadas especial-
mente para a construção do cemitério deveriam ser transmitidas ao fundo da
Comunidade".
E mais uma vez mais claramente: „0 sr. pastor salientou que tanto escola
como cemitério e igreja eram assuntos da Comunidade, e que, êstes três interesses
a ser representados, achem seu apoio natural no fundo da Comunidade" .
131
sowohl als der Schule den Namen „deutscher Kirchhof" und „deutsche Schule"
zu geben. Herr Pastor Gruel antwortete: Den beiden Instituten dürfe wohl mit
Recht der Name „evangelisch" beigelegt werden, da sie vorzugsweise aus der
hiesigen evangelischen Gemeinde hervorgingen, doch solle und dürfe in diesem
Namen niemals und in keiner Weise irgend ein Zwang liegen". Neben der Erläu-
terung stand die Ermunterung. Das Protokoll fährt fort: „Darauf wurde von
Herrn Pastor Gruel die Gründung der Evangelischen Schule sowohl als der Evange-
lischen Kirche hier am Platze als dringendstes Bedürfnis dargestellt und der Ge-
meinde aufs wärmste ans Herz gelegt".
Wie stand es nun mit der
Verwirklichung des Gruel'schen Projektes,
konnte es zur Tat werden? Das Protokollbuch gibt klare Auskunft, die wir hier
wörtlich zitieren wollen. Über das erste GetneJnd e-lnstitut, nämlich über
I. — DIE KIRCHE,
heisst es auf Seite 12 am 14. Juli 1869: „Nachdem Herr Pastor Gruel mit Hinsicht
auf unsre kirchlichen Angelegenheiten in der Kürze erwähnt hatte, dass bis zum
Juli 4 mal eine gottesdienstliche Feier stattgefunden habe, wurde die gewiss ge-
rechte Klage erhoben, dass beim letzten Male die Aufforderungs-Liste nicht an
alle Mitglieder der Gemeinde gekommen sei. Um dies in Zukunft zu vermeiden
und dem Gemeinde-Fonds die Kosten für den jedesmal herumzuschickenden
Boten zu ersparen, wurde beschlossen, regelmässig am ersten Sonntage jedes
Monats einen Gottesdienst zu veranstalten, wozu dann nicht mehr besonders
aufgefordert würde. Nur in Monaten, in denen hohe Festtage wären, würde
die gottesdienstliche Feier auf diese verlegt werden".
Also: Bereits im Jahr 1869 regelmässiger Gottesdienst.
II. — DIE SCHULE.
Auch hier gibt das Protokollbuch erschöpfende Auskunft und berichtet auf
Seite 8 am 21. Februar 1869: „Herr Pastor Gruel machte die Anzeige, dass er
sich auf ein Jahr als Lehrer für die Gemeinde-Schule verpflichte Der
Unterricht soll am Iten april a/c beginnen Die Schul-Ordnung zur definitiven
Abstimmung vorgelegt Zu § 2 machte Herr Mappey die Bemerkung, dass
Kinder von Einwanderern und Kolonisten zu jeder Zeit in die Schule aufgenommen
werden müssten. Die Entscheidung hierüber wollte Herr Pastor Gruel dem Ge-
meinde-Y ost^nd vorbehalten wissen". Über das Verhältnis zur Kirche heisst
es auf der folgenden Seite: „In Betreff der Kirche wurde beschlossen, die ein-
malige Ausgabe für Anschaffung der Kirchen-Geräthe von der einmaligen Gabe
und den ersten Monats-Beiträgen zu bestreiten; ebenso die für die Kirche aus-
gesetzten monatlichen fünfundzwanzig Milreis unverkürzt derselben zu lassen,
da zu vörderst das Schul-Lokal zu Kirchlicher Feier benutzt werden könnte".
Später auf Seite 11 vom 4. Juli 1869 lesen wir: „Darauf stattete Pastor
Gruel Bericht ab über den Fortgang der hiesigen Gemeinde-Institute. Nament-
lich wurde auf die erfreuliche Entwicklung der Gemeinde-Schule hinge-
wiesen, deren Schülerzahl zur Zeit 2 5 betrüge, und die Hoffnung ausgesprochen,
dass auch für die fernere Zukunft sämtHchen, hier ansässigen Deutschen die Auf-
rechterhaltung und Förderung der Schule am Herzen liegen werde".
Also Auch das zweite Gemeinde-Institut funktionierte.
132
Depois destes esclarecimentos, era indicada uma palavra de apoio e estí-
mulo: ,,Após isto Pastor Gruel insistiu que a fundação da Escola Evangélica e
da Igreja Evangélica eram assuntos de imediata e premente necessidade, pedindo
que a Comunidade se interessasse por êles".
Qual era então a situação do projeto do Gruel; poderia ser realizado?
O livro de atas esclarece o assunto. Do mesmo tiramos as citações se-
guintes. Sobre a primeira instituição da Comunidade, isto é:
1. — A IGREJA,
relata à página 12 de 4 de julho de 1869: ,,Após ter o Pastor Gruel men-
cionado com relação aos assuntos da igreja, que até julho haviam lugar quatro
cultos, foi levantada a queixa de que nas últimas vezes a lista de chamada não
havia sido enviada a todos os elementos da Comunidade. Para evitar isso no fu-
turo, ficou resolvido — para prescindir das despesas de um mensageiro — que
haveria culto em cada primeiro domingo do mês, para o qual não haveria cha-
mada especial. Apenas em meses nos quais haveria importantes datas santifi-
cadas, seriam os cultos transferidos para estes dias".
Portanto, já no ano de 1869 havia culto regular.
2. — A ESCOLA.
Também aqui o livro de atas dá-nos bastante informações, e diz na página
8, de 21 de fevereiro de 1869: „0 sr. Pastor Gruel fêz a comunicação de que
tomaria a si o cargo de professor da escola da Comunidade pelo espaço de um
ano A escola deveria começar em 1.° de abril do corrente Os estatutos
da escola se acham à disposição para aprovação definitiva A respeito do §
2 manifestou o sr. Mappey que as crianças de colonos e emigrantes deveriam
ser admitidos na escola em qualquer época. A decisão deste ponto, foi entregue
pelo sr. Pastor Gruel à presidência da Comunidade" .
Sobre a igreja, afirma a página seguinte: „Com relação à igreja ficou re-
solvido que a quantia necessária à aquisição dos objetos necessários, seria retirada
das contribuições iniciais e mensais; também os 2 5 milreis destinados à igreja
seriam reservados integralmente para êste fim, pois por enquanto a escola po-
deria ser usada para a realização dos cultos".
Mais adiante na página 11 ,de 4 de julho de 1869, podemos ler: ,,Após,
o sr. Pastor Gruel discorreu sobre o desenvolvimento das instituições da Comu-
nidade local. Chamou em especial a atenção sobre o desenvolvimento da escola,
cujo número de alunos era vinte e cinco, e manifestou suas esperanças de que
também para o futuro os alemães residentes aqui cuidariam da boa manutenção
da escola".
Portanto, também a segunda instituição da Comunidade funcionava.
3. — O CEMITÉRIO.
Com referência à êste lemos no livro de atas, página 6 de 3 de fevereiro
de 1869: ,,0 sr. Pastor Gruel fêz a comunicação que domingo, dia 21 de
fevereiro, pela manhã às 10 horas teria lugar a solene inauguração do cemi-
tério, para o qual eram convidados os protestantes de nossa Comunidade, assim
como todos alemães de outra religião. Para finalizar, o sr. Pastor Gruel men-
133
III. — DER FRIEDHOF.
Hierzu lesen wir im Protokollbuch Seite 6 vom 3. Februar 1869: „Herr
Pastor Gruel machte der Versammlung die Anzeige, dass Sonntag, d. 21. Fe-
bruar Morgens 10 Uhr die feierliche Einweihung des Gottesackers sattfinden
würde, wozu sämmtliche Protestanten unsrer Gemeinde sowie auch die anders-
glaubenden betheiligten Deutschen eingeladen wurden. Schliesslich wies Herr
Pastor Gruel noch einmal ernstlich darauf hin, dass zur Erreichung unsres ge-
meinsamen Zieles jedes einzelne Mitglied kein Opfer scheuen dürfte, sondern
sich nach besten Kräften bestreben müsse, durch reichlichen Beitrag die Gründung
unsrer Gemeinde-Institute zu ermöglichen und zu unterstützen.
Also: das 3. Gemeinde-Institut wurde sogar als erstes ins Leben gerufen.
Dann aber fiel
der Reif in der Frühlingsnacht:
Pastor Dr. Gruel ging aus Desterro fort. Wir lesen im Protokollbuch auf
Seite 18, protokolliert ohne Datum, von der neuen Lage: „ da ja das Drin-
gendste, das Nothwendigste die Schule sei. Kirche zu bauen sei so oder so durch
den Abgang des Herrn Pastor Gruel unhaltbar geworden". Auch hier ermöglichen
die kirchlichen Register, ein genaueres Datum festzulegen. Die letzte von Dr.
Gruel zu Desterro vollzogene Taufe war am 5. Juni 1870, die nächste, nicht
durch ihn vollzugene am 26. Juli 1870; die letzte Trauung am 7. Juni 1870, die
nächste durch P. Tischhauser vollzogene am 10. November 1870. Das
Scheiden von P. Dr. Gruel aus Desterro
war also Ende Juni — Anfang Juli 1870.
Wir kennen nicht den Grund für seine Abreise; möglicherweise fand er zu
wenig Unterstützung, möglicherweise mag er auch auf Widerspruch gestossen
sein. Er begab sich jedenfalls, zum Zeichen, dass es ihm nicht nur auf ein
Pfarramt, sondern auf ein besonderes, verantwortungsvolles Schaffen ankam,
in ein kirchliches Notstandsgebiet, auf die Kolonie São Lourenço in Rio Grande
do SuL Im November 1871 trat er, wie oben erwähnt, sein Amt in Rio an, das
ihm die Lebensaufgabe bringen sollte. Auf seinem Grabkreuz in Berlin stehen
oder standen die Worte: „Ihrem langjährigen Pfarrer und Schulleiter Dr. C. M.
Gruel, Freunde und Verehrer zu Rio de Janeiro".
Mit Gruel's Fortgang zerbrach das Projekt der „Deutsch Evangelischen Ge-
meinde Santa Catharina". Was aber wurde aus ihren drei Instituten, was wurde
aus Kirche, Schule und Friedhof? Zunächst machte sich die Schule mit einem
interkonfessionellen Schulverein selbstständig, arbeitete lange Jahrzehnte rei-
bungslos und fand in den Tagen des zweiten Weltkrieges ihr Ende. Die Kirchen-
gemeinde hatte es anfangs sehr viel schwerer: sie blieb zweiunddreissig Jahre lang
ohne eigene Geistliche, wurde aber von den auswärtigen Pastoren Tischhauser,
Sandreczki, Flury und Zluhan bedient. Der Friedhofsverein machte sich ebenfalls
selbständig und besitzt heute auf dem Munizipalfriedhof eine eigene Abteilung;
sein alter Name „Deutsche Gemeinde" spiegelt deutlich die Herkunft aus Gruel'
scher Zeit.
Verwunderlich ist, dass die beiden ehemaligen „Gemeinde -Institute",
Kirche und Friedhof, die überlebenden Zwillingsgeschwister vom Jahr 1869, sich
noch nicht wieder zusammengefunden haben.
134
cionou que para atingir o fim comum, nenhum dos associados deveria temer
sacrifícios, porém deveria ajudar na medida de suas forças para a realização
das instituições da Comunidade" .
Aqui podemos inserir uma pequena curiosidade, que nos parece característica
para aquela época. Se nalguma parte era necessário um portão de ferro, êste
teria que ser encomendado na Europa. Consta na ata de 4 de julho de 1869:
„Pastor Gruel comunica com referência ao cemitério local, que o portão de
ferro encomendado na Europa havia chegado, e que assim que houvesse ma-
terial o mesmo seria colocado junto com uma parte do muro".
Portanto a terceira instituição da Comunidade foi até a primeira a ser
fundada.
Aí porém, a sorte virou:
Pastor Dr. Gruel deixou Desterro. Lemos no livro de atas, na página
18, sem data, sôbre o novo estado de coisas: „ que o mais necessário e
mais importante é a escola. O projeto da construção da igreja assim ou
assim tornara-se irrealizável, devido à partida do pastor". Também aqui os
registros permitem fixar uma data — o último batismo realizado pelo Pastor
Gruel fora em 5 de junho de 1870 e o seguinte, não por êle em 26 de julho
do mesmo ano; o último casamento em 7 de junho e o seguinte pelo Pastor
Tischhauser em 10 de novembro de 1870.
A partida do Pastor Dr. Gruel de Desterro, deu-se portanto entre fins
de junho e princípios de julho de 1870.
Desconhecemos a razão de sua partida. Pode ter encontrado pouco apoio
ou mesmo oposição. Para mostrar que não estava interessado apenas na pa-
róquia, mas em um trabalho criador, dirigiu-se para a colónia de São Lourenço
no Rio Grande do Sul. Em novembro de 1871 como já foi dito, assumiu o
cargo no Rio de Janeiro, encontrando lá o trabalho da sua vida. Na lápide do
seu túmulo em Berlim acham-se ou achavam-se as seguintes palavras: „Ao seu
Pastor e Diretor de longos anos, Dr. C. M. Gruel, amigos e admiradores no
Rio de Janeiro".
Com a saída de Gruel o projeto da Comunidade Evangélica Alemã de Santa
Catarina desintegrou-se Mas que fim levaram as suas três instituições, que des-
tino seguiram Igreja, Escola e Cemitério? Primeiro foi a escola que se tornou
independente, e com uma associação interconfessional funcionou durante muitos
anos sem atrito, e teve seu fim nos dias da segunda guerra mundial. A igreja teve
um começo mais difícil. Permaneceu durante trinta e dois anos sem sacerdotes
próprios, sendo atendida pelos pastores vizinhos Tischhauser, Sandreczki, Zluhan
e Flury. A associação do cemitério também se tornou independente e possui
hoje um lote particular no cemitério municipal; seu antigo nome „Comunidade
Alemã" reflete sua origem dos tempos do Pastor Dr. Gruel.
É de admirar que as duas instituições comunais, igreja e cemitério, irmãs
gémeas sobreviventes do ano de 1869, ainda não chegaram a unir-se novamente.
Pastor Fios
trad. Dr. Ivo von Wangenheim.
135
Von Heute und Gestern
1. — FAHRT IN DIE AUSSENGEMEINDE.
Nach langem, schweren Regen scheint wieder die Sonne. Es ist Sonntag-
morgen. Der grosse, neue Omnibus steht schon an der Abfahrtstelle. Es ist
kurz vor dreiviertel Acht. Ich steige ein. Obwohl es erst in mehr als einer
halben Stunde losgeht, erwische ich gerade noch einen Fensterplatz. Immer
mehr Leute steigen ein. Gut gekleidete mit leichtem Handgepäck wollen si-
cherlich nach Caldas, um den Sonntag zu einem Bad in den heissen Quellen
auszunutzen. Andere sind unterwegs. Verwandte zu besuchen oder um ein
Picknick zu machen. Der Chauffeur stellt den Rundfunk ein. Die Sonntags-
zeitungen werden aufgeschlagen. Es wird voll und voller. Ein Kind beginnt
zu weinen. Die Sitzplätze sind endgültig besetzt. Die halbe Stunde ist noch
lange nicht rum. Immer neue Passagiere. Der Mittelgang beginnt sich zu füllen.
Viel Lachen und Schwatzen dabei. Da, der Chauffeur klettert auf seinen Sitz.
Es geht los.
Um die Ecke bei Hoepcke. Rotes Licht. Warten. Weiter geht's. Nun auf
die Brücke. Hinüber zum Festland. Im Estreito, wo sich wochentags die Wa-
gen, Lastwagen und Omnibusse drängeln und über ein langsames Pferdefahrzeug
schimpfen, ist es wohltätig leer. Wieder rotes Licht. Links einbiegen. Alte und
neue Häuser liegen am Wege. Ein Ruck, das Pflaster ist zu Ende, die Land-
strasse beginnt. Noch stehen grosse Pfützen auf der Strasse. Jetzt kommen
Steigungen, der Motor brummt höher. Die Klingel ertönt, eine Frau will aus-
steigen. Sie drängt sich durch die vielen stehenden Fahrgäste. So schnell geht
das nicht. Sihe, eine Bekannte trifft sie auch noch. In aller Gemütsruhe
Fragen nach Woher und Wohin. Der Omnibus hält weiter. Jetzt ist sie am
Ausgange. ,,Den Fahrschein bitte". Ja, wo ist der Fahrschein? Sie sucht in
der Handtasche, sie sucht im Geldbeutel, sie sucht in einem Paket. Endlich,
endlich gefunden. Und weiter kann es gehen.
Die Stadt liegt hinter uns. Die Landschaft hier ist eindrucksvoll schön.
Am Meere längs, in kleinem Abstand, zieht sich die Strasse hin. Kleine Häuser
und frische Grünstreifen bilden den Vordergrimd, dann kommt das Wasser, das
in der Sonne in tiefstem Blau aufstrahlt, drüben aber liegt die Insel Santa
Catarina mit ihren unregelmässig gezackten Bergen. Die Luft ist noch voll
Wasserdunst. Die Farben scheinen unwirklich. In grau und violett, in schwe-
ren dunklen bis zu leichten duftigen Tönen, ruhen die Felsen. Und alles voll
Sonne. Die Strasse ist gut, neu gepflastert. Konnte man einst unseren Fahr-
weg nur als „die Strasse der verfallenen Zäune" bezeichnen, so sieht's heute schon
anders aus. Unfreiwilliger Aufenthalt. Eine Ochsenherde kommt uns entgegen.
Lachen im Wagen. ,,Da kommen unsere Beefes!" Reiter und Hunde umgeben
das Vieh. Dicht gedrängt zieht es vorüber.
ist der Titel. Die Landschaft ändert ihren Charakter. Weites, flaches Gebiet
Wieder ein Holpern. Die schöne Strasse ist zu Ende. Das alte Städtchen
São José taucht auf. Zwei Mädchen stehen am Wege und freuen sich, sie ha-
ben in ihren weissen Kleidern bereits Sommer gemacht. Barfuss patschen sie
durch die Pfützen, die langsam auftrocknen. Wir kommen an den Trümmern
eines Hauses vorbei. Vor hundert Jahren wohl war es am Rande der Strasse
136
De hoje e de ontem
1. — VIAGEM A UMA COMUNIDADE EXTERNA.
Após longa e contínua chuva, o sol brilha outra vez. É domingo de ma-
nhã. O grande novo ônibus já está no ponto de partida. É pouco antes de um
quarto para as oito. Eu embarco. Se bem que a partida seja apenas em meia
hora, consigo a custo um lugar à janela. E sempre mais gente entra. Os bem
vestidos, com bagagem leve provavelmente irão a Caldas para aproveitar o
domingo para um banho nas fontes termais. Outros farão um piquenique
ou visitarão parentes. O chaufeur liga o rádio. Desdobram-se os jornais do-
minicais. O carro enche cada vez mais. Uma criança começa a chorar. Os
assentos estão todos tomados. A meia hora custa a passar. Sempre novos passa-
geiros. O corredor principia a encher-se. Há muito riso e conversa. Finalmente
o chaufeur toma o assento e o carro se movimenta.
Virando a curva no Hoepcke. Luz vermelha. Espera. E segue a viagem.
Pela ponte para o continente. No Estreito, onde nos dias de semana autos, ca-
minhões e ônibus entopem a rua, e resmungam sôbre uma carroça lenta, há uma
calma pacífica. Outra vez luz vermelha. Volta à esquerda. Casas antigas e mo-
dernas ladeiam a rua. Um solavanco; terminou o calçamento. Aparecem colinas
e o ronco do motor torna-se mais agudo. A campainha toca, é uma mulher
que quer desembarcar. Ela espreme sua passagem pelos que estão de pé. Devagar
se vai longe. Lá na frente encontra uma conhecida. Sem qualquer pressa tro-
cam-se perguntas e respostas. O ônibus espera. Agora ela está saindo. „A pas-
sagem, por favor". Onde está a passagem? Ela procura na bolsa, procura
na algibeira, procura num pacote. Finalmente encontra. E a viagem continua.
A cidade agora ficou para trás. A estrada segue paralela ao mar. A pai-
sagem é bela e impressionante. Uma faixa de pasto verde com cercas e peque-
nas casas é o proscénio, depois vem a água, este mar que brilha nos raios do
sol num azul forte, intenso, e como fundo fica lá a ilha Santa Catarina com
suas serras de perfis irregulares. O ar ainda é saciado das chuvas que caíram.
Todas as côres desta paisagem parecem imaginárias, parecem não ser verdadeiras.
As montanhas lá no fundo variam na coloração desde um cinzento escuro até
um roxo claro, alteram entre côres sombrias e as mais claras, etéreas. Em toda
parte há sol. A estrada é boa. O calçamento é novo. Se antes nosso caminho
poderia ser chamado ,,a estrada das cercas caídas" hoje seu aspeto já é bem
outro. Parada involuntária. Uma tropa de bois fecha o caminho. Risos no
carro. ,,Lá vem o nosso bife!" Cavaleiros e cães cercam os animais. Apertados
uns aos outros êles passam adiante.
Novo solavanco. A estrada boa termina. A velha cidadezinha de São
José aparece. Duas meninas à beira do caminho já fizeram verão com seus
vestidinhos brancos. Descalças elas brincam em poças de água que secam
lentamente. Passamos pela ruínas de uma casa. Talvez há cem anos ela hou-
vesse sido construída à beira de uma estrada pela qual guinchavam carros de
bois. Hoje ela teve que ceder lugar à rua, que passa onde dantes talvez houvesse
a sala de estar. Há muitas esquinas onde o ônibus para. Sempre novas faces.
Entram uns e saem outros. À direita um muro novo. Também aqui uma casa
li7
gebaut, auf der Ochsenwagen quietschten. Dann stand es im Wege, stand mit
seiner „Guten Stube" sozusagen mitten auf der Fahrstrasse. Jetzt musste es
fallen, die Strasse geht vor. Es gibt viele Strassenecken, an denen der Omnibus
hält. Immer neue Gesichter. Der eine steigt aus, der andere ein. Zur Rechten
eine neue Mauer. Auch hier fiel ein Haus, das die Strasse hinderte. Unser
Chauffeur bremst scharf, die Stehplatzpassagiere schwanken im Ruck vor und
zurück. Was ist? Eine Ente kann sich nicht entscheiden, sie hält die Mitte
der Strasse für den besten Aufenthalt.
Die Sonne meint's gut. Sie brennt. Sie trocknet schnell nach allem Regen.
Schon steigen erste Staubwolken an hoch gelegenen Stellen auf. Ein neues Rund-
funkprogramm tönt durch den überfüllten Wagen, „Walzer und Sehnsucht"
ist der Titel. Die Landschaft ändert ihren Charakter. Weites, flaches Gebiet
am Meer, viele Stellen unter Wasser, einförmiges grünes Gebüsch. Zwei weisse
Reiher sitzen am Wege und fliegen auf. Unmengen von Krabben bevölkern das
flache Wasser und ergreifen, während der Boden beim Vorüberfahren schüttert,
eiligst die Flucht. Eine Brücke. Ein Neubau. Wir kommen nach Palhoça.
Kommen vorbei an Dona Lina's gastlichem Hause, wo schon Generationen von
Pastoren ihr Zuhause hatten. Kommen vorbei an der Kirche, die einst unter
Pastor von Gehlen erbaut wurde, die heute unser Sorgenkind ist. Der Kirch-
turm neigt sich zur Strasse. Mit dem blossen Auge schon ist die bedenkliche
Neigung auszumachen. Schon lasse ich die Glocken nicht mehr läuten. Ob
wir wollen oder nicht, der Turm muss herunter und auf neuem Fundament wie-
deraufgebaut werden. Das Geld jedoch, das liebe Geld. Weiter zieht sich die
Strasse. Eucalyptuspflanzungen wechseln mit eingezäunten, grünen Weiden.
Einzeln stehen Geföfte, viele Blumen blühen in ihren Gärten.
Langsam kommen die Berge näher, der Cambirela liegt schon zur Linken.
Wieder zeigt die Landschaft ein anderes Bild. Wir kommen in ein Flusstal. Viele
Bananen sind angepflanzt, dazwischen oder besser darunter stehen Kaffeesträu-
cher. Der Omnibus hält und hält. Der Pferdewagen, am Geschirr mit fröhlich
klingenden Glocken besetzt, bimmelt nun schon das dritte Mal an uns vorüber.
Und wieder will jemand aussteigen. Und wieder die Suche nach dem Fahr-
schein. So schön die Sonne auch scheint, langsam könnte die Fahrt zu Ende ge-
hen. Es ist mittlerweile zwanzig vor Zehn geworden. Endlich, zur Linken die
Hängebrücke an ihren zwei starken Drahtseilen, die ich das erste Mal nur mit
Zagen betreten hatte. Jetzt ist das Ziel nahe, der weisse Turm der katholischen
Kirche von Santo Amaro erscheint, das neue Gebäude des Gesundheitsdienstes,
noch eine Ecke, eine Abfahrt. Da liegt nun, in grüner hügliger Landschaft, un-
sere Kirche. Die Fahrt ist zu Ende, achtundzwanzig Kilometer liegen hinter uns.
Zehn Minuten vor Zehn. Der Gottesdienst kann beginnen. Schon klingt das
Läuten der Glocke vom Turm. (Im September 1957).
2. — DRUCK ERZEUGT GEGENDRUCK.
Sehen wir uns etwas in Santo Amaro um. Hier sind die Familien Passig,
Pfleger, Seemann und andere zu Hause. Die evangelische Gemeinde besteht nur
noch aus 12 Mitgliedern. Längst ist die deutsche Sprache verstummt, jegliche
kirchliche Verkündigung geschieht in der Landessprache. Inmitten der luso-
brasilianischen Umgebung, um es ganz genau zu machen: bei der Volkszählung
138
teve que ceder. Nosso chaufeur freia de repente. Os passageiros oscilam para
frente para trás. O que houve.' Um pato não se pode decidir, e acha o meio
da rua o melhor lugar.
O sol é amigo. Êle queima. Seca depressa após a chuva. Em lugares mais
elevados já se levantam as primeiras nuvens de poeira. Um novo programa soa do
altofalante do rádio, pelo carro superlotado; Valsa e Saudade é o título. A pai-
sagem muda de caráter. Extenso terreno à beira-mar, muitas vezes inundado com
arbustos monótonos. O solo treme da passagem do ônibus e duas garças levan-
tam vôo; os carangueijos na água rasa fogem assustados. Uma ponte. Uma
casa nova. E chegamos em Palhoça. Passamos pela casa hospitaleira de Dona Lina,
onde gerações de pastores tiveram um lar. Passamos pela igreja que fôra cons-
truída pelo Pastor von Gehlen, e que é a nossa preocupação de hoje. A ôlho
nú já se pode distinguir a inclinação perigosa da torre para a rua. Já os sinos
não dobram mais. Se queremos ou não, a tôrre precisa cair, e ser reconstruída
em outro fundamento. Porém o dinheiro! o dinheiro! A estrada se estende
adiante. Plantações de eucaliptos alternam com pastos cercados. Isoladamente
se vêm sítios com muitas flòres nos jardins.
Lentamente as montanhas se aproximam, o Cambirela já ficou para trás.
Novamente a paisagem se apresenta diferente. Chegamos no vale de um rio.
Plantações de bananeiras e entre elas, ou melhor, sob elas cafezeiros. O ônibus
vai parando. O carro de cavalo com os sinos alegres no cabresto, já nos ultrapassa
pela terceira vez bimbalhando. De novo alguém quer sair. De novo a procura
da passagem. Por mais belo que seja o sol, já era tempo da viagem acabar.
Já são vinte para dez. Finalmente à esquerda aparece a ponte pênsil, com seus
dois cabos de aço, que na primeira vez só passei com receio. Agora o alvo está
perto. Já aparece a tôrre branca da igreja católica de Santo Amaro. O novo
prédio do Departamento de Saúde, mais uma curva e uma descida. E ali, entre
colinas verdejantes fica a nossa igreja. A viagem terminou. Vinte e oito qui-
lómetros foram vencidos. Dez para as dez. Pode começar o culto. Já dobra
o sino da tôrre. (Em setembro de 1957).
2. — AÇÃO E REAÇÃO.
Olhemos Santo Amaro algo mais de perto. Aqui vivem as famílias Passig,
Pfleger, Seemann e outras. A Comunidade Evangélica consta de 12 membros.
Há muito que silenciou a língua alemã: os cultos são em língua portuguesa.
No meio da população luso-brasileira, — para ser preciso: no censo de 1950 o
distrito de Santo Amaro da Imperatriz no município de Palhoça tinha 7122
habitantes — , moram nossas famílias evangélicas. São na maioria colonos. Per-
tencem à Paróquia de Florianópolis, mas se orgulham de ter Comunidade própria
e independente apesar de seu reduzido número. Quando recebemos a paróquia
ficamos admirados do tamanho da igreja, grande em relação à exígua Comunidade.
Perguntamos pelo seu passado e sua história, que nos interessava. Como sempre,
contudo, nada de positivo se conseguiu apurar. Infelizmente quando levamos os
velhos para a tumba, enterramos com êles o conhecimento de sua época. Neste
caso sempre é bom ter arquivo, e foi neste que se achou uma deveras interessante
carta, que esclarece a história do comunidade:
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1950 hatte der Distrikt Santo Amaro da Imperatriz im Munizip Palhoça 7122
Einwohner — , wohnen unsere evangelischen Familien; sie sind meist Kolonisten.
Kirchlich gesehen, gehören sie zur Parochie Florianópolis, sind aber stolz darauf,
trotz ihrer geringen Anzahl eine eigene, selbständige Gemeinde zu bilden. Als
wir einst die Parochie übernahmen, wunderten wir uns, dass diese kleine Schar
eine immerhin recht stattliche Kirche ihr Eigen nenne. Wir fragten nach der
Vergangenheit, wollten aus alten Zeiten hören. Doch war nichts rechtes zu er-
fahren. Es ist leider so, dass, wenn wir einen unserer Alten zu Grabe tragen,
wir gleichzeitig das "Wissen um jene Zeit mit in die Gruft verschliessen. Da ist
es gut, Archive zu besitzen. Hier fand sich ein aufschlussreicher Brief, der
klare Auskunft über die Gemeinde gibt:
,, Santo Amaro, d. 13. September 1908.
Sr. Hochwuerden
Herrn W. Mummelthey,
Pfarrer zu Blumenau.
Sehr geehrter Herr Pfarrer!
Ihre werten Schreiben vom 1. und 15. April sind in den Besitz des gehor-
samst unterzeichneten Vorstandes gelangt und kommen wir Ihrem Ersuchen
gerne nach, indem wir Ihnen Folgendes mitteilen.
Unser Ort liegt 28 Kilometer von FlorianópoUs an der nach Lages führenden
Hauptstrasse entfernt.
Unsere Gemeinde besteht aus 32 Familien mit 264 Seelen, welche in und
in unmittelbarer Nähe Santo Amaro's wohnen.
Die Gottesdienste wurden alle 3 bis 4 Monate und dann fast immer an
Wochentagen von Pfarrer Ch. Zluhan aus Santa Isabel in einem Privathause
abgehalten.
Die Niederlassung von Franziskanern in Santo Amaro haben einen engeren
Zusammenschluss der evangelischen Bewohner hierselbst herbeigeführt und den
Entschluss, ein Gotteshaus zu errichten, gezeitigt.
Die Mitglieder, von welchen Viele in dürftigen Verhältnissen leben, ha-
ben nahezu aus eigener Kraft 1 Conto de reis aufgebracht; die Arbeitsleistung,
Führen von Bauholz, Steinen, Kalk usw. wurden ausserdem freiwillig geleistet.
Nun haben wir den Bau mit Gottes Hilfe unter Dach. Derselbe ist aus
gebrannten Backsteinen ausgeführt, mit Cementziegeln gedeckt; er ist 9 Meter
breit und 12 Meter lang ohne den abgerundeten Anbau für die Sakristei.
Der Voranschlag der Baukosten beziffert sich auf 3:758 Milreis. Wir
sind mit unseren Mitteln zu Ende und haben schon 400 Milreis aufnehmen
müssen.
Wir bitten Sie, verehrtester Herr Pfarrer, uns nun recht bald die vom
Oberkirchenrat in Berlin und die vom Centraivorstand der Gustav- Adolf-Stif-
tung in Leipzig für unseren Kirchenbau bewilligte Summen übermitteln zu
wollen.
Da unser zuständiger Geistlicher, Herr Pfarrer Zluhan, auf Reisen ist und
wir das Geld notwendig brauchen, so haben wir Herrn Pfarrer von Gehlen in
Florianópolis gebeten, die Tatsache, dass unsere Kirche bereits unter Dach ist,
zu bestätigen.
140
„Santo Amaro, 13 de Setembro de 1908.
Reverendíssimo
Senhor W. Mummelthey
Pastor em Blumenau.
Prezado Senhor Pastor!
Suas prezadas missivas de 1 e 1 5 de abril chegaram às mãos da respeitosa-
mente abaixo assinada diretoria, e atendemos com prazer vosso pedido, comiini-
cando-lhe o seguinte:
Nossa cidade situa-se a 28 km de Florianópolis, na estrada principal que
vai a Lajes.
Nossa comunidade consta de 32 famílias com 264 almas, tôdas elas resi-
dentes em Santo Amaro ou arredores.
Os cultos foram realizados todo 3." ou 4.° mês pelo Pastor Ch. Zluhan,
geralmente nos dias de semana em casa particular.
A chegada de Franciscanos em Santo Amaro teve como resultado uma
união mais forte entre os moradores evangélicos aqui residentes e a decisão de
construir uma Casa de Deus.
Os membros, dos quais muitos vivem em situação precária, conseguiram
juntar entre si 1 conto de réis; os serviços de carregar madeira de construção,
pedras, cal, etc. foram feitos gratuitamente.
Com a Graça de Deus conseguimos cobrir já a obra. A mesma consiste de
tijolos queimados, coberta com telhas de cimento; tem nove metros de largura
e doze metros de comprimento, sem a parte arredondada da crista.
O orçamento dos gastos eleva-se à 3.75 8 milreis. Nossos meios não cobrem
tanto, e já tivemos que emprestar 400 milreis.
Pedimos-lhe, prezado sr. pastor, enviar-nos o mais depressa possível as quan-
tias cedidas pelo Conselho Superior de Berlim e pela Fundação Gustav Adolf
de Leipzig.
Como nosso pastor, sr. Pastor Zluhan, se achava em viagem, pedimos ao Pastor
von Gehlen em Florianópolis de confirmar o fato de já se achar terminada a
igreja, já que necessitamos do dinheiro com urgência.
Para nós seria realmente melhor ser servidos por referido pastor, pois em
virtude da agitação causada pelos franciscanos uma assistência constante e nor-
mal seria indicada, e principalmente a juventude teria uma melhor educação
cristã.
Não deixaremos de publicar o balanço exato na fôlha dominical uma vez
terminadas as obras.
Agradecendo-lhe de antemão sinceramente todos seus esforços,
subscreve-se atenciosamente
com fraternais saudações
A Direção da Comunidade Evangélica de Santo Amaro
(ass.) Hans Passig, presidente
(ass. ) Carl Seil, secretário.
A pedido certificamos a veracidade das informações referentes à construção da
141
Für uns wäre es überhaupt besser, wenn wir von genanntem Herrn Pfarrer
bedient würden, da in Anbetracht der Agitation, welche von den Franziskanern
betrieben wird, eine häufigere und geregeltere gottesdienstliche Bedienung hier
sehr am Platze wäre, namentlich würde der Jugend eine grössere christliche
Erkenntnis zu Teil.
Wir werden nicht verfehlen, nach der Fertigstellung unserer Kirche eine
genaue Abrechnung in dem Sonntagsblatt zum Abdruck zu bringen.
Indem wir ihnen im Voraus herzlich für Ihre Bemühungen danken,
zeichnet gehorsamst
mit aller Hochachtung
und glaubensbrüderlichem Gruss
Der Vorstand der Evangelischen Gemeinde Santo Amaro
(gez.) Hans Passig, Vorsitzender
(gez.) Carl Seil, Schriftführer."
„Auf Wunsch wird hierdurch die Richtigkeit vorstehender Angaben betr.
Kirchbau in St. Amaro bescheinigt. Eventuell bin ich bereit, das durch Ver-
mittlung der Firma C. Hoepcke & Co. hierselbst zu überweisende Geld von
hier weiter an seinen Bestimmungsort zu senden.
Florianópolis, 14. 9. 08.
(Kirchensiegel) (g^z-) von Gehlen."
So sah es also im Jahre 1908 aus: 32 evangelische Familien wohnten in
Santo Amaro. Kümmerlich war ihre kirchliche Versorgung. Drei- bis viermal
im Jahr erschien Pastor Zluhan aus Santa Isabel und hielt an einem Wochentage,
nicht des Sonntags, Gottesdienst in einem Privathause. Die Gefahr, dass alles
einschliefe, war sicherlich gross. Es kam aber ein Umschwung, und dies ist das
Besondere der Gemeinde Santo Amaro. Franziskaner kamen in den Ort und
agitierten eifrig. Da erwachte in den evangelischen Familien der Wille zur Tat,
da bestätigte sich das alte Gesetz, dass Druck Gegendruck erzeuge. Da wurde
die Kirche gebaut (Einweihung 6. Januar 1909) und die kirchliche Bedienung
neu geordnet. Früher unregelmässige Versorgung mit wenigen Gottesdiensten
jährlich, jetzt im Zentrum des kirchlichen Lebens die eigene Kirche mit Gottes-
diensten nach festem Plan. Was damals 1908 geschaffen wurde, hat sich bis
heute bewährt. Möge aber der Wille zur Tat, den die Väter hatten, nicht nach-
lassen und niemals lau werden! ,,So streitet wacker fort Und haltet fest am
Wort!"
Zur Baugeschichte der Kirche in Santo Amaro tragen wir zwei Einzelheiten
nach. Einerseits fanden wir einen Brief der Gustav-Adolf-Stiftung vom 24. April
1909 mit der erfreulichen Mitteilung, dass „zur Beschaffung einer Glocke für ihre
neu erbaute Kapelle die Summe von 300 Mark" bereit läge. Andererseits lasen
wir in der einst wohlbekannten Monatsschrift „Der Deutsche Ansiedler" vom
Oktober 1913, dass in der Amtszeit von Pastor von Gehlen in Santo Amaro ein
Kirchturm erbaut worden sei. Das aber heisst doch, dass man ursprünglich nur
eine schlichte Kapelle ohne Turm errichtet und erst dann, nach Stiftung einer
Glocke, den Turm hinzugebaut hatte. So klingt seit dem Jahre 1910 oder 1911
die Glocke einer evangelischen Kirche auch im Tale des Cubatäo.
fl-
ui
igreja em Santo Amaro. Se necessário fòr, terei prazer em retransmitir o dinheiro
aqui chegado por intermédio de C. Hoepcke & Co. ao seu destinatário.
(Sinete da Comunidade) FlorianópoHs, 14 9. 08.
(ass.) von Gehlen."
Isto era o aspeto no ano de 1908: Trinta e duas famíHas evangéhcas mo-
ravam em Santo Amaro. Seu amparo reUgioso era quase nulo. Três ou quatro
vezes ao ano Pastor Zluhan de Santa Isabel realizava cultos em dias de semana
e em casa particular. O perigo de que tudo adormecesse era sem dúvida grande.
Ocorreu porém uma mudança radical, particularmente desta Comunidade de
Santo Amaro. Com a chegada dos franciscanos começou a agitação por parte
destes contra os protestantes. E estes reagiram. A vontade de lutar despertou
nas famílias — era a antiga lei de ação e reação que se provava. Foi construída
a igreja — inaugurada em 6 de janeiro de 1909 — e sua função regularizada.
Isto foi o efeito final dos ataques: Antes existiam algumas famílias dispersas
e depois havia uma Comunidade viva. Antes o culto era realizado em intervalos
irregulares somente em casas particulares, e depois a comunidade se reuniu na
sua própria igreja conforme plano regular. Em verdade, que diferença entre
antes e depois! E tudo o que foi feito em 1908, ainda hoje existe. Esperamos
que a iniciativa se transmita de pais para filhos e netos e não se perca nas ge-
rações. Um hino da nossa Igreja canta: „Entäo avancem corajosos e confiem
na Palavra!"
Ainda uma preocupação havia na época. Numa carta de 21 de agosto de
1908 lê-se: „Como o sr. pode deduzir do nosso relatório, temos a melhor boa
vontade de erigir um monumento externo digno à nossa confissão". Referia-se
à igreja. E havia-se sucedido em construí-la, como vimos acima. Os próprios
membros da comunidade, dos quais „muitos viviam em condições precárias",
e „os bondosos doadores das picadas anexas assim como os de Palhoça e Floria-
nópolis" haviam ajudado. À isto somava-se o auxílio pátrio: O Conselho Ecle-
siástico Superior havia doado 600 marcos (Pastor Mummelthey assinou o recibo
referente à Rs. 46 5 $600) e a Fundação Gustav Adolf 5 00 marcos. A carta po-
rém ainda continua: „0 que nos causará dificuldades é a aquisição de um ou
dois sinos. Poderia o sr., caro pastor, indicar-nos o caminho de conseguí-los como
presente da Alemanha? Talvez os protestantes na querida pátria antiga nos aju-
dem". E realmente ajudaram. Temos em mãos uma carta da Fundação Gustav
Adolf de 24 de abril de 1909 com a comunicação de que „300 marcos haviam
sido doados para a aquisição de um sino destinado para sua capela recém-cons-
truída". Até pode-se dizer mais. Há pouco, por acaso, recebemos um exemplar
do antigamente muito conhecido ,,Der Deutsche Ansiedler" de outubro de 1913
onde consta que durante as atividades do Pastor von Gehlen em Santo Amaro lá
havia sido construído um campanário. Assim ficamos sabendo dos detalhes da cons-
trução desta igreja. Modestamente se havia começado com uma capela simples
sem tôrre, e depois da doação de um sino, a torre havia sido construída. Real-
mente, apesar de todo auxílio de fora, uma impressionante realização. Assim
ressoa desde o ano de 1910 ou 1911 também no vale do Cubatão o sino numa
igreja evangélica.
Pastor Fios
trad. Dr. Ivo von Wangenheim.
143
Die Auswanderer vom
"Eridano" 1846
Noch einmal begleiten wir den Lübecker Arzt Dr. Avé-Lallemant auf seiner
Reise und hören von den Erlebnissen vor hundert Jahren. In Begleitung eines
Spahi als Diener und eines stets wechselnden Wegweisers, der auch für die Pack-
tiere sorgte, mit Flinten, Pistolen und Messern wohl ausgerüstet, war unser Doktor
auf der Reise von Lages nach Desterro. Hochland und Gebirge lagen bereits
hinter ihm. „Wir entdeckten Spuren von Anbau links und rechts an den Höhen,
von frischem, lebenslustigen Anbau! Häuser schimmerten durch die Abenddäm-
merung: wir waren im Unterland von Sta. Catharina, wo der Ackerbau sein
bescheidenes und ehrenvolles Gewerbe treibt und friedliche Landleute sich zu
einer Colonie zusammengeschart haben". Unser Reisender war glücklich in Santa
Isabel am Rio dos Bugres angekommen und berichtet von einem überraschenden
Erlebnis:
„Im Dezember des Jahres 1846 kamen auf dem Schiffe Eridano siebzig bis
achtzig deutsche Auswanderer nach Rio de Janeiro. Niemand hatte sie kommen
heissen, niemand wusste etwas mit ihnen anzufangen; sie standen am Ufer ein-
sam und verlassen und wären ohne Obdach geblieben, wenn man ihnen nicht das
kümmerliche Dach erlaubt hätte, unter welchem das Holz der nach Praya-
Grande stündlich fahrenden Dampfboote gelagert ist.
Dort sah ich die Leute in ihrer Bedrängniss; einige von ihnen waren krank;
ich that für sie, was ich konnte, ja ich musste sogar einer Frau beistehen, die
dort an offener Strasse in die Wochen kam.
Aber der Holzschuppen wurde gebraucht. Und nun mussten die Leute
achtundvierzig Stunden auf dem Palastplatz unter freiem Himmel bleiben, dort
bekamen sie ein furchtbares Decembergewitter und blieben ohne Obdach, wenn
nicht die Anwohner, namentlich der Wirth des Hotels Pharoux, ihnen zu Hülfe
gekommen wäre. Nach elf Tagen dieses traurigen Aufenthalts wurden die mei-
sten von ihnen auf einem brasilianischen Kriegsschiffe nach dem Südprovinzen
gebracht, und ich erfuhr nichts mehr von ihnen.
Ich ritt am 3. Juli ( 185 8) den Rio-dos-Bugres hinab und gelangte zu einem
wohlgezimmerten Hause, vor dem ein Mann stand. An denselben Mann hatte
ich einen Brief vom Präsidenten der Provinz abzugeben, und trat ins Haus.
Da tanzten nach einem Leierkasten einige schlanke Bursche und Mädchen
und alles war seelenvergnügt, just als ob's Kirchweih werden sollte. Der Haus-
besitzer Scheid aus Rheinbaiern vom Donnersberg her setzte sich zu mir und
erzählte mir von der deutschen Colonie Sta. Izabel, in deren Mitte ich mich
befand, und kaum hatte er angefangen, mir von seinem Schicksal in Brasilien
zu erzählen, als mir die Auswanderer vom Eridano aus dem Jahre 1846 wieder
vor Augen traten. Scheid und seine Familie gehörten zu ihnen, ja er selbst war
in jenem Holzschuppen krank gewesen und wahrscheinlich hatte ich ihn behandelt.
Und nun ward mir die Colonie von Sta. Izabel doppelt interessant. Kaum
konnte ich den nächsten Morgen abwarten, um Land und Leuten etwas ins
Gesicht zu schauen.
144
Os emigrantes do
„Eridano" 1846
Mais uma vez ouviremos dos lábios do Dr. Robert Avé-Lallemant a história
de uma viagem e do que aconteceu há cem anos atrás. Acompanhado de um
spahi como servo e de um guia que mudava continuamente e que também cui-
dava dos animais de carga, bem armado com espingardas, pistolas e facões, nosso
doutor achava-se em viagem de Lages para Desterro. O planalto e a serra já ha-
viam deixado para trás. „À direita e à esquerda já se notavam sinais de colonização.
Casas formavam um ponto brilhante no crepúsculo; tínhamos chegado à pla-
nicie de Santa Catarina onde modestos agricultores tinham-se reunido em pa-
cífica colónia". Nosso viajante havia chegado à Santa Isabel, de onde relata um
interessante acontecimento:
„Em dezembro de 1846 chegaram no navio Eridano setenta ou oitenta
emigrantes alemães ao Rio de Janeiro. Ninguém os havia chamado e ninguém
sabia o que fazer com êles. Esperavam sós e abandonados, e teriam ficado sem
teto sobre a cabeça não lhes tivesse sido emprestado o rancho onde se guarda
lenha dos vapores que iam tôda hora até Praia Grande (hoje Niterói).
Foi lá que os encontrei. Tristonhos, alguns doentes, fiz por êles o que
pude. Tive até que auxiliar uma mulher que estava em dificuldades no meio
da rua.
Mas o rancho estava sendo necessitado, e assim os emigrantes tiveram que
ficar quarenta e oito horas ao relento no largo do Paço onde ainda lhes caiu em
cima terrível trovoada de verão. Teriam ficado sem moradia, não fôsse o dono
do Hotel Pharoux e outros lhes ajudar. Após onze dias nesta triste situação a
maioria foi levada às províncias do sul por um navio de guerra brasileiro. Nada
mais soube dêles.
A 3 de julho (de 1858) desci o Rio dos Bugres a cavalo e cheguei à uma
bonita casa defronte à qual um homem esperava por mim; eu tinha que entre-
gar-lhe uma carta do presidente da Província, e assim entramos.
Lá dentro encontrei muita alegria e um grupo de rapazes e moças dançando
ao som de um realejo como se fôsse quermesse. O dono da casa, o sr. Scheidt
do Donnersberg em Rheinbayern sentou-se comigo e descreveu-me a colónia
de Santa Isabel, na qual eu me achava. Nem bem tinha êle começado a contar,
quando me lembrei dos emigrantes do Eridano em 1846. Scheidt e sua família
pertenciam àqueles infelizes, êle mesmo havia estado doente provàvelmente tinha
sido tratado por mim.
Assim esta colónia tinha para mim um duplo interêsse. Esperei impaciente
o dia seguinte para olhar mais de perto habitantes e a terra.
Êstes emigrantes haviam sido levados à Santa Catarina em princípios de
1847, onde havia-se fundado uma colónia às margens do Rio dos Bugres e a
denominado Santa Isabel em honra à princeza. Tudo fóra bem. Venceram as
primeiras dificuldades numa terra estranha com cuja agricultura não estavam
familiarizados sem muito custo e estavam agora felizes e bem de vida. Scheidt
até ficou bastante rico. Possui trezentos hectares de terra, 19 mulas, muito gado
leiteiro, uma nova residência ainda incompleta onde vai instalar seu moinho. Ao
145
10
Die Auswanderer vom Eridano waren nach Sta. Catharina gebracht worden
im Anfang des Jahres 1847, wo man oben am Rio-dos-Bugres die Gründung einer
nach der jungen Prinzessin Donna Izabel genannte Colonie angelegt hatte. Allen
war es gut gegangen. Sie überwanden die ersten Schwierigkeiten, die ihnen im
fremden Land und bei dessen fremndartigen Ackerbau in den Weg traten, ohne
grosse Mühe, und leben nun seitdem dort als glückliche, wohlhabende Menschen.
Scheid ist sogar ein sehr wohlhabender Mann geworden. Er besitzt 1200 Morgen
Landes, 19 Maulesel, viele Milchkühe, dazu ein noch nicht fertiges Wohnhaus,
wohin er jetzt auch seine Mühle verlegt. Um ihn gedeihen sechs gesunde, derbe
Kinder, von denen die ältesten Söhne die mannhaften Stützen des Vaters sind.
Auch seine alte Mutter von neunundsiebzig Jahren lebt bei ihm, eine Frau von
einer wirklich unbegreiflichen Rüstigkeit- sie arbeitet im Felde auf den höchsten
Abhängen, und am Sonnabend tanzt sie mit den derben Enkelinnen ihren Wal-
zer so gründlich, als wäre sie noch vor sechszig Jahren am Donnersberg. So hat
denn in kaum elf Jahren der gnädige Gott hier eine Schar von Menschen zu
Gedeihen und materiellem Wohlstand gebracht, die ich im Jahre 1846 in Rio
de Janeiro nur mit der tiefsten Wehmuth anschauen konnte.
Am folgenden Morgen machte ich mit Scheid einen Spazierritt. Das Thal
am Rio-dos-Bugres hat schöne, wilde Reize. Hoch heraus ragen die Höhen um
den brausenden Waldbach, an dem zu beiden Seiten die einzelnen Colonien sich
gegen die Höhen aufwärts hinstrecken. Noch bieten sie das Bild des eben be-
gonnenen Anbaues. Noch liegen die halbverkohlten Waldbäume umher, denn
ein Decennium macht sie nicht verfaulen, noch sieht man Felsblöcke und Wur-
zelstümpfe nur erst halb beiseite geschafft, noch ist das Bild kein reines, gefäl-
liges nach europäischer Ansicht: aber ein urkräftiges, derbes, gedeihliches für
den, der deutschen Kampf gegen brasilianischen Urwald kennt . .
Wir sprachen bei verschiedenen Colonisten vor. Alle hatten sie fröhliche
Sonntagsgesichter; nicht einen einzigen traf ich, der sich nicht vollkommen
zufrieden gefühlt hätte in dem fremden Lande. Dazu wimmelte es überall von
Kindern. Wo nur all die Kinder herkommen? So liebes kleines Lumpenpack
ist es, und sieht gar gut aus am Sonntagmorgen, wenn die Mutter den Jungens
die Gesichter gewaschen und den kleinen Mädchen das Haar in zwei kleine
Schwänzchen freilich mit einiger Mühe und Gewalt hinten am Kopfe zusam-
mengeholt hat. Und doch kam mir ein wehmüthiger Gedanke beim Anblick
der lieben kleinen Fratzen. Die erhabene Kronprinzessin Donna Izabel weiss
nämlich nicht, dass in der fernen, nach ihr genannten deutschen Colonie am
Rio-dos-Bugres die Kinder keinen Schullehrer haben, von dem sie Gottes Wort,
Lesen, Schreiben und Rechnen lernen könnten, und auch keinen Geistlichen in
der Nähe, der Sonntags Gottesdienst hielte.
Eine kleine, sehr einfache Kapelle, ja sogar ihrer zwei sind auch schon ge-
baut, es fehlt nur noch ein stationärer Seelsorger. Die Zahl der Einwohner mag
sich auf 5-600 Seelen belaufen; sie bilden 71 Familien, die in ziemlich gleichen
Theilen evangelisch und katholisch sind. Allerdings ist die Zahl nicht gross,
aber an Geistliche muss in dieser fernen Colonie gedacht werden
Gar vielfach ergötzte ich mich an dem deutschen Landleben am Rio-dos-
Bugres! Was doch eine gute deutsche Faust thut! Wie lange mag es her sein,
dass in diesen Bergschluchten noch kannibalische Botokuden hausten? Jetzt ist
nur der Name derselben am Fluss hängen geblieb;;n! Wie lange ist es her, dass
146
seu redor crescem seis crianças fortes, dos quais os filhos mais velhos são lhe
de grande auxílio. Também sua idosa mãe vive com êle; uma senhora de se-
tenta e nove anos de uma resistência incrível, trabalha no campo na mais alta
ladeira e no sábado dança com suas netas fortes tão bem a valsa como se es-
tivesse há sessenta anos no Donnersberg. Assim o Senhor Deus ajudou em nem
bem onze anos a crescer e prosperar materialmente o mesmo grupo de homens
que eu havia visto antes na maior miséria, no Rio em 1846.
Na manhã seguinte fiz com Scheidt um passeio a cavalo. O vale do Rio
dos Bugres é duma beleza selvagem. Os cumes se elevam altos sôbre a corrente
espumante; nas ladeiras a colónia se estende em direção ao alto. Ainda apresenta
o quadro de colonização recente. Em tôda parte se vê troncos carbonizados
que os anos não fizeram apodrecer, pedras e raízes estão espalhadas pelas plan-
tações, o aspecto geral ainda não é limpo e agradável do ponto de vista euro-
peu. Mas é um quadro que bem demonstra a fôrça e tenacidade do alemão em
luta contra os elementos adversos na selva brasileira, até alcançar a merecida
prosperidade. Recordei-me logo dos valentes São Leopoldinos nas perdidas pica-
das do sertão; em Santa Isabel vi os companheiros de lutas dos riograndenses,
e vi amadurecer os mesmos frutos de luta tenaz que no Rio dos Sinos.
Visitamos diversos colonos. Todos tinham felizes rostos dominicais. Não
encontrei um que não se achava perfeitamente satisfeito na terra distante. E a
quantidade de crianças! De onde será que vem tanta criança! São uma turma
alegre e querida, e dá gôsto ver aos domingos, quando as mães lavam os rostinhos
dos garotos e com algum custo conseguem fazer duas tranças no cabelo das
meninas rebeldes. Apesar disto senti uma pontada de melancolia. A eminente
princeza Isabel não sabe que na colónia batizada com o nome dela no Rio dos
Bugres não existe professor que lhes pudesse ensinar a palavra de Deus, ou a
ler, escrever e contar. Nem mesmo um sacerdote que lhes ministrasse cultos aos
domingos, há. Ninguém ainda se interessou, se não êste obstáculo já teria sido
vencido. Tenho certeza contudo que as crianças não ficarão mais muito tempo
sem professor.
Até já foram construídas duas pequenas e simples capelas; falta apenas
um pastor estacionário. O número de habitantes deve oscilar entre 5 e 600 almas
— formam 71 famihas, que são em partes mais ou menos iguais católica e pro-
testante. O número não é muito grande, mas há necessidade de um pastor na
colónia distante. O governo, agora bem intencionado na regularização das co-
lónias, não ficaria atrás com alguma proposta interessante se alguém lhe fizesse
esta sugestão. Disto tenho bastante provas.
Muito me deleitei com a vida campestre alemã no Rio dos Bugres. O que
pode um firme pulso alemão! Quanto tempo fará que nestes desfiladeiros ainda
habitavam os botocudos canibais? Agora apenas seu nome resta prêso ao rio.
Quanto tempo fará que estes colonos eram homens desamparados, pobres e sem
pátria? Agora estas mesmas famílias que teriam escravizado na pobreza de Rhein-
bayern o resto de sua vida, têm abastança e liberdade. Assim a semente arrancada
pela tempestade da árvore materna, produz, depois de muito jogada pelo mundo,
novas e miraculosas colheitas em terras estranhas de clima ameno.
Minha presença na colónia naturalmente chamou muita atenção. Muito
poucos sabiam o meu nome, e a maioria não compreendia o que eu queria lá e
como chegará a ir lá. O que eu quero em primeiro lugar é cuidar dos emigrados,
147
jene deutschen Anbauer arme, hülflose und heimatlose Menschen waren? Jetzt
sind sie wohlhabende, wohnhafte und erbgesessene Familien geworden, dieselben
Menschen, die in ihrer rheinbairischen Armuth ihr ganzes Leben hingesklavt ha-
ben würden! So wächst das von der Mutterpflanze im Sturm losgerissene Sa-
menkorn, nachdem es weit umhergeworfen ist, auf fremdem Boden unter einem
mildern Klima fröhlich auf und bildet neue, herrliche Saaten".
Soweit der Bericht unseres Dr. Avé-Lallemant, dem wir noch einige Zeilen
über die weitere Entwicklung am Bugerbach beifügen. Hermann Stoer, vor zwei
Jahrzehnten dortiger Gemeindepfarrer, schreibt in seiner Chronik: „Santa Isabel,
heute eine kleine, aus nur wenigen Häusern bestehende Freguezia (Marktflecken),
bildete einst das Eingangstor für die Besiedlung des Hinterlandes im Südwesten
des Staates Santa Catharina. Dadurch hatte Santa Isabel einst vor sechs Jahr-
zehnten die Bedeutung eines lebenswichtigen wirtschaftlichen Stützpunktes, zu-
mal es an dem alten Lagesweg lag, der als einziger Verbindungsweg zwischen
dem Hochlande und der Küstengegend bestand. Als in den 90er Jahren des vorigen
Jahrhunderts die neue ,, Lagesstrasse" weiter suedlich gebaut wurde, wurde Santa
Isabel von dem Verkehr abgeschnitten und der Freguezia die Möglichkeit einer
Weiterentwicklung genommen. Seit dieser Zeit führt die Kolonie Santa Isabel
an dem plätschernden Bugerbach ein stilles, von der Aussenwelt abgeschnittenes,
traumhaftes Dasein. An der schmalen Talstrasse, die von hohen Palmen und
dichten Hecken eingesäumt wird, liegen die Ländereien nur deutschstämmiger
Kolonisten. In grösseren Abständen lugen ihre niedrigen einfachen Behausungen
aus dichten Orangenhainen hervor. Selten verirrt sich heute ein Fremder in das
stille Tal. Friedlich hört man das Rauschen der beiden Mahlmühlen (der Fa-
milien Scheidt) des Tales, die das einzige Echo von dem Dasein schaffender
Menschen wiedergeben. An Eingang des Isabel-Tales liegen sich schiedlich fried-
lich die beiden Gotteshäuser der evangelischen und katholischen Bewohner ge-
genüber. Erheben die Glöcklein ihre zarten Stimmen, dann kann man auf dem
sonst verlassenen Talweg viele Bewohner beisammen sehen".
fl.
148
fazer todo o possível por êles, ajudando-os e aconselhando-os. Existe uma tena-
cidade incrível nestes homens aparentemente pobres e impotentes, da qual o jo-
vem estado imperial ganha fôrça e potência, aumentando incalculàvelmente o
seu progresso.
Gostaria de poder ficar todo o domingo com os colonos do Rio dos Bugres.
Mas meu tempo era escasso, e quando me separei de Santa Isabel foi com devoção
na alma. Agora eu sabia o que havia acontecido aos emigrantes do Eridano, e outros
semelhantes, que haviam chegado pela mesma época e na mesma miséria".
Isto quanto ao relato do Dr. Avé-Lallemant, ao qual ainda acrescentaremos
algumas linhas sôbre o desenvolvimento posterior de Santa Isabel. Hermann Stoer,
outrora pastor em Santa Isabel, escreve na sua crónica — Crónica da Comuni-
dade de Santa Isabel, a mais velha colónia evangélica em Sta. Catarina — o se-
guinte: „Santa Isabel, hoje uma pequena freguezia, já foi a tempos idos a porta
de entrada para a colonização de todo hinterland e sudoeste de Santa Catarina.
Há sessenta anos teve a importância de um ponto vital da economia da região,
ainda mais que ficava na passagem única que ligava Lages e o planalto à costa.
Quando por 1890 foi construída a nova estrada de Lages mais ao sul. Santa
Isabel ficou isolada do trânsito e a freguezia perdeu as possibilidades de progresso.
Desde esta época leva uma existência sonhadora, pacata e isolada nas margens
murmurejantes do Rio dos Bugres. A beira da estrada ladeada por altas palmeiras
e cercas-vivas se estendem as terras dos colonizadores de origem alemã. Suas
casas simples espiam em maiores intervalos por entre o verde dos laranjais es-
pessos. É raro que um estranho se perca neste vale sossegado. Os dois moinhos
da família Scheidt sussurram como único ruído no vale que dantes ressoava ao
som dos homens que lutavam pela existência. Na entrada do vale as duas casas
de Deus, católica e protestante se defrontam pacificamente, e quando aos do-
mingos os sinos do campanário elevam suas vozes suaves e argênteas, pode-se ver
muitas pessoas caminhando pela trilha abandonada".
Pastor Fios
trad. Dr. Ivo von Wangenheim.
149
Hoher Besuch am Bugerbach
/. /. von Tschudi in Santa Isabel 1861.
„ Bald darauf ankerten wir bei den kleinen Inseln Ratones, neun See-
meilen von Desterro, der Hauptstadt der Provinz Santa Catharina. Da der Pa-
raense wegen eingetretener Ebbe seinen gewöhnlichen Ankerplatz nicht erreichen
konnte, so rief der Commandant durch Signale ein seichter gehendes Kanonen-
boot . . . Es kam bald an und führte mich in 1 Yz Stunden nach Desterro. Ich
stieg im Hotel do Universo, einem grossen von einem Franzosen gehaltenen Gast-
hofe, ab. Die Zimmer sind, für Brasilien wenigstens, ziemlich gut, das Essen
vortrefflich. Am folgenden Tage machte ich dem Präsidenten einen Besuch,
den er mir ein paar Stunden später erwiderte.
Auf meinen Wunsch, sobald als möglich die Colonien Santa Isabel und The-
resopolis zu besuchen, verschaffte mir Hr. Hackardt (lies Hackradt), einer der
ersten Kaufleute von Desterro und schweizerischer Consul, die nöthigen Thiere
und Begleitung. Es befand sich nämlich gerade ein gewisser Philipp Scheitz (lies
Scheidt), der angesehenste Colonist von Santa Isabel, in der Hauptstadt und
beabsichtigte ebenfalls, den nächsten Tag nach der Colonie zurückzukehren. Mit
grösster Bereitwilligkeit bot er sich mir zum Begleiter an und versprach mir,
für ein gutes Thier zu sorgen. Am folgenden Morgen um 7 Uhr holte er mich ab.
Wir ritten bis zur Fortaleza, einem unbedeutenden Festungswerke in der Nähe
der Stadt, auf dem westlichsten Punkte der Insel. Längs ihres Fusses erstreckt sich
der Friedhof. Ringsherum liegen haufenweise alte Kanonenkugeln und einige un-
brauchbare schwere Geschütze. Der Kanal ist hier nur 175 Klafter breit; es
wird daher diese Stelle am häufigsten benutzt, um auf das gegenüberliegende
Festland überzusetzen. Die Thiere wurden auf einem Flosse hinübergeführt, wir
folgten in einem Canot. Vom Landungsplatze führt ein guter Weg nach der
eine Legoa entfernten Cidade de São José, wo wir bei einem Deutschen in
der Praia Comprida abstiegen, um zu früstücken und unsere Thiere zu füttern.
Die Praia Comprida ist das Handels- und Stapelquartier der sonst ziemlich unbe-
deutenden Ortschaft, und hauptsächlich von deutschen ehemaligen Colonisten
bewohnt. "^l
Um 1 1 Uhr setzten wir unsere Reise fort. Die Strasse ist anfangs sandig,
dann aber ziemlich gut bis zum Kirchspiel Santo Amaro, 3 3/4 Legoas von São
José und der noch 3/4 Legoas entfernten grossen Fazenda des Hrn. João Pereira
d'Andrada. Der Besitzer pflanzt auf seinen ausgedehnten Ländereien Kaffee, Zu-
ckerrhor und Mandioca. Von hier an wird der Weg immer schlechter, durch
endlose Kothtreppen führt er zuerst über einen ziemlich hohen Berg, Morro de
Na. Senhora, nach Vargem Grande an den Rio Cubatão hinunter, dann immer
bergauf, bergab, bald näher, bald ferner vom Flusse, streckenweise ungangbar.
Und das war die neue Strasse!
Da wo der Rio dos Bugres von Norden sich mit dem Rio Cubatão vereint,
verliessen wir das Hauptthal des Cubatão und folgten nun dem Rio dos Bugres,
den wir 13mal durchritten, und erreichten nachts um 9 Uhr in einer wahrhaft
ägyptischen Finsterniss und bei einem schon seit Stunden andauernden heftigen
Regen die Wohnung meines Begleiters Scheitz, wo uns ein einfaches, aber kräf-
tiges Nachtessen bald die Unannehmlichkeiten des Weges vergessen liess.
HO
Ilustre visitante no Rio dos Bugres
/. /. von Tschndi em Santa Isabel em 1861.
„ . Logo em seguida ancoramos ao largo das pequenas ilhas de Ratones,
a nove milhas marítimas de Desterro, a capital da província de Santa Catarina.
Como a Paraense não pudesse alcançar seu ancoradouro costumeiro devido à maré
baixa, o comandante chamou por sinais uma canhoneira de menor calado .
Chegou logo em seguida, e conduziu-me em hora meia ao Desterro. Parei no
Hotel do Universo, um grande estabelecimento pertencente a vim francês. Os
quartos são — para o Brasil — bastante bons e a comida é excelente. No dia
seguinte fiz uma visita ao Presidente, que me foi revidada algumas horas depois.
A meu pedido de possibilitar-me quanto antes uma visita nas colónias Santa
Isabel e Teresópolis, o sr. Hackradt, um dos primeiros negociantes de Desterro
e cônsul da Suíça, conseguiu-me os animais necessários. Aconteceu estar na ca-
pital o mais acatado dos colonos de Santa Isabel, Philipp Scheidt, que também
tencionava voltar no dia seguinte. Com a maior boa vontade êle se ofereceu para
acompanhar-me e prometeu-me arranjar um bom cavalo. No dia seguinte às 7
horas êle foi-me buscar. Cavalgamos até a Fortaleza, uma fortificação de so-
menos importância nas proximidades da capital, ao extremo oeste da ilha. Ao
seu pé se estende o cemitério, e em redor encontram-se muitas balas de canhão
e algumas peças velhas, e estragadas. O canal aqui tem apenas 175 braças de
largura; e por isto é com freqiiência usado como passagem para o continente.
Os animais foram transportados numa balsa, seguindo nós numa canoa. Do
cais, uma boa estrada de uma légua leva até a cidade de São José, onde des-
montamos na casa de um alemão em Praia Comprida para almoçar e tratar dos
animais. Praia Comprida é o centro de comérico e armazenagem deste lugar sem
importância, e habitado na maioria por colonos alemães antigos.
As 1 1 horas seguimos nossa viagem. A estrada é no princípio arenosa, de-
pois porém relativamente boa até Santo Amaro, 3 3/4 léguas de São José e
3/4 léguas de distância da grande fazenda do sr. João Pereira de Andrada.
O mesmo planta em suas extensas terras café, cana-de-açúcar e mandioca. Daqui
em diante o caminho piora sempre; por lamaçais sem fim passa sôbre um morro
bastante alto, o Morro de Nossa Senhora, descrevendo agora a Vargem Grande
do Rio Cubatão, depois sempre morro acima, morro abaixo, às vêzes próximo,
às vêzes longe do rio, por trechos quase impassáveis. E isto era a estrada nova! . .
Lá onde o Rio dos Bugres vem do norte e se une ao Cubatão, abandonamos
o vale principal do Cubatão e seguimos ao Rio dos Bugres, o qual atravessamos
13 vêzes, alcançando às 9 horas da noite numa escuridão de breu e sob uma
chuva torrencial que já durava horas, a casa do companheiro Scheidt. Logo,
porém um simples mas forte jantar, nos fêz esquecer os aborrecimentos da
viagem.
A colónia de Santa Isabel foi fundada em 1847 por cêrca de 150 alemães,
que receberam perto da projetada estrada de Lages, no Rio dos Bugres e nos seus
arredores, lotes de terreno numa extensão de 3.900 braças. Depois de ter rece-
bido suas parcelas, foram abandonados à própria sorte, sòzinhos naquela zona
de florestas inabitadas, e ficaram em pouco tempo na pior situação. Felizmente
acharam algum auxílio nos colonos que habitavam pouco adiante, na Vargem
151
Die Colonie Santa Isabel wurde im Jahre 1847 mit circa 15 0 Deutschen
gegründet und ihnen am Rio dos Bugres entweder dicht an der projectirten La-
gesstrasse oder doch nur in kurzer Entfernung davon Landlose in einer Längen-
ausdehnung von 3900 Brazas angewiesen. Nachdem sie ihre Parcellen erhalten
hatten, wurden sie sich selbst überlassen und kamen, allein in der unbewohnten
waldigen Gegend, bald in die grösste Noth. Glücklicherweise fanden sie bei den
einige Légoas weiter ostwärts in Vargem Grande am Rio Cubatão schon seit
einer Reihe von Jahren angesiedelten Colonisten einige Hülfe, bis die kaiserliche
Regierung sich entschloss, ihnen mehrere Monate lang eine Unterstützung von
160 Reis pr. Kopf und Tag zu gewähren, selbst bei den damaligen sehr nie-
drigen Lebensmittelpreisen kaum ausreichend, sie kärglich zu ernähren und vor
dem grössten Hunger zu schützen. Einen Direktor hatte die Ansiedlung nie.
Die Colonisten kämpften die ersten Jahre mit unsäglichen Schwierigkeiten und
manche wurden gänzlich entmuthigt; da sie aber grösstentheils fleissige und
arbeitsgewohnte Leute und für ihr Fortkommen auf sich selbst angewiesen wa-
ren, so rafften sie sich zusammen und gelangten nach wenigen Jahren schon
so weit, dass sie einiges von ihren Ackererzeugnissen nach Desterro auf den Markt
bringen konnten. Bei den Arbeiten an der Strasse, die von São José nach der
ziemlich bedeutenden Binnenstadt Lages führt, fanden sie einen zeitweise beträcht-
lichen Nebenverdienst. Von S. José liegt die Colonie 9 Légoas, von Lages 23 Légoas
entfernt.
Nachdem die Leute einmal die ersten Schwierigkeiten überwunden hatten,
war es ihnen ein Leichtes, ihre Lage mehr und mehr zu verbessern, und gegen-
wärtig kann dieselbe eine durchaus günstige genannt werden. Sie sind zufrieden
und glücklich. Blutarm angekommen, haben sie heute eigen Haus und Hof,
Vieh, schöne Pflanzungen und sichere Absatzwege für ihre Producte. Manche
von ihnen sind zu einem nennenswerthen Wohlstande gelangt und würden ihr
Heimwesen für 15-20.000 Milreis nicht hergeben. Mein Hauswirth, Johann Philipp
Scheitz aus Münsterappel bei Kreuznach in Baiern, unternehmender als die übri-
gen, besass bei meiner Anwesenheit 45 Maulthiere und mehrere Pferde, mit denen
er im verflossenen Jahre an 4.000 Milreis Fracht verdient hatte.
Ein grosser Übelstand dieser Colonie ist jedoch der, dass die Ansiedler bis
1861 ihre Besitztitel von Seite der Regierung noch nicht erhalten hatten, dass
sogar ihre Grundstücke noch nicht einmal genau vermessen waren. Manche
hatten 100 Brazas Front bei 1200 Brazas Tiefe, andere 120-200 Brazas Front
bei unbestimmter Tiefe. Einer der Colonisten z. B., der im Glauben lebte, seine Be-
sitzung habe die ihm versprochene Tiefe von 1000 Brazas, sah sich bitter ge-
täuscht, denn bei einer neuen Vermessung stellte es sich heraus, dass sie nur
396 Brazas betrug. Natürlich muss eine solche Unsicherheit des Besitzes mit
der Zeit den Gegenstand der unangenehmsten Verwickelungen und Streitigkeiten
abgeben. Die Besitzverhältnisse aller Ansiedlungen vollkommen zu regeln, ist für
die Regierung eine ebenso wichtige Aufgabe, als neue Colonien anzulegen.
Im Jahre 1861 zählte diese Colonie 284 Bewohner, die 57 Familien bildeten;
bis auf einige brasilianische und eine mit einem Deutschen verheirathete Brasiliane-
rin alles Deutsche und meistens Protestanten. Im Jahre 1860 vergrösserte die kai-
serliche Regierung die Colonie, indem sie etwa eine Légoa nördlich davon entfernt
an 33 Familien, 127 Personen im ganzen, bis auf eine frühere Parceriecolonisten der
Provinz Rio de Janeiro, Landlose vertheilte, aber auch diese nicht ordentUch ver-
152
Grande do Rio Cubatão já há algum tempo, até que o governo imperial se
decidisse a conceder-lhes o auxílio de 160 reis por cabeça e por dia; o qual con-
tudo mesmo naquela época de géneros alimentícios baratos mal dava para sal-
var-se da fome. Um diretor a colónia nunca teve. Os colonos lutaram nos
primeiros anos com enormes dificuldades e alguns ficaram completamente desen-
corajados; a maioria porém, homens diligentes e acostumados ao trabalho, sabendo
que dependiam de si mesmos para avançar, batalharam com energia e em poucos
anos já conseguiam vender alguns de seus produtos de lavoura nos mercados
de Desterro. Também os trabalhos na estrada forneceram-lhes uma fonte auxiliar
de renda. De São José, a colónia fica a 9 légoas, e de Lages à 23.
Depois que os colonos venceram as primeiras dificuldades, não foi difícil
melhorar mais e mais a situação, e atualmente a mesma pode ser classificada
de altamente favorável. Êles estão felizes e contentes. Chegados aqui com nada,
possuem hoje casas e terrenos, gado e plantações, e mercados seguros para seus
produtos. Alguns chegaram a uma ótima condição financeira, e não venderiam
suas terras por 15 a 20.000 milreis. Meu hospedeiro, Johann Philipp Scheidt, de
Muensterappel bei Kreuznach em Rheinbayern, mais empreendedor que os de-
mais, possuía quando o visitei, 45 mulas e alguns cavalos, com os quais êle
ganhou mais do que 4.000 milreis de frete no ano passado.
Uma infelicidade desta colónia contudo, é que até 1861 os habitantes ainda
não haviam recebido as escrituras do governo, assim que nem suas terras haviam
sido medidas. Alguns tinham 100 braças de frente por 1.200 de fundo, outros
120 a 200 de frente por um fundo desconhecido. Um dos colonos por exemplo,
na crença de que suas terras tinham o tamanho prometido de 1.000 braças de
fundo, teve a amarga decepção quando foi constatado que tinha só 396. Natu-
ralmente numa situação destas não passa muito tempo sem que se dêem com-
plicações e malentendidos. Regular a situação das escrituras das colónias, é tão
importante para o governo como fundar novas colónias.
No ano de 1861 a colónia contava com 284 habitantes, constantes de 57
famílias; com excepção de uma família brasileira, e uma brasileira casada com
um alemão, todos alemães e na maioria protestantes. No ano de 1860 o governo
imperial aumentou a colónia, entregando lotes à uma légua ao norte, a 33 famí-
lias com 127 pessoas, todos outrora colonos de parceria da província do Rio
de Janeiro. Êstes lotes contudo também não foram medidos exatamente. No
dia seguinte visitei esta colónia. O caminho para lá, passando sóbre um morro
bastante inclinado, estava num estado indescritível; já tinham porém sido co-
meçadas as obras de um atalho plano. Aos colonos garantia-se até a primeira
colheita subsídios monetários e percentagem nas obras da estrada. Achei estas
gentes assaz contentes. Se fóssem recém-chegados da Europa, sem dúvida que
haveria muitas queixas; êstes colonos porém, já estavam acostumados aos tra-
balhos de campo no Brasil, devido a sua situação anterior de parceria, e viam
agora no exemplo de seus vizinhos que trabalho e abnegação podem conseguir.
Esta convicção também os ajudou a transpor as primeiras dificuldades e os anos
magros. E estavam satisfeitos por terem conseguido a sua meta — serem os
donos de suas terras.
O chão nas duas colónias, se bem que montanhoso, é muito fértil. Café e
cana-de-açúcar não crescem mais; contudo arroz, milho, mandioca, batatas e
feijão fornecem ótimas colheitas. As condições do terreno da colónia melhoram
155
messen liess. Ich besuchte den folgenden Tag diese Niederlassung. Der Weg
dahin über einen sehr steilen Berg war unbeschreiblich schlecht; es wurde aber
schon an einem neuen, ebenern und kürzern gearbeitet. Den Colonisten waren
bis zur ersten Ernte theils Geldsubsidien, theils Verdienst an den Strassenarbeiten
zugesichert. Ich fand diese Leute durchaus zufrieden. Wären sie Neunnkömm-
linge aus Europa gewesen, so hätte ich wol der Klagen unzählige gehört. Diese
Colonisten waren durch ihr früheres Parcerieverhältniss schon seit Jahren an die
Feldarbeiten Brasiliens gewöhnt und sahen nun an dem Beispiele ihrer wohlha-
benden Nachbarn, dass Fleiss und Ausdauer sich mit der Zeit reichlich lohnen
werde. Diese Überzeugung wird sie auch glücklich über die ersten Jahre von
Entbehrungen und Schwierigkeiten hinüberführen. Sie waren sehr zufrieden, vor-
erst ihr langersehntes Ziel, freie Grundbesitzer zu werden, erreicht zu haben.
Der Boden in beiden Colonien ist, obgleich gebirgig, doch sehr fruchtbar.
Kaffee und Zuckerrohr wollen hier nicht mehr gedeihen, Reis, Mais, Mandioca,
Kartoffeln, Bohnen u. s. f. liefern hingegen ausgezeichnete Ernten. Die Terrain-
verhältnisse der neuen Colonie sollen, je weiter sie vordringt, günstiger werden,
da sich das Thal mehr verflacht und erweitert. Das Klima ist vortrefflich und
den Deutschen sehr zuträglich.
Als Director der neuen Colonie stellte sich mir Hr. Joaquim José de Souza
Corcoroca vor. Ich hatte ihn schon drei Jahre früher als Steuermann, piloto, an
Bord eines brasilianischen Dampfers kennen gelernt. Durch besondere Protection
des Präsidenten der Provinz erhielt er diese Stelle, um die er von seinen frühern
Kameraden sehr beneidet wurde. Einige Tage später, auf der Weiterreise von
Santa Catharina nach Rio Grande, bat mich auch einer von ihnen dringendst
um meine Verwendung beim Präsidenten zur Erlangung einer ähnlichen Stelle. Der
Umstand, dass der Director Corcoroca nicht deutsch verstand, trat dem Ver-
kehr zwischen ihm und den Colonisten nicht wesentlich hindernd entgegen, denn
letztere sprachen alle mehr oder weniger portugiesisch. Sie hatten über ihren
Vorgesetzten keine Klagen.
Der Rückweg von der neuen Colonie zu Scheitz Wohnung war ein fast
halsbrecherisches Unternehmen. Ein mit aller Gewalt losgebrochenes Gewitter
hatte in wenigen Minuten den Weg beinahe ungangbar gemacht und den zähen
Lehmboden durch und durch aufgeweicht. Beim Hinunterreiten des sehr steilen
Berges konnten daher die Thiere keinen festen Halt für die Hufe gewinnen
und rutschten, fast sitzend, mit schwindelnder Schnelligkeit die Lehne hinunter.
Bei solchen Rutschpartien ist immer zu befürchten, dass das Thier in einer Wur-
zel hängen bleibt, zusammenstürzt und Ross und Reiter den Hals brechen.
Sowol die alten wie die neuen Colonisten beklagten sich bitter, dass die
Regierung bisher noch nicht das Geringste für Kirche und Schulen gethan habe.
Die Katholiken hatten im Hauptthale schon vor längerer 2^it eine Kapelle ge-
baut, in der der Pfarrer von Sto. Amaro hin und wieder einmal eine Messe las. Die
Protestanten hingegen entbehrten bis 1860 eines jeden Gottesdienstes. In diesem
Jahre beschloss Scheitz, ein Bethaus zu errichten, und baute in der That ein den
Bedürfnissen des Orts vor der Hand genügendes Kirchlein, dass circa 200 Per-
sonen fassen kann. Nachdem es vollendet war, eröffneten die Colonisten eine
Subscription, um Scheitz seine Auslagen zu decken und das Gebäude, das, alles
berechnet, circa 15 00 Milreis kostete, für die Gemeinde zu erwerben. Pastor
Hesse von Blumenau hielt dort ein paarmal Gottesdienst. Sonntags versammelte
154
à medida que ela se estende, pois o vale se alarga e achata. O clima é ótimo e
bem suportado pelos alemães.
Como diretor da colónia, apresentou-se o sr. Joaquim José de Souza Cor-
coroca. Eu já havia travado seu conhecimento três anos antes como piloto num
vapor brasileiro. Conseguira o novo posto por especial proteção do presidente
da província, peio qual era invejado pelos antigos colegas. Alguns dias mais
tarde, quando continuei a minha viagem de Santa Catarina para o Rio Grande,
um deles pediu muito a minha indicação junto ao presidente para uma colocação
semelhante. O fato de que o diretor Corcoroca não entendia o alemão, não
impedia em absoluto o seu contato com os colonos, pois estes falavam todos
mais ou menos o português. Também êles não tinham queixas sobre seu superior.
O caminho de volta da nova colónia até a casa de Scheidt, foi um empreen-
dimento difícil. Uma trovoada repentina havia em poucos minutos tornado quase
intransitável o caminho, transformando tudo em um lamaçal. Na ladeira do
morro, os animais não tinham apoio seguro para as patas, e escorregavam quase
sentados com velocidade estonteante a ladeira a baixo. O perigoso numa escorre-
gadela destas é que o animal tropeçando numa raiz, caia sóbre o cavaleiro, que-
brando o próprio pescoço e o dêste.
Tanto velhos colonos como novos, queixavam-se amargamente que o go-
vêrno nada havia feito por igrejas e escolas. Os católicos já há tempo haviam
construído uma capela no vale principal, onde o padre de Santo Amaro de vez
em quando rezava missa. Os protestantes contudo, até 1860 careciam de cultos.
Então Scheidt resolveu construir uma igreja neste ano; e de fato, construiu uma
capelinha com capacidade para 200 pessoas, que cobria as necessidades do lugar.
Depois que estava pronta, os colonos abriram uma subscrição para cobrir as des-
pesas de Scheidt e adquirir o edifício — que havia custado, tudo incluído,
1.500 reis — para a Comunidade. O Pastor Hesse, de Blumenau, lá rezava cultos
às vezes. Aos domingos se reunia a comunidade para cantos e orações após o
que, um dos colonos — um marceneiro — lia uma prédica. Enquanto estive
na colónia, um quaker viajante de passagem por ali, pediu licença para realizar
um culto à tarde. Foi-lhe concedida a licença e o templo estava cheio, os ou-
vintes atentos, porém ninguém entendeu uma sílaba siquer; o bom do homem
era holandês e sabia da língua alemã só um pouco.
Todos os colonos pediram-me muito que fizesse o possível para conseguir
que o govêrno lhes enviasse um pastor e um professor. Quanto ao último, falei
com o presidente, que me assegurou que logo encontrasse pessoa adequada, enviá-la
às custas do govêrno e sustentá-la até que o govêrno provincial regularizasse
definitivamente a situação. Com respeito ao pastor, apenas no Rio de Janeiro
pude encaminhar o caso. O ministro da Agricultura mostrou-se pronto imedia-
tamente à preencher esta necessidade urgente, e pediu-me para mandar buscar um
sacerdote para esta colónia. E assim, ainda antes que passasse um ano, a colónia
de Santa Isabel possuía um abnegado pastor enviado pela Missão de Basiléia.
A presença de um sacerdote protestante tornava-se muito necessária nesta
colónia, ainda mais após o incidente que veio a sacudi-la de sua inércia. Um
certo Jost Heinz queria casar com a filha de Ph. Bauer — ambos protestantes —
e foi, na carência de pastor protestante, consultar o pároco de Santo Amaro,
que porém estipulou tantas condições, que nem os noivos nem os pais se interes-
saram. Dali foram tentar a sorte em São José. O padre de lá realmente reali-
155
sich die Gemeinde zu Gesang und Gebet, worauf einer der Colonisten, ein Tisch-
ler, eine Predigt vorlas. Als ich auf der Colonie war, traf ein herumreisender
Quäker ein, der um die Erlaubniss nachsuchte, nachmittags Gottesdienst abhalten
zu dürfen. Es wurde ihm gestattet; das Bethaus war voll andächtiger Zuhörer,
aber kein einziger verstand eine Silbe, denn der gute Mann, ein Holländer, sprach
nur ein sehr gebrochenes Deutsch.
Alle Colonisten baten mich flehentlich, mein Möglichstes zu thun, damit
ihnen die Regierung einen Geistlichen und einen Schullehrer bewillige. Hinsichtlich
des letzteren nahm ich dem Präsidenten Rücksprache, der mir auch zusagte,
sobald er eine passende Persönlichkeit finde, dieselbe unverzüglich in dieser Eigen-
schaft anzustellen und so lange auf allgemeine Regierungskosten besolden zu
wollen, bis die Provinzialregierung dessen Stellung definitiv regle. Wegen eines
Geistlichen konnte ich erst in Rio de Janeiro die nöthigen Schritte thun. Der
Agriculturminister zeigte sich sogleich bereit, diesem dringenden Bedürfnisse abzu-
helfen und bat mich auch, für diese Colonie einen Seelsorger kommen zu lassen.
Ehe ein Jahr verfloss, besass die Gemeinde Santa Isabel einen wackern, von der
baseler Missionsgesellschaft dorthin gesandten Geistlichen ..."
Johann Jakob von Tschudi, Reisen durch Südamerika, Bnd III,
Leipzig 1867, S. 402 ff.
156
zou a cerimónia, porém teria — segundo testemunhas dignas de crédito —
batizado também os nubentes no católico, sem o conhecimento e permissão des-
tes. As testemunhas declararam que o padre havia mandado os noivos abaixar
a cabeça após a cerimónia, e murmurando uma fórmula havia-os aspergido com
água benta. Ninguém havia entendido as palavras, ditas em latim, mas todos
tinham a firma convicção de que o padre os havia batizado, o que foi, ao que
parece confirmado por algumas testemunhas brasileiras presentes. Na investigação
realizada posteriormente por minha incitação na Córte Imperial, o padre declarou
que nem pensava em batizar o casal. . .
Na estrada para Lages o tráfego é bastante intenso; é por ali que os mo-
radores do planalto levam seus produtos à costa. Mate, queijo e gado para o
matadouro. A estrada porém não é muito boa, e intransitável depois de uma chuva
de vários dias. Depois de visitar ainda a desleixada capela católica e a casa do
diretor ainda em construção, deixei Santa Isabel acompanhado por Corcoroca, para
visitar a vizinha colónia de Teresópolis . . "
Johann Jakob von Tschtidi, „Reisen durch Südamerika" (Viagens
pela América do Sul), vol. III, Leipzig 1867, p. 402 sq.
trad. Dr. Ivo von Wangenheim.
157
Wer war Johann Jakob
von Tschudi?
Immer wieder durfte unsere Evangelische Kirche in Brasilien erleben, dass
Männer auftraten, die sich in besonderer Weise für sie einsetzten und ihr freu-
dig mit Wort und Tat zur Seite standen. Zu diesen Persönlichkeiten gehört von
Tschudi. Wir wissen, wie schnell das Vergessen sich breit macht, wie über der
täglichen Arbeit die Verdienste von einst dahinschwinden. Auch Tschudi's Na-
me ist nach unserer Erfahrung nicht mehr so bekannt, wie er es sein müsste.
Mögen diese Zeilen dazu beitragen, die Achtung und dankbare Verehrung neu
zu beleben, die Johann Jakob von Tschudi gebühren.
In den Lexica lesen wir aus seinem Leben. Es war ein Schweizer, von
Beruf Diplomat und nach Neigung Naturforscher, ein wohlgeachteter Gelehrter;
geboren 1818, gestorben 18 89. Vor uns liegt sein bekanntestes Werk, seine
„Reisen durch Südamerika" in 5 Bänden, die einst 1866/69 bei Brockhaus in
Leipzig erschienen und heute, selten geworden, von den Kennern gesucht werden.
Hier berichtet er eingehend von seinen Reisen, besonders in Brasilien, in den
Jahren 1857 bis 1861. Für uns ist es von Bedeutung, dass von Tschudi nicht
nur als Naturforscher seines Weges zog, sondern sich der neugesiedelten, euro-
päischen Kolonisten annahm und sie an ihren Wohnorten aufsuchte. So sah er
die damals heiss umstrittene Mucuri-Siedlung, das heutige Teófilo Otoni in Mi-
nas, weiter die Kolonien Santa Leopoldina und Santa Isabela in Espírito Santo,
die viel diskutierten Parcerie-Kolonien im Staate São Paulo, auch Rio Grande
do Sul und, was uns des Näheren angeht, Santa Catarina.
Als von Tschudi 1861 auf Reisen ging, tat er es nicht als Privatmann,
sondern in seiner Eigenschaft als „ausserordentlicher Gesandter der schweizerischen
Eidgenossenschaft am Hofe Sr. Maj. des Kaisers Dom Pedro II." Von den Reiseplä-
nen unterrichtet, stellte der Marineminister mit grösster Zuvorkommenheit einen
Kriegsdampfer mit über 100 Mann Besatzung zur Verfügung. Mancher Kolonist,
der hinten im Walde noch armselig auf seiner neu gebrannten Pflanzstätte lebte,
würde sich über den grosszügigen Apparat, den die kaiserliche Regierung seinet-
wegen aufzog, recht gewundert haben. Doch lassen wir von Tschudi selber
erzählen:
„Von meiner Absicht, die Colonien der Provinz Santa Catharina zu besuchen,
unterrichtet, stellte mir der damalige Marineminister Hr. Conselheiro Francisco
Xavier Paes Barreto mit grösster Zuvorkommenheit einen Kriegsdampfer zur
Verfügung. Auf seine Mitteilung, dass für den 6. Februar nachmittags um 4
Uhr die „Paraense" zur Abreise bereit sein werde, begab ich mich zur bestimmten
Stunde in des Marinearsenal, wo mich der Minister des Äussern Hr. Cansanção
de Sinimbú, der Admirai Hr. Joaquim Marquez Lisboa, Baron v. Tamandaré
und der Inspector des Arsenals, Geschwarderchef Hr. Diego Ignacio Tavares, emp-
fingen und bis zur Einschiffungstreppe begleiteten. Unmittelber nach meiner
Ankunft an Bord und dem übhchen Empfangsceremoniell wurde der Befehl ge-
geben, die Anker zu lichten, und eine halbe Stunde später dampften wir bei
der Festung Santa Cruz vorüber. Die Kriegscorvette ,, Paraense" war mit einem
15S
Quem foi Johann Jakob
von Tschudi?
No decorrer dos anos, na nossa Igreja Evangélica no Brasil sempre de novo
apareciam homens que de maneira impressionante se interessavam por ela e pro-
vavam a sua convicção por atos e ações À estas personalidades pertence von
Tschudi. É sabido quão depressa o esquecimento avança, como a rotina diária
faz esquecer os méritos do passado. Também o nome de Tschudi, pelo que po-
demos verificar, não tem a popularidade e difusão que merece. Que estas poucas
linhas contribuam para reviver o respeito e a grata veneração que merece Johann
Jakob von Tschudi.
Os léxicos nos esclarecem sobre sua vida. Foi um suiço, diplomata de pro-
fissão, mas naturalista apaixonado, cientista de renome; nasceu em 1818, faleceu
em 1889. Temos na nossa frente a sua obra mais conhecida: ,, Reisen durch Sued-
amerika" (Viagens pela América do Sul) em 5 volumes, editada em 1866/69
por Brockhaus em Leipzig, que hoje, rara, é muito procurada por conhecedores.
Ali êle conta sôbre suas viagens, especialmente pelo Brasil entre os anos 18 57 até
1861. Para nós é importante saber que von Tschudi não viajou somente como
explorador, mas visitou as novas colónias européias, interessando-se profunda-
mente pelos seus problemas. Assim visitou a litigiosa colónia de Mucurí, Teófilo
Otoni de hoje, em Minas, mais as colónias Santa Leopoldina e Santa Isabel no
Espírito Santo e as discutidas colónias de parceria no estado de São Paulo e tam-
bém o Rio Grande do Sul. De maior interesse para nós, contudo, são suas viagens
pelas colónias catarinenses.
Quando Tschudi começou a viagem em 1861, não o fez em cará ter parti-
cular mas na qualidade de „enviado especial da Confederação Suiça junto à
corte de Sua Majestade o Imperador D. Pedro 11". Conhecendo os seus planos,
o ministro da guerra, com a maior gentileza colocou-lhe à disposição um vaso
de guera com mais de 100 homens de tripulação. Muito colono, na sua roça
ainda quente da queimada ficaria espantado se soubesse do aparato que o governo
imperial mobilizava por sua causa. Porém deixemos que o próprio Tschudi
relate:
„Sabedor de minha intenção de visitar as colónias do estado de Santa Ca-
tarina, o ministro da guerra de então, sr. conselheiro Francisco Xavier Paes Bar-
reto com a maior amabilidade colocou à minha disposição um navio de guerra.
Avisado de que na tarde do dia 6 de fevereiro às 4 horas a „Paraense" estaria
pronta para a partida, dirigi-me ao arsenal na hora marcada, onde foi recebido
pelos senhores ministro do exterior. Cansanção de Sinimbu, almirante Joaquim
Marques Lisboa, Barão de Tamandaré e o inspetor do arsenal, chefe de esquadra
Diego Ignacio Tavares, os quais me acompanharam até o navio. Logo após mi-
nha chegada à bordo, e depois de preenchidas as honras de recepção, foi dada a
ordem de levantar ferros. Meia hora depois passávamos pela fortaleza de Santa
Cruz. A corveta "Paraense" estava armada com uma bóca de fogo de 68 e
uma de 32 libras; tinha uma máquina de 220 cavalos-vapor, e estava — em tem-
pos de paz — com 124 tripulantes. À todos caracterizava gentileza e amabili-
159
6S- und einem 32- Pfünder armiert; sie hat eine Maschine von 220 Pferdekraft
und zählt, im Friedensfuss, 124 Mann an Bord. Alle zeichneten sich durch
liebenswürdige Zuvorkommenheit aus, trotzdem ihnen durch meine Reise die
Carnevalffreuden der Hauptstadt verdorben und die Aussicht auf eine höchst
langweilige, längere Station auf der Rhede von Santa Catharina eröffnet wurde.
Von dem wackeren Commandanten der „Paraense", dem Kapitänlieutenant, Ca-
pitão tenente, Hrn. Delphim Carlos de Carvalho, hatte ich schon früher sehr
viel Lobenswertes gehört und es wurde mir besonders seine Energie, sein Mut
und seine rastlose Tätigkeit bei Unterdrückung des Sklavenhandels hervorgeho-
ben . . "
So begann die Reise und erreichte als erste Ziel den Hafen von São Fran-
cisco. Ausführlich, auf 24 Seiten, erzählt von Tschudi von seinem Besuch in
Joinvile und auf der Kolonie Dona Francisca. „Es war Sonntag; das Städtchen
hatte ein freundliches, festliches Aussehen. Die reinlich gekleideten, blondhaari-
gen auf der Strasse spielenden Kinder machten besonders auf meine brasiliani-
schen Begleiter einen grossen Eindruck . . Joinville zählte 129 meist leicht ge-
baute Häusser . . eine protestantische und eine katholische Kirche waren im
Bau begriffen. Den kirchlichen Bedürfnissen ist vorderhand durch einen pro-
testantischen und einen katholischen Geistlichen, beide Deutsche, genügt . .
Religiöse Zwistigkeiten hatten auch auf Dona Francisca eine Zeit lang Wurzel
gefasst und, vielseitig genährt, die innere Ruhe der Colonie zu beeinträchtigen
gedroht. Glücklicherweise und zur Ehre für beide Teile dauerten sie nicht lan-
ge. . . Die Bevölkerung von Dona Francisca belief sich 1860 auf 28 8 5 Seelen.
Von diesen Einwohnern waren 2403 Protestanten und 482 Katholiken. . in
der Colonie befanden sich im ganzen 690 Feuerstellen. . . Dona Francisca hat mir
vom ersten Tage an einen günstigen Eindruck gemacht und ich habe ihn auch
ungeschwächt beibehalten".
Weiter ging die Fahrt zur Barre des Rio Itajai, um die Kolonie Blumenau
zu besichttigen. „Wieder war Sonntag; alles bummelte, Deutsche und Brasilia-
ner, und keiner wollte seine behäbige sonntägliche Ruhe durch Canotarbeit stö-
ren . . . Den Bemühungen Hrn. Gärtner's, der an der Barre des kleinen Flusses
als Kaufmann etabliert ist, gelang es endlich, mir im Laufe des Tages ein Fahr-
zeug mit der nötigen Bemannung zu verschaffen". Ausführlich wird vom Dr.
Blumenau und seinem Werke berichtet. „Bei Übergabe der Colonie an die kai-
serliche Regierung, 18 59, konnte Dr. Blumenau mit ruhigem Selbstbewusstsein
streng erfüllter Pflicht auf seine Schöpfung blicken. Der Census von 1864
weist folgende Daten aus: Gesamtbevölkerung 2471 Individuen; Katholiken 412,
Protestanten 2059 . . . Die Colonie Blumenau besitzt seit mehreren Jahren an Hrn.
Pastor Hesse einen tüchtigen Geistlichen und vortrefflichen Kanzelredner. Der
Gottesdienst wurde bei meiner Anwesenheit, sowie die Schule provisorisch in
einem Saale des Aufnahmehauses abgehalten. Die Sonntagspredigt war zahlreich
besucht. Im Schlussgebete wird des Gründers der Colonie ehrend erwähnt und
die Anwesenden können wahrlich aus ganzem Herzen in dieses Gebet mit ein-
stimmen. Hr. Pastor Hesse hatte eine Privatschule errichtet, in der er Geographie,
Geschichte, Mathematik, Latein und Französisch unterrichtet , Der Zukunft
der Colonie Blumenau lässt sich mit Fug und Recht ein sehr günstiges Progno-
stiken stellen".
Wir können von Tschudi nicht auf seiner ganzen Reise begleiten. Er kam
160
Historische Dokumente sind häufig gefährdet, sei es
durch Gleichgültigkeit, sei es durch Schicksalsschläge.
Hier die Reste der „Kaiserin-Bibel" von Florianópolis, wie
sie nach einer Brandstiftung gerettet wurden. Die restau-
rierte Bibel liegt loieder auf dem Altar.
Uma Bíblia histórica.
Die Pfarrer der ..Evangelischen Pastoralkonferenz von Santa Catarina'
am 14. August 1907 in Blumenau. Von links nach rechts: P. Bornfleth —
São Bento. P. Runte — Badenfurt. P. Rudolph — Timhó. P. Schivab — Cri-
ciinna, Propst lic. Braunschiveig, P. Mummeltheij — Blumenau. P. Schultz —
Florianópolis, P. Langbein — Itoupava. P. Lange — Brusque. P. Zluhan —
Santa Isabel. P. von Gehlen — z. Zt. Badenfurt. P. Dr. Aldinger — Hansa-
Ii ummonia.
A conferência pastoral em 1907.
Para a instrução da mocidade.
dade, apesar de que a minha presença lhes havia estragado o carnaval na capital,
obrigando-os à uma longa e tediosa estadia nos fundeadouros de Santa Catarina.
Sobre o comandante da "Paraense" eu já havia ouvido muitas referências elo-
giosas. O capitão-tenente Delphim Carlos de Carvalho salientara-se por sua ener-
gia e bravura no combate à escravatura".
Assim começou a viagem, cujo primeiro pôrto à ser arribado era São Fran-
cisco. Detalhadamente von Tschudi conta a sua visita em Joinvile e na coló-
nia Dona Francisca: „Era domingo; a cidadezinha apresentava-se sorridente c
festiva. Os meus companheiros brasileiros ficaram impressionados com as crianças
louras e limpas que brincavam na rua Por ocasião de minha visita, Joinvile
contava com 129 casas, na maioria de construção leve; muito poucas tinham
cobertura sólida de telhas. As casas estão bem distanciadas uma da outra, de
maneira que a cidade ocupa uma área relativamente grande. Se as ruas largas e
boas estivessem ladeadas de árvores, o aspecto um tanto deserto desapareceria,
cedendo lugar à uma impressão mais alegre e leve. Algumas casas são de sólida
construção de bom gôsto e mobiliados com todo conforto Uma igreja pro-
testante e uma católica estavam sendo construidas. As necessidades religiosas são
supridas por dois sacerdotes, católico e protestante, ambos alemães. Divergências
religiosas haviam criado raizes na colónia Dona Francisca, e ameaçando a calma
interna. Felizmente porém, e para a honra de ambas as partes, não duraram . . .
A população de Dona Francisca contava em 1860 com 288Í almas. Destes
eram 2403 protestantes e 482 católicos . Na colónia havia ao todo 690 lares
Dona Francisco causou-me logo uma ótima impressão que perdura ainda até
hoje inalterada".
A viagem continuou para a barra do Itajai, para inspecionar a colónia de
Blumenau. „Novamente era domingo; todos passeavam e ninguém queria trocar
seu sossego dominical pelo trabalho de remar. Devo aos esforços do sr. Gaertner,
estabelecido na barra do rio como negociante, o fato de ter arranjado no decorrer do
dia uma canoa com tripulação necessária". Detalhadamente êle fala do Dr. Blume-
nau e de sua obra. „Por ocasião da entrega da colónia ao govêrno imperial em
18 59, o Dr. Blumenau pôde contemplar sua obra com a consciência tranqüila
de quem soube cumprir o seu dever. Êle pode ter cometido um e outro êrro
administrativo involuntário, mas seu esfórço e boa vontade foram tanto altruistas
como abnegados. Que a ciência do fato de que a colónia Blumenau, por êle
fundada e dirigida, é a mais bem organizada e mais florescente colónia do Brasil,
lhe dê paz e tranqüilidade O censo de 1864 produziu os seguintes números:
população total 2.471 individuos; católicos 412, protestantes 2.059. A colónia
Blumenau conta já há alguns anos na pessoa do Pastor Hesse com um abnegado
sacerdote e um ótimo pregador. Tanto a escola como os cultos tinham lugar
provisoriamente no barracão dos emigrantes, enquanto estive lá. O culto domi-
nical foi muito bem visitado. Na oração final fêz-se referência honrosa ao
fundador, e todos os presentes têm razão de acompanhar de pleno coração esta
súplica. Pastor Hesse havia fundado uma escola particular, onde lecionava geo-
grafia, história, matemática, latim e francês Pode-se com tôda a razão fazer
um ótimo prognóstico à colónia de Blumenau".
Não podemos acompanhar Tschudi em tóda a sua viagem. Veio com a
,J?araense" para o Destêrro, hoje Florianópolis, visitou Santa Isabel e Teresópolis
em Santa Catarina e dirigiu-se para o sul, para Rio Grande. O que deve estar
161
mit der , .Paraense" nach Desterro, dem heutigen Florianópolis, besuchte Santa
Isabel und Teresópolis in Santa Catarina und fuhr weiter südlich nach Rio
Grande. Das aber dürfte deutlich geworden sein, dass er wie kaum ein anderer
Diplomat den Kolonisten nachging und sich für sie verantwortlich fühlte. Er
war ein steter Fürsprecher der Ausgewanderten, der alle ihre Sorgen und Nöte
bis ins Kleinste kannte.
Ein Notstand vor allem machte von Tschudi zu schaffen, den überwunden
zu haben sein besonderes Verdienst ist, der Mangel an Pfarrern. Gerade zu seiner
Zeit war die Lage aus verschiedenen Gründen beklemmend. Zunächst war der
Zeitpunkt gekommen, da die erste Pfarrergeneration, die einst mit den Einwan-
derern ins Land kam oder früh berufen wurde, durch Alter und Tod langsam
ausschied. Als zweiter Grund: Von Rio Grande do Sul bis Espirito Santo waren
zahlreiche neue Siedlungen entstanden und warteten auf kirchliche Versorgung.
Drittens, und dieser Grund fiel schwer in die Wagschale: Preussen, die evange-
lische Grossmacht jener Zeit, stand Brasilien zeitweilig mit Zurückhaltung ge-
genüber, wie das von der Heydt' sehe Rescript 18 59 dokumentiert.
In dieser notvollen Lage galt es, nach einer neuen Quelle zu suchen, die
das weite brasilianische Diasporagebiet weiterhin speisen und sein Gedeihen ga-
rantieren konnte. Von Tschudi gedachte einer Missionsgesellschaft, die in seiner
Heimat in der Stadt Basel blühte, und junge Männer, zumeist aus Württemberg
und aus der Schweiz, zu Missionaren ausbildete. Schon lange wirkten ihre Boten
in Afrika, in Indien und in China. Jetzt Hess sich die Basler Missionsgesellschaft
dazu bestimmen, einen Teil ihrer Kräfte nicht in heidnische Länder, sondern
nach Brasilien zu senden. Gesamt sind uns 19 Missionare namentlich bekannt,
die während zweier Jahrzehnte durch Basel ausgesandt wurden.
Vier von ihnen blieben in Brasilien und fanden hier ihre Lebensaufgabe.
Wenn wir in diesem Büchlein auch nicht ausführlich aus ihrem Leben erzählen
können, wollen wir doch ihre Namen und einige Einzelheiten erwähnen.
Da kam im Jahr 1869 der junge Pastor Johann Jakob Zink aus Württem-
berg in den Staat São Paulo. Wie bitter nötig die Arbeit dieses Basler Boten war,
zeigt die verwunderliche Tatsache, dass es im ganzen Staat und auch in der
Hauptstadt selber keine einzige Gemeinde gab. Zink begann seine Tätigkeit als
Reiseprediger, begnügte sich aber nicht damit, hier und dort zu taufen und
zu predigen, sondern drang auf Gründung fester Gemeinden. „Seiner Initiative",
so schreibt ein Chronist, „verdanken die Gemeinden in Campinas, Rio Claro,
Pires-Limeira und andere ihre Entstehung. Bezeichnend für seine Tätigkeit ist
das Bemühen um die Vertiefung wahrer, evangelischer Frömmigkeit im Sinne
der christlichen Gemeinschaft, die keinen Sinn hat für die sog. weltlichen Ver-
gnügungen. So blieb ihm mancherlei Widerstand, Verkennung und Feindschaft
nicht erspart, aber dafür scharte sich um ihn ein Kreis treuer, opferwilliger
Freunde, die fest zu ihm hielten und tapfere Bekenner des Herrn Christus wa-
ren". Im Jahre 1917 starb Zink als Pfarrer von Campinas; das heisst mit anderen
Worten: 48 Jahre Einsatz hier draussen!
Fünf Jahre nach Zink wurde der Pastor Friedrich Mueller, wiederum ein
Schwabe, nach Brasilien gesandt. Auch er Hess sich im Staate São Paulo nieder
und war die längste Zeit seiner Wirksamkeit Pfarrer und Lehrer in Pires-Limeira
und den dazu gehörigen Filialgemeinden. Als er 1918 starb, lagen 44 Jahre
Amtstätigkeit in Brasilien hinter ihm.
162
claro porém, é que Tschudi, como nenhum outro diplomata seguiu os colonos,
sentindo-se responsável por êles. Foi sempre um protetor dos emigrados, co-
nhecendo seus problemas até os mínimos detalhes.
Tschudi se interessou principalmente pela carência de sacerdotes nas colónias.
A melhoria desta triste situação deve-se unicamente a êle. Juntamente na sua
época a situação era por vários motivos, calamitosa. Em primeiro lugar, chegara
o tempo em que os pastores vindo com os emigrantes, eram pela idade ou pela
morte pouco à pouco eliminados. Como segunda razão — muitas colónias novas
haviam sido criadas de Rio Grande até Espirito Santo, e tódas esperavam amparo
cristão. Em terceiro lugar, e esta razão contava muito, a Prússia, a potência
evangélica daquela época, diminuiu as suas relações com o Brasil, como o docu-
menta o Rescrito von der Heydt em 18 59.
Nesta situação penosa, devia-se conseguir uma fonte nova que continuasse
a fornecer às dispersas zonas brasileiras com pastores e assegurar a sua conti-
nuidade. Von Tschudi lembrou-se de uma Sociedade Missionária que florescia
na sua pátria, na cidade de Basiléia, e que formava jovens, principalmente de
Württemberg e da Suíça, em missionários. Já havia muito os seus emissários
trabalhavam na África, na China e na índia. Assim foi que a Sociedade con-
sentiu em enviar uma parte de suas forças ao Brasil, ao invés de à terras pagãs.
Um total de 19 missionários nos são conhecidos que durante dois decénios foram
enviados de Basiléia.
Quatro dêles criaram raízes no pais e encontraram a tarefa de sua vida
no Brasil.
Chegou no ano de 1869 o jovem Pastor Zink de Württemberg em São Paulo.
A amarga necessidade deste enviado aqui mostra o fato de que nem no estado
nem na cidade havia uma única comunidade. Zink começou sua atividade co-
mo pregador itinerante, não se contentando em batizar ou abençoar um ma-
trimónio aqui e ali, mas sempre insistindo na necessidade de fundar comunidades
regulares. ,,À sua iniciativa", assim escreve um cronista, „devemos as comunida-
des de Campinas, Pires-Limeira, Rio Claro e outras. Característica de sua ati-
vidade é o seu esfórço para aprofundar a fé verdadeira que não acha sentido nas
assim chamadas, alegrias pagãs. Não é de admirar que tenha encontrado resis-
tência, mesmo inimizade e incompreensão; mas também reuniu um círculo de fiéis
amigos que lhe eram devotados, prontos à qualquer sacrifício e valentes profes-
sos do Senhor Cristo". Em 1917 Zink faleceu, sendo pastor de Campinas; isto
significa com outras palavras — 48 anos de atividades aqui fora!
Cinco anos depois de Zink, Pastor Friedrich Mueller, também um suábio,
foi enviado ao Brasil. Também êle exerceu suas atividades no estado de São
Paulo, e foi durante maior parte do tempo pastor e professor em Pires-Limeira
e comunidades anexas. Quando êle faleceu em 1918, havia trabalhado 44 anos no
Brasil.
Devemos lembrar-nos de um terceiro basiliense, que passou tóda a vida num
soUtário pósto avançado — do Pastor Hollerbach de Baden, em Filadélfia, o
Teófilo Otoni de hoje, em Minas Gerais. Êle chegou em 1862 à disputada, para
não dizer mal-af amada colónia Mucui4 onde ficou até sua morte em 1899: 38
anos de serviço numa comunidade absolutamente isolada. Os primeiros anos es-
pecialmente tinham trazido dificuldades sérias. „Somente a minha firme con-
vicção", assim escreve Hollerbach, „me impele a continuar no serviço da Igreja
163
Eines dritten Basler's ist hier zu gedenken, der ein ganzes Leben auf einsa
mem Vorposten aushielt, des Pastor Hollerbach's aus Baden in Filadélfia, dem
heutigen Teófilo Otoni, Minas Gerais. Er kam 1862 in die damals heiss um-
strittene, um nicht zu sagen verrufene Mucuri-Siedlung und blieb bis zu sei-
nem Tod im Jahr 1899. 38 Jahre in einer völlig isoliert gelegenen Gemeinde!
In einer Festschrift von einst lesen wir: „1887 kam P. Hollerbach durch Bahia,
hielt eine Predigt im Klub und einige Taufen. Dieser opferwillige Mann hat lange
in der Kolonie Theophilo Ottoni gewirkt und sich um Menschenwohl und
Deutschtum viel Dank verdient". Er selber schrieb, nahe am Ende seiner Tage:
„Wie bin ich deshalb hier so übel angesehen, dass ich Leib und Leben dran wage,
dieses Inselchen von 1.000 Seelen gegen die umbrandenden Wogen von 20.000
bis 30.000 zusammenzuhalten!"
Der vierte im Bunde war Pastor Christian Zluhan aus Göppingen in Würt-
temberg; er kam nach Santa Catarina und verbrachte ein Menschenalter als
Pfarrer und Lehrer in Santa Isabel, wie wir im nächsten Kapitel hören werden.
Wir scheinen mit diesen kleinen historischen Notizen vom Thema abge-
kommen zu sein, aber doch nur scheinbar. Denn hinter den Basler Ausgesandten,
die hier eine bedrohliche Lücke schlössen und Neues bauten, steht die Gestalt von
Tschudi's. Er sah die Not in Brasilien und nahm sie auf sein Herz. Er vermochte
die Basler Mission zu überzeugen, dass es recht sei, die eigentliche Mission unter
Heiden zeitweilig einzuschränken und dafür die Hungernden und Dürstenden
in unserer weiten Diaspora zu speisen und zu tränken. Wir tun gut daran, diese
Tatsachen nicht zu vergessen und in dankbarem Gedächtnis zu bahalten. Es war
Hilfe zur rechten Stunde, die uns die Evangelische Missions-Gesellschaft in Basel
gewährte. Er war wahrlich ein Geschenk, das uns der Schweizerische Gesandte
und Gelehrte Johann Jakob von Tschudi mit seiner treuen Mittlertätigkeit
machte.
e escola, apesar do riso dos assim chamados , livres pensadores', apesar do escár-
neo e das caçoadas dos ,espíritos fortes', apesar da aparente esterilidade do campo.
Preciso de tôda a minha força da fé para abrir a bôca dando testemunho do
pecado humano e da graça divina, estas duas pedras de tropeço". Anos mais
tarde lê-se: „Meu sucessor já não encontrará a comunidade em tal situação como
a encontrei há 20 anos atrás, quando estava por vezes na iminência de desfazer-
me da camisa que trazia no corpo, para adquirir sustento". Uma publicação de
outrora escreve: „Em 1887 Pastor Hollerbach passou pela Bahia, fêz uma pré-
dica no clube e uns batismos. Êste homem dedicado trabalhou durante muito
tempo na colónia Teófilo Otoni e merece eterna gratidão pelo seu humanitarismo".
Êle mesmo, próximo ao fim de seus dias, escreveu: „Como estou aqui tão mal-
quisto, porque arrisco corpo e vida para conservar unida esta pequena ilha de
1.000 almas no meio das ondas impetuosas de um mar de 20 a 30 mil outras!"
O quarto colega foi Pastor Christian Zluhan de Goeppingen, Württemberg.
Veio para Santa Catarina e passou tôda a vida como pastor e professor em Santa
Isabel como veremos no capítulo seguinte.
Parece que temo-nos desviado algo do tema com estas pequenas notas his-
tóricas, mas apenas na aparência. Porque por detrás dêstes enviados de Basiléia,
que vieram oportunamente preencher um vácuo ameaçador e construir o futuro,
está a figura eminente de von Tschudi. Êle viu a necessidade do Brasil e tomou-a
à coração. Conseguiu convencer a Missão de Basiléia que seria certo limitar tem-
porariamente a própria missão nos povos pagãos e dar comida e bebida espiritual
aos que sofriam em nossas plagas.
Faríamos bem em não esquecer estes fatos, mantendo-os em grata me-
mória. Foi um auxílio oportuno que nos deu em hora certa a Sociedade Missio-
nária de Basiléia. Um presente que nos fêz o sábio e diplomata suíço Johann
Jakob von Tschudi, com sua fiel atividade medianeira.
Pastor Fios
trad. Dr. Ivo von Wangenheim.
I6J
Ein junger Lehrer
in der Einsamkeit
Ein abgegriffener Band mit vielen Seiten handschriftlicher Eintragungen
liegt vor uns. Amtsbruder Roepke, damals in Barracão, hat ihn uns zugeschickt,
als wir für unser Lesebüchlein alte Schriftstücke, Taufscheine, Photographien
und andere Zeugnisse der Vergangenheit suchten. Der Erfolg dieser Nachfor-
schung war nicht überwältigend; doch hier war nach langen Jahrzehnten ein
Dokument aufgetaucht, wie wir es erhofft hatten. Was mochte sein Inhalt
sein? Wer hat die Feder geführt?
Die Blätter bestehen aus einer Art Seidenpapier, auf denen die Schrift braun
verfärbt, oft auseinandergelaufen und häufig völlig unleserlich geworden ist.
Es ist ein Briefkopierbuch, wie man es vor Einführung der Schreibmaschine ge-
brauchte. Die Briefe auf den 80 benutzten Seiten tragen die Jahreszahlen 1870
bis 1872. Als Verfasser zeichnete Christian Zluhan, Zoegling der Basler Mission,
zu jener Zeit noch nicht im Pfarrdienste, sondern, seit Juli 1870, Lehrer an der
Konfirmandenanstalt zu Santa Isabel.
Von den leserlich gebliebenen Briefen gehört ein grosser Teil in das private
Leben Zluhan's, in das einzudringen wir kein Recht haben. Zwei Schreiben aber
fielen uns auf, und wir denken, sie mit gutem Gewissen hier wiedergeben zu
dürfen. Eindrücklich zeigen sie uns, wie es einem jungen Lehrer und Geistlichen
in der neuen, ungewohnten Umgebung zu Mute war. Zluhan schickte die Briefe
an zwei Brüder aus dem Missionshaus, an seinen württembergischen Landsmann
P. Zink in Rio Claro im Staate São Paulo und an den Elsässer P. Mehl in
Campinho, Espírito Santo.
Auf eine Kleinigkeit möchten wir hinweisen: Die vielen, von Pastor Zluhan
im privaten Schriftverkehre gebrauchten Abkürzungen werden von uns auf-
gelöst und voll ausgeschrieben. Es ist eigenartig. Zwei Briefe liegen vor uns.
Längst sind Verfasser und Empfänger verstorben. Vor fast 90 Jahren wurden
sie geschrieben, heute sprechen sie zu uns aus den Blättern eines alten Kopier-
buches:
„St. Isabel, den 26. Dezember 1870.
Lieber Jakob:
Das Ende des Jahres kommt, ein neues wird anbrechen. Da möchte ich
nicht versäumen Dir zu gratulieren, und zwar wie es ein Christ und Bruder
im Herrn tut, von Herzen. Noch habe ich keine Antwort auf meinen letzten
Bnei, aber die Liebe rechnet nicht, ich schreibe doch wieder. Lass das ein Los
von St. Isabel sein, weils mir gerade da ist:
Unverzagt und ohne Grauen soll ein Christ
wo er ist, stets sich lassen schauen.
O, was ist es doch um einen wahren festen Christen, um einen wahren und
lebendigen Glauben. Gott schenke uns allen, die wir in Brasilien arbeiten, den
Glauben Abrahams und der Väter — Hebr. 1 1 — und die Geduld Hiobs.
Täglich muss ich mich in der Geduld üben, und oft will dem Fass der Boden
Hnaus, da ich mich gehemmt fühle in meiner Tätigkeit, was ja bei dem An-
166
Um iovem professor
na solidão
Enquanto estávamos preparando êste livrinho, pedimos a todas as comuni-
dades que nos auxiliassem; interessa vam-nos principalmente velhas escrituras, cer-
tidões de batismo, fotografias e quaisquer documentos do passado. Êste pedido
foi atendido. Na casa pastoral do Rio dos Bugres foram-nos mostrados uma
porção de velhos manuscritos, que sc descobriu serem velhas prédicas do Pastor
Hesse; já temos tratado destes papéis. Uma outra surpresa nos fêz o colega
Roepke de Barracão, que um dia nos enviou um singelo livro de capa de couro
gasta pelo manuseio.
Deste livro aqui trataremos. Suas folhas são de uma espécie de papel de
seda nas quais a escrita marron descorada é muitas vêzes ilegível e borrada. É
um livro cópia de cartas, como eram usados antes da invenção da máquina de
escrever. As cartas, nas 80 folhas ocupadas, trazem a data de 1870 até 1872.
Como autor assinava-se Christi^ín Zluhan, filho da missão de Basileia, naquele
tempo ainda não colocado como pastor, mas como professor na escola de con-
firmandos de Santa Isabel.
Das cartas legíveis, uma grande parte pertence à vida particular de Zluhan,
onde não temos o direito de penetrar. Duas delas porém nos impressionaram, e
pensamos poder publicá-las aqui de sã consciência. Mostram o impressionante
quadro de como se sentia um jovem professor, naquele ambiente novo. Zluhan
enviou as cartas a dois irmãos da sociedade missionária, a seu conterrâneo de
Württemberg P. Zink em Rio Claro, Estado de São Paulo, e ao alsaciano P. Mehl
em Campinho, Espírito Santo.
Queremos chamar ainda a atenção a um detalhe. Nas missivas particulares,
Zluhan usava muitas abreviações: quando queria dizer Cristão e Irmão no Senhor,
apenas escrevia Xst. e Ir. no Sr. No presente trabalho dissolvemos estas dimi-
nuições. É interessante: duas cartas, seu autor e endereçado de há muito falecidos.
Foram escritas há quase noventa anos, e hoje elas falam novamente, das folhas
de um velho livro de cópias.
,,Sta. Isabel, 26 de Dezembro de 1870.
Caro Jakob;
O fim do ano se aproxima; um novo começa em breve. Nesta ocasião não
quero deixar de te cumprimentar de coração, como um Cristão e Irmão no Se-
nhor. Ainda não recebi resposta à minha última carta, mas o amor não calcula
e eu escrevo outra vez. Já que me está presente, deixemos que êste seja um
lema de Sta. Isabel:
Corajoso e intemerato, deve o cristão
mostrar-se onde quer que esteja.
Oh, como se sente o verdadeiro cristão com uma fé viva. Deus queira
dar a todos nós que trabalhamos no Brasil, a fé de Abraão e dos Pais — Hebr.
11 — e a paciência de Jó. Diariamente tenho que por à prova a minha p".-
167
staltsleben oft der Fall ist, wegen der Hausordnung und der Stellung als lediger
Mann; aber die Zeit wirds ändern.
Gestern, als am Weihnachtstage, hats mich recht gemahnt an die "Wintertage
in der Heimat, da es den ganzen Tag regnete und man keinen Schritt vors Haus
tun konnte, kaum in die Kirche, wo wenig Leute waren und es mich ver-
driessen wollte, da ich wegen des Heiligen Abendmahls die Predigt übernommen
hatte, und Herr Pfarrer in Terezópolis war; aber wir waren doch gesegnet.
Ich predige hie und da, habe auch Bruder Tischhauser beinahe in der ganzen
Colonie herum begleitet. Es ist lieblich, wenn man da und dort eine Stub voll
Leute von weither beieinander trifft; ich reise natürlich immer als der Schul-
lehrer, da die Leute noch nicht alle wissen, dass ich auch aus dem Missionshaus
komme, aber es ist einerlei.
Bruder Fritz hat mir von der Ordination in Leonberg, wo er zu reden
hatte, geschrieben, auch Bruder Rück, ob und wie sie nach Afrika gekommen sind,
weiss ich nicht. Mein Bruder Benjamin, Mutti und Schwester lässt Dich grüssen.
Bruder Mehl (Campinho, Espirito Eanto) hat mir noch nicht geschrieben, will
ihm aber doch auch wieder schreiben und Bruder Reuther (Santa Leopoldina T,
Espirito Santo). Letzterer soll krank sein und ans Heimgehen denken; bitte
schreib mir auch vom Heimgehen Pflügers (Petrópolis, Staat Rio de Janeiro)
und seiner Schwester, die ist ein rechtes Alleinkind, dass die so das Heimweh be-
kam; hätte ichs baldigst erfahren, so hätte sie hieher in die Anstalt müssen, wo
eine rechte Magd gesucht und geschätzt ist, was ihr gewiss auch gefallen hätte,
auch sollte ihr Bruder mir das Harmonium lassen, was wahrscheinlich auch Bor-
chardt (Dr. Borchard, seit 1870 in Petrópolis) ererbt hat.
Unser Kirchbau geht rasch voran, die Mauern erheben sich rasch; wenn
nur Bruder Reuther zu uns in den Süden käme, wos gesund und angenehm ist,
besonders hier oben in den Bergen St. Isabels. Auch Pflüger hätte eine frühere Ver-
setzung gut getan, wo Er sich bleibend hätte niedergelassen. Im Norden wird das
fast nicht mögUch sein, da es doch ungesund oder sehr heiss ist, dass man sich Land
kaufen könnte und an eine bleibende Niederlassung denken. Hier wäre es einem
nicht schwer, nur muss man Geld haben und sein Gehalt von der Regierung
beziehen, dass man etwas festes hat. Ich mit 200 Mil kann natürlich nichts
anfangen; man muss auch einbrocken können, um aufs Allgemeine beste zu
sehen.
Bitte schreib auch den anderen Brüdern, dass wir einen besseren Zusammen-
schluss zusammen bringen; wenigstens wir Jüngere wollens tun, und wenn Du
je etwas auf dem Herzen hast, darfst Du Dich nicht scheuen, mir es anzuvertrauen,
damit ichs mit Dir trage Auch ich werde froh sein, eine Stütze an Dir zu
haben; schreiben wir einander öfter, so bleibt die Liebe jung und die Anhänglich-
keit und Zusammengehörigkeit vom Missionshaus aus aufrecht.
Es interessiert Dich vielleicht noch, aus welchen Mitteln die Kirche gebaut
wird. Die Regierung tut nichts. Das ist Numero eins; ein Kirchenfonds ist auch
nicht da, aber die Colonisten haben gesteuert und gefrönt, 342 Tage im ganzen
imd Geld gegeben, sodass von den Colonisten etwa 1.000 Mil zusammen kom-
men, etwas hat und will Bruder Tischhauser noch in Desterro kollektieren; die
andere 1 Yz oder 2 Contos muss Europa, die Freunde der Anstalt bezahlen, wobei
c'er Gustav Adolf Verein sein möglichstes tut, sodass man keine zu grosse Schuld
168
ciência e muitas vezes estou prestes a perdê-la quando sinto-me retardado na
minha atividade o que acontece freqüentes vêzes no meu ambiente devido à
minha posição e à situação de solteiro; mas o tempo mudará as coisas.
Ontem, dia de Natal, lembrei-me intensamente do inverno em casa por-
que choveu o dia todo e não se podia por os pés na rua. Incomodei-me por
ver a igreja tão vazia, eu havia tomado a mim a prédica devido à Santa Ceia
e o pastor se achar ausente em Teresópolis; mas nós fomos abençoados.
Eu pregava aqui e acolá e também acompanhei Irmão Tischhauser pela
colónia quase tôda. É sempre bom encontrar uma sala cheia de gente que veio
de longe. Eu viajo naturalmente sempre como professor, já que nem todos
sabem que venho da sociedade missionária, mas isto não importa.
Irmão Fritz escreveu-me da ordenação em Leonberg, onde êle tinha que
falar, e também Irmão Rueck, se, e como êles chegaram à Africa eu não sei.
Meu irmão Benjamin, mamãe e a mana mandam lembranças. Irmão Mehl (Cam-
pinho, Espírito Santo) ainda não me escreveu, vou contudo escrever-Ihe de novo,
assim como a Irmão Reuther (Santa Leopoldina I, Espírito Santo). Êste último
dizem estar doente, e pensando em voltar à pátria. Por favor escreva-me sóbre
a volta de Pflueger (Petrópolis, Est. do Rio de Janeiro) e de sua irmã que esta-
va tão só que sentiu saudades; se eu tivesse sabido antes, ela poderia ter vindo
aqui onde precisamos e estamos procurando uma boa criada, que de certo seria
de seu agrado, também deveria o irmão deixar-me o harmónio que provavel-
mente Borchardt (Dr. Borchard, desde 1870 em Petrópolis) herdou.
A construção de nossa igreja progride, as paredes se elevam rapidamente;
se apenas o Irmão Reuther viesse ter conosco no sul, onde é mais saudável,
especialmente nas montanhas de Sta. Isabel. Também à Pflueger uma transfe-
rência para onde pudesse fixar-se para sempre, faria bem. No norte isto não
seria possível, pois é muito quente e pouco saudável, que se pudesse pensar em
comprar terras e fixar-se. Aqui não seria difícil apenas ter-se-ia que perceber seu
ordenado do govêrno, assim que se tenha algo fixo. Eu com os meus 200 milreis
nada posso fazer; é preciso saber economizar também para o bem de todos.
Por favor escreva aos outros irmãos, para que tenhamos um melhor con-
tato mútuo; e pelo menos nós, os mais jovens, devemos fazê-lo. Se algumas
vêzes tiveres algo te pesando no coração, não deves hesitar em conflar-mo, para
que eu ajude a carregá-lo Também eu me sentirei satisfeito em saber que
tenho em ti um apoio; se nos escrevermos com freqOência o amor permanece
jovem, e a solidariedade e amizade da casa missionária ficam.
Interessa-te talvez saber ainda com que meios a igreja está sendo cons-
truída. O govêrno nada faz. Isto é número um; um fundo de igreja também não
existe, mas os colonos ajudam com dádivas e mão de obra, 342 dias ao todo,
assim que dos colonos tínhamos mais ou menos 1.000 mil e mais um pouco Irmão
Tischhauser tem, ou pretende coletar no Destêrro. Os outros l'/2 ou 2 contos
a Europa, os amigos que nosso trabalho tem, terão que pagar, sendo que a
Fundação Gustavo Adolf faz o possível, assim que não tenhamos que fazer
muitas dívidas. Quando em (deixamos algumas linhas onde o autor tece
comentários superficiais e pouco elogiosos) .
Í69
wird machen müssen. Wenn in (Wir lassen einige Zeilen aus, da der Ver-
fasser ein oberflächliches und recht liebloses Urteil fällt).
Mit der Zeit wird der Herr auch da dreingreifen. Einstweilen beten wir
an seine Geduld und Langmut und bitten, dass Er auch mit unsern Schwach-
heiten möge Geduld haben und sie durch Seine Gnade abtun.
Es grüsst Dich in alter Liebe
Dein
Chr. Zlnhan
St. Isabel, den 26. Dezember 1870.
Lieber Bruder Mehl!
Das Jahr 1871 kommt so schnell heran und da möchte ich es nicht ver-
säumen, Dir dem geliebten Bruder und Gefährten übers Meer und Mitpilger zu
dem Berge Zion und der Stadt Gottes von Herzen Glück zu wünschen und
Dir erflehen Gnade und Kraft von Oben zu Deinem wichtigen Beruf. Ich er-
kenne es von Tag zu Tag mehr und mehr, was es heisst ein Pastor, ein Seelen-
hirte im rechten Sinn des Wortes zu sein. Besonders hier in Brasilien, wo die
Leute mit so vielerlei Anliegen kommen und man sich nicht vorher da und
dort Rats erholen kann. Du wirst es auch erfahren, nochmehr als ich, da ich
ja nicht im Amte stehe und es nur von Bruder Tischhauser höre oder aus mei-
ner Pastoraltheologie vom Palmer, die ich lese, erfahren kann. Durch dieses
Lesen wird freilich auch andererseits der Wunsch rege, ins Amt zu kommen oder
wenigstens eine freiere Wirksamkeit zu haben, da man erst dadurch Erfahrung
sammelt und Studien machen kann mehr als aus Büchern. Doch meine Zeit wird
auch kommen, und innweilen muss es so auch recht sein, und will noch geringer
werden, möchte ich mit David sagen (Hier fehlen zwei von insgesamt sechs
Seiten) .
Bruder Reuther, der leidend sein soll und ans Heimgehen denkt, nachdem
auch Pflüger fort ist, habe ich geschrieben und mein Bedauern ausgedrückt. Bei
Euch im Norden mag es jetzt sehr heiss sein, in meinem Zimmer hats jetzt
Nachmittag 4 Uhr 23 Grad, bisher war mirs noch nicht zu heiss, und wird auch
nicht viel heisser mehr werden, da immer von Zeit zu Zeit die Luft, durch ein
Gewitter abgekühlt wird. Was also das Clima betrifft, so bleibt mir nichts zu
wünschen übrig, nur dürfte es unterhaltender sein, da ich mehr oder weniger
doch allein stehe und man ausser dem Hause bisher noch keinen Freund finden
konnte.
Nun möchte ich bitten, schreibe mir auch wie Dirs geht, wie Du in Deinem
Amte zurecht kommst, wie Du Deine Weihnacht gefeiert hast, wies in Deiner
Colonie aussieht — Pflanzung und Witterung — ob etwa an Reuthers Stelle
ein neuer berufen wurde oder ob dieser Posten für die Basler auch verloren
geht wie Petrópolis. Du kannst glauben, ich denke oft an Dich und quäle mich
ab, wie Dirs wohl gehen möge, und wie es überhaupt mit mir und unsern
Baslern allen gehen wird. Wenn einen die Regierung besoldet, dann kann es
doch wohl gut gehen, und das geschieht bei Reuther wenn man anders sich con-
centriert, wie es aber mit der Einigkeit in den Gemeinden steht, das weiss ich
nicht. Ich hoffe zu Gott, dass Er doch alles gut machen wird. Hast Du auch
gegen die Katholiken zu kämpfen? Uns wird gerade nicht viel in den Weg
170
Com o tempo o Senhor nos ajudará. Por enquanto rezamos pela Sua pa-
ciência e pedimos que nos perdoe as fraquezas com Sua misericórdia.
Sauda-te em velha amizade
Teu Chr. Zluhan.
Sta. Isabel, 26 de Dezembro de 1870.
Caro Irmão Mehl;
O ano 1871 se aproxima depressa e assim não quero deixar de te desejar,
querido Irmão companheiro de viagem e peregrinação ao Monte Sião e à cidade
de Deus, muitas felicidades e pedir para ti bênção e fôrça do Alto para tua
importante missão. Reconheço mais dia a dia, o que significa ser um verdadeiro
pastor de almas, em toda acepção da palavra. Principalmente aqui no Brasil,
onde as pessoas vêm com muitas perguntas e consultas, e não é sempre possível
procurar conselho antes. Também experimentarás isto, inda mais do que eu,
que o sei apenas do Irmão Tischhauser ou da leitura de minha Teologia Pastoral,
já que ainda não estou no cargo. Desta leitura manifesta-se o desejo de entrar
no cargo, ou ao menos poder exercer uma atividade menos restrita, o que dá
ocasião de ganhar experiência e estudo ainda mais do que os livros. Mas o meu
tempo também virá, e por enquanto terá que ser bom (aqui faltam 2 de
um total de 6 páginas).
Ao Irmão Reuther, que dizem estar doente e pensando num retorno após
que Pflueger também foi, já escrevi assegurando-lhe o meu pesar. Lá no norte
onde vós estais deve estar muito quente agora, no meu quarto tem agora de
tarde, às 4, 23 graus, até agora ainda não achei quente demais, e também não
vai ficar muito mais quente, desde que o ar é refrescado de quando em vez por
uma trovoada. No que se refere ao clima portanto, não tenho queixa, só que
deveria ser mais social, porque eu estou mais ou menos só e ainda não achei
amigos fora da casa.
Peço-te que escrevas como vais, como te dás com o trabalho, qual é o
aspecto de tua colónia e como passaste o Natal, se em lugar de Reuther foi cha-
mado outro, ou se o lugar também está perdido para os de Basileia como Petró-
polis. Podes crer que muitas vêzes fico pensando como estás passando, como
estão todos os irmãos de Basiléia. Quando se é pago pelo govêrno tudo deve
ir bem, porém como vai a união pelas comunidades eu não sei. Espero que Deus
fará tudo ir bem. Também tens que te defender dos católicos? À nós êles
não põem muitas dificuldades. Mas não gostam de ver que construimos uma
igreja cujas paredes rapidamente se elevam. A escola agora é que será começada,
de Ano Novo até Pentecostes. Até agora ficamos no número que já mencionei
— 13 a 14. Com êstes e os companheiros da casa também festejamos Natal.
Tínhamos uma bela árvore na escola, um pinheiro que gosto mais do que o
nosso Tannenbaum; as crianças tinham aprendido a canção „Noite Santa Aben-
çoada" e os acompanhei e depois todos ganharam presentes como em casa. Eu
ganhei um pacote de charutos e um ano de ,, Imprensa Evangélica", uma folha
em português. Como é que vais com a língua? De onde são os teus colonos,
acho que muitos são de Pomerânia.
Da guerra pouco se ouve. Se Paris está sitiada, se se defende heroicamente
ou se rendeu, não sei. Os que dirigem uma guerra e os que a sofrem, est^o
171
gelegt. Doch sieht mans nicht gerne, dass wir eine Kirche bauen, deren Mauern
sich rasch erheben.
Mit der Schule wirds jetzt eigentlich erst recht angehen, von Neujahr bis
Pfingsten. Bisher bliebs bei der früher genannten Zahl, 13 — 14. Mit diesen und
den Haugenossen feierten wir auch das Weihnachtsfest. Hatten einen schönen
Baum in der Schule; Pinienbaum, der mir noch besser gefällt als unsere Tanne;
die Kinder hatten das Lied gelernt: Heilige, geweihte Nacht, und ich spielte
dazu, dann bekamen sie auch ihre Sachen wie bei uns. Ich bekam auch ein
Bündel Cigarren und einen Jahrgang „Imprensa Evangélica", ein portugiesisches
Blatt. "Wie geht es Dir mit der Sprache? Was hast Du für Landsleute, ich glaube
viele Pommern.
Vom Krieg hört man wenig. Ob Paris noch belagert oder schon ergeben
ist oder sich mutvoll verteidigt, weiss ich nicht. Kriege sind kein Ungefähr,
und die Leute, die ihn führen müssen und ihn erleiden, die stehen eben doch
unter einem noch höheren Kommando, das wirst Du anerkennen, wir haben
nichts dazu beigetragen, wollen deshalb die alten guten Freunde, wenn auch aus
beiden einander gegenüberstehenden Nationen, bleiben und tragen den Jammer
und die Not beiderseits Bedrängter mit und bitten Gott, dass Er in Gnaden
drein sehen möge und dem Kriege ein Ende machen.
Was weisst Du von den und der Deinigen, und überhaupt von Basel. Bruder
Fritz hat mir von seiner Ordination in Leonberg geschrieben. Ob sie schon
in Afrika sind, weiss ich nicht. Bitte schreib auch den Brüdern, von Bruder
Hollerbach (Teófilo Otoni, Minas Gerais) bis herunter zum Stanger (Pikade
48, Rio Grande do Sul), dass man auch etwas von einander weiss.
Nun sei herzlichst gegrüsst von
Deinem Freund und Bruder
Chr. Xluhan".
Soweit die Schreiben des jungen Zluhan, dessen Zeit offenbar noch nicht
gekommen ist, der sich als Lehrer an der Konfirmandenanstalt sehr verlassen
fühlt. Nichts deutet darauf hin, dass er einmal (1879) die Gemeinde Santa
Isabel übernehmen und ein Menschenleben ihr Pfarrer und Lehrer bleiben würde.
Noch lässt sich nicht erkennen, dass er später, wie einer seiner Nachfolger
schreibt, „Unerhörtes in der Pastorisierung des gesamten Staatssüdens leisten",
dass er auf wochenlangen Predigtreisen ein gewaltiges Gebiet von der Grösse der
Provinz Westfalen, heute in 5 selbständige Pfarrbezirke aufgeteilt, allein betreuen
sollte. „Unauslöschlich", so heisst es, „ist sein Namen mit der Geschichte der
alten Koloniepfarre verbunden; noch heute wird fast in jedem Kolonistenhause
der Name Zluhan verehrt". Als er einst die beiden Neujahrsbriefe schrieb, war
es noch nicht soweit; wir werden aber die Schreiben nur richtig lesen, wenn wir
ihnen die späteren drei Jahrzehnte als Hintergrund geben. Einst war das Leben
des jungen Geistlichen auf den Grundton gestimmt: „. . .und dann ist man
unterwegens auf dem Reittier durch den Urwald immer wieder allein". Die
Hoffnung jedoch sprach: „Die Zeit wirds ändern". Ja wahrlich, die Zeit hat
es geändert.
Weitere Einzelheiten aus dem Leben von P. Zluhan finden sich In der
„Chronik der Pfarrgemeinde Santa Isabel, der ältesten deutsch-evangelischen
Siedlung In Santa Catarina, von Hermann Stoer, Pfarrer".
fl-
ui
sob um comando superior, isto deves reconhecer, nós não colaboramos e por isto
queremos ficar amigos, apesar de pertencermos a duas nações inimigas e ajudar
a carregar o fardo e a tristeza e pedir a Deus que Êle se apiede e termine a guerra.
Que sabes de casa e dos teus? e de Basileia em geral? O Irmão Fritz me
escreveu sôbre sua ordenação em Leonberg. Se êles já estão na África não sei.
Por favor escreva também aos irmãos, do Irmão Hollerbach (Teófilo Otoni,
Minas Gerais) até o Stanger (Picada 48, Rio Grande do Sul) para que se saiba
algo dêles.
Com sinceras saudações de teu amigo e irmão
Chr. Zluhan".
É esta a carta do jovem Zluhan, cujo tempo ainda não havia chegado, e
que se sente abandonado e solitário como professor dos confirmandos. Nada indica
que um dia (1879) êle tomaria a Comunidade de Santa Isabel e a guiaria tôda
sua vida como pastor e professor. Ainda nada indica que mais tarde, como se
pode ler na já citada Crónica de Santa Isabel, êle conseguiria „o impossível na
pastorização de todo sul do estado".
A mesma Crónica traz mais interessantes detalhes: ,,Até o ano de 1878/79
apenas em Santa Isabel, Teresópolis e Michelsbach, e uma de outra vez na Linha
2 e Taquaras, é que havia cultos. Enquanto isto todo o hinterland, desde Santa
Isabel até Criciúma, havia já sido colonizado por imigrantes alemães. O pastor
de Santa Isabel começou então em longas jornadas à levar a palavra de Deus e
os Santos Sacramentos aos colonos que viviam espalhados pela região do Capivari,
Tubarão c Santa Teresa. Também ainda cuidava dos evangélicos alemães na
capital Destêrro. Hoje, êste enorme território (do tamanho aproximado da pro-
víncia Westfália) está dividido em cinco paróquias independentes.
Como Zluhan tinha mão forte e segura em casos de doença, os colonos o
esperavam impacientes. Em casos graves também era chamado longe no interior
da colónia e muita vida ameaçada assim êle salvou. Sempre que viajava, cos-
timiava levar remédios e instrumentos; porque em tôdas as colónias do sul não
havia um médico que se pudesse alcançar."
Durante quase quatro decénios Pastor Zluhan esteve na Comunidade de
Santa Isabel, quarenta anos semeados de lutas árduas e muitos sucessos. „Indelè-
velmente", afirma a Crónica, „seu nome está ligado com a velha paróquia
colonial; ainda hoje seu nome é respeitado em tóda a casa de colono! Um prazer
especial davam-lhe as aulas missionárias que êle costumava dar na escola de Santa
Isabel ,em Bauerslinie e em Taquaras".
Naquela época no entanto, quando Zluhan escreveu as duas cartas do Ano
Novo, ainda não havia chegado a êste ponto. Contudo só poderemos apreciar
estas cartas tendo conhecimento dos três decénios seguintes. Naquele tempo,
sua vida seguiu o lema: „ e depois cavalga-se outra vez a sós com o animal
pela floresta imensa". A esperança contudo dizia: ,,0 tempo tudo mudará!"
E, realmente, o tempo tudo mudou.
Pastor Fios,
trad. Dr. Ivo von Wangenheim.
Mals detalhes sôbre a vida do Pastor Zluhan, encontram-se na „Chronik
der Píarrgemelnde Santa Isabel, der ältesten deutsch-evangelischen Sied-
lung In Santa Catarina, von Hermann Stoer, Pfarrer".
173
Basler Verkündigung
Eine Predigt, gehalten um 1868, als
„schlichtes Zeugnis aus dem Urwalde Brasiliens".
„Apostelgesch. 19, 1 — 7.
Gnade, Barmherzigkeit und Friede von Gott dem Vater unsers HErrn Jesu
Christi sei mit uns Allen.
Geliebte in dem HErrn! Das vorgelesene Texteswort führt uns, indem wir
den gesegneten Spuren des Apostels Paulus nachgehen, in die grosse Stadt Ephe-
sus, in deren Mitte er den Tausenden und aber Tausenden ab- und zugehenden,
theils Handel treibenden, theils Götzendienst verrichtenden Menschen die frohe
Botschaft verkündigen will. Zu seinem Erstaunen findet er da zwölf Jünger
des Täufers Johannis, die zwar von ihrem Lehrer mächtig zur Busse, wie auch
zum Glauben an den zukünftigen Messias, Christus, angeregt worden waren,
die aber auf die Frage des Apostels: „Habt Ihr den heiligen Geist empfangen?"
antworten: Wir haben auch nie gehört, ob ein heiliger Geist sei. Paulus erst
musste sie auf das Wesentliche, was erst zu einem vollen Christen macht, hin-
weisen. Durch ihn wurde das Verlangen nach dem Fehlenden bei diesen Jün-
gern so stark geweckt, dass sie sogleich nach der Taufe auf Jesum Christum ver-
langten, wodurch sie dann der Gnadengabe des heiligen Geistes reichlich theil-
haftig wurden. Nirgends so deutlich treten uns die Haupterfordernisse zum
völligen Eingang in das Reich Gottes entgegen, wie hier an der Hand dieser
Geschichte. Darum lasset uns denn unter dem Beistand des heiligen Geistes die
Frage an uns richten und betrachten, die der Apostel Paulus an die Johannis-
Jünger gestellt:
Habt Ihr den heiligen Geist empfangen, da Ihr gläubig geworden seid?
Wenn wir die Zusammenfassung aller damals existirenden Christengemeinden
christliche Kirche nennen, so müssen wir nach unserem Texte diese zwölf
Johannis-Jünger als die äussersten an den Grenzen derselben befindlichen Glieder
ansehen, da sie ja doch von Paulus als Gläubige an den HErrn Jesum bezeichnet
werden. Es waren Seelen, die — das dürfen wir aus ihrem raschen Ergreifen
des Evangeliums schliessen — einen tiefen Ernst in dem, was Religion und
Ewigkeit berührt, hatten; Seelen, denen die Busspredigt des grossen Propheten
so tief zu Herzen gegangen war, dass sie es nicht nur bei einem allgemeinen
Annehmen derselben bev/enden Hessen, sondern dass sie sich in den ganzen Geist
des Johannes des Täufers hineinzuleben bestrebten; Seelen, die wussten, was es
mit der Sünde und ihren Folgen auf sich hat, die aber auch eine tiefe Sehn-
sucht nach völligem Heil und Frieden in ihrem Herzen trugen. Es waren Gläu-
bige, deren Herzen durch die vorlaufende Gnade vielfach bearbeitet und vom
Vater zum Sohne hingezogen waren; Gläubige, die, ob sie wohl nicht wussten,
ob ein heiliger Geist sei, dennoch schon öfter von demselben berührt, gezogen
und geweckt worden waren.
Wer hätte sie nicht in diesem ihrem Zustande für Christen gehalten? Wer
unter uns würde sie nicht sogar für fromme und geförderte Gläubige ansehen?
Und doch hat der Apostel Paulus ein anderes Urtheil; sein Eindruck ist der, es
fehle diesen Gläubigen ein Wesentliches. Darum auch fragt er sie alsobald und
174
Pregação basiliense
Uma prédica do ano de 1868,
um „tes/emiinho simples e singelo da mata virgem brasileira".
Atos 19, 1—7:
Aconteceu que ,estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado
pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos,
Perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando
crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos
que existe o Espírito Santo.
Então Paulo perguntou: Que batismo, pois, recebestes? Respon-
deram: O batismo de João.
Disse-lhes Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo
ao povo que cresssem naquele que vinha depois dêle, a saber, em Jesus.
Êles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor
Jesus.
E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre êles o Espírito Santo,
e tanto falavam em línguas como profetizavam.
Eram .-'.o todo uns doze homens.
Graça, misericórdia e paz sejam convosco da parte de Deus, o Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo.
Amados no Senhor! Seguindo as abençoadas pegadas do apóstolo Paulo, a
nossa passagem bíblica nos leva à grande cidade de Éfeso. Nesta importante
metrópole quer êle pregar o Evangelho às milhares de pessoas que nela se en-
contram de passagem, quer em negócios quer para oferecer sacrifícios nos tem-
plos pagãos. Para grande assombro seu o apóstolo encontra ali doze discípulos
de João Batista. Na verdade estes discípulos haviam sido instruídos severamente
por seu mestre no tocante ao arrependimento e à fé no Messias futuro. Mas
apesar de tudo, à pergunta do apóstolo: „Recebestes, porventura, o Espírito Santo
quando crestes?" não têm outra resposta senão a lacónica contestação: „Nem
mesmo sabemos da existência do Espírito Santo". Era, pois, necessário antes de
mais nada indicar-lhes o essencial que primeiro faz dos homens cristãos verda-
deiros. Paulo acordou nêles tão forte desejo pelo que lhes faltava, que imedia-
tamente pediram que os batizasse. Assim foi-lhes participado ricamente a graça
do Espírito Santo.
Em nenhuma parte mais deparamos tão abertamente com as exigências prin-
cipais para a entrada no reino dos céus. Por isto queremos, com a ajuda do
Espírito Santo, examinar cuidadosamente a pergunta do apóstolo feita aos dis-
cípulos de João:
„Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crêstes?"
Se quisermos chamar a soma de todas as comunidades cristãs daquele tempo
de Igreja, então êstes discípulos foram os seus membros extremos, pois Paulo os
chama de crentes em Cristo. São homens que, concluindo pela rápida com-
175
ohne Umschweif: Habt Ihr den heiHgen Geist empfangen? Es war ihm vorge-
kommen, trotz alles Gläubigseins an den HErrn Jesum, trotz allen Ernstes, der
Christen geziemt, dass der rechte Frieden- und Freudengeist bei ihnen noch
fehle.
Habt Ihr den heiligen Geist empfangen? ertönt auch an uns, Geliebte, die
Frage des Apostels. O ich bin es gewiss, dass er von Vielen unter uns, trotz
Kirchlichkeit, trotz empfangener Katechismuslehre, worauf Ihr Euch immer
berufet, trotz fleissigen Besuchs des heiligen Abendmahls, den Eindruck hätte:
es fehlt eben am Wichtigsten und Grossesten: an dem heiligen Geist; es fehlt
an Friede und Freude im Herzen. Sind nicht Viele unter Euch näher oder ent-
fernter diesen Johannis- Jüngern ähnlich? Ihr haltet auf Religion und die Ewig-
keit ist Euch kein Kinderspiel; das Bedürfniss Eures Herzens treibt Euch je und
je in's Gotteshaus und wenn ein Todesgedanke in Euren Herzen aufsteigt, so
ist er verbunden mit dem Wunsche, selig zu sterben und in den Himmel zu
kommen. Auch das andere Wichtigere, was erst zum Empfang des heiligen Geistes
befähigt, — das Sündengefühl, — fehlt nicht ganz bei Euch. Die Einen unter
Euch stärker, die Andern schwächer überkommt je und je ein inneres Weh
über ihr vergangenes Leben, und eine leise Sehnsucht nach Frieden; dies leise
Sündengefühl treibt Euch öfter zum Genuss des heiligen Abendmahls — und
doch ist nirgends Friede und Freude, und doch keine fröhliche Hoffnung des
ewigen Lebens! Die ganze Anstalt der christlichen Kirche drückt manchmal als
ein lästiges Joch das Herz darnieder. Man beruft sich auf die Lehre, die man
empfangen und vergisst, dass der Geist Gottes dieselbe im Herzen bethätigen
und verklären muss. Ihr hört und leset vom heiligen Geist, dass der ins Herz
kommen müsse, wenn es demselben wohl werden soll; Ihr höret es in Predigten
und leset es zu Hause in frommen Büchern und versteht es nicht. So oft Ihr
etwas den heiligen Geist Berührendes vernehmet, ist es Euch wie ein unbekanntes
Land, wie eine Münze, deren Aufschrift, Gepräge und Werth Ihr nicht erkennet.
Ach was wird da die Antwort sein auf die ernste Frage des Apostels: Habt Ihr
den heiUgen Geist empfangen? Wir haben zwar öfter von ihm gehört und ge-
lesen, aber was und wer er eigentlich ist und wie es mit dem Empfangen desselben
zugeht, das wissen wir nicht und verstehen es nicht.
O wie noth würde da das Flehen thun um diese Gabe! Darum lasset uns
in unserem zweiten Theil das wirkliche Empfangen des heiligen Geistes be-
trachten.
Da sie das hörten, Hessen sie sich taufen auf den Namen des HErrn Jesu
vuid da Paulus die Hände auf sie legte, kam der heilige Geist auf sie imd re-
deten mit Zungen und weissagten, — so heisst es in unserem Text weiter. Wenn
es heutzutage in einem Missionsbericht von der Juden- oder Heidenmission heisst:
der und der Üess sich taufen, so liegt für jeden kundigen Missionsfreund in
einem solchen Bericht viel mehr, als darin ausgesprochen ist. Wie viel Sehnen,
Bitten und Flehen zum HErrn, wie viel Kampf zwischen Fleisch und Blut einer-
seits, dem göttlichen Licht andererseits ist da vorausgegangen. Wie wird da der
Tauftag zu einem Festtag, zu einem Ebenézer auf der Anhöhe des Gott ge-
schenkten Glaubens in der duftenden Luft des süssen Friedens mit der gewissen
Aussicht in die selige Ewigkeit. Allein ich müsste auch jetzt wieder fürchten,
dass Ihr es nicht fasset, wenn ich Euch davon rede. Es ist eben wie mit einer
belebenden, stärkenden, süssen Speise, von deren Eigenschaft man sich sich
176
Illustration zu dem Kapitel „Basler Verkündigung" .
Prègação basiliense no Brasil.
4. Jfli.-gfiní.
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. . .... ^■j'riifei tti^Xi.
Illustration zu dein Kapitel „Der Hansabote".
Publicação do Pastor Dr. Aldinger.
preensão do Evangelho, apresentam um profundo interesse em questões de reli-
gião e no que toca a eternidade. A pregação de arrependimento do grande pro-
feta os atingira tão profundamente, que não lhe aceitavam somente as palavras
mas ainda se esforçavam a adaptar o seu modo de vida ao espírito de João.
Eram homens cientes do pecado e de suas conseqiiências. Mas levaram também
em seus corações um ardente anseio por salvação e paz. Homens moldados pela
graça precedente, atraídos ao Filho pelo Pai; afinal crentes que, a despeito de
não saberem da existência do Espírito Santo, ainda assim foram por vezes por
êle tangidos, estimulados e animados.
Quem ousaria negar que eram cristãos? Quem de nós não os teria por cristãos
piedosos, privilegiados e até mesmo exemplares? Mas o apóstolo sentencia: Falta-
Ihes uma coisa essencial. Eis, porque os pergunta à queima-roupa: „Recebestes
o Espírito Santo?" Queria lhe parecer que, apesar da fé no Senhor, apesar da
seriedade competente, lhes faltava aquele espírito de paz e alegria.
„Recebestes o Espírito Santo?" Também a nós, amados, é dirigida a per-
gunta do apóstolo. Estou convencido de que de muitos de vós o apóstolo teria
esta mesma impressão: Falta o essencial, o Espirito Santo. Há carência de paz
e alegria de coração, apesar da vossa religiosidade, apesar dos ensinamentos rece-
bidos no catecismo os quais sempre referis , apesar de assídua participação da
Santa Ceia. Não são muitos de vós mais ou menos semelhantes aos discípulos
de João? De fato, nada poupais em questões religiosas. Com a eternidade não
brincais. A necessidade do coração sempre vos impele de novo à casa de Deus.
Sempre que em vossa alma surgem pensamentos de morte estão ligados ao profun-
do desejo por um fim bemaventurado e de entrar no céu. Também o impor-
tante, aquilo que possibilita a receber o Espírito Santo, o sentimento do pecado,
não falta de todo. De vez em vez um leve arrependimento da vida passada so-
brevêm cada um de vós, e um desejo ardente por paz. Êste vago sentimento
do pecado vos leva, por vêzes, a tomar parte na Santa Ceia — mas, apesar de
tudo, não há paz nem alegria. Não há esperança segura da vida eterna! A
instituição da Igreja pesa, de vez em quando, como um jugo sôbre meu coração.
Refere-se à doutrina recebida; esquece-se, porém, que é preciso que o Espírito
Santo a prove em vossos corações e a glorifique. A respeito do Espírito Santo
lestes e ouvistes que para nossa felicidade é necessário que êle tome moradia
no coração. Escutais a respeito nas prédicas e, em casa, leis em livros de con-
teúdo religioso, mas nada entendeis. Sempre que ouvis falar no que toca o Es-
pírito Santo vos encontrais em terreno desconhecido, se vos apresenta como uma
moeda da qual não conheceis a inscrição, nem o cunho nem o valor. Qual seria
a nossa resposta à pergunta: „Recebestes o Espírito Santo" Escutamos e lemos
a seu respeito, mas quem e que êle é na verdade e como o recebemos, isto não
compreendemos.
Como é necessário rogar por esta dádiva! Por isto queremos, nesta segunda
parte, verificar como receber o Espírito Santo de verdade.
,,Êles, tendo ouvido isto, foram batizados em nome do Senhor Jesus Cristo.
E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sôbre êles o Espírito Santo; e tanto falavam
em línguas como profetizavam", assim reza o nosso texto. Se, em nossa época,
um relatório missionário anuncia o batismo de pessoas convertidas, o amigo da
missão vê nêle muito mais do que parece exprimir à primeira vista. Ansiedades,
rogos e preces fervorosas ao Senhor, lutas ardentes entre a carne e o sangue num
12
177
keine rechte Vorstellung machen kann, bevor man sie genossen. Doch auf Etwas
kann ich Euch, Ihr ernsteren Seelen, in Eurer Erfahrung hinweisen. Wenn Ihr
je und je einmal aus irgend einer Ursache, von irgend einer Noth getrieben. Euer
Herz im Gebet ausgeschüttet habt, und es ist Euch dann leichter, stiller und
wohler geworden, wenn auch nur für kurze Zeit; oder wenn Ihr mit einem
stillen Druck Eurer Sündhaftigkeit zum Tische des HErrn gekommen seid, oder
zur Verkündigung Seines Wortes oder zum Gebete der Gemeinde; — und es ist
Euch wie etwas von Friedensluft, von gehobenerer, wohlthätigerer Stimmung in's
Herz gekommen; o da habt Ihr wenigstens einen Vorgeschmack, ein Vorgefühl
des heiligen Geistes gehabt. Wie dein Sehnen und Büssen nur von ferne war,
und ihm fehlte an Kraft und Entschiedenheit, so war das Wehen des heiligen
Geistes von ferne und drang eben nicht hinein in dein Herz als dein bleibendes
Eigenthum. Es heisst hier: Der heilige Geist kam auf sie und redeten mit Zun-
gen und weissagten. Der gesetzliche Ernst hat einer wahrhaft himmlischen
Freude Platz gemacht, das leere Herz ist auf einmal überfluthet von einem Strom
der göttlichen Gnade, welche die deutlichste und sicherste Absolution für allen
Gewissensdruck über Sünden und Missethaten in's Herz bringt. Gott, der bisher
ferne scheinende Gott, ist zu einem nahen gnädigen Vater geworden; das bis-
her unverständliche Leiden und Sterben unseres Heilandes ist auf einmal eine
unversiegbare, über alles köstliche Quelle des Trostes, der Versöhnung mit Gott
und des Glaubens geworden. Nimmt es da Wunder, wenn der Mund über-
strömt von dem, dess das Herz erfüllt ist; wenn der Mund und die Rede kaum
Worte genug finden kann, Zeugniss abzulegen von dem, was das Herz erfahren;
und wenn dieses Zeugniss in Tröstung, Ermahnung, Ermuntertung und Bestrafung
des Nebenmenschen besteht, wie man wohl das Weissagen verstehen muss. Dass
auch das Zungenreden noch hinzukam, das in einem tiefen, halb ekstatischen
Versenken des Geistes in Gott bestand, wobei unverständliche Worte ausgespro-
chen wurden, — ist ein Beweis, wie hoch die Geisteswogen damals noch gingen.
Ist das Empfangen des heiligen Geistes heute bei uns etwas Anderes? Ach, dass
ich Euch jetzt hundert solche begnadigte Johannis- Jünger vorstellen könnte,
damit Ihr sie fragen könntet, jeden Einzelnen, wie es gewesen sei! O, sie würden
Euch antworten Einer nach dem Andern, der Eine mit den Worten des Psal-
misten: Lobe den HErrn, meine Seele, und Alles was in mir ist. Seinen heiligen
Namen, lobe den HErrn, meine Seele, und vergiss nicht, was Er dir Gutes ge-
than hat; der dir alle deine Sünden vergibt und heilet alle deine Gebrechen,
der dein Leben vom Verderben erlöst und dich krönet mit Gnade und Barmher-
zigkeit. Der Andere würde antworten mit den Worten des frommen Dichters,
der es auch also erfahren und gesungen:
Mir ist Erbarmung widerfahren.
Erbarmung, deren ich nicht werth;
Das zählt ich zu dem Wunderbaren,
Mein stolzes Herz hat's nicht begehrt.
Nun aber weiss ich's hoch erfreut
Und rühme die Barmherzigkeit.
Und Mancher würde über sein Gebetsleben hinzufügen: Da ist's ein ganz
anderes geworden; vorher war es mir, als wenn ich mich schleppen müsste zimi
Gebet; da war keine Kraft, keine Freude, kein Finden der Worte, — und nach-
178
lado e a luz divina do outro lado, precederam este batismo. Assim o dia do
batismo se transforma em dia de festa, num Ebenézer no auge da fé presenteada
por Deus, na atmosfera perfumada da doce paz com a certeza da bem-aventurança
eterna.
Mas neste instante em que vos falo do Espírito Santo, receio que não com-
preendeis. Com êle acontece como com um alimento fortificante e gostoso, cujas
qualidades benfazejas sentimos somente quando o experimentamos. Mas assim
mesmo vos posso dar algumas indicações nas vossas próprias experiências. Se, ao
abrirdes o vosso coração a Deus em oração, por qualquer motivo, impelidos por
qualquer necessidade, vos sentirdes aliviados, tranquilizados mesmo só por pouco
tempo; se a vossa pecaminosidade com leve pressão um dia vos levou à mesa do Se-
nhor, à pregação da sua palavra ou à oração da comunidade e paz, uma dispo-
sição sublime tomou conta do vosso coração, então ao menos experimentastes
de longe o Espírito Santo, tivestes um antegosto das suas forças benfeitoras.
O teu anseio e arrependimento eram vagos e só à distância. Faltavam-lhe força
e decisão. Por isto também o Espírito Santo soprou sòmente de leve, de bem
distante e não te entrou no coração, para lá se fixar definitivamente.
O texto diz: „0 Espírito Santo veio sobre êles e falavam em línguas e pro-
fetizavam". A seriedade da lei deu lugar a uma alegria verdadeiramente celestial,
o coração vazio de repente é inundado por torrentes da graça divina, que traz
ao coração a mais segura e convincente absolvição para as pressões da nossa
consciência pelo pecado e iniquidade. Deus, que até agora parecia estar distante,
tornou-se um pai, que está muito pertinho de nós. O sofrimento e a morte
de Jesus, até agora incompreensíveis, neste instante se apresentam como preciosa
e inexaurível fonte de consolo, de reconciliação com Deus e de fé. Causa admi-
ração, se a bôca transborda do que o coração está cheio; se a bôca e a prédica
não encontram palavras suficientes, para exprimir o que o coração experimentou;
se êste testemunho consiste em consolo, admoestação, animação e castigo do
próximo, na interpretação do „profetizar"!
O falar em línguas, que era um estado de imergência quase extática do
espírito em Deus, estado no qual se faziam ouvir sons inarticulados, é uma prova
evidente da intensidade das ondas de Espírito daqueles tempos. É o receber do
Espírito, hoje, diferente? Quisera poder colocar diante de vós mais que cem
dêstes agraciados discípulos de João, para que pudésseis perguntá-los, cada um
por vez, como tudo se sucedeu! Êles vos responderiam, cada qual a seu modo,
um com as palavras do salmista: Bendize, ó minh' alma ao Senhor, e tudo que há
em mim, bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minh' alma ao Senhor e não
te esqueças de nenhum dos seus benefícios. O que perdoa tôdas as tuas iniqui-
dades que sara tôdas as tuas enfermidades, que redime a tua vida de perdição;
que te coroa de benignidade e de misericórdia, e outro com os versos do agraciado
poeta:
Misericórdia Deus me dava,
Presente que não mereci,
Milagre com que me alegrava,
No orgulho meu nem o senti.
Agora o sei com gratidão
E exalto a comiseração.
179
her geschah es mit Lust, und mit einem Trieb, und in einer Stimmung, und in
einem Überfliessen der Worte, wie wenn verborgene Quellen sich aufgethan
hätten. Ja es ist mir geworden, als ob man schon am Beten merken könne, ob
der Beter den heiligen Geist empfangen habe. Ja Geliebte, zur Erleuchtung,
Erlösung und Beseligung mitberufener Zuhörer! Wo fehlt es? Darum greift man
nach Gebetbüchern, wenn man beten will und ohne Buch will's nicht gehen;
darum sucht man nach allen möglichen Stützen und Hebeln, um dem Bedürfniss
des Herzens Genüge zu thun, — weil man eben noch nicht empfangen hat die
Gabe des heiligen Geistes.
O betet und flehet täglich, aber aus dem Herzen, um den heiligen Geist.
Fanget heute an und thut es täglich und kindlich, gerade so wie du sprichst,
und du wirst bald eine Antwort haben auf die Frage des Apostels an dich: Hast
du den heiligen Geist empfangen? Ja, die Gabe des heiligen Geistes müssen
wir Alle erflehen, wenn's Licht, wenn's Friede werden soll in unseren Herzen.
Er ist das Pfand der ewigen Seligkeit. O, nach der Hauptsache, nach dem Cen-
trum, liebe Seelen! Amen".
Christdan Tischhauser, evangel. Pfarrer und
Vorsteher der Anstalt zu St. Isabel.
180
A respeito da sua vida de oração muitos acrescentariam: Ela tornou -se com-
pletamente outra; antes somente com grande esforço conseguia arrastar-me à
oração, não havia força, alegria, nem mesmo encontrava palavras. Depois, porém,
o fazia com alegria, num impulso, numa disposição, numa abundância de pa-
lavras como se fontes secretas rebentassem de súbito e vertessem copiosamente.
Parecia-me que já no modo de orar reconhecia, se alguém recebeu ou não o Espírito
Santo. Amados, ouvintes chamados à ilustração e à redenção! Onde está o mal?
É por isto que tomamos dos livros de oração quando oramos e sem livro não há
jeito; por isto buscamos esteios e alavancas de todos os tipos na tentativa de
satisfazermos as exigências do coração, — porque ainda não recebemos a dá-
diva do Espírito Santo.
Orai e rogai diariamente, mas de coração e de Espírito. Começai hoje a
praticá-lo diariamente em puerilidade na vossa própria linguagem, com vossas
próprias palavras, e não demorará a resposta à pergunta do apóstolo: ,, Recebestes
o Espírito Santo?" Por esta dádiva do Espírito Santo devemos implorar se qui-
sermos luz, alegria em nossos corações. Êle é o penhor da bem- aventurança
eterna. Ao principal, ao centro, amados! Amém.
Pastor Christian Tischhauser
trad. Estudantes da
Faculdade de Teologia em São Leopoldo
12*
181
Corupá
Entstehung und Entwicklung der Gemeinde „Hansa Humboldt" .
Im Jahre 1897 eröffnete die Hanseatische Kolonisationsgesellschaft die Ko-
lonie Hansa Humboldt, und die ersten Einwanderer aus Deutschland fingen an,
das Land urbar zu machen. Rings von Bergen und Höhenzügen umgeben, durch-
zogen von Flüssen und Bächen, breitete sich der weite Urwald um den Stadt-
platz aus. Viele Pikaden führten zu den eingekeilten Kolonien, die von ihren
Besitzern in zähem Fleiss zu blühenden Bauernwirtschaften verwandelt wurden.
Bei den schweren Anfängen, mit den vielen Gefahren und Entbehrungen,
wuchs und erwachte die Sehnsucht nach Gottes Wort. Der nächste grössere Ort
war São Bento, schon im Hochland gelegen; hier war eine evangelische Gemeinde
mit einem Pfarrer. Von dort aus konnte geholfen werden. So schlössen sich in
Hansa Humboldt die evangelischen Einwanderer zusammen und gliederten sich
São Bento an. Nun kam alle vier bis sechs Wochen der jeweilige Pfarrer von
dort und hielt hier im Direktionsschuppen Gottesdienst, zuerst Herr Pfarrer
Büttner, danach Pfarrer A. Bornfleth.
Es war eine schwere Pflicht, den schlechten, anstrengenden Reitweg durch
die Serra zu bewältigen, wozu eine Tagesreise nötig war. Herr Pfr. Bornfleth
versuchte einmal, den Weg durch einen Querweg zu kürzen und geriet mit
seinem Pferde in eine tiefe Schlucht. Ein gnädige Fügung schickte ihm Hilfe!
In der Nacht traf er, 2 km vor dem Stadtplatz, völlig erschöpft und beschmutzt
bei Familie G. Herrmann ein, wo er Erholung und Ruhe fand. Die damaligen
Wege waren besonders bei Regenzeit lebensgefährlich. Es gehörte viel Liebe
und Aufopflerung zum Beruf eines Urwaldpfarrers. Aber viel Freude gewährte er
wieder, wenn neue Gemeinden aufwuchsen und dankbar und treu zu ihrem
Pfarrer hielten.
Zur Zeit des Pfarrers Bornfleth am 16. Dezember 1906 fand die Grund-
steinlegung zur evangelischen Kirche auf dem Stadtplatze statt, und am 28.
April 1908 wurde der erste Gottesdienst in der Kirche gehalten, trotzdem sie
noch nicht ganz fertig war. Es dauerte noch einige Jahre, bis der Turm ange-
baut und die Kirche innen fertig eingerichtet war. Dazu halfen auch reichliche
Spenden aus Deutschland. Das Land für Kirche, Pfarrhaus und Friedhof schenkte
die Kolonisationsgesellschaft. Für die innere Ausschmückung der Kirche sorgten
im Laufe der Jahre einzelne getreue Mitglieder, auch für Abendmahls- und Tauf-
gerät, Leuchter und dergleichen. Am Anfang musste eine einfache Emaille-
Schüssel als Taufbecken dienen. Als einmal der Pfarrer vergessen hatte, den
Abendmahlskelch mitzubringen, war es sehr schwer, einen passenden Metallbe-
cher herauszufinden. Aber es gelang, ein Zinnbecher, der sonst als Zierstück
prangte, tat seine Dienste, und niemand merkte es. 1909 brachte Pfarrer Born-
fleth aus Deutschland unsere Kirchenglocke mit. Sie ist das Ergebnis mehrerer
Vorträge, die er während seines Urlaubs hielt. 1910 konnte auch ein kleines
Harmonium gekauft werden, welches 1929 in einen Aussenbezirk kam und durch
ein grösseres ersetzt wurde.
Die evangelische Gemeinde Hansa Humboldt schloss sich 1910 auch dem
Gemeindeverband von Santa Catarina an. In dieser Zeit entwickelte sich das
182
Corupa
Fundação e desenvolvimento da Comunidade „Hansa Humboldt".
No ano de 1897 abriu a Sociedade Hanseática de Colonização a colónia
Hansa Humboldt e os primeiros emigrantes da Alemanha começaram a desbra-
var a terra. Contornada por tòda a parte de morros e elevações mais ou menos
altas, estendia-se a mata virgem em redor da futura vila. Muitas picadas con-
duziam para os si tios encravados que no decorrer dos tempos foram transforma-
dos pelos seus proprietários em florescentes propriedades agrícolas.
No começo árduo com os muitos perigos e dificuldades, cresceu e despertou
a fome pela palavra de Deus. O lugar mais próximo era São Bento, já no pla-
nalto. Lá já havia uma Comunidade Evangélica com seu pastor. De lá veio o
auxilio. Uniram-se os emigrantes de Hansa Humboldt e filiaram-se a São Bento.
Agora, de 4 em 4 semanas vinha o pastor de São Bento e dava culto no rancho
da diretoria. Primeiro o sr. Pastor Büttner e depois o Pastor A. Bornfleth.
Era uma obrigação penosa vencer o caminho mau e fatigante serra abaixo.
Para o trajeto precisava-se um dia. O Pastor Bornfleth tentou uma vez abre-
viar o caminho por um atalho e chegou com seu cavalo em uma grota pro-
funda e sombria. Um providência bondosa veio em seu auxílio. A noite êle
chegou 2 km. antes da vila, totalmente esgotado e sujo ao sítio da família G.
Herrmann onde achou repouso e restauração. As estradas naqueles tempos, prin-
cipalmente nas épocas chuvosas, eram quase intransitáveis. A função de um
pastor das selvas exigia muitos sacrifícios, abnegação e fé em Deus. Mas tam-
bém era um prazer quando novas comunidades se formavam que gratas e fiéis
se sentiam unidas ao seu pastor.
No tempo do Pastor Bornfleth, no dia 16 de dezembro de 1906 foi lan-
çada a pedra fundamental da igreja evangélica na vila e no dia 28 de abril de
1908 foi celebrado o primeiro culto na nova igreja, apesar de ainda não estar bem
pronta. Durou mais alguns anos até que foi construída a tôrre e completada a
instalação interior. Para o acabamento total das obras contribuíram muitos do-
nativos da Alemanha. Os terrenos para igreja, casa pastoral e cemitério foram
doados pela Sociedade de Colonização. Para o embelezamento interior da igreja,
contribuíram muito alguns membros fiéis da comunidade; assim como para o
aparelho da Santa Ceia e Batismo. A princípio uma simples bacia de esmalte
servia como pia batismal. Quando uma vez o pastor havia esquecido de trazer
o cálice da Santa Ceia, foi muito difícil achar um substituto conveniente. Mas
achou-se finalmente um jarro de metal que antes servia como objeto ornamental,
e ninguém o percebeu. No ano de 1909 trouxe o Pastor Bornfleth da Alema-
nha o sino para a nossa igreja. É êste o fruto de vários discursos que o pastor
havia proferido durante as suas férias. Em 1910 foi comprado um pequeno har-
mónio o qual em 1929 passou para uma filial, sendo substituído por um de
maiores proporções.
A Comunidade Evangélica de Hansa Humboldt filiou- se em 1910 à „Asso-
ciação de Comunidades Evangélicas de Santa Catarina", nesta época ainda na
fase de organização. As escolas sob a direção e orientação do pastor desenvolve-
ram-se muito. Na vila começaram a lecionar dois professóres formados na Ale-
183
deutsche Schulwesen mehr und mehr, unter Leitung des Pfarrers. In der Stadt-
platzschule waren zwei in Deutschland ausgebildete Lehrer angestellt, die auch
Religionsunterricht erteilten. Für die Kolonieschulen ausserhalb fanden sich hie-
sige geeignete Kräfte.
Nach neunjähriger, segensreicher Tätigkeit kehrte Pfarrer Bornfleth mit
seiner Gattin wieder nach Deutschland zurück. Er wurde durch Pfarrer Ortmann
ersetzt. Dieser fand nun schon ein leichteres Arbeitsfeld und blieb 12 Jahre
als Seelsorger für São Bento und Hansa Humboldt hier. In den letzten Jahren
brauchte er seine Reisen nicht mehr auf dem Pferde unternehmen, sondern
konnte die Bahn benutzen, die damals von São Francisco nach dem Hochlande
gebaut wurde. Nur zu den Konferenzen in Blumenau blieben die beschwerlichen
Reisen, die trotzdem oft von den Pfarrfrauen mitgemacht wurden zur Ent-
spanung vom abseits geführten Leben.
Im Jahre 192 5 bestand die evangelische Gemeinde Hansa Humboldt schon
aus 400 Familien und fasste den Entschluss, einen eigenen Pfarrer anzustellen.
Es sollte ein unverheirateter, noch jüngerer Mann sein, damit er recht lange hier
bleiben würde und nicht zu hohe Gehaltsansprüche mache.
Der Ev. Oberkirchenrat in Berlin sandte im September desselben Jahres
Herrn Pfr. Lötz als ersten Ortspfarrer für Hansa Humboldt. Eine kleine "Woh-
nung war gemietet, und alle freuten sich auf ihren Pfarrer. Bald stellte sich
heraus, dass Pfarrer Lötz noch acht Tage vor seiner Abreise Hochzeit gehalten
hatte, und seine junge Frau ihm möglichst bald nachkommen wollte. Jetzt galt
es, eine neue Aufgabe zu lösen. Ein Pfarrhaus musste bald gebaut werden. Dazu
sollte jedes Mitglied und Brautpaar 20 Milreis beisteuern. Feste wurden veranstal-
tet, Theater, Konzerte, um die Baukasse zu füllen. Es wurde ein sehr schönes,
geräumiges Haus gebaut, welches im August 1927 von Familie Lötz bezogen wur-
de. Pfarrer Lötz war sehr tätig, 12 Aussenberzirke wurden eingerichtet mit Schu-
len und Gottesdiensten, die Stadtplatzschule stand unter seiner persönlichen Lei-
tung und wurde mit Aufbauklassen erweitert. Der Gesang wurde gepflegt, und
Frau Pfr. Lötz verschönte sehr oft mit ihrer guten Stimme als Solosängerin die
kirchlichen Feiern.
Im Jahre 1922 gründete Frau Klara Herrmann einen Frauen verein, dem es
möglich war, eine freie deutsche Schwester anzustellen. Bis zu dieser Zeit gab
es keinen Arzt, kein Apotheke, keine Hebamme in der ganzen grossen Kolonie.
Dann und wann versuchten Kurpfuscher die Notlage der Bewohner auszunützen.
Hier musste geholfen werden. Leider blieb die Schwester nicht lange hier, es
waren zu wenig Einnahmen. Aber bald fand sich ein älterer deutscher Arzt als
Einwanderer hier ein. Diesen verpflichtete die Frauenhilfe und stellte ihm das
kleine, neuerbaute Krankenhaus zur Verfügung. Einige Jahre darauf wurde wie-
der eine deutsche Schwester angestellt, die auch als Hebamme tätig war und segens-
reich wirkte. Der Frauenverein gliederte sich der Kirche an und ist bis heute
als evangelische Frauenhilfe tätig in ihrer Sorge um Kirche und Kindergarten.
In den schweren Jahren nach dem zweiten Weltkrieg, als so vieles zerfiel, löste
sich auch das Krankenhaus auf. Die Frauenhilfe verkaufte den Besitz und gab
den Erlös der Kirche. Nur der Kindergarten wurde erhalten und befindet sich
hinter dem Pfarrhause.
Im Mai 1932 kehrte Pfarrer Lötz wieder nach Deutschland zurück. Sein
184
manha que também ministravam ensino religioso. Para as escolas fora da vila
achavam-se elementos competentes entre os colonos.
Depois de 9 anos de abnegado e abençoado serviço voltou o sr. Pastor Born-
fleth com a sua família para a Alemanha e foi substituído pelo sr. Pastor Ort-
mann que achou já um campo de trabalho mais preparado e menos hostil, fi-
cando 12 anos como cura para São Bento e Hansa Humboldt. Nos últimos
anos não precisava mais fazer as viagens a cavalo, mas podia aproveitar a estrada
de ferro que fôra construída de São Francisco para o planalto. As viagens estre-
mamente penosas continuavam somente para as conferências pastorais em Blu-
menau que foram visitadas muitas vezes pelas esposas dos pastores para achar
recreio e descanso de uma vida quase no seio da mata virgem, longe de todo o
conforto e comodidade dos grandes centros.
No ano de 192 5 a Comunidade Evangélica de Hansa Humboldt já tinha
400 famílias e tomou a resolução de manter um pastor por sua conta. Devia
ser solteiro, jovem, para que ficasse muito tempo e não exigisse vencimentos muito
elevados.
O Conselho Superior Evangélico de Berlim mandou no mesmo ano, como
primeiro ministro de Hansa Humboldt, o sr. Pastor Lötz. Uma pequena resi-
dência foi alugada e todos esperavam com alegria o novo pastor. Logo mais
todos ficaram sabendo que o sr. pastor havia se casado oito dias antes de sua
partida e que sua jóvem esposa queria segui-lo brevemente. Agora um novo
problema exigia a sua solução. Uma casa pastoral devia ser construída. Para
isso cada membro e cada jovem par devia contribuir com 20 milrels. Foram
realizadas festas, teatro e concertos para encher a caixa da construção. Foi cons-
truída uma bela e muito espaçosa casa que em agosto de 1927 foi ocupada pela
família Pastor Lötz. Êste nosso pastor foi muito ativo. Foram instaladas 12 filiais
com escolas e cultos. A escola da vila estava debaixo de sua própria direção e
foi aumentada com algumas classes de ensino mais elevado. O canto e a música
foram cultivados, e muitas vezes a senhora pastor ajudou a embelezar os cultos
e festas da igreja com a sua bela voz cantando solos em louvor ao Criador.
No ano de 1922 fundou a senhora Klara Herrmann uma Sociedade Evan-
gélica de Senhoras, a qual foi possível empregar uma irmã livre alemã. Até
aquela data não havia médico, farmácia nem parteira em tôda a nossa colónia.
Muitas vezes curandeiros procuravam explorar a ingenuidade dos colonos. Essa
situação devia ser sanada. Infelizmente a irmã não ficou muito tempo; as rendas
eram escassas. Mas pouco tempo depois veio para cá como emigrante um médico
alemão de meia idade. Êste foi contratado pela sociedade de senhoras que lhe
pôs à disposição o pequeno hospital ultimamente construído. Veio outra irmã
enfermeira que trabalhou também como parteira e cumpriu uma missão aben-
çoada. A sociedade de senhoras filiou-se à Comunidade e funciona até hoje em
benefício dela e do Jardim da Infância, como Ordem Auxiliadora de Senhoras.
Nos difíceis anos da segunda guerra mundial onde tantas instituições encerraram
para sempre as suas atividades, dissolveu-se também o hospital. A ordem Auxi-
liadora vendeu a propriedade e doou o valor obtido à Comunidade. Só o Jardim
da Infância que se acha atraz da casa pastoral, foi mantido.
No ano de 1932 voltou o Pastor Lötz para a Alemanha. Seu sucessor foi
o Pastor Soboll que continuou e desenvolveu as obras iniciadas por seus anteces-
185
Nachfolger wurde Pastor Soboll, der weiter auf- und ausbaute, was hier be-
gonnen war. Leider verlegte er seine Tätigkeit nach Curitiba, sein Nachfolger
wurde im Februar 1938 Pfarrer Möhle. 1939 reiste dieser mit Familie nach
Deutschland, um seinen Urlaub dort zu verleben. Aber er musste in den Krieg
ziehen, der nun ausgebrochen war, und geriet in russische Gefangenschaft.
Hier war auch kein friedliches Leben mehr. Alle Bücher im Pfarrhaus und
noch manches andere dazu wurden beschlagnahmt, ebenso wie die grosse deutsche
Schulbibliothek und viele Instrumente im Krankenhaus der evangelischen Frauen-
hilfe. Der Vertreter von Pfr. Möhle, Pfarrer Neumann, wanderte ins Gefängnis.
Die Gemeinde war dankbar, wenn sie dann und wann von Pfarrern der Nach-
bargemeinden betreut wurde. Aus Rio Negro kam Herr Pfr. Melzer, aus São
Bento Herr Pfr. Prinz. Die Herren Ehlert, Roedl und Kinas waren als Gemein-
depfleger tätig und setzten unverdrossen ihre Kräfte ein, um das kirchliche Le-
ben zu erhalten und die Jugend im Evangelium zu unterweisen. Es war eine
schwere Zeit, die Gottesdienste waren schwach besucht, die Alten beherrschten
die Landessprache nicht, Gottes Wort konnte nur von wenigen aufgenommen
werden. Die Jungen passten sich bald der neuen Lage an, aber der innige Zu-
sammenschluss fehlte.
Endlich, im April 1948 erhielt die Gemeinde wieder einen eigenen Pfarrer.
Es war Pfr. Edgar Liesenberg, der schon öfter in der letzten Zeit als Vertreter hier
tätig war. Viel Arbeit wartete auf ihn, aber mit Liebe gelang es ihm, die alte
Ordnung wiederherzustellen und Neues zu schaffen. Während seiner langen
Studienreise nach Deutschland vertraten ihn nacheinander die Herren Pfarrer
Blümel, junior und senior. Nach seiner Rückkehr setzte sich Pfarrer Liesenberg
für die Erneuerung der Kirche ein. Sie wurde vergrössert und innen verbessert.
Wieder hiess es wie vor 50 Jahren: Feste veranstalten, Sammellisten aufstellen
und ähnliches mehr. Aber es gelang, Pfarrer und Gemeinde strebten einmütig
zum gleichen Ziel, manche gute, freiwillige Spende kam in die Baukasse.
Die Kirche wurde fertig, ohne Schulden machen zu müssen. Nun haben
wir genügend Raum, der bei grossen Feiertagen immer sehr knapp bemessen war.
Pfarrhaus und Kirche mit ihren Gartenanlagen zieren den Stadtplatz. Aber trotz
allem wurde die Gemeinde wieder von ihrem Pfarrer verlassen. Pfarrer Liesen-
berg übernahm das Pfarramt Pommerode, und für die Hansa wollte sich niemand
melden. Aber endlich, 195 5, fand sich ein Seelsorger in Herrn Diakon Robert
Kinas, in dessen Hände die evangelische Gemeinde Hansa Humboldt vertrauens-
voll die Leitung des Pfarramtes legte.
Klara G. Herrmann.
18$
sores, mas infelizmente transferiu a sua atividade para Curitiba. Em seu lugar
veio em fevereiro de 193 8 o Pastor Möhle que viajou em 1939 para a Alemanha
em gôzo de férias e teve de tomar parte na guerra, ficando alguns anos como
prisioneiro na União Soviética.
Aqui não havia mais vida tranqiiila. Todos os livros da casa pastoral e
outras coisas foram confiscadas como também a grande biblioteca alemã da
escola e instrumentos do hospital. O substituto do Sr. Pastor Möhle, o Pastor
Neumann, foi para a cadeia. A Comunidade era grata quando de tempo em
tempo foi servida pelos pastores das comunidades vizinhas. De Rio Negro veio
o Pastor Melzer, de São Bento o Pastor Prinz. Os srs. Ehlert, Roedl e Kinas
funcionaram como substitutos de pastores que não havia, e muitos se empenharam
para manter a vida religiosa e ensinar à juventude o Evangelho. Foi um tempo
difícil; os cultos eram pouco freqüentados, os velhos não conheciam o vernáculo.
A palavra de Deus podia ser ouvida só por muito poucos. Os mais jovens adap-
taram-se muito ligeiro à nova situação, mas faltava-lhes o sentimento da união.
Finalmente no ano de 1948 recebeu a Comunidade um novo pastor. Era
o sr. Pastor Liesenberg que antes já havia funcionado como representante no tem-
po da guerra. Muito trabalho esperava por êle. Mas com muito amor conseguiu
estabelecer a antiga ordem e criar coisas novas. Durante a sua viagem de es-
tudos à Alemanha foi substituído pelos srs. Pastores Bliimel senior e junior. De-
pois de sua volta empenhou-se pela reforma e renovação da igreja que foi au-
mentada e melhorada por dentro. Mais uma vez como à 50 anos atrás a ordem
do dia era: organizar festas, fazer listas para donativos e arrumar tômbolas. E
tudo foi conseguido porque Pastor e Comunidade lutavam unidos pelo mesmo
alvo. Muitos donativos dados de boa vontade contribuíram para engrossar o
fundo da caixa de construção.
A igreja ficou pronta sem deixar dívidas a pagar. Agora temos bastante
espaço que em dias de grandes festas era muito pequeno. Igreja e casa pastoral
com suas praças ajardinadas e bem cuidadas adornam a nossa vila. Mais uma
vez a nossa Comunidade foi deixada pelo pastor. O sr. Pastor Liesenberg aceitou
a Comunidade de Rio do Testo (Pommerode), e para Hansa Humboldt ninguém
queria apresentar-se. Finalmente no ano de 195 5 achou-se o sr. Diácono Robert
Kinas em cujas mãos a Comunidade Evangélica de Corupá pôs o ministério
confiantemente.
Klara G. Herrmann
trad. Curt Brandes
187
Der Hansabote"
Ibirama ex-Hansa-Hammonia.
Es ist eine merkwürdige Geschichte. Besitzt jemand hiesige Druckerzeug-
nisse aus einer Zeit, die noch gar nicht weit zurückzuHegen braucht, so hält
er, häufig genug, Sachen von Seltenheitswert in seiner Hand. So erging es auch
uns. Vor langen Jahren, als wir noch in Rio waren, erhielten wir sieben Num-
mern einer deutschprachigen Zeitung mit dem Namen ,,Der Hansabote" geschenkt
und bewahrten sie, wenn auch ohne besonderes Interesse, getreulich auf. Nun
gedachten wir dieses Blatt, dessen erste Nummer im Oktober 1904 erschien, für
unser Büchlein nutzbar zu machen und suchten nach einem vollständigen Jahr-
gange. Die Suche war lang und intensiv, aber vergeblich, völlig vergebUch;
selbst der Name des Blattes scheint aus der Erinnerung verschwunden zu sein.
So können wir uns nur freuen, dass wenigstens sieben Nummern sich durch
die Zeiten gerettet haben, und versprechen, sie nach Gebrauch an unsere zentrale
Sammelstelle, an das Instituto Hans Staden in São Paulo, weiterzugeben. Hier
nämlich werden die Zeugnisse der Vergangenheit und der Gegenwart gesammelt
und systematisch der wissenschaftlichen Forschung zugänglich gemacht.
Die Zeitung ,,Der Hansabote" ist ein einfaches Faltblatt mit vier, zwei-
spaltigen Druckseiten; ihr Herausgeber war Dr. Aldinger-Palmenhof , Erschei-
nungsort Hammonia, Versendung G. Artur Koehler in Blumenau, Versendung in
Deutschland: Geschäftsstelle der Hans. Kol. Ges. Hamburg Hansahaus, Erschei-
nen monatlich, Bezugspreis jährlich Rs 1$000 bzw. 1$200 und die Einzelnummer
100 Reis. Die uns vorliegenden Nummern aus den Jahren 1908 und 1909 sind
sehr sachlich gearbeitet und enthalten Berichte über den Schulverband Hansa,
über die Evangelische Kirchengemeinde Hansa-Hammonia, über den Landwirt-
schaftlichen Hilfsverein Hansa, über die Molkereigenossenschaft, über praktische
Fragen der Landwirtschaft, über Siedlungs- und Kolonialfragen, über Reisen nach
Deutschland und der Schweiz, über Streifzüge im unbekannten Hinterlande der
Siedlung, und schliesslich eine ständig wiederkehrende Rubrik „Örtliches und
Persönliches". Man sieht, es ist bei aller SachHchkeit und Beschränkung des Rau-
rhes ein bunter Spiegel, der dem Leser die Lektuere anziehend und angenehm
macht.
Lassen wir uns durch den „Hansaboten" durch Ibirama führen, das damals
gerade erschlossen wurde. Zunächst wird deutlich, dass die
SIEDLUNG UM 1900
andere Grundlagen gehabt hat als die in der Mitte des vergangenen Jahrhunderts.
Wir lesen: ,,Die Gegenüberstellung des ehemaUgen abhängigen armen Land-
arbeiters in Deutschland und des jetzigen freien, sorglosen Kolonisten in Brasi-
lien verfängt heute wenig, einmal schon, weil auf solche Landarbeiter nicht
mehr gerechnet werden kann und soll, und dann, weil die meisten heutigen deut-
schen Auswanderer im Bodenbesitz an sich nicht schon eine Befriedigung sehen,
sondern ihn eben als Produktionsmittel werten und weil sie schliesslich eine ganz
andere Schätzung für die Zugehörigkeit zum heutigen deutschen Reich und sei-
ner so social gewordenen, alle Volksschichten durchdringenden Kultur haben als
188
"Der Hansabote"
íbirama ex-Hansa-Hamônia.
Acontece muitas vezes que publicações, sejam jornais, sejam revistas, mas
impressas na nossa terra, de um tempo que ainda não vai muito longe, já têm
valor de raridade. Também nós em certa ocasião podiamos experimentar a ver-
dade deste fato interessante. Há muitos anos, quando ainda estávamos no Rio,
recebemos 7 números de um jornal em língua alemã de nome ,,Der Hansabote"
de presente, e os guardamos — sem muito interesse — até hoje. Lembramo-nos
agora desta folha cujo primeiro número apareceu em outubro de 1904, para apro-
veitá-la em nosso livrete, e procuramos o ano completo. A busca foi longa e
exaustiva, mas absolutamente improdutiva. Mesmo o título do jornal parece ter
escapado da memória de todos. Assim damo-nos por satisfeitos que pelo menos
7 números se salvaram através dos tempos, e prometemos enviá-los após o uso,
ao Instituto Hans Staden em São Paulo, que coleta e torna acessíveis ao público
estes documentos do passado, no interesse da pesquisa científica.
O jornal „Der Hansabote" é uma fôlha simples dobrada, contendo quatro
páginas impressas em duas fileiras; seu editor Dr. Aldinger-Palmenhof , origem
Hamônia, distribuidor G. Artur Koehler em Blumenau, distribuição na Alema-
nha: Escritório da Companhia Hanseática de Colonização em Hamburgo, publi-
cado mensalmente, preço anual Rs. 1$000 resp. 10$200 e 100 Reis por unidade.
Os números dos anos 1908 a 1909 que possuímos, contêm artigos de interêsse
sobre a escola Hansa, sôbre a Comunidade Evangélica de Hansa-Hamônia, sôbre
a Sociedade de Auxílio ao Agricultor, sôbre a Sociedade de Laticínios, notas prá-
ticas sôbre agricultura, colonização e colónias, viagens à Alemanha e Suíça, ex-
cursões no interior desconhecido da colónia, e uma rubrica constante ,, Locais
e Pessoais". Vê-se que apesar do espaço reduzido é um jornal de largo espectro
que produz uma leitura interessante e agradável.
Deixemos que o ,, Hansabote" nos leve por íbirama, Hansa-Hamônia outrora
que naquela época estava sendo povoada. Logo se torna claro que a
COLONIZAÇÃO EM 1900
tinha outras bases que a da metade do século passado. Lê-se o seguinte: ,,A
comparação do antigo agricultor pobre e dependente na Alemanha e do livre
e descuidado colono no Brasil, hoje não pega mais. Em primeiro lugar porque
não se pode nem deve contar com tais agricultores, e além disto porque a maio-
ria dos colonos não se dão por satisfeitos com um quinhão de terra, mas o jul-
gam como meio de produção, e finalmente porque os colonos atuais apreciam
suas relações com o império alemão e sua cultura social que permeia tôdas as
camadas da população, de maneira diferente do que os colonos que chegaram
nos meados do século 19. No início do século 20 portanto, deve-se oferecer
mais ao alemão do que simplesmente viagem sem despesas para o romantismo das
selvas". Realmente, naquela época havia viagens com despesas pagas pelo gover-
no; já um progresso sôbre os tempos em que o colono tinha que pagar sua
própria passagem com árduo trabalho. Numa outra edição do „Hansabote" achamos
185!
die Leute von Anfang oder der Mitte des vorigen Jahrhunderts. Da muss also
schon zu Anfang des 20. Jahrhunderts für die Deutschen etwas mehr in die
Wagschale geworfen werden als freie Überfahrt zur Romantik des Urwaldlebens".
Jawohl, freie Überfahrt gab es damals um 1900; ein Fortschritt gegenüber der
vergangenen Zeit, da die Auswanderer sich lange plagen mussten, bis sie die
Kosten der Überfahrt abgearbeitet hatten. In einem anderen „Hansaboten" fin-
den wir ein Inserat, das durch zwei dicke, fünf Zentimeter hohe Ausrufungszei-
chen eingerahmt wird: ,, Freie Passage bezahlt die Brasilianische Regierung für
Einwanderer, die auf Ansuchen von Verwandten oder Freunden nach Brasilien
kommen sollen. Interessenten belieben sich schriftlich zu wenden an Directoria
do Povoamento do Solo Rio de Janeiro oder an Inspector do Serviço de Povoa-
mento Florianópolis". Und weiter lesen wir über die Stellung der Kolonisten:
„Wenn man sich von deutscher Seite wehrt, nicht bloss als Steuerzahler hoch-
geschätzt zu werden, so nimmt das kein Lusobrasilianer übel, wenn es sach-
lich geschieht, und nicht bloss aus Einbildung und Vorurteil. Für die neuen
Kolonisten zumal ist die Sachlage eine sehr einfache und nüchterne. Sie kommen
weder als deutsche, wenn auch friedliche Eroberer, noch als brasilianische Pa-
trioten, die darauf brennen, Brasilien mit ihrem Schweisse gross zu machen.
Sie nehmen vielmehr Grund und Boden von der Landfirma Brasilien und möch-
ten dabei nicht bloss angeblich, sondern tatsächlich möglichst günstige Bedin-
gungen haben. Leider war bisher die Kulanz der Firma bei im ganzen wohl-
wollender Gesinnung doch eine recht geringe! Die Feststellung einer solchen
Tatsache ist auf beiden Seiten etwas rein Geschäftliches; im Landgeschäft, wo
viele Menschenkräfte mitbeteiligt sind, gewinnt sie leicht den Anschein einer
politischen Handlung. Man tut aber gut, die Sache auf dem geschäftlichen
Gebiet auszuhandeln".
,,Der Hansabote" vom 28. März 1908 bringt auf seinen vier Seiten einen
ausführlichen Bericht über den
SCHULVERBAND HANSA.
Grundsätzlich wird erklärt: ,,Was von allen Seiten, die sich für das Schul-
wesen interessieren, für die älteren Schulen erst gewünscht und gefordert wird,
das hat die Kolonie Hansa fast von Anfang an gehabt, nämlich einen Schul-
verband. So fordert der Präsident der Staatsregierung auf, grupos escolares zu
bilden; die Ortsgruppe Hamburg des Allg. Deutschen Schulvereins schreibt:
Immer wieder haben wir den Zusammenschluss der Schulen zu Schulverbänden
angeregt. Verbandsschulen können stets auf unsere materielle und moralische
Unterstützung rechnen. Auch andere gewichtige Freunde machen ihre Bereit-
willigkeit zu Unterstützungen von der Zugehörigkeit zum Verband abhängig.
Wenn Besuche in die Kolonie kommen, ein Governador, Konsul, Superintendent,
Aufsichtsrat oder sonst ein Gönner, so kann von einer Stelle aus, nämlich der
Verbandsleitung, verlässliche Auskunft erteilt werden, wie die 30300 Kinder der
Kolonie unterrichtet werden; in Verbands- Versammlungen werden die allgemei-
nen Verhältnisse geregelt. Der Verband bildet das Gegengewicht bei örtlichen
Treibereien oder gar Hetzereien, ordnet und vermittelt bei Misshelligkeiten inner-
halb der Vereine oder zwischen Vereinen und Lehrern; ermöglicht die Lehrer-
Aus- und Weiterbildung, überwacht den Schulbetrieb, bekämpft schädigende Ein-
flüsse von aussen kräftiger als die Einzelschule und erwirkt Beihilfen". Im
190
um anúncio em língua alemã, ladeado por dois gordos pontos de exclamação,
cada um com 5 cm de altura, que traduzimos aqui: „Livre passagem oferece o
Governo Brasileiro aos emigrantes que vêm a pedido de parentes ou amigos. Os
interessados devem dirigir-se por escrito à Diretoria de Povoamento do Solo
do Rio de Janeiro, ou ao Inspetor de Povoamento, Florianópolis". Mais adiante
pode-se ver que posição tomavam os colonos: ,, Quando o colono alemão se nega
a ser encarado apenas como pagador de impostos, nenhum luso-brasileiro se in-
comoda, enquanto isto acontecer objetivamente e não por orgulho ou prevenção.
Para os novos colonos a situação é clara e simples. Êles não vêem como conquista-
dores alemães, se bem que pacíficos, é lógico, nem como patriotas brasileiros que
ardem por enriquecer o país com o suor de seus rostos. Êles tomam simplesmente
as terras da Companhia Colonizadora Brasil e querem fazer um bom negócio,
não apenas teoricamente, mas de fato. Infelizmente porém apesar de tôda a boa-
vontade da Companhia, ela nem sempre foi muito obsequiosa. A constatação de
tal fato é de ambos os lados algo puramente comercial. No negócio de terras
onde o elemento humano é envolvido em grande escala, isto toma freqiientemente
o aspecto de uma ação política. Dever-se-ia conservar sempre o caso em terreno
estritamente comercial".
,,Der Hansabote" de 28 de março de 1908 traz em suas quatro páginas um
extenso comentário sôbre a
ASSOCIAÇÃO ESCOLAR HANSA.
Fundamentalmente declara-se: „0 que é desejado e exigido para as escolas
mais antigas — por todos aquêles que se interessam por elas — isto a colónia
Hansa já introduziu desde o comêço, isto é, a Associação escolar. O presidente
do govêrno estadual exige: formar grupos escolares (Transcrevendo esta frase
assim, dr. Aldinger não reparou que o termo técnico ,, grupo escolar" não tem
nada com uma Associação de escolas). A filial de Hamburgo da Associação
Geral de Escolas Alemãs escreve: Sempre insistimos na união das escolas em asso-
ciações escolares; escolas unidas podem sempre contar com nosso apoio moral
e financeiro. Também outros benfeitores fazem sua boa-vontade depender da
união à associações. Quando chegam visitas na colónia, governador, cônsul, su-
perintendente, inspetor ou outro benfeitor, logo a diretoria da associação pode
dar informações seguras e corretas sóbre como estão sendo educadas as 300
crianças da colónia inteira. Nas reuniões da associação são discutidas e resolvidas
quaisquer perguntas pertinentes à escola. A associação contrabalança perseguições
locais e inimizades, ordena e concilia desavenças internas numa escola ou entre
diretoria e professorado. Permite extensão de estudos a professores, fiscaliza o
funcionamento das escolas e combate influências negativas por fora com mais
energia do que as escolas isoladas.". Na Associação se uniam onze escolas, sendo
seis do grupo Hercílio: Hamônia, Selin, Rafael, Nova Bremen, Nova Zürich,
Scharlach (hoje José Boiteux) , e cinco do grupo Itapocú: Isabela Baixa, Bonpland,
Rio Paulo, Isabela Alta e Rio Novo. Uma tabela clara permite ver melhor a
situação, por exemplo: „Escola Hamônia desde 1.° de janeiro de 1902, professor
A. Mueller desde 1.° de janeiro de 1906, anos 1 a 4, alunos 32, dias úteis 2 5 6,
percentagem de faltas 19,6, direção Hager, Fredel, Engelhardt, anotações: desde
a Páscoa cursos de extensão duas vêzes por semana com 2 a 5 alunos". O
191
Verbände waren elf Schulen zusammengeschlossen, nämlich sechs in der Gruppe
Hercilio: Hammonia, Sellin, Rafael, Neubremen, Neuzürich, Scharlach, und
fünf in der Gruppe Itapocu: Unt. Isabella, Bonpland, Rio Paulo, Ob. Isabella
und Rio Novo. Eine klar aufgestellte Tabelle gibt nähere Auskunft, z. B.
„Schule Hammonia seit 1. 1. 02, Lehrer A. Mueller seit 1. 1. 06, Klassen 1 — 4,
Schüler 32, Schultage 256, Prozent der Fehltage 19,6, Vorstand Hager, Fredel,
Engelhardt, Bemerkungen: Seit Ostern 2mal wöchentlich Fortbildungsschule
mit 2 — 5 Schülern". Der Schulinspektor war sich über das Besondere seiner
Schulen völlig klar: ,,Die Hansaschulen hatten bisher die Art von Schulen einer
neuen Kolonie, d. h. die Schule hatte es nicht bloss mit regelmässig eingetretenen
und zusammengesetzten Jahresabteilungen zu tun, die nach dem methodischen
Gang des Lehrplans zu unterrichten waren, sondern oft musste auf Schüler
Rücksicht genommen werden, die in 1 — 2 Jahren überhaupt ausgebildet werden
sollten, oder die in dieser Zeit nach längerer Pause seit der Abreise von Europa
das früher Gelernte wiederholen und das auf Brasilien Bezügliche zulernen soll-
ten. Immerhin hat sich schon bis heute eine bedeutend grössere Regelmässigkeit
ergeben". Auch Religionsunterricht wurde erteilt; wir finden hier inbezug auf
das Auswendiglernen einen markanten Ausspruch: ,,Dass Religion gewissermassen
mehr eingeatmet und gefühlt, als gelernt und gelehrt werden soll, ist eine schöne,
aber schliesslich zu geistiger Verarmung führende Forderung. Ein fester Besitz
von Bibl. Geschichte, Sprüchen und Liedern ist ein wertvoller Schatz für die
ganze Lebenszeit". So war das Schulwesen bestens geordnet ,und nicht nur Eltern
und Schüler durften zufrieden sein: „Gegen Ende des Jahres war der staat-
liche Chef des Schulwesens in Blumenau, Herr Francisco Margarida, in Hammo-
nia, besuchte die dortige Schule und sprach sich sehr befriedigt über den Un-
terricht im Portugiesischen aus. Der Leiter des Schulverbandes hat ihm die
Bitte vorgelegt, auf eine staatliche Unterstützung der Verbandsschulen hinwirken
zu wollen". Mit Wehmut gedenken wir jener Tage, die der zweite Weltkrieg
mit sich brachte.
Sehr eindrucksvoll sind die Zeilen, in denen wir von dem
MÜHEN UM DIE LANDESSPRACHE
hören. „Von Zeit zu Zeit liest man, dass sich einige übereifrige Lusobrasilianer
mit grossem Geschrei in der Presse über das Deutsche Schulwesen in deutschen
Kolonien aufregen. Das sind unwissende Leute, die schimpfen, statt zu denken
und zu danken. Sie wissen nicht, welche heldenhaften Anstrengungen diese Ko-
lonisten machen, um, ohne Unterstützung und Beachtung seitens der Staatsregie-
rung, ihren Kindern überhaupt eine Schulbildung zu gewähren. Sie wissen nicht,
welche rührenden Anstrengungen diese Kolonieschulen machen, um auch die
portugiesische Sprache zu lehren. Man sollte denken, dass die brasilianischen
Staatsregierungen schon längst dafür gesorgt hätten, dass ausgezeichnete Lehrmit-
tel zur Erlernung der portugiesischen Sprache in Kolonieschulen vorhanden sind,
Anschauungstafeln, Fibeln, Lesebücher, dass den Lehrern ermögHcht würde,
Unterrichts- und Fortbildungskurse im Portugiesischen durchzumachen. Nichts
davon! Auch darin waren die deutschen Schulen und Lehrer auf sich selber an-
gewiesen. Und sie helfen sich in steigenden Masse. Freilich, in der ersten Zeit
war es schwierig und peinlich, den portugiesischen Unterricht passend einzurichten.
192
inspetor dr. Aldinger tinha perfeito conhecimento da situação de suas escolas.
„As escolas de Hansa pertenciam até agora ao mesmo tipo de escola que se
encontra em todas as colónias recém-fundadas, isto é, a escola não lidava somente
com turmas regulares, • anualmente matriculadas e educadas conforme um plano
metódico de ensino, mas tinha que tomar em consideração alunos que termi-
navam o curso em um ou dois anos, ou que tinham que recapitular tudo no
Brasil depois de extensa pausa devido à partida da Europa e além disto aprender
coisas sôbre êste país que não se ensinam na Europa. Em todo caso nota-se até
agora maior e mais persistente regularidade". Também o ensino religioso era
dado. A respeito de „decorar" existe uma marcante sentença: ,,Que a Religião
deve ser, por assim dizer, mais aspirada e sentida do que ensinada e aprendida,
é uma exigência muito bonita, mas que conduz ao empobrecimento espiritual.
Um conhecimento firme de história bíblica, de palavras bíblicas e de hinos é
um tesouro precioso para tôda a vida". Assim o ensino estava perfeitamente
coordenado, e não só os pais e alunos estavam satisfeitos, pelo que se vê: „Pelo
fim do ano o chefe do Departamento Estadual de Escolas em Blumenau, sr.
Francisco Margarida visitou Hamônia e a escola local, e ficou entusiasmado com
o ensino do português. O diretor do Associação escolar pediu que êle se in-
teressasse por um auxílio estadual para a Associação".
Impressionantes são as linhas nas quais se fala a respeito dos
ESFORÇOS PARA APRENDER O VERNÁCULO.
„De tempo em tempo se lê que alguns exagerados luso-brasileiros iniciam
uma grita pelos jornais contra as escolas alemãs nas colónias. Êstes ignorantes
reclamam ao invés de pensar e agradecer. Eles não sabem quão heroicamente
estas escolas batalham por dar às crianças uma instrução conveniente sem auxílio
ou atenção do Governo Estadual. Eles não sabem dos esforços emocionantes destas
escolas de colonos em ensinar também o Português. Pensar-se-ia que há muito
os Governos Estaduais teriam cuidado em fornecer excelentes meios de instrução,
adaptados para o ensino da língua natal em escolas rurais, a saber quadros instru-
tivos, cartilhas e livros de leitura, que aos professóres fósse possibilitado um
curso de extensão em Português. Qual nada! Também neste ponto escolas
e professóres tinham que confiar em si mesmos. E êles o faziam cada vez mais.
Logicamente nos primeiros tempos foi difícil e penoso organizar convenientemente
o ensino do Português. Infelizmente só tive noticia da cartilha e do livro de
leitura de Rotermund quando já tínhamos introduzido a cartilha modificada de
Haester e o livro de Bieri. Êstes dois deviam basear-se um no outro, mas infeliz-
mente não o fazem, nem em português nem em alemão. Tínhamos que ter
primeiro quadros com legendas em português para olhar, quadros grandes a ser
usados nas escolas e pequenos livros de figuras em mão das crianças onde o co-
nhecimento dos objetos mais próximos se torna fácil e onde é adquirido um
tesouro de palavras e expressões comuns. Depois da compreensão do substantivo
e seu significado, vem o exercício da conjugação Para descrever o que acon-
tece durante o caminho para a escola, durante a refeição etc., o professor atual-
mente tem que procurar a muito custo na cartilha e livro de leitura as palavras
193
Leider kamen mir die besten vorhandenen deutsch-brasilianischen Lehrmittel für
Deutsch und Portugiesisch, nämHch Fibel und Lesebuch von Rotermund erst
zu Gesicht, als hier schon die umgearbeitete Häster'sche Fibel und das Bieri'sche
Lesebuch eingeführt waren. Diese beiden Lehrmittel sollen sich auf einander
beziehen, tun es aber tatsächlich weder im Deutschen noch im Portugiesischen .
Wir müssten zunächst Anschauungsbilder haben mit portugiesischen Bezeichnun-
gen der Dinge, grosse Tafeln und kleine Bilderbücher in die Hand der Kinder,
wodurch die Kenntnis der nächstliegenden Gegenstände leicht vermittelt und
ein Schatz von Ding- und Eigenschaftswörtern erworben wird. Nach der An-
schauung und Erwerbung des Dingworts mit seinen Eigenschaften kommt die
Übung der Handlung Um zu beschreiben, was beim Gang in die Schule, beim
Essen u. dgl. alles getan wird, muss der Lehrer gegenwärtig die Wörter mühsam
aus den Wörtern von Fibel und Lesebuch und den grösseren Rest aus dem Lexi-
kon zusammensuchen. Sind nun auch genügend Tätigkeitswörter bekannt und
in den Hauptzeiten geübt, dann ist die Erzählung eigner Erlebnisse ganz in der
Fremdsprache für das Kind möglich und wird in ihm die Freude an dem selbst-
ständigen Können erweckt".
Wir können und wollen nun nicht alle Seiten des „Hansaboten" nach-
drucken, zumal sich bekanntlich der Meister erst in der Beschränkung zeigt.
Einen auf zwei Nummern verteilten, längeren Bericht müssen wir aber dennoch
erwähnen. Hier bricht die europäische
FREUDE AM URWALD,
an der unberührten Gottesschöpfung, am Erforschen des Unbekannten und auch
die Verantwortung für die alten Einwohner des Landes voll hervor. Zum Pi-
niengebiet zwischen den Flüsschen Krauel und Indios ging eine Entdeckungsfahrt.
„Ausgangspunkt war Neuzürich, das freundlich zur Verfügung gestellte Haus
von Herrn Grage. Die Herren R. Gut und J. Schweizer überliessen uns ihre
Kähne, um den Krauelfluss hoch zu fahren Das Flüsschen bietet überaus
anmutige und stimmungsvolle Wald- und Wasseransichten. Manchmal mussten
die Kähne über Untiefen oder querliegende Stämme gezogen werden. Nach etwa
4 Stunden war das vorläufige Endziel der Kahnfahrt erreicht. Die Ufer treten
jetzt auf etwa 300 m eng und steil zusammen, und das Flussbett ist durch
grosse Felsstücke und Steine gesperrt. Eine kleine seeartige Erweiterung vor den
Steinen, umrahmt von Busch und Wald, erinnert lebhaft an Szenerien, wie sie
die Gartenkunst den Fürstenschlössern des 18. Jahrhunderts schuf. Kurz vor
den Steinen hatten Jäger einen kleinen, eben ausreichenden Rancho (eine aus einem
schiefen Dach bestehende Blätterhütte) gebaut, den wir bezogen. Gleich die erste
Nacht brachte Regen, der den folgenden Tag anhielt Das Heldenbuch der Por-
tugiesen, die Lusiaden von Camões, bereitete uns auf die kommenden Tage und
Taten vor. Der nächste Tag, wie die andern mit Gebet und einem Kapitel von
Bernieres ,, Verborgnem Leben mit Christo in Gott" begonnen, war noch feucht,
zudem Sonntag, und wurde daher mehr zu einem Gang durch den Wald als zu
der Arbeit benützt, einen Durchhau (Pikade) durch den Wald flussabwärts zu
machen Während die andern eine Hütte bauten, ging ich am Flusse etwas höher,
wo gleich darauf ein grösserer Bach einmündete, und orientierte mich genau
nach der von Herrn Ingenieur Deeke gemachten Aufnahme des Krauel Nun
194
certas, às vezes até mesmo no dicionário. Se suficientes verbos são conhecidos
e praticados nas suas conjugações, então a criança pode contar suas aventuras
na língua estranha e encontrará muito mais estímulo e alegria no estudo".
Não queremos e podemos reproduzir aqui tôdas as páginas do „Hansabote",
ainda mais que é sabido que o mestre se mostra na limitação. Um relatório porém
que percorria dois números contudo, ainda devemos mencionar. Aqui se exprime o
ENTUSIASMO PELA SELVA,
pela floresta virgem em tôda a sua grandeza, como atributo tipicamente europeu.
Revelam-se vontade e dedicação de explorar as regiões desconhecidas, revelam-se
também simpatia e responsabilidade para os bugres, os antigos habitantes da
terra. À região dos pinheirais, entre os riachos Krauel e índios, se dirigiu uma
expedição. „Ponto de partida foi Nova Zürich onde o sr. Grage gentilmente
cedeu sua casa. Os srs. R. Gut e J. Schweizer nos emprestaram suas canoas
para subirmos o Krauel . Êste rio descortina belas paisagens aquáticas e terres-
tres. Às vezes as canoas tinham que ser puxadas sôbre baixios ou troncos enca-
lhados. Após aproximadamente quatro horas o destino provisório da viagem foi
alcançado. Ali às margens do rio se aproximam formando uma garganta estreita
com altos barrancos, numa extensão de trezentos metros mais ou menos, e o
leito do rio está cheio de rochas ponteagudas. Um pequeno lago, antes do
estreito ladeado por arbustos e floresta, lembra intensamente os cenários criados
pelos jardineiros para os castelos do século 18. Neste largo achava-se um rancho,
construído por caçadores, constando de um telhado coberto de fòlhas inclinado,
onde nós acampamos . A primeira noite trouxe chuva que continuou por todo
o dia seguinte O livro épico dos portugueses, „Os Lusíadas", preparava-nos
para as aventuras dos dias vindouros. O dia seguinte começado como os outros
com prece e um capítulo de „Vida oculta com Cristo em Deus" de Berniere,
ainda era úmido e além disto domingo, e por isto passeamos pela floresta ao
invés de cortar uma picada em direção ao rio Enquanto os outros construíam
uma cabana, segui um pouco rio acima até a afluência de um riacho maior,
orientando-me pela carta do Krauel feita pelo engenheiro Deeke Daí em diante
começava o desconhecido, sempre rio acima em direção ao ocidente . Mas acima
o vale se alarga e achata e o leito do rio se torna mais uniforme; a água corre sô-
bre belos blocos de arenito, um descanso para os pés do sr. Stieren que não sim-
patizavam com o agulho cascalho e pedras A noite entrou e ficamos à beira
do riacho; o capim sêco produziu um fogo alegre e claro É raro dormir-se até
de manhã sem interrupção, num acampamento destes; geralmente pela meia noite
coloca-se mais lenha no fogo, deixando o corpo esquentar, para entregar-se de
novo ao sono, protegido por seis cães. Quem primeiro acordar, quando o sol pisca
pela folhagem das árvores altas, põe a água a ferver para o café matinal, acom-
panhado sempre de farinha de mandioca. Nesta hora tôda a beleza do acampa-
mento na selva se desdobra. Nenhuma conta a pagar! Nenhuma gorgeta para
dar! Cuidado para não esquecer nada! Com profusa alegria foi recebido o pri-
195
ging es ins Unbekannte, den Bach aufwärts, in ziemlich westlicher Richtung
Üben wird das Tal flacher und weiter; der Lauf des Baches regelmässiger; das
Wasser fliesst oft über schöne Sandsteinplatten hin, ein Labsal für die Füsse von
Herrn Stieren, die sich mit den rauhen, und einzelnen Steinen und Felsbrocken
nicht befreunden wollten Die Nacht brach an; wir blieben neben dem
Bache; die trocknen Rohrstangen gaben ein lustiges, helles Feuer . . In einem
Zuge verschläft man gewöhnlich die Nacht im Waldlager nicht. Nach Mitter-
nacht wird man meist wach, schürt das Feuer auf, wärmt sich durch und legt
sich von neuem zum Schlaf, den sechs Hunde bewachen. Wer zuerst aufwacht,
wenn der Himmel etwas heller durch die Bäume scheint, setzt den Wassertopf
ans Feuer zum Frühkaffee, der mit trockenem Maniokmehl gereicht wird. Die
volle Schönheit eines Urwaldlagers kommt aber beim Aufbruch zum Vorschein!
Keine Rechnung und kein Trinkgeld! Achtung nur, dass nichts vergessen wird!
Mit lautem Freudengeschrei wurde die erste Pinie, der charakteristiche Nadelholz-
baum des Hochlands, begrüsst. J. Schweizer schnitt das Schweizerwappen hinein
und nahm vom Lande als „brasilianische Schweiz" Besitz. Ob ein Kolonial- und
Seekrieg mit der Schweiz daraus sich ergibt, weiss ich nicht Der mannsdicke
überaus hohe, ganz gerade Stamm wurde von R. Hergert erklettert, der von
seinem hohen Standort aus nicht bloss die Lage von Berg und Tal beschrieb, son-
dern auch meldete, dass gerade aus vor uns, in etwa 2 — 3 Stunden zu erreichen,
eine Rauchsäule sich aus dem Walde erhebe . Ein Indianer (Buger-) Lager
musste vor uns liegen Das Pinheiral, bis jetzt völlig weltabgeschieden und
Pinien- und Kokeiren-Nahrung bietend, war bisher der sicherste Zufluchtsort
der Wilden. Zu versuchen, diesen hier eine Art von Schonplatz zu belassen,
sie zu zähmen und sie vom reinen Jagd- und Früchte-Sammelleben zu einer
Wirtschaftsform mit etwas Pflanzung und Viehhaltung überführen, wäre christ-
lich und menschlich Das Reservat wäre gewissermassen ein vorzeitliches
Museumsstück im Freien, müsste aber unter Ausnahmegesetz stehen, denn um
die Wilden des Urwalds in eine schnapssaufende Bande von Zigeunern zu ver-
wandeln, dazu möchte ich weder die Hand noch die Veranlassung bieten".
Wer war es nun, der mitten im Urwalde die ,, Lusíadas" las, der den „Han-
saboten" herausgab, der als treuer Seelsorger die Evangelische Gemeinde versorgte,
der als Lehrer für die Jugend und als Schulinspektor für den Schulverband ver-
antwortlich war, der als Direktor den Landwirtschaftlichen Hilfsverein leitete,
der die Milchverwertungs-Genossenschaft zu Goldmedaillen führte, der sich „des
Wohlwollens der Regierung freuen konnte"? Es war
EIN WÜRTTEMBERGISCHER PFARRER,
Dr. phil. Paul Aldinger, geboren am 23. August 1869, eingewandert, nach
einer Gastrolle in Russland, am 16. Juni 1901. Das „Gedenkbuch zur Jahr-
hundert-Feier deutscher Einwanderung in Santa Catharina" 1929 bemerkt aus-
drückUch: „Als Ansiedler in Hansa-Hammonia wie jeder andere — also nicht
ausgesandt, angestellt oder berufen — eingewandert mit der Absicht, das Kolo-
nistenleben von Grund auf kennen zu lernen, in Berichten darzustellen und
in der Kolonie für das Kirchen- und Schulwesen von Anfang an besorgt zu sein".
In 26 Brasilienjahren hat Dr. Aldinger, als Junggeselle übrigens, gezeigt, aus
welchem Holz er geschnitzt war. Von seiner steten Hilfsbereitschaft, von seiner
196
meiro pinheiro, característico do planalto. J. Schweizer entalhou o brazão suíço
na casca e tomou posse da terra com nome de suíça brasileira. Esperemos que
o resultado disto não seja uma guerra marítima ou colonial com a Confederação
Suíça O tronco, mais largo do que um homem, e reto até a copa, foi esca-
lado por R. Hergert que nos comunicou os acidentes do terreno à nossa volta
e que à duas ou três horas de viagem, num mato saía uma coluna de fumaça . . .
Provavelmente um acampamento de bugres à nossa frente Êstes extensos
pinheirais, longe da civilização eram até agora o lugar ainda mais seguro para
os indígenas, fornecendo- lhes alimento em profusão, e reclusão. Dever-se-ia ten-
tar conservar êste lugar, amansar os índios e fazer deles um povo agricultor,
do povo guerreiro e caçador que são transformá-los em criadores. Seria um belo
e humanitário ato cristão. A Reserva seria uma espécie de museu ao ar livre,
devendo porém estar sob legislação especial. Não tenho nenhuma vontade de
levantar minha mão para transformar índios em vagabundos beberrões".
Quem seria êste que lia os Lusíadas no meio da selva, que publicava o „Han-
sabote", que como fiel pastor cuidava da Comunidade Evangélica, que como
professor era responsável pela juventude e como inspetor pela Associação escolar,
que como diretor guiava a Associação de auxílio ao agricultor, que levou a So-
ciedade de laticínios à medalhas de ouro, que não ignorou de ser „benquisto
pelo govêrno"? Era um
PASTOR DE WÜRTTEMBERG,
Dr. phíl. Paul Aldinger, nascido à 23 de agosto de 1869, emigrado, após
ter estado transitório na Rússia, em 16 de junho de 1901. O livro „Gedenkbuch
zur Jahrhundert-Feier deutscher Einwanderung in Santa Catharina" (Em memória
do centenário da emigração alemã em Santa Catarina) 1929, diz o seguinte:
„Como colono igual a muitos em Hansa-Hamônia, isto é, não enviado, empregado
ou chamado — emigrado com o propósito de conhecer a vida do colono em todos
os detalhes, escrever artigos e cuidar de escolas e igrejas na colónia desde o
princípio". Ele mesmo contou uma história engraçada que se repetiu várias
vezes. Foi neste tempo quando sua propriedade „Palmenhof" já era bem co-
nhecida na Europa. Aconteceu que chegaram emigrantes novos em Hansa-
Hamônia. Logo queriam ver a obra do dr. Aldinger a cujo respeito tinham ouvido
tanto. Espiaram onde pudessem encontrar a fazenda magnífica com edifícios
pomposos que tinham criado na sua imaginação. Mas que desilusão, encontraram
unicamente algumas barracas e depósitos rústicos. Então queriam visitar o célebre
doutor na sua plantação. Êste trabalhou em trajes simples, somente com calça
e camisa, como colono qualquer na sua roça. Os visitantes não o reconheceram,
e sucedeu mais de uma vez que êle mesmo podia ouvir a pergunta delicada:
„Queira informar-me, por favor, onde encontramos o sr. dr. Aldinger?" E, apre-
sentando-se, gostou sempre destas fisionomias que refletiam abertamente uma
decepção tremenda. Em 26 anos de serviço no Brasil, o nosso Pastor Aldinger
provou a sua vocação. Aliás, era solteiro. Sempre pronto a ajudar, de uma
197
umfassendem Gastfreundlichkeit wird oft erzählt. Er war ein Mann, der keinen
Feind besass, den alle gerne hatten. So ist es verständlich, dass sein Bildnis mitten
in der Kirche von Ibirama noch heute jeden Gottesdienstbesucher grüsst.
Dem Berichte liegen die Atisgaben des Blattes „Der Hansabote", 4. Jahr-
gang, Nr. 6 vom 28. März 1908, Nr. 7 vom 25. April 1908, Nr. 8 vom 30. Mal
1908; 5. Jahrgang, Nr. 1 vom 10. Oktober 1908, Nr. 2 vom 7. November 1908,
Nr. 5 vom 6. Februar 1909 imd Nr. 11 vom 7. August 1909 zugrunde. Weitere
Einzelheiten finden sich In der Gedenkschrlft ,, Comunidade Evangélica Ibi-
rama — Evangelische Kirchengemeinde Ibirama, 22-5-1904 / 22-5-1954".
larga hospitalidade, c o centro de muitos comentários. Era um homem que n3o
tinha inimigos, ao qual todos queriam bem. Por isto é compreensível que seu
retrato ainda hoje saúde todos os visitantes da igreja de Ibirama.
Serviram de referência para o presente artigo as edições do „Hansabote"
de: 4.0 ano, n.o 6 de 28 de março de 1908, n.o 7 de 25 de abril de 1908, n.«
8 de 30 de maio de 1908; 5.o ano, n.» 1 de 10 de outubro de 1908, n.o 2 de
7 de novembro de 1908, n.o 5 de 6 de fevereiro de 1909 e n.o ii de de 7 de
agôsto de 1909. Mais detalhes encontram-se no memorial „Comunldade Evan-
gélica Ibirama — Evangelische Kirchengemeinde Ibirama, 22-5-1904 / 22-5-1954".
Pastor Fios
trad. Dt. Ivo von Wangenheim.
199
Wie war's nun eigentlich
mi \ Tu rni und Glocken?
Weithin ist bekannt, dass unsere evangelischen Kirchen in alter Zeit weder
Turm noch Glocken haben durften. Die ältere Generation wird aus den Er-
zählungen der Eltern wissen, wie unsere Kirchen einst schmucklos und kahl, für
unser Gefühl halbvollendet im Lande standen und häufig für Scheunen gehalten
werden konnten. Der jüngeren Generation aber wird es gut tun, von den Ein-
schränkungen und Belastungen zu hören, unter denen die Grosseltern ihr evan-
gelisches Bekenntnis selbstverständlich hochhielten. Es gehört immerhin froher
Mut, besser Freude im Herrn dazu, durch Generationen hindurch in eine Kirche
zu gehen, der man die fehlende Gleichberechtigung schon von weitem ansah. Wir
wollen hier die historische Frage stellen, wie es zu dieser, uns Heutige so merk-
würdig anmutenden Einschränkung kam.
1.
Wir müssen weit ausholen und tief in die Geschichte Brasiliens zurück-
blicken, hinein in eine Zeit, da von deutscher Einwanderung noch lange keine
Rede war. Wir blicken in jene Zeit, da der portugiesische Prinzregent D. João
seinen Hof nach Rio de Janeiro verlegte, da die Häfen Brasiliens dem Freien
Weltverkehr geöffnet wurden (1808) und der englische Handel nach Brasilien
kam. Wer ein wenig Geschichte kennt, weiss, wie zu jener Zeit zwischen Frank-
reich und England Krieg war, und Napoleon die sogenannte „Kontinentalsperre"
einführte, um den englischen Handel zum Erliegen zu bringen. In den Speichern
von Liverpool und London häuften sich die Waren, die Exporteure wussten
nicht, wohin mit all den Gütern, die in den Häfen zusammengestopft waren.
Da, im rechten Augenblick, tat sich eine neue Welt auf, die Häfen Brasiliens
wurden geöffnet. Schiff auf Schiff segelte nach Rio de Janeiro, eine Warenflut
überschwemmte die brasilianische Hauptstadt. Was nur immer auf der Insel la-
gerte, wurde hinausgeschickt, auch wenn es sich um wollene Steppdecken und
Schlittschuhe handelte. Letzterem Artikel freilich standen wir mit Skepsis ge-
genüber, bis wir bei einem zuverlässigen Zeugen lasen, dass er einst im Innern
von Minas eine sauber gearbeitete Türklinke traf, deren Grundbestandteil un-
verkennbar ein Schlittschuh war; man wusste sich eben zu helfen.
Was hat nun der englische Handel mit unserem Thema zu tun? Die Antwort
ist einfach. Wo Grossbritannien seinen Handel, hinbrachte, dorthin brachte es
auch seine Kirche. Hier begannen die internationalen Schwierigkeiten. Spanien
und Portugal waren alte Inquisitionsländer, und die Feuer- und Schwertmethoden
des 16. Jahrhunderts, da Lutheraner und Kalvinisten unerbittlich aufgespürt und
verurteilt wurden, waren trotz späterer Lockerung unvergessen geblieben. Wie
sollte es draussen in der Kolonie Brasilien werden? Musste man ein Aufflackern
der mittelalterlichen Methode befürchten?
Es ist Englands Verdienst, hier grundsätzliche Klarheit geschaffen zu ha-
ben. Im Rahmen eines Freundschafts- und Bündnisvertrages (1810) lesen wir
die Erklärung des portugiesischen Prinzregenten, dass die Inquisition in den
südamerikanischen Besitzungen der Krone Portugals niemals eingeführt werden
200
Como foi realmente
o caso da lôrre e dos sinos?
É de conhecimento geral que em tempos idos nossas igrejas evangélicas não
podiam ter nem torres nem sinos. A geração mais velha deve lembrar-se das
histórias de seus pais, como nossas igrejas eram simples e sem adornos, dando a
sensação de inacabadas, tanto a ser muitas vezes tomadas por ranchos. A geração
mais nova porém, faz bem em saber das dificuldades e restrições sob as quais
os avós mantinham alto o seu conceito de religião evangélica. É necessária grande
coragem e confiança no Senhor para continuar freqiientando uma igreja cuj.i
desigualdade de condições já de longe era visível. Queremos aqui debater a per-
gunta histórica como se chegou a esta restrição que hoje se nos aparenta tão
estranha.
1. — INFLUÊNCIA BRITÂNICA.
Temos que retroceder bastante e mergulhar profundamente na história do
Brasil, numa época em que ainda não se falava em imigração alemã. Vemos
aquela época na qual o Príncipe Regente D. João transferiu sua côrte para o
Rio de Janeiro, uma época na qual os portos do Brasil eram abertos ao livre
comércio mundial e na qual os ingleses vieram para o Brasil para negociar.
Quem conhece um pouco de história, sabe que naquela época havia guerra entre
França e Inglaterra, e Napoleão introduzia o chamado Bloqueio Continental, para
estacionar o comércio inglês. Nos armazéns de Liverpool e Londres os produ-
tos se amontoavam e os exportadores não sabiam onde ir com as mercadorias que
entupiam os portos. E aí, no momento crucial abrira-se um mundo novo, os
portos do Brasil foram franqueados. Navio após navio velejava para o Rio de
Janeiro e uma onda de mercadorias afogava a capital brasileira. Tudo que con-
tinham os armazéns ingleses era exportado, mesmo se se tratasse de cobertores de
lã e patins para gêlo. Esta última afirmação encaramos com cepticismo até que
lemos num cientista de renome que êle havia encontrado uma irez no interior de
Minas um trinco de porta muito bem feito cuja peça fundamental era sem dú-
vida um patim; dava-se um jeito em tudo.
Mas o que tem o comércio inglês a ver com o nosso tema? A resposta é
simples; onde a Grã-Bretanha levava seu comércio, também levava sua igreja.
Aqui começaram as dificuldades internacionais. Espanha e Portugal eram países
da inquisição, e os métodos de ferro e fogo do século 16 onde Luteranos e Cal-
vinistas eram perseguidos e condenados, ficaram inesquecidos apesar do relaxa-
mento posterior. Como seria lá na colónia Brasil? Seria de se esperar um re-
crudescimento dos métodos da idade média?
É o mérito da Inglaterra, ter aqui produzido clareza perfeita. Num tratado
de amizade e aliança lemos a declaração do Príncipe Regente de Portugal „que
a Inquisição não será para o futuro estabelecida nos Meridionais Domínios Ame-
ricanos da Corôa de Portugal" („that the Inquisition shall never hereafter be
13
201
würde („that the Inquisition shall never hereafter be established in the South Ame-
rican Dominions of the Crown of Portugal") , und in einem gleichzeitigen Han-
dels- und Schiffahrtsvertrag finden wir die praktischen Ausführungsbestimmun-
gen. England erhielt die Zusage der vollen Gewissensfreiheit („perfect Hberty
of Conscience") , nicht nur für seine eigenen Untertanen, sondern auch für alle
weiteren Ausländer, die einer Kirchengemeinschaft angehörten, die von der in
den portugiesischen Besitzungen eingeführten Religion abwich („any other Foreig-
ners of a different Communion from the Religion established in the Dominions
of Portugal"). Zu der gev.'ährten Freiheit gehörte ausdrücklich das Recht, den
Gottesdienst zu feiern und ihm ungestört beiwohnen zu können. Bei dieser grund-
sätzhchen Zusage, die für Engländer, Deutsche, Schweizer, Holländer, Skandina-
vier und andere von entscheidender Wichtigkeit war, machte Grossbritanien einige
Zugeständnisse. Es verzichtete auf Kirchengebäude, die äusserlich als solche zu
erkennen waren, es verzichtete auf den Gebrauch von Glocken und verzichtete
auf Missionsarbeit, ja erkannte die Strafe der Landesverweisung für diejenigen
an, die Proselyten machten oder Übertritte herbeiführten. Auf diesem Rechts-
grunde bauten die Engländer ihr eigenes Kirchenwesen aus und konnten 1822
in Rio die Anglikanische Kirche einweihen. Dieser Akt muss viel Staub aufge-
wirbelt haben, denn José Bonifácio unterzeichnete eine Verfügung, in der zur
Verhinderung von Störungen der öffentlichen Ordnung ein besonderes Polizei-
aufgebot bestellt wurde, „es sei das erste Mal, dass eine Protestantische Kirche
in dieser Stadt eröffnet wurde".
Grossbritanniens Rolle als Wegbereiter des Protestantismus in Brasilien ist
weithin in Vergessenheit geraten, und auch Freunde der Geschichte in unserem
Lager wissen nicht mehr um die Zusammenhänge. Als aber Brasilien 1824 seine
erste Verfassung erhielt, gingen als verdienter Lohn für alle Mühen die Zusagen
des ehemaligen Prinzregenten und die britischen Zugeständnisse in sie über. Nun
hiess es für lange Jahrzehnte in jenem bekannten Artikel 5 des ersten Abschnitts:
„Die Römisch katholisch apostolische Religion bleibt weiterhin die Religion des
Kaiserreiches". Aber, fährt der Artikel fort: „Alle andei-en Religionen werden
erlaubt mit ihrem häuslichen oder privaten Gottesdienst, der in hierzu bestimm-
ten Häusern gehalten wird, die nicht die äussere Form einer Kirche haben dür-
fen". So kam es, dass keine evangelische Gemeinde in Brasilien sich in eine
Gesandtschafts -oder Botschaftskapelle zurückziehen musste, sondern im Schutze
der Brasilianischen Verfassung, unter den bekannten Einschränkungen, sich frei
entwickeln durfte. Was uns Heutigen absonderlich erscheint, war zu jener Zeit
ein grosser Erfolg.
2.
Wenn die Schwierigkeiten des Anfangs überwunden sind, pflegt gemeinhin
das Selbstbewusstsein zu wachsen. Warum sollte es in unseren Gemeinden anders
gewesen sein? Und immer wieder kreiste das Denken um die ,, halbfertigen"
Kirchen. So mancher Gemeindevorsteher stand vor seiner Kapelle und sah im
Geiste begehrlich den Turm emporwachsen. Im Geiste nur? Wir wollen hier eine
fröhliche Episode erzählen, von der wir einmal lasen. Die Quelle können wir
nicht angeben; war es in einem Buche, war es in einer Zeitschrift, war es in
deutsch, war es in portugiesisch? Wir wissen es nicht mehr und berichten aus
der Erinnerung.
202
established in the South American Dominions of the Crow of Portugal"), e
num tratado de comércio e navegação da mesma época encontramos as indicações
práticas. A Inglaterra recebeu a garantia de „perfeita liberdade de Consciência"
(„perfect liberty of Conscience") , não só para seus próprios cidadãos, mas tam-
bém para ,, outros quaisquer Estrangeiros de Comunhão diferente da Religião Do-
minante nos Domínios de Portugal" („any other Foreigners of a different
Communion from the Religion established in the Dominions of Portugal"). A
liberdade concedida estendia-se o direito dos cultos religiosos e de sua freqiiência.
Nesta permissão básica que foi de importância decisiva para ingleses, alemães,
suíços, holandeses, escandinavos e outros, a Grã-Bretanha fazia algumas conces-
sões. Desistia de construções religiosas, especificamente reconhecíveis como tais,
desistia do uso de sinos e do trabalho dos missionários, reconhecendo o direito à
pena de extradição para todo aquele que fazia prosélitos ou trespassava as regras
estabelecidas. Neste direito os ingleses basearam sua comunidade e puderam inau-
gurar em 1822 no Rio de Janeiro a igreja anglicana. Este ato deve ter levan-
tado muito pó, pois José Bonifácio assinara uma ordem determinando uma força
policial especial para evitar distúrbios públicos „sendo a primeira vez que se abria
uma igreja protestante nesta cidade".
O papel da Grã-Bretanha como nivelador do caminho do protestantismo no
Brasil está muito esquecido, e nem mesmo amigos da história em nosso campo,
sabem como foi. Quando porém o Brasil recebeu a sua primeira Constituição em
1824, ela levou, como merecido prémio à insistência britânica, as declarações
do então Príncipe Regente e as concessões do Reino Unido. Durante muitos
decénios soava assim o conhecido artigo 5 da primeira parte: „A região Catho-
lica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império". Porém o artigo
continua: ,, Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico
ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do tem-
plo". Assim foi que o cvilto evangélico nunca teve que ser realizado em alguma
igreja de legação ou embaixada, mas sob a proteção da Constituição Brasileira
pode desenvolver-se livremente, com as mencionadas restrições. O que achamos
estranho hoje, foi naquela época uma grande vitória.
2. — INTERMEZZO ALEGRE.
Quando as primeiras dificuldades estão vencidas, em geral aumenta a con-
fiança em si mesmo. Porque deveria ser diferente nas nossas Comunidades? Sem-
pre de novo o pensamento girava em tôrno das igrejas „incompletas". Muito pastor
ficava diante da capela e olhando para cima, via em pensamentos o nascimento
de uma tôrre. Apenas em pensamento? Contaremos aqui um episódio divertido
que lemos há tempo. A sua fonte não podemos dar; talvez foi num livro, talvez
num jornal, talvez em alemão, talvez em português. Não sabemos mais e rela-
tamos apenas de memória.
De ter acontecido lá por 18 80 numa das Comunidades no sul do país.
Talvez Santa Catarina, talvez Rio Grande do Sul. Também ali havia de dias
203
Es muss in den achtziger Jahren des vergangenen Jahrhunderts gewesen sein.
Da war einmal eine Gemeinde im Süden des Landes, sei es in Santa Catarina,
sei es in Rio Grande do Sul. Auch sie besass aus alten Tagen eine turmlose
Kirche und fand, dass es langsam an der Zeit sei, diesen Zustand zu ändern.
Besonders tatendurstige Gemeindeglieder kamen zusammen und gingen ans Werk.
Aber heimlich, nur heimlich. In einer grossen Scheune bei geschlossenen Türen
schnitten sie Bauholz zurecht und werkten eine regelrechten Kirchturm zusam-
men, den man nachher nur aufzustellen brauchte. Wir sind ziemlich sicher,
dass diese braven Männer nicht im geringsten ahnten, dass sie eine böse ver-
fassungswidrige Tat vorhatten, sondern in dem Turmverbot nur die Missgunst
irgendeiner nicht wohlwollenden Behörde vermuteten. Und dann, in einer dunklen
Nacht, geschah es. Wer Hände hatte zum Helfen, der kam herbei. Die schweren
Bohlen und Balken wurden aus der Scheune geschleppt und aufgestellt. Ein
Stück fügte sich an das andere. Der Bau wuchs empor, und als die Morgen-
dämmerung kam, war das Werk getan. Da stand die Kirche im Schmuck ihres
Turmes. Die Unbeteiligten rieben sich verdutzt die Augen und trauten ihnen
nicht. Gestern noch „Scheune" und heute ein ausgewachsener Kirchturm. Natür-
lich kam es zu Protest und Krach. Dcch was war zu tun? Was einmal gebaut
war, durfte ohne Richterspruch nicht entfernt werden. Die Geschichte ist aber
nicht zu Ende, sondern bekam durch den Schnitzer einer Amtsstelle erst den
richtigen Höhepunkt. Diese Behörde kannte ebensowenig wie die Bauherren ihre
Verfassung und verfügte, dass „Türme das Wahrzeichen katholischer Kirchen
seien". Hiervon hörte ein Mann der Presse, Carl von Koseritz, der sonst weder
der evangelischen noch der katholischen Kirche gewogen war. Nun jauchzte er
förmlich, zog zu Felde und tröstete zunächst den Ortsgeistlichen: ,,Nur durch-
halten, Herr Pastor, jetzt haben wir gewonnen! Warum? Türme das Wahr-
zeichen katholischer Kirchen? Auch das Irrenhaus in Rio hat einen Turm!"
Wir erinnern uns nicht mehr an den Ausgang dieser schönen Geschichte,
vermuten aber, dass sie sich bis in die Tage der Republik hinzog und damit hin-
fällig wurde. Denn in der ersten republikanischen Verfassung (1891) hiess es
im Artikel 72 § 3: ,,Alle Einzelpersonen und religiösen Bekenntnisse können
ihren Gottesdienst öffentlich und frei ausüben". Alte Schranken waren ge-
fallen, von den Türmen evangelischer Kirchen klangen fortan die Glocken.
3.
So manche Gemeinde ging mit Eifer an die Arbeit, um die Vorteile der
neuen Lage auszunützen. In Santa Catarina machte unseres Wissens Joinville
den Anfang. Dort gab es ein schlichtes, 1864 gebautes Bethaus. Begeistert wurde
geworben: ,,Die Republik hat uns die Glaubensfreiheit gegeben! Zeigen wir uns
der Freiheit würdig! Verschönern wir unser Bethaus durch einen Turm, versehen
wir diesen Turm mit Glocken! Auf zur Tat! Mit Gott und mit vereinten
Kräften!" In der Festschrift von Pastor Fr. Wüstner „Kirchengemeinde Joinville
185 1 — 195 1, Evangelisches Bekennen in Schwachheit und Kraft" ist die Turm-
weih-Ansprache (1892) des damaligen Vorsitzenden C. J. Parucker überliefert.
Wir geben diese Rede hier wieder, die uns bestens zeigt, wie jene Glaubensbrüder
fühlten und dachten.
„Der Kirchenvorstand als Vertreter der evangelischen Gemeinde von Join-
ville nimmt hiermit das der Gemeinde gemachte Geschenk eines Kirchturms mit
204
passados uma igreja sem torre. Muitos membros da comunidade, que se dis-
tinguiam pela sua energia achavam que já era tempo de colocar um campanário
nesta igreja e puseram mãos à obra. Mas apenas secretamente. Num galpão fe-
chado cortaram a madeira, prepararam-na e fizeram tôda a estrutura do campa-
nário, sendo apenas necessário montá-lo depois. Temos certeza de que estes ho-
mens não tinham a mínima ciência de estar procedendo anticonstitucionalmente,
mas pensando apenas que a proibição se devia a algum funcionário antipatizante
da religião. E numa escura noite começou a aventura. Quem tinha mãos, aju-
dava. As traves pesadas e barrotes foram transportados do galpão e montados
peça por peça. Um encaixava no outro, e quando a manhã rompeu, o trabalho
estava pronto. A igreja lá estava, decorada por uma tôrre! Todos que passavam
sacudiam a cabeça espantados e não acreditavam nos olhos. Ontem ainda havia
sido um galpão e hoje uma igreja, com tôrre e tudo. Naturalmente este ato
suscitou protestos e debates. Mas, que se podia fazer? O que estava construído
não podia ser derrubado sem ordem jurídica. A história não termina aí, porém
adquire devido a um êrro de uma repartição o seu clímax. Esta repartição co-
nhecia tampouco a constituição como os construtores, e decidiu que „törres eram
o sinal de igrejas católicas". Isto chegou aos ouvidos de um jornalista, Carl von
Koseritz, que não pertencia nem à uma nem à outra igreja. Mas agora entrou
alegremente em campo e acalmou o pastor dizendo: „Törres são distintivos de
igrejas católicas? Também o hospício no Rio possui uma tôrre!"
Não nos lembramos mais de como terminou esta interessante história, su-
pomos porém que ela se estendeu até os dias da república onde caiu por si. Pois
na primeira constituição republicana (1891) dizia no artigo 72, § 3: „Todos
os indivíduos e confissões religiosas podem exercer público e livremente o seu
culto". Antigas restrições eram eliminadas, e campanários evangélicos soavam
doravante os sinos.
3. — INAUGRAÇÃO DA TÔRRE.
Muitas Comunidades apressavam-se a aproveitar as vantagens do novo estado
de coisas, trabalhando com afinco. Em Santa Catarina ao que sabemos, foi Join-
ville que começou. Havia lá uma simples capela, construída em 1864. Com
entusiasmo fazia-se campanha: ,,A República nos deu liberdade de culto! Mos-
tremo-nos digno dela! Embelezemos nossa igreja com um campanário com sinos!
Avante ao trabalho! Com Deus e unidos no trabalho!" Da escrita festiva do
Pastor Fr. Wuestner „Kirchengemeinde Joinville 1851 — 1951, Evangelisches Be-
kennen in Schwachheit und Kraft" nos chegou o discurso inaugural da tôrre
(1892) do presidente C. J. Parucker. Reproduzimos aqui este discurso que nos
dá uma clara idéia de como aqueles irmãos pensavam e sentiam:
„A Diretoria como representante da Comunidade Evangélica de Joinville
aceita pelo presente a dádiva feita à Comunidade da tôrre com sinos e profunda-
mente sensibilizado pelo sacrifício de todos que com seu auxílio material e ma-
nual permitiram iniciar e terminar a construção, agradece com profunda gratidão.
205
Glocken entgegen, und tief bewegt von der allgemein betätigten Opferfreiidigkeit
drückt er allen denen, welche durch ihre Beiträge, durch Rat und Tat den Bau
ermögUcht und zur Vollendung gebracht haben, seine vollste Anerkennung und
seinen tiefgefühlten Dank aus.
Er tut dies mit umso freudigerem Herzen, als mit mit diesem Werk ein
religiöser Gedanke verknüpft ist, als in diesem Werke für alle Zeiten ein geistiger
Inhalt und ein ernste Aufforderung gegeben ist.
Der Turm ist nicht bloss ein Werk von Stein und Holz, zur Zierde unseres
Gotteshauses errichtet; wie er nach oben strebt und zum Himmel weist, soll er
uns mahnen, unseren Blick nach oben zu richten, unsere Gedanken aus dem
vergänglichen Irdischen dem ewigen Unvergänglichen zuzuwenden, in allen Lagen
des Lebens auf Gott zu vertrauen und echter Religiosität, wahrem Glauben eine
Stätte in unseren Herzen zu bereiten.
Die Glocken sind nicht bloss ein tönendes Erz, welches bestimmt ist, die
Stunde anzuzeigen, in welcher der sonntägliche Gottesdienst beginnt, oder mit
ihren Klängen ernste und freudige Ereignisse des Menschenlebens zu verherr-
lichen; sie sollen uns mahnen, wenn sie ihren Ruf zur Gottesverehrung erschallen
lassen, diesem Ruf auch Folge zu leisten und nicht aus Bequemlichkeit oder
Gleichgültigkeit zu Hause zu bleiben. Ihre Stimme soll uns aus unserer Gleich-
gültigkeit aufrütteln, unser evangelisches Gewissen schärfen, unser evangelisches
Bewusstsein erwecken und kräftigen. Ihre Stimme soll uns immer wieder an
das teure Vermächtnis erinnern, welches wir durch die Reformation von unseren
Voreltern empfangen haben, wofür dieselben geblutet haben und gestorben sind.
Sollen wir vergessen, wie unsere Vorfahren für den reinen Glauben, für das
Evangelium gekämpft und gelitten haben? Nein, nimmermehr!
Wir sind in diesem Lande nur ein schwaches Häuflein evangelischer Christen.
Wir sind wie eine kleine Insel im weiten Ozean. Die Wasser würden über uns
hinwegrauschen, die Fluten würden uns wegschwemmen, wenn wir nicht feste
Dämme gegen den Anprall errichteten, und diese Dämme sind ein inniger Glaube,
und vor allem das evangelische Bewusstsein, das uns befähigt, nicht bloss schlauen
Verführungen zum Abfall, sondern auch der Unduldsamkeit und etwaigen reli-
giösen Verfolgungen mit Kraft und Festigkeit zu widerstehen.
Ein feste Burg ist unser Gott,
ein gute Wehr und Waffen!
Dieser Turm mit seinen Glocken ist aber nicht bloss für uns, die jetzt Le-
benden errichtet, er ist auch für unsere Kinder und Nachkommen. An uns ist
es, den religiösen Gedanken, welchen Turm und Glocken in uns anregen, auf
unsere Kinder zu übertragen, und in ihren Herzen wahre Frömmigkeit, echten
Glauben und den festen protestantitschen Geist zu pflanzen und aufzuziehen.
Unsere Kinder werden dies dann auch ihren Kindern tun und so fort bis in die
spätesten Geschlechter. Erfüllen wir darum diese ernste Pflicht treu und ge-
wissenhaft an unseren Kindern, und der reichste Segen wird nicht ausbleiben.
Wenn wir dann den letzten Gang gehen, wenn die Tränen der Hinterbliebe-
nen unser Grab betauen, wenn die Glocken uns ihren wehmütigen Abschiedsgruss
nachsenden, dann werden unsere Seelen beglückt auf diese Stätte zurückschauen,
dann wissen wir, dass hier ein Same gesät wird, der nicht unter die Dornen
206
Faz isto com o coração tanto mais exultante, quanto se liga a esta obra a
ideia religiosa, quanto nesta obra c dado um conteúdo espiritual e feito um sério
apêlo para todos os tempos.
A torre não é apenas obra de pedra e madeira, construída para enfeite de
nossa casa de Deus; como ela se eleva e aponta para cima, deve servir-nos de
aviso e dirigir nossos pensamentos das coisas passageiras terrenas para o eterno,
confiar em Deus em todas as ocasiões da vida e criar um lugar de sincera religio-
sidade e fé em nosso coração.
Os sinos não são apenas bronze ressoante, que serve para indicar as horas
nas quais começa o culto dominical, ou transmitir com seus sons alegres ou tristes
acontecimentos da vida humana. Devem lembrar-nos de seguir este chamado para
adoração de Deus, e não ficar em casa por indiferença ou comodidade. Sua voz
deve accrdar-nos d-', morosidade, afiar nossa consciência evangélica e fortificá-la.
Sua voz deve sempre lembrar-nos da preciosa herança que recebemos de nossos
antepassados por meio da Reforma pela qual êles sangraram e sofreram.
Podemos esquecer, como nossos antepassados sofreram e morreram pela fé
e pelo evangelho? Não, nunca!
Nós somos nesta terra apenas um fraco grupinho de cristãos evangélicos.
Somos uma pequena ilha na imensidade do oceano. As águas nos levariam, ondas
nos cobririam, se não construíssemos fortes diques, e estes diques são a profunda
fé e principalmente o sentimento evangélico que nos possibilitam, não só resistir
às tentações de outrem mas, com força e firmeza, a perseguição possível e a into-
lerância religiosa.
Castelo forte é nosso Deus,
Escudo e espada boa!
Esta torre com os seus sinos, não é só para nós, vivos; foi eregida também
para nossos filhos e descendentes. Depende de nós transmitir aos nossos filhos
o pensamento religioso, estimulado em nós pela tôrre e pelos sinos, e criar nos seus
corações uma devoção cristã e fé real no pensamento evangélico. Nossos filhos
farão isto também nos seus filhos, e assim até as mais longínquas gerações. Se
preenchermos o nosso dever com fé e consciência, não faltará a bênção mais rica.
Quando andaremos nosso último caminho, quando as lágrimas dos que fi-
cam se misturarão à terra de nossa sepultura, quando os sinos nos enviarão seu
melancólico Adeus, então nossas almas olharão felizes a êste lugar, então sabe-
remos que aqui foi lançada uma semente que não caiu entre espinhos onde foi
sufocada ou comida pelas aves, que não foi extinta pelas paixões e adversidades
dêste mundo, que porém caiu em boa terra, dando fruto a cem por um ainda aos
nossos descendentes.
Assim o queira Deus!
E que os sinos dobrem pela primeira vez, para a Comunidade reunida!"
207
fällt und daselbst zertreten oder von den Vögeln unter dem Himmel, den bösen
Lüsten und Leidenschaften dieser Welt, vertilgt werden wird, sondern der auf gu-
tes Land gesät, noch in unseren spätesten Nachkommen hundertfältige Frucht
bringen wird.
Das walte Gott!
Und so mögen denn die Glocken zum ersten Mal ihre Klänge für die
versammelte Gemeinde erschallen lassen!"
Das Geläute setzte ein. Der Eindruck war ergreifend. Vielen standen Trä-
nen der Freude in den Augen.
//.
208
Os sinos dobraram. A impressão foi profunda. Muitos estavam com lágrimas
de alegria nos olhos.
Pastor Fios
trad. Dr. Ivo von Wangenheim.
VIVOS VOCO
MORTUOS PLANGO
FULGURA FRANGO.
209
Vergiss das Gestern nichl!
Eine Betrachtung über Rio cio Sul, Santa Catarina
Hat Rio do Sul Stätten, an denen der stille Wanderer recht tut, wenn er
seine Schritte hemmt und ein wenig in ernster Betrachtung verweilt? Ehrwürdige
Stätten einer vergangenen Zeit? Gewiss, dieses Bergstädtchen, am breiten, stillen
Itajaifluss gelegen, ist jung, ganz jung, und hat kaum fünf Jahrzehnte erlebt.
Wie in anderen schnell emporgewachsenen Städten dieser südlichen Zone pulsiert
auch hier ein Leben, das kaum ein Echo von dem Gestern wiedergibt. Fast
scheint es, als ob Rio do Sul — unter den Deutschstämmigen „Südarm" ge-
nannt — nur Gegenwart und nichts von Vergangenheit kennt. Und doch, trotz
seiner Jugend, trotz seines nur gegenwartsbetonten Lebensrhythmus findest du
hier Stätten, die eine Kunde von Gestern raunen, daraus das Heute geboren
wurde, Stätten, die von dem Kampf, Geist und Erfolg der Menschen von Gestern
zu erzählen wissen. Komm mit, ich will sie dir zeigen.
Wir gehen die Strasse zum evangelischen Pfarrhaus hinauf. Da liegt mitten
auf der Pfarrweide, die ein wenig ansteigt, ein altes, unansehnliches Holzhaus.
Drei Eichen halten davor Wacht. Ist es bewohnt? Gardinen hängen vor den
Fenstern. Bänke und Bilder kann man durch die Fensterscheiben erkennen. Ist
es ein Schulhaus? Nein, es ist ein Konfirm.andensaal. Und einst war dieses Haus
eine Kirche mit Turm und Glocke, das sich die ersten evangelischen Bewohner
unseres Städtchens im Jahre 1908 erbauten. Viele Verwandlungen hat dieses
Kirch- und Schulhaus im Laufe der fünf Jahrzehnte erfahren. Ursprünglich war
es mit Palmenblättern bedeckt gewesen. Dreimal wurde ein Stück angebaut.
Und wenn die alten Wände erzählen könnten, wüssten sie von vielen Menschen-
schicksalen mit ihren seelischen Nöten Kunde zu geben, die sie geschaut. Ge-
wiss, dieses Gotteshaus war einfach und schlicht, wie auch die ersten Bewohner
unseres Ortes einfach und schlicht ihr Dasein führten. Aber die gesammelte
Kraft ihres einfachen und schlichten Wesens und Lebens bereitete mit Ausdauer
und in Entbehrung den Boden, darauf das Heute mit einem helleren Licht der
Freude an das Dasein wurde. Das, was ein Gotteshaus würdig macht, brachten
sie bei ihrem gottesdienstlichen Gang mit in diesen Raum. Ihre Gesänge, ihre
Gebete und ihre Andacht machten das schlichte Bretterhaus zu einer würdigen
Anbetungsstätte. Hier erlebten die Väter die ersten Gottsdienste in der Unsi-
cherheit der neuen Siedlung. Siehst du, dort steht noch die erste einfache Kanzel.
Sie soll zur Erinnerung an die ersten Zeiten unserer Gemeinde erhalten blei-
ben . . . Nun sitzen wir unter den schattigen Eichbäumen. Schweigend schauen
wir den kleinen Anstieg hinunter. Unsere Gedanken lassen die Vergangenheit
vor unserem geistigen Auge vorüberziehen. Wir sehen verschleiert Gestalten heran-
kommen, Männer und Frauen, zu Pferd und zu Fuss, altmodisch gekleidet mit
grossen Hüten und langen weiten Röcken. Ja, da führte noch keine Strasse
zu dieser Stelle. So wird uns die Vergangenheit lebendig, mit ihrem so ganz
andersartigen Anstrich, voller Bescheidenheit, voller Verzichtsleistung, voller
Härte, Ernst und — was das Grosse an dem Gestern war — entschlossener
Ausdauer.
Diese Vergangenheit hat das Bretterhaus geschaut. Heute sieht es keine
Gemeinde in seinen Wänden mehr, kennt keine weihevollen Stunden mehr, da
21D
Reminiscências do passado
Crónica sobre a cidade de Rio do Sul.
Por Hermann Stoer
Tem Rio do Sul lugares diante dos quais possas descançar teus passos, em
muda e respeitosa contemplação? Tem ela marcos significativos do tempo que
passou? Certamente, esta cidadezinha entre montanhas, à beira do largo e silen-
cioso Itajaí, é jovem, bem jovem, mal conta 5 decénios. Como em muitas outras
cidades rapidamente desenvolvidas da zona sul, pulsa aqui uma vida que mal
nos trás écos do passado. Parece-nos quase que Rio do Sul só tenha presente e
desconheça um passado. No entanto, apesar de seus poucos anos e apesar de seu
ritmo de vida demarcadamente natural, encontrarás nela lugares que murmuram
mensagens de ontem — do qual nasceu o hoje — uma história que nos fala da
luta, do espírito e da vitória de nossos ancestrais.
Subamos a rua que vai dar à casa paroquial. Deparamos ali com uma área
vasta em meia encosta da colina, coberta de gramado, meio à qual se acha uma
velha e simples construção de madeira. Três carvalhos montam guarda à sua
frente. Estará habitada? Há cortinas nas janelas . através das vidraças vêem-se
bancos e quadros nas paredes. Será uma escola? Não, é uma sala de confirmandos.
Outrora, esta casa fôra uma igreja com tôrre e sino, construída por volta de
1908, pelos primeiros moradores da cidade. Desde então, por estes 50 anos afora,
a igreja e escola passou por diversas modificações. De início era coberta de folhas
de palmito; por três vêzes foi acrescentada uma parte à construção. E as velhas
paredes, se pudessem falar, contar-nos-iam acerca de muitos destinos humanos,
testemunhas que foram de suas agruras e conflitos espirituais. Naturalmente essa
primeira Casa de Deus era hum.ilde e singela, como também era singela e humilde
a vida dos primeiros moradores. Mas a força conjunta dessas suas vidas simples e de
seu sóbrio modo de ser, justamente, preparou com perseverança e através de pri-
vações, o terreno sôbre o qual se ergueu êste presente bem mais ditoso. Foi com
suas vindas às celebrações dos cultos que trouxeram para dentro desta casa o que
faz com que uma igreja seja sagrada. Seus hinos, suas orações, suas meditações
fizeram do simples casebre de madeira um lugar sagrado de recolhimento. Aqui
nossos ancestrais assistiram aos primeiros cultos, na insegurança da nova colónia.
Vês, lá está ainda o primeiro e tósco púlpito, êle permanecerá como lembrança
dos primódios de nossa comunidade. Sentemo-nos agora à sombra dos carvalhos.
Mudos contemplamos o pequeno morro em declive. Através dos pensamentos,
desenrola-se o passado diante dos olhos do espírito. Vislumbramos vultos que se
aproximam, homens e mulheres a pé e a cavalo, vestidos à antiga, chapéus de
abas largas, saias rodadas. Naquêle tempo, rua alguma vinha dar aqui. Assim
rememorando, parece-nos que o passado torna a reviver tão diferente de hoje,
cheio de humildade, de renúncia, de dureza e seriedade, e — a característica
daquela época — cheio de decidida perseverança.
E essa casa de madeira assistiu a êsse passado. Hoje ela não mais abriga uma
comunidade em suas paredes, não mais conhece as horas solenes dos grandes dias
de festa em que os hinos ressoam jubilosos, crianças são levadas à pia batismal,
moços de corações comovidos dobram os joelhos na confirmação e jovens pares
2li:
frohe Gesänge an den hohen Festtagen erklangen, Kindlein zur Taufe getragen,
junge Menschen bewegten Herzens am Einsegnungstagc ihre Kniee beugten oder
junge Paare sich die Hand zum Lebensbund gaben. Aber vergessen wollen wir
dich nicht, du liebe, alte, traute Stätte, die du so treu gedient hast Es klap-
pert ein Fenster, die blaue Gardine flattert im Winde. Hat das alte Haus noch
etwas zu verraten? Und mit den scharfen Windstössen, dadurch die Eichen
rauschen, wird uns ins Ohr geflüstert: „In meinen Wänden habe ich auch viel
Betrübliches erlebt, Szenen von Uneinigkeiten und Streitsucht. Bewaffnet mit
Revolvern, erschien man in meinem Raum. Es war eine böse Zeit. Oft glaubte
ich, umsonst gebaut zu sein. Aber wenn einst in den Schulstunden die munteren
Stimmen der Jugend sangen, dann hegte ich wieder die Hoffnung, es muss doch
einmal friedlicher werden. Diese Zeit ist vorüber. Sie gehörte zum Werden des
Heute. Ich bin glücklich, dass meine Hoffnung in Erfüllung ging, wenn ich
auch dabei einsam und vergessen bin". Nein, du würdige Stätte von Einst, wir
wollen deiner nicht vergessen Und das Fenster schlägt zu, als sei es Zeit, dass
wir weitergehen.
Schau links, da liegt so heimelnd das Pfarrhaus an den Abhang geschmiegt.
Das Dach ist nicht zu sehen. Palmen und Orangenbäume verbergen es. Doch
lugen unter den Ästen die Fenster hervor. Diese Pfarrwohnung wurde in den
zwanziger Jahren gebaut. Hat dieses Haus eine Geschichte zu erzählen? Nein,
Sensationen haben sich in seinen Mauern nicht abgespielt. Aber die dort ge-
wohnt, waren Führer ihrer Gemeinde und haben als solche zu dem Heute der
Gemeinde beigetragen. Wer von der Zerrissenheit und dem Hader der Gemeinde
in früheren Jahren weiss, wird Achtung haben vor denen, die dort im Pfarr-
haus gewohnt; denn die Not in der Gemeinde wurde ihre Not. Wie oft stiessen
sie auf wenig Verständnis für das Wort der Wahrheit. Wie missverstanden und
seelisch niedergeschlagen kehrten sie häufig von beschwerlichem Predigtritt in
die Pfarrwohnung zurück! Und wo Kirche und Schule entstanden, sie taten
das Ihre, dass Seele, Geist und Gemüt ihre Pflegestätten fanden. Kein leichtes
Amt, das allen und allem dienen soll. Der Vorgänger des jetzigen Pfarrinhabers,
der ein Jahrzehnt in Treue sein gerüttelt Mass zu dem Heute der Gemeinde
beigetragen hat, der die Gemeinde gesammelt und mit seinem reichbegabten We-
sen das kulturelle Leben unseres Ortes beeinflusst und zu Erfolgen geführt, der
zudem ein gewaltiges Koloniegebiet als Prediger und Seelsorger zu betreuen hatte, er
hat bei dieser vielseitigen und reichen Arbeitsfülle seine Kräfte aufgezehrt. Er
starb in dieser Pfarrwohnung. Es war im Jahre 193 6. Im schwarzen Chorrock
lag er auf der Totenbahre, dort vorne in diesem Eckzimmer. Das war ein dunkler
Tag im Pfarrhause. Gross war die Trauer um den Heimgang des Hirten und
Führers. Die Vergangenheit hat dieses Mannes Leben als Einsatz und Opfer ver-
langt, ohne das wohl das Heute nicht möglich war. Denn die Arbeit, die zu
leisten nötig war, um die Gemeinde Rio do Sul mit ihren vielen Nebengemeinden
zu ihrer heutigen Struktur zu führen, musste die Kräfte eines Menschenlebens
aufzehren . Ja, das ist das Pfarrhaus unter den wedelnden Palmen, an dem
du auch deine Schritte hemmen musst, wenn du an Stätten von Gestern in Ehr-
furcht verharren willst . .
Da stehen wir vor der grossen neuen Christus-Kirche mit dem mächtigen,
geduckten Turm, die sich hinter der Pfarrweide auf Bergeshöhe mit einer herr-
lichen Sicht auf unser Bergstädtchen erhebt. Wenn man in unmittelbarer Nähe
212
dão-se as mãos para tôda a vida. Nós não te esqueceremos, velha e acolhedora
igrejinha que tão fielmente prestastes teus serviços. Bate uma janela, a cortina
azul esvoaça na brisa. O que mais quererá contar-nos a velha casa? Através
das asas do vento que farfalha nas folhas dos carvalhos, chega-nos aos ouvidos
num sussuro: „Também assisti a muita tristeza, cenas de discórdia e briga
tiveram lugar entre minhas paredes. Pessoas armadas irromperam numa das salas .
Foi um tempo difícil. Acreditei muitas vezes ter sido construida em vão. No
entanto, quando tornava a ouvir as vozes vibrantes das crianças entoando seus
hinos, sentia novas esperanças de um futuro de paz. Passou-se aquele tempo.
Fêz parte da formação do dia de hoje. Minhas esperanças realizaram-se e eu me
sinto feliz, mesmo que isto me torne solitária e esquecida." Não, não haveremos
de esquecer-te, sagrada igrejinha de outrora. A janela bate de novo e se fecha,
como se estivesse em tempo de irmos andando.
Olha à esquerda, aU está, tão acolhedora, colada à encosta, a casa paroquial.
Palmeiras e laranjeiras ocultam o telhado à nossa vista e as janelas espiam por
sob as copas das árvores. Essa casa foi construida por volta de 1920. Terá ela
uma história a contar-nos? Não, nada de sensacional teve lugar entre suas
paredes. Mas os que entre elas moraram foram guias da comunidade e assim
sendo, contribuíram para o presente da mesma. Quem tem conhecimento da de-
sunião e discórdia da comunidade em anos passados, sentirá respeito pelos que
lá moraram. Porque o problema da paróquia, era o seu problema. Quantas vezes
encontraram pouca compreensão para com a palavra da verdade. Quantas vezes
voltaram para casa deprimidos e espiritualmente arrasados, após uma exaustiva
viagem a cavalo. E, onde surgiram uma igreja ou uma escola, êles contribuíram
para que de fato fossem centros irradiativos de religião, cultura e educação. Não
é missão fácil servir todos e a todos. O antecessor do atual pároco, que durante
um decénio contribuiu com o máximo para a formação presente da comuna;
que juntou e formou a comunidade e influenciou a vida cultural da mesma con-
duzindo-a a bons êxitos e que a par disso tinha que zelar por uma extensa área
colonial, esgotou suas forças e sua saúde nêsse trabalho importante e multilateral.
Veio a falecer nessa mesma casa paroquial. Foi em 1936. Ali na sala da frente
jazia seu corpo, vestindo a batina. Foi um dia negro sob esse teto. Grande foi
o luto pela perda do seu pastor e guia. O passado exigiu a vida desse homem
como penhor e sacrifício, sem os quais, talvez, o dia de hoje não fôsse possível.
O trabalho a ser feito no sentido de conduzir a comunidade de Rio do Sul, jun-
tamente com suas inúmeras comunidades filiadas, tinha que desgastar com as
forças de uma vida humana. Sim, essa é a casa paroquial sob as ondulantes pal-
meiras, frente à qual obrigatoriamente terás que descançar teus passos, se quízeres
respeitoso, contemplar os marcos significativos do passado.
Cá estamos frente à nova Igreja de Cristo com sua torre majestosa, plan-
tada sobre o tôpo da colina, com uma vista magnifica sôbre nossa cidade. Er-
guendo-se os olhos para a tôrre, à pouca distância, fica-se impressionado com a
considerável dimensão de sua estrutura. De sôbre a porta principal da igreja
saúda-nos o escudo de Lutero, com a rosa de Lutero trabalhada em relevo. Será
um apelo à consciência das gerações futuras, se um dia abandonarem a fé de
seus ancestrais. Nota-se também nas formas imponentes mas simples da cons-
trução da igreja que essa Casa de Deus nasceu do espírito de um cristianismo lu-
2U
an dem Turm hinaufsieht, muss man von den beträchtlichen Ausmassen beein-
druckt werden. Über dem Hauptportal der Kirche grüsst uns das Lutherwappen,
die Lutherrose, als Reliefstück gearbeitet. Es wird kommenden Geschlechtern
das Gewissen wecken, so sie einmal den Bekenntnisstand der Väter verlassen. Man
merkt es auch den wuchtigen, aber schliciiten Formen des Kirchbaues an, dass
dies Gotteshaus aus dem Geist nüchterner, wirklichkeitsnaher Denkungsart lu-
therischen Christentums geboren wurde. Gewiss, die Kirche lässt einen einheit-
lichen Baustil vermissen, zumal wenn man das Innere betritt. Doch soll für
uns jetzt nicht der Baustil entscheidend sein. Wir werden bald merken, worauf
es den Vätern bei ihrem schmucken Gotteshause ankam. Beim Eintritt fällt unser
Blick sofort auf die hohe Christusstatue im Chorraum. In übermenschlicher
Grösse erhebt sie sich hinter dem Altar. Es ist der segnende Christus, eine Nach-
bildung der Thorwaldsen'schen Kunst, von einem hier damals ansässigen Bildhauer,
Josef Teichmann, angefertigt. Diese gewaltige Holzschnitzarbeit strömt andäch-
tige Stille aus. Blick und Hände des Christus laden den Mühseligen und Beladenen
zu seinen Füssen. Man fühlt, ohne dass ein Wort gesprochen, etwas von Ge-
borgensein der Seele. Der Altar, mit seinen schlichten, dunklen dreiteiligen Rück-
wänden, die durch schmale Säulen, Feuerzungen tragend, geteilt sind, füllt den
ganzen Chorraum. Die dunkle Wärme, die über dem Altar mit seinen hohen
Leuchtern und Kruzifix liegt, treibt die andächtige Seele zu höherer Schau.
„Gott ist gegenwärtig". Das suchten wohl die \'äter in ihrem neuen Gotteshause.
Links und rechts an den Seitenwänden des Chorraumes hängen zwei Eichen-
kränze mit schwarzen Schleifen. Die Inschrift auf den Schleifen deutet an, dass
hier unter dem Altar der langjährige Seelsorger der Gemeinde, Pfarrer Leonhard
Grau, beigesetzt ist . Alljährlich an seinem Todestage werden an den Altarstufen
unzähUge Blumen niedergelegt als Zeichen dankbaren Gedenkens, dass die Ge-
meinde ihrem toten Hirten bewahrt. Dass sich die X'^äter beim Bau der Kirche
in ihrem religiösen Bauempfinden den Vorfahren würdig zur Seite stellten, be-
weist die in spitze Bogen mündende Stuckwölbung, die von mächtigen Säulen
getragen wird. Es ist ein meisterhaftes Werk, das von einem Gemeindegliede, dem
Baumeister Franz Strube, geliefert wurde. So ist die Christuskirche ein bered-
tes Dokument von dem, was die Väter ihrem protestantischen Glauben schuldig
zu sein fühlten. Es darf nicht vergessen werden: die Erbauer waren ohne Aus-
nahme Angehörige des mittleren Standes, Handwerker und Kolonisten. Ihnen
bedeutete Kirche Heimat. Und solange sie kein würdiges Gotteshaus hatten, war
ihnen der Ort ihres Wirkens nicht heimisch. Gewiss hat dieser Kirchbau grosse
Opfer gekostet. Aber aus der Verantwortung um ihren lutherischen Glauben
erwuchs ihnen die Pflicht, das Gotteshaus zu bauen, und aus der Pflicht meisterten
sie die Opfer, die das Werk gefördert hat. Werden die kommenden Geschlechter
in gleicher Weise zu handeln wissen, was den Vätern zu tun heiligste Pflicht
gewesen ist?
Da steht die grosse schmucke Christuskirche wie eine feste Burg auf Ber-
geshöh. Ihr wuchtiger Turm mit dem roten Dach ragt wie eine ernst erhobene
Hand empor. Die Väter schauten aufwärts. Ihres Leben letztes Ziel war die
Ewigkeit. Wird die Gegenwart anders denken? Dann bange ich um die Seele
meines Volkes. Denn was wir sind und was wir leisten, haben wir das nicht
aus dem empfangen, was unserer Väter Art und Glauben gewesen ist? Was die
heilige Schrift als uraltes Gottesgebot dem Einzelnen auf die Seele legt, das gilt
214
terano sóbrio e realista. Percebe-se, é verdade, a falta de um estilo puro, prin-
cipalmente penctrando-se em seu interior. Mas não consideremos agora o
estilo da mesma. Vejamos a que foi decisivo para nossos antepassados, em sua pri-
morosa igreja. À entrada cae-nos logo na vista a majestosa estátua de Cristo,
ergue-se em tamanho sobrehumano por detrás do altar. É o Cristo redentor, cópia
da obra de Thorwaldsen produzida pelo escultor Josef Teichmann, então aqui
arraigado. Esta imponente escultura de madeira irradia uma paz que convida a
meditação. O olhar e as mãos do Cristo convidam o homem fatigado e oprimido
a seus pés. Sente-se, sem que uma palavra seja dita, algo de conforto espiritual.
O altar, com seus três paredões de madeira escura separados por estreitas pilastras
encimadas por linguas de fogo, toma conta de todo o "absis". A penumbra que
o envolve e a seus altos candelabros e crucifixo, faz com que a alma em medi-
tação se volva para o alto. ,,Deus está presente". Era isto, certamente, que
nossos antepassados procuraram exprimir em sua nova igreja.
À esquerda e à direita do „absis" estão dependuradas duas coroas de ramos
de carvalho enlaçadas de fitas pretas. A inscrição sobre as mesmas indica que
sob o altar está sepultado o rev. Pastor Leonhard Grau, durante longos anos pá-
roco da comunidade. Todos os anos, pelo aniversário de sua morte, inúmeros
ramos de flores são depositados sòbre os degraus do altar, numa homenagem de
gratidão de seus fiéis. O teto de arcos concêntricos formando uma bela abóbada,
sustentados por majestosas colunas, mostra que os construtores, em sua concepção
religiosa estiveram à altura de seus ancestrais. É uma obra-prima do mestre-cons-
trutor Franz Strube, membro da comunidade. Assim sendo, a igreja nova é do-
cumento vivo do que nossos pais julgaram dever a sua fé evangélica. E não
esqueçamos, os construtores eram sem exceção membros da classe média, operá-
rios e lavradores. Para eles, igreja era sinónimo de pátria. E enquanto não tive-
ram uma igreja digna, não se sentiram em casa na nova terra. Naturalmente a
construção da mesma exigiu grande sacrifício. Mas da responsabilidade pela sua
fé evangélica nasceu o dever de construir-lhe uma igreja e êste sentimento de
dever trouxe os tributos que a obra exigiu. Para êles a ereção de uma igreja
foi o mais sagrado dever. Saberão as gerações futuras agir da mesma forma?
Aí está a bela igreja de Cristo como uma fortaleza sôbre a colina. A tôrre
imponente, com seu telhado vermelho, aponta como uma mão erguida. Nossos
antepassados dirigiram os olhos para o alto. A meta de suas vidas era a eterni-
dade. Pensará diferente a geração de hoje; Então eu temo pela alma do meu
povo. Pois o que somos e o que realizamos, não nos foi transmitido pelo que
foi a fé e o modo de ser de nossos pais? O que a Escritura Sagrada aponta para
cada um de nós em particular, vale também para um povo inteiro: „Honrarás
a teu pai e a tua mãe para que se prolonguem teus dias na terra."
Um bando de andorinhas circunvoa o alto da tôrre. Farrapos de nuvens des-
lizam pelo céu. Quanto tempo ficarás, oh! tôrre majestosa aqui no alto, como tes-
temunha da fé de nossos antecedentes? Êles te construíram sólida e forte para que
sobrevivas gerações. Eu sei que tu queres ser um fanal no meio da torrente dos
tempos.
Trad. por Keuato Jensen Odebrecht
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auch einem ganzen Volke. „Du sollst deinen Vater und deine Mutter ehren, auf
dass dir's wohlgehe und du lange lebest auf Erden".
Eine Schwalbenschar umkreist den hohen Turm. Wolkenfetzen fliegen am
Himmelsbogen dahin. Wie lange wirst du, mächtiger Turm, als Zeuge des Väter-
glaubens auf dieser Höhe stehen? Sie haben dich stark und wetterfest gebaut,
dass du Geschlechter überleben sollst. Ich weiss, du willst ein Warner im Strom
der Zeiten sein.
Präses Stoer, Rio do Sul.
21«
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